Poemas com Rimas de minha Rua
A poesia tem que continuar
Na vida, na rua ou em qualquer atravanco
Mesmo se a música parar
Fazendo a rosa brotar
Aos olhos, olfato e âmago
Que nasce para revelar
Que tudo o que precisa estás
Em sentimentos que não pode comprar
O amor e a fé do ser humano.
Precisamos educar os mais jovens
para que ofereçam um ambiente mais seguro
para as mulheres.
Tenho um filho de 11 anos
que já se comporta como um príncipe,
porque ensino e dou exemplo.
Mas sabemos que a maior parte dos pais
são ausentes e/ou insensíveis neste aspecto,
então é preciso que as mães
- como principais educadoras -
preparem homens melhores para o mundo.
Feliz ou infelizmente,
como tudo de relevante na sociedade,
a mudança do comportamento e da mentalidade dos homens
deve ser liderada pelas mulheres.
Homem da rua
Ninguém tira as experiências que ele passou, suas lutas diárias, decepções, alegrias... superações! Ele é um sobrevivente, ele é um guerreiro, um vitorioso. Ele é um homem da rua, como tantos outros, um maior abandonado.
Menino de rua
Estava ali tão só,
rodeado por gente,
tu eras um bicho,
um resto de gente.
Aprisionado em dores,
eras alvo inocente,
tu eras uma vítima,
da sociedade demente.
Eras um anjo coitado,
ninguém compreendia,
tu eras ser nocivo,
e mal nenhum fazia.
Jogado ao leu muito cedo,
com frio e fome sofria,
tu eras a escória infeliz,
que ninguém reconhecia.
Tua imagem, tristeza,
revelava muita dor,
tu eras mais uma vida,
que sem vida ficou.
TRAVESSO
"Quero um peito travesseiro, que cheire a capim-limão, em que se possa atravessar o mundo inteiro - ser onde sonho e faço de chão. Desejo que, qualquer planeta que orbite ao redor de mim, deixe o medo para o fim ou até que a lua volte. Subirei em minhas sobrancelhas para ver o meu amor passar naquela rua, até o gosto me vir à boca, e eu sorrir sem respirar. Pois, do ventre donde que saí, hoje há parreiras e vinho etílico. Preu - que sou travesso - já não o meu lugar."
Fabrício Hundou
Crianças fora da escola
nas ruas pedem esmolas.
Dormem nos bancos da praça,
nos viadutos ao relento.
Dias de frios e vento
cobrem com dores e mágoas,
carentes de amor e pão.
Maltratadas e exploradas,
vagueiam sem rumo e drogadas
matam por alguns trocados.
Crianças sem esperanças,
caminham soltas, acuadas
E cansadas de sofrer
vagabundeiam por aí
porém, ninguém quer ver.
Nem a mesma rua,
Nem as mesmas casas,
nem as mesmas flores na janela.
As flores eram agora outras,
e outro também eram o seu perfume.
Meus pés pisavam outra rua,
Meus olhos, contemplavam outras faces.
Eles também eram outros.
Talvez mais duros, talvez mais frios.
Talvez por que não viu sua face,
Talvez por que não viu suas flores.
Senti areia sobre minhas córneas,
espinhos no meu coração,
e sob meus pés, paralelepípedos.
Ruas tristes
Na noite escura
Misteriosa é a lua.
O vento percorre pelas ruas
Uma noite de escuridão.
Ás vezes sombras,
Passos,
Mistério,
Vagam pelas ruas da noite.
Ruas tristes,
Tempo de solidão,
As horas passam,
O tempo não.
Axioma cotidiano
O tiro disparado por um carro arma
a dor latente sentida por um corpo alvo-
mirado medido acertado.
Deitado na solidão do manto negro - asfáltico-
tomado de súbito assalto pelo cotidiano
chão âncora que o resgata da dor e o conforta.
Da chuva encarnada
que despenca do céu azul ensolarado
e se mistura à curva turva do trauma sofrido.
Em apenas um segundo
toda a vida como em um filme preto e branco
passando lentamente bem diante dos olhos.
Uma multidão incrédula
e em estado de choque
se aglomera ao redor.
Olhares perdidos confundem-se
com sentimentos sentidos (na hora).
Tudo parece nada, o mundo some!
De repente, para:
Um... Dois... Três... Afasta!
Afasta...
