Poemas com Rimas de minha Rua

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Titia,

Gastei todo o dia a pensar na sua carta, sem saber se obedecesse ou não; mas, enfim, resolvi obedecer, não só porque a senhora é boa e gosta de mim, como porque preciso de desabafar.

É verdade, titia, padeço muito, muito; não imagina. Meu marido é um friarrão, não me ama, parece até que lhe causo aborrecimento.

Nos primeiros oito dias ainda as cousas foram bem: era a novidade do casamento. Mas logo depois comecei a sentir que ele não correspondia ao meu sonho de marido. Não era um homem terno, dedicado, firme, vivendo de mim e para mim. Ao contrário, parece outro, inteiramente outro, caprichoso, intolerante, gelado, pirracento, e não ficarei admirada se me disserem que ele ama a outra. Tudo é possível, por minha desgraça...

É isto que queria ouvir? Pois aí tem. Digo-lhe em segredo; não conte a ninguém, e creia na sua desgraçada sobrinha do coração.

Marcelina

Machado de Assis
ASSIS, M., Questões de Maridos

Ainda que esteje longe, te sinto aqui
Ainda que não posso ter ver, mais posso te sentir
Ainda que tudo esteje deserto, vc será o meu oasis
Ainda que nada faça sentido, vc será minha certaza
Ainda que eu esteje só, vc vive dentro de mim
Ainda que eu esteje triste, posso sorrir quando penso em vc.
Ainda que a escuridão me impeça de ver, vc será meu sol distante
Ainda que o amor acabe, vc sempre existira dentro de meu ser.
E será assim até meu ultimo respirar.

SOU COMO VOCÊ ME VÊ

Eu posso ser seu tudo...
Sua alegria e sua tristeza
Seus desejos e suas frustrações
Sua escrava e sua dama
Suas realizações e decepções.
Ser a flor e ser o espinho
Ser a água e ser o fogo
Ser o céu ser o inferno
Ser o sol ou ser a chuva
Ser o amor ou ser o ódio
Ser o sonho ou o pesadelo
Ser o começo e ser o fim.
Tudo vai depender de como você é,
Da maneira que me vê
E do jeito que me quer.

CONFORMAÇÃO

É preciso aceitar o destino com naturalidade
Tudo é uma questão de tempo até que o sono eterno chegue.
Ai então a insônia realmente acabará. Tudo será escuro, silencioso e frio. Talvez eu queira descansar para sempre, ou talvez sonhe com tantas coisas maravilhosas que ainda desconheço.
As coisas palpáveis não mais existirão.
as coisas que não fiz, jamais poderei fazer.
A consciência desaparecerá, e eu voltarei a ser aquilo que realmente sempre fui: nada.

Não, não rasgue a página... Pois ela, como muitas outras, compõe o livro de sua vida, e por alguma lógica ali foi inserida. Simplesmente vire-a, e ela se juntará a tantas outras páginas viradas, que fazem parte da memória de tudo o que você já viveu.

Assim, se um dia o tempo provocar suas lembranças, cada página folheada será testemunha viva das histórias que compõem a sua vida, e da intensidade com que foi usufruída. Afinal, se a vida é feita de lembranças, nós somos tudo aquilo que intensamente foi experimentado ou vivido.

Morena flor, me dê um cheirinho,
Cheirinho de amor
Depois também me dê todo esse denguinho
Que só você tem

Escreva nas margens,
nos rodapés,
entrelinhas.
Mude livremente o enredo,
sua estória
você redige dia a dia".

Quando

Quando olho para mim não me percebo.
Tenho tanto a mania de sentir
Que me extravio às vezes ao sair
Das próprias sensações que eu recebo.
O ar que respiro, este licor que bebo,
Pertencem ao meu modo de existir,
E eu nunca sei como hei de concluir
As sensações que a meu pesar concebo.

Nem nunca, propriamente reparei,
Se na verdade sinto o que sinto. Eu
Serei tal qual pareço em mim? Serei

Tal qual me julgo verdadeiramente?
Mesmo ante as sensações sou um pouco ateu,
Nem sei bem se sou eu quem em mim sente.

Turno à Janela do Apartamento

Silencioso cubo de treva:
um salto, e seria a morte.
Mas é apenas, sob o vento,
a integração da noite.
Nenhum pensamento de infância,
nem saudade nem vão propósito.
Somente a contemplação
de um mundo enorme e parado.
A soma da vida é nula.
Mas a vida tem tal poder:
na escuridão absoluta,
como líquido, circula.
Suicídio, riqueza ciência...
A alma severa se interroga
e logo se cala. E não sabe
se é noite, mar ou distância.
Triste farol da ilha rosa.

