Poemas de Amor Paterno
Domingo! Cheiro de comida no forno (pernil suíno com oitocentos gramas, estava na promoção, vinte e dois reais o quilo). Músicas rolando numa FM que me faz relembrar os sons da minha infância: Bartô Galeno, Alípio Martins, Eliane, Roberta Flack, Elton John, Bee Gees.
Vivia numa cidade pequena e a rácio nos trazia essa riqueza cultural. Hoje, me alimenta.
Me alimento de Fé, primeiramente, paz de espírito, uma consciência tranquila, cultura e às vezes sou assaltado por pensamentos de algumas coisas que fiz, farras tortas, risos...
Mas foi tudo muito bom. Até o que disseram que eu fiz, sem ter feito, parece gostoso.
A consciência do difamador que lute... risos!
Entrega
Amanhã vou acordar mais cedo
Vou abrir a porta e te deixar entrar
Você que cabe perfeito
No conforto do meu sofá
Então te darei sorrisos
E te deixarei sentar
Na melhor cadeira
Da sala de jantar
Vou permitir, nesse dia que virá,
Que você conheça o meu lugar
E te direi, bem calma:
Não faça nada que não me agradar
Você saberá ao certo
De qual desejo eu vou falar
E, que no instante exato,
Naquele ato vou me entregar.
E difícil de acontecer.
Mas quando ela faz por merecer e faz acontecer.
A palavra dada a ela é igual uma flecha lançada.
A cada vez que fecho os olhos, vejo uma escuridão, um túnel sem limites pra para enxergar, mas acho esperança para caminhar e chegar mais próximo
da luz que existe no submundo das trevas que brilhará mais que o sol!
E quando chegar sei que vai estar me esperando para me fazer a pessoa mais feliz do mundo, para iluminar meus caminhos e transformar todo meu ser.
Oração da Manhã
Wiliam de Oliveira
Que não seja preciso mendigar trabalho, carinho, atenção e apoio.
Que os olhos sejam reflexos de acolhimento, compreensão e luz.
Que as mãos se ofereçam para o auxílio, sem julgamentos.
Que a boca seja porta voz da boa prosa, do diálogo coletivo e da esperança.
Que os ouvidos possam ser receptivos ao que outro tem a dizer e o silêncio seja o som da evolução.
Que o nariz respire o oxigênio de todas as naturezas e inspire cada ser a ser mais humano.
Que os pés caminhem pela estrada da solidariedade, na direção da justiça social.
Que não seja econômica a mente e o valor das pessoas seja muito maior que o preço das coisas.
Que o sangue seja compartilhado como verdadeiro símbolo de imagem e semelhança do divino.
Que sejamos células conscientes de pertencer a um único corpo e o coração, moradia do amor universal.
Amém!
Sorriso da madrugada
Eu olho para as paredes
E seus sorrisos perduram sem parar
A se eu pudesse, a seu eu quisesse
Me deixa mais uma vez, ver teu sorriso
Aquele da madrugada
Os lapsos de memória não param
E eles falam, dão meia volta
Se eu pudesse ver teus olhos de novo
Como naquela noite
Estava tudo tão lindo, tão agradável
Teu cheiro me confortava como uma canção
O luar brilhava
E a luz das estrelas fervilhavam,
Ao seu sorriso, teu sorriso da madrugada
Aquele tão puro que até eu caí em tua graça
Então por favor antes de ir embora
Me deixa mais uma vez, eu ver teu sorriso
Aquele da madrugada
Animal Doméstico
Quando às vezes me recordo admirado
Do deleite dos encontros casuais
Ponderava uma vida despojado
Dos amores e paixões de calmaria
Em meu âmago de afetos ilibados
Renegados em meus dias perspicaz
Postergava apegos inacabados
Passeando entre o lirismo e a boemia
Do encanto dos casais desavisados
À ironia do entendimento tão fugaz
Desguardei o sentimento resguardado
Mais que insulto ao amor, eu proferia!
Sem notar que já tinhas me domado
Fui cativo em teu colo tão voraz
Não previ que tal amor era meu fado
Há quem viva sem amor, à revelia?