Afasta.
A vida se renova,
a multidão desaparece como fumaça
e tudo volta ao normal:
Corpos voltam a ser alvo perfeito
e carros armas letais.
as vezes te vejo passando do outro lado da rua, meu coração dispara e eu inconscientemente me apaixono por você novamente
<3
O homem na rua
Onde está a poesia?
Pergunto espantado
Ao homem parado
Ao meu lado, na rua.
Será que a morena amada
Me esperará de madrugada
Pergunto ansioso, em delírio; espúrio...
Ao homem que diz:
- Não sei, sinto
Em um breve murmúrio
Rua toda torta, de velhas casas e muros,
janelas quebradas, musgo nos jardins,
quantas memórias em suas fachadas,
muitas das quais, tatuadas em mim
Minh''alma vaga de porta em porta,
meio perdida na companhia do vento,
sem bagagem, olhos e ouvidos abertos,
percebendo murmúrios antigos do tempo
Devo ter sido dessa rua, reconheço,
cada passo, cada sonho e realidades,
esperanças, lutas, desassossegos,
onde plantei sementes que se chamam saudade
Em 15/ 03/ 2.009
Viva o Brasil.
Liberdade já.
O povo quando acorda de seus sonhos,
grita por liberdade
e vai para as ruas
em busca dos seus direitos, da sua LIBERDADE
e da sua honra.
Viva o povo brasileiro...
Vivaaaaa!
Skate! À arte de cair faz parte
Skate! É Força de vontade
Expressões livres do corpo
Quase sem limites
Sem regras
E sem padrão
No mundo do skatista
Cair, se torna diversão
E se levantar é obrigação.
"Escrevo com a ilusão de que posso consertar o mundo,
fazendo da caneta o martelo e das palavras os pregos.
Assola-me de maneira particular, o desejo de consertar, não a natureza, mas o coração das pessoas, que é uma máquina complicada onde tudo acontece.
Gostaria de poder franquear a porta do coração das pessoas, nem que fosse preciso usar o ombro ou um pé-de-cabra, a fim de deixar lá dentro, uma caixinha contendo sementes de amor.
Amor para gastar na rua
Amor para distribuir às pessoas mais queridas
e amor para uso próprio."
Em noite de lua
O céu flutua
Passeio na rua
Lembrança crua
A estrela tua
Brilha, sussurra
Em noite de lua.
Quando eles venda a nossa visão
Fecha a nossa audição e paladar,
Tudo contribui para que ao longo
Do tempo a gente possa explodir.
Na rua somos incontroláveis.
Atualidade
Quanto mais vazia e calma
Mais ainda é perigosa a rua
(Isola). A bola na rua
Simplesmente a bola
E o asfalto,
Não há quem queira mostrar talento,
Não há quem queira jogar uma pelada,
Não há quem queira fazer pontinho,
Não há quem queira...
Casas com grade
(Já não basta ter medo da marginalidade,
Tem que ter medo de doença
Invisível), a rua nua e doentia,
A rua nua prostituída
Por quem se aproveita
Da situação alheia
Para lucrar (sistema podre -
Capitalista).
No mundo de crença,
Onde muitos colocam
Deus acima de tudo
E carrega por dentro
A falta de amor.
Há ser que mata mais
Que droga,
Quantas pessoas são assassinadas
Por ano?
Calamidade pública,
Pobre nem sempre tem vez.
Humano nem sempre é humano
(Desigualdade social
É desumano).
A sociedade feito a rua
A cada dia, nua, vazia, calma,
Doentia...
TE VI
Passavas a um lado da rua,
cabelos a esvoaçar,
o vento não ousava nem de
longe embaraçar.
Vestido solto e liso, não
me viste; olhei-te.de novo
o coração diz, insiste.
Atravessei a rua
para ao teu lado ficar,
caminhavas tão depressa,e eu
atrás de ti, já sem ar.
Apressei então o passo, e ao
teu lado fiquei.
Me olhas-te, te olhei,sorriste,
sorri também.
Nesse momento senti que o amor,
ao primeiro olhar,não é conversa
de poeta.
Amor, a primeira vista e que eterno
pode ser,não é sonho, nem prosa,
simplesmente, se sente.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U B E
Acadêmico da ACILBRAS -
Cadeira 681
Patrono -Armando Caaraüra -
Presidente