Acordo, levanto e agradeço a Deus
Por me da tudo que pedi e peço a ele...
Agradeço pela sua grande misericórdia, pelo seu amor,
Pela força que ele me da, agradeço pelo seu olhar,
Agradeço pela sua mão me mostrando a direção
Pra onde proceguir.

Agradeço pela minha família, pelos meus amigos,
Pela comida que está sobre a mesa,
Agradeço pelo seu carinho, por nunca me deixar sozinha
Mesmo quando eu mereço está.
Agradeço a ele pela vitória, por criar uma história envolvendo eu e você.

Agradeço por ter posto você no meu caminho,
Colocando um sorriso no meu rosto, dando-me alegria,
Disposição para enfrentar o que for, querendo o meu melhor.

Agradeço pela sua vida, por da a minha vida mais cor.
Sou como um papel e você a tinta e o Senhor o criador
Dessa obra prima.

P.S: Te amo

Parte, e tu verás
Parte, e tu verás
Como as coisas que eram, não são mais
E o amor dos que te esperam
Parece ter ficado para trás
E tudo o que te deram
Se desfaz.

Parte, e tu verás
Como se quedam mudos os que ficam
Como se petrificam
Os adeuses que ficaram a te acenar no cais
E como momento que passaram apenas
Parecem tempos imemoriais.

Parte, e tu verás
Como o que era real, resta impreciso
Como é preciso ir por onde vais
Com razão, sem razão, como é preciso
Que andes por onde estás.

Parte, e tu verás
Como insensivelmente esquecerás
Como a matéria de que é feito o tempo
Se esgarça, se dilui, se liquefaz
E qualquer novo sentimento
Te compraz.

Repara como um novo sofrimento
Te dá paz
Repara como vem o esquecimento
E como o justificas
E como mentes insensivelmente
Porque és, porque estás

Ah, eterno limite do presente
Ah, corpo, cárcere, onde faz
O amor que parte e sente
Saudade, e tenta, mas
Para viver, subitamente, mente
Que já não sabe mais
Vida, o presente; morte, o ausente -
Parte, e tu verás.

CIGARRA

Diamante. Vidraça.
Arisca, áspera asa risca
o ar. E brilha. E passa.


CHUVA DE PRIMAVERA

Vê como se atraem
nos fios os pingos frios!
E juntam-se. E caem.


OUTUBRO

Cessou o aguaceiro.
Há bolhas novas nas folhas
do velho salgueiro.


O HAIKAI

Lava, escorre, agita
A areia. E, enfim, na bateia
Fica uma pepita.


NOTURNO

Na cidade, a lua:
a jóia branca que bóia
na lama da rua.


HORA DE TER SAUDADE

Houve aquele tempo...
(E agora, que a chuva chora,
ouve aquele tempo!)


OS ANDAIMES

Na gaiola cheia
(pedreiros e carpinteiros)
o dia gorjeia.


QUIRIRI

Calor. Nos tapetes
tranqüilos da noite, os grilos
fincam alfinetes.

Puxei um pequeno pedaço de papel
e o brilho, dispo-se a mim, ouvi um forte
tilintar que atravessou minha alma e minhas caras
começaram a tecer um breve poema.
Um suspiro, os sons, milhares de restingues me devolviam
as origens e eu insistia em buscar os meus restos, os rastros
do que não fui ou pelo menos não pude ser.
Quando já me encontrava voltado ao velho mundo de meus deuses
bastou apenas um vulto de consciência para as reais virtudes humanas
me trouxessem bruscamente ao meu eu, quando me vi...
pobre diabo, réu, vestindo a mesma mortalha, fruto de mim mesmo
que tive tudo, mas nunca encontrei um breve instante para me devolver
ao mundo de onde vim.

Por infindos momentos busco definir-me.
Afinal,quem sou?
Quem sabe a chuva que lança a areia no Saara, de Caetano?
Ou mesmo a mosca que pousou na sopa de Raul?
Sinto, por vezes, que sou eu mesmo o trocado por Pessoa...
E outras vezes, pareço a garça triste que mora na beira do rio, de Alves...
Seria eu o que deseja ficar no teu corpo feito tatuagem,
como Chico?
Não sei... Jamais saberei!
Precisaria de duas vidas de infindos momentos para,pelo menos, supor!