(Ser) tão
Quando, à tarde, o sol risca o céu de encarnado
E a vida debreia seu ritmo normal
Vejo advir um ser tão bonito
Com um jeito sincero, de um povo sereno
Onde falar sorrindo é tão natural
Ser tão realista, da cerva trincada
Do banho de rio, da alma lavada
Que pede conselho e não desafina
Como sanfoneiro em festa junina
Um ser tão livre, que anseia por mais
Que nunca desiste e não volta atrás
Mas luta e persiste, pegando a estrada
Na mala um sonho, sem rumo, sem nada
Qual flecha atirada, não voltam jamais.
Se mudarmos os homens para melhor,
teremos, verdadeiramente, uma nova política.
Se tivermos compromissos com a palavra,
mudaremos nossos gestos.
Se o poder deixar de ser nossa direção,
construiremos novos caminhos.
Se o nosso olhar for de compreensão,
não seremos incompreendidos.
Se cuidarmos da dor do outro, curaremos a nós mesmos.
Se a gratidão for nossa oração diária,
seremos felizes o ano inteiro.
Se o amor for nossa religião, a nossa igreja será o mundo.
Preciso Sorrir - Ricardo Souto - Direitos de Autor
Preciso sorrir ao ver a formosura do mar
Me esquivar da tristeza, sorrir e cantar
E ao ver sua beleza desfilando na areia
Acreditar que você é a mais linda sereia
Preciso observar a majestosa lua cheia
Perceber que isso é a vida que se anseia
São tantas as belezas não percebidas
Notas da diversidade incompreendida
Como não enxergar a grandeza das cores
A intensidade harmônica dos amores
A esperança de uma aurora que se inicia
De uma vida que surgi com toda energia
Do arco-íris preciso entender a plena magia
A vida, a concepção, a evolução da alegria
Preciso sorrir ao ouvir as batidas do coração
Como se fossem notas de uma bela canção
Não anseio falar, mas preciso de um amor
Algo pleno, que a tudo suporta, até a dor
Preciso ser cuidado nos braços de uma fada
Me ver adorado nos seios de minha amada
Preciso entender que não éramos só paixão
Que tudo era intenso, magnético, sem ilusão
Amores vem para ficar durante a eternidade
Não importa o tempo, nem mesmo a idade
Preciso aceitar que na vida há uma magia
Tempos de tristeza, mas também de alegria
E que essa tempestade que um dia te levou
Possa me guiar para seus braços meu amor
"seu exterior conduziu minha grande afeição
Trazia consigo carinho no olhar verde realçado
Numa indeterminada vastidão
Amável terno e suave
Com garra e extinto aguçado
E nos meus momentos de tristeza
Me assegura de toda força e compreensão.
Tantos beijos e abraços pendentes
Palavras afáveis graciosas e acolhedoras
E mesmo distante, você nunca está ausente
Permanece aqui junto à minha alma
Perpétua e enaltecedora
ATE quando se pode esperar?
QUANDO vai ficar claro?
SE você se lesionar?
PODE querer se isolar?
ESPERAR... mostrar que ainda vale a pena...
No mais longínquo ser...
Me procuro sem parar
E nessa jornada incessante
Não sei aonde chegarei
Não sei aonde irei parar
Se um ser tolo
É alguém que procura...
Nutre sentimento singelo
E ainda tratado c/ loucura
Ser tolo, é alguém que se importa?
Meu senhor...
Se ser tolo, é ser idiota
Por querer dar seu melhor
Se for querer viver c/ quem ama
Se ser idiota significa demonstrar
Tão idiota pra valorizar
Num mundo onde querem só sentir
Eu sou o maior idiota que vai existir
Por querer apenas amar... e persistir
Se ame!
Não estou falando de autoestima, nem de se achar melhor que os outros.
Estou falando sobre se conhecer, entender seus limites, sim, você tem limites, você sabe que tem e não os ignore, reconhecer suas falhas e tentar melhorar, reconhecer também suas qualidades e no que você é bom, saber quem você é, ser um ser completo.
Quando digo "se ame" também estou dizendo se cuide, cuide da sua saúde, da sua estética e da sua psique e então quem sabe depois dessa jornada você entenda que se amando estará pronto para amar, cuidar, entender e reconhecer alguém.
Como queres ser amado sem nem ao menos se amar!
EU-JORGAL
Ó trovador que abre seu lábio antigo,
Diga a musa que ouve doce as cantigas de amigo:
Assim como tu sabes que mente para si,
És tola e eu tolo, mesmo sem a tua harpa,
Minha harpa é tua harpa, pois é para ti.
Chego até querer ir a tua corte com lira de maldizer,
Porem tua íris céu, cabelo ouro e branca rosada,
Expulsa de mim a sátira grosseira a cavalgada
Feito Segrel e seu cavalo perdido em toada .
Desde as melodias da antiguidade
Os trovadores sopravam realidades.
E tu dama a mim desfere lira de escarnio
Enquanto minha harpa compõe amor em grande ensaio.
Seja gentil.
Apesar das adversidades da vida, continue sendo gentil. É de graça, indolor e cria automaticamente uma corrente do bem.
A vítima fatal da gentileza também acabará atacando fatalmente se tornando gentil.
Ninguém esquece uma gentileza.
PAPEL DE MUSA
.
Minha adorada e inspiradora musa
Preciso urgentemente da sua ajuda
Porque a escrever a intuição me compele
Quero abordar o nosso amor sem limites
Mas por ter acabado o meu papel sulfite
Terei que escrever sobre sua pele.
.
Sobre esta testa escrevo
O maior dos meus desejos
Com letras garrafais:
‘Este local é exclusivo
Como lousa e abrigo
Deste poeta e de ninguém mais’.
.
Nestas bochechas rosadas
Deixo as seguintes palavras
Gravadas com simetria:
‘Aqui só tem permissão para beijar
Aquele que sabe me transformar
Em tema para as suas poesias’.
.
Nestes seus lábios carnudos
Com verbetes minúsculos
Deixo um recado meu:
‘Afaste-se destes lábios doces
São dela, mas é como se fossem
Deste amante que neles escreveu’.
.
Neste aveludado pescoço
Sem querer provocar alvoroço
Escrevo ousadamente assim:
‘É aqui onde está o segredo
Para romper da minha musa o medo
E fazê-la se entregar para mim’.
.
Entre estes lindos seios
Escrevo com certo receio
De ser malcompreendido:
‘Estes são os dois culpados
Por eu ficar descontrolado
Diante da minha libido’.
.
Sobre esta barriga
Branca, macia e lisa
Escrevo delicadamente:
‘Não se aproxime deste lugar
Porque é aqui que brotará
A minha secreta semente’.
.
Nesta sua área mais íntima
Registro uma declaração mística
Escrevendo a seguinte mensagem:
‘Este é o meu tapete voador
No qual me acomodo com amor
E levito em emocionantes viagens’.
.
Nestas coxas torneadas
Deixo para sempre gravadas
Estas palavras nas partes internas:
‘Adoro os abraços dos seus braços
Mas eu perco as forças e me desfaço
Ao receber abraços das suas pernas’.
.
De repente ela abre os seus olhos lindos
E percebe que no seu corpo despido
Não existe nem sequer uma letra
Mas isso não a entristece
Porque em pleno êxtase reconhece
Que fiz dos meus lábios uma caneta.
FOLHAS SECAS DE OUTONO
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Caiam folhas secas de outono
Sobre a terra avermelhada
E no mais repousante sono
Num mundo livre sem dono
Suspirava a moça apaixonada.
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Ela viu chegar um lindo cavaleiro
Montado num cavalo branco
Ele a arrebatou por inteiro
E sobre o animal faceiro
Saíram a passear pelo campo.
.
Milhares de pássaros entoavam canções
Os jardins estavam floridos e perfumados
Não existiam as quatro estações
E ela sentiu muitas palpitações
Quando percebeu que o cavalo era alado.
.
Lá do alto ela via as serras
E as nuvens que as cobriam
Via também escorrendo pela terra
Alimentando as plantas e as feras
As águas que nos rios corriam.
.
Ao pousar sobre uma colina
Nos braços ele a tomou
E olhando para cima
Viu-se refletida na retina
Do homem que a conquistou.
.
Ela não resistiu aos encantos
E se deixou beijar pelo amante tão hábil
Mas acordou em prantos
Ao perceber que foi o vento brando
Que jogou folhas secas sobre os seus lábios.
A UMA AMIGA
Não posso dizer: - Eu te amo.
Ah! se eu pudesse - Quem dera!
Por isso sempre te chamo:
Minha amiga mais sincera!