A liberdade é algo bom, mas pense;
Passarinho voa livre, e existe sempre uma águia a caçar
Se queres a liberdade, terás que ter alguém, e saber que sempre vai haver a águia a te esperar.

Não perca mais tempo, pois sempre depois de uma forte chuva, há sempre um nascer do sol e de noite, a lua vai brilhar,
Jesus, foi um carpinteiro, então pense:
é preciso sempre, criar suas pontes, para cruzar o rio, e uma ponte para o abismo, ele criou mais o mataram, e está vivo em nós até hoje,
Então, crie suas estradas de terra, para ultrapassar um forte riacho, crie uma ponte !,
Mais nunca, se feche uma porta por medo, ou alguém disse que não vale a pena, vá até ela, se sofrer, a vida continua, mais você irá olhar para trás e dizer,
Eu tentei !, Eu não desisti !, Fui até o fim ...

"Hoje acordei cinza

Dentro de mim morava o desassossego

Morava a inquietude por algo que nunca vi

Acordei minhas pernas e sai em busca do nada

Passei por uma moça que fazia da rua sua casa e sua cama de pedra lhe aquecia do calor insuportável que me queimava a roupa.

Me sentia despido perto de tanta falta

Passei por algumas centenas de pés enquanto vagava por horas atrás do incerto
Pés esses que andavam depressa
Que sem dúvida eram mais rápidos que meus olhos

Pés descalços que se queimavam ao tocar na cama da moça de pedra.

Me senti invadindo um espaço que deveria ser de todos

Mas até ai a palavra dever já havia sido enterrada possivelmente bem longe daqui
Talvez em outro país

Mas eu nunca sai daqui

Parei no meio daquilo tudo e olhei pro céu

Não é que ele ainda estava lá

Ele era chuva, ele era como eu

Mas era cinza por fora enquanto assim era lá dentro de mim.

Será que longe ele ainda é azul?

Os canhões da cidade nunca vão nos deixar saber

Eles não deixam escolha, ser cinza já era obrigação

E não saber se ia chover já era normal

Essa sombra negra que se confundia as nuvens já era o que nos cercava a cabeça a tempos

Mas os pés eram rápidos demais pra enxergar.

Palmei meus ouvidos, me enrolei no meu corpo dormente, ainda de olhos trancados, e por um segundo descobri o que me inquietava

Lembrei o que me faltava

Era a paz, que a tempos não vinha nos visitar
E que possivelmente já havia ido embora
Junto com o dever

Junto com a moça

Junto com os pés
Junto com o céu

E junto com o meu sossego.

Agora vou procurar por esse lugar onde eles foram parar
E se um dia você quem os encontrar

Não me avise

Aproveite o que é quieto
Por que se eu os achar

Prefiro matar meu desassossego primeiro

Do que perder mais uma vez pra quem deles não sabe cuidar"


Mateus Ribeiro de Aquino
@mateusribeir0

"O dia mais belo: hoje
A coisa mais fácil: errar
O maior obstáculo: o medo
A pessoa mais perigosa: a mentirosa
O pior sentimento: o rancor
A raiz de todos os males: o egoísmo
O maior erro: o abandono
A distração mais bela: o trabalho
O pior defeito: o mau humor
A pior derrota: o desânimo
O melhor professor: as crianças
A felicidade mais duradoura: ser útil aos demais
A rota mais rápida: o caminho certo
A sensação mais agradável: a paz interior
O presente mais belo: o perdão
O mais imprescindível: o lar
A maior proteção: o abraço
O maior remédio: o otimismo
A maior satisfação: o dever cumprido
A força mais potente: a fé
As pessoas mais necessárias: os pais
A mais bela de todas as coisas: o amor!"

Intuo que a vida afetiva sobreviva sob as mesmas regras. Amores desfeitos são
como os resfriados. Num primeiro momento são agudos, doídos. Ficamos
prostrados, indispostos. Mas é só uma questão de paciência. Afetos também
carecem de repouso. Precisamos deixar que o movimento natural da vida venha
inflar novos ares dentro de nós. O tempo se empenha de ajeitar as coisas em seu
lugar. Pode acreditar. Este momento doloroso vai passar.

"Dizem que o amor machuca
Que o amor parte o coração
Que o amor magoa
Mas o que não sabem mesmo é que o amor
É tão incrível, que ninguém é capaz de descreve-lo"