Poemas Bonitos
O Tempo em Fragmentos
A fotografia é um fragmento do tempo, de um lugar, um momento que jamais será o mesmo, não com o mesmo tempo.
Ao visitar um lugar, lembre-se de que aquele tempo permanece vivo apenas na lembrança e fragmentado em fotografia.
Tudo muda: as águas não voltam, as nuvens não formarão a mesma figura, o soprar dos ventos altera as formas, as folhas se renovam e tudo se faz novo.
E, talvez, seja isso que acredito: o tempo fica fragmentado.
Mas, em cada fragmento, há uma parte do todo que nos transforma. A fotografia não é só memória, é um reflexo daquilo que não se vê à primeira vista, daquilo que se sente no silêncio entre o olhar e o gesto. Ela revela o que o olho não percebe no movimento da vida, guardando para sempre aquilo que, de outra forma, se perderia na vastidão do tempo.
Força em Rede: O Poder de Se Apoiar
Nos ensinaram que o sucesso de uma mulher é muitas vezes uma competição. Quando uma de nós brilha, a comparação parece ser o reflexo imediato. Somos levadas a nos medir contra outra, a questionar nosso valor quando vemos a prosperidade da outra. Em vez de celebrar a conquista, muitos de nós sentimos o peso da insegurança e, às vezes, da inveja.
Mas por que isso acontece? Por que em vez de sermos uma rede de apoio, muitas vezes nos tornamos obstáculos umas para as outras? A verdade é que fomos condicionadas a ver o sucesso feminino como algo raro, algo que tira o nosso próprio lugar. Mas, se pararmos para refletir, podemos ver que, ao apoiar a outra, ao celebrar as vitórias umas das outras, estamos, na verdade, criando um espaço onde todas podemos prosperar.
Enquanto os homens constroem redes de apoio e se ajudam a alcançar mais, muitas vezes sem a mesma pressão que sentimos, nós, mulheres, precisamos aprender a fazer o mesmo. Precisamos entender que o sucesso de uma não diminui o valor da outra. Que quando uma mulher conquista algo, todas nós conquistamos algo. Quando uma mulher sobe, ela nos lembra de que também podemos chegar lá. O sucesso de uma deve ser visto como a vitória de todas.
Precisamos parar de olhar para as outras com os olhos da comparação e começar a olhar com os olhos da solidariedade. Se uma mulher está crescendo, acredite, o crescimento dela é um reflexo de que o nosso também é possível. Não podemos permitir que o medo da competição nos afaste da verdadeira força que temos quando nos unimos.
Vamos ser a mão amiga que ergue outra mulher. Vamos ser a rede que se apoia, que se protege e que se fortalece em qualquer circunstância. O poder de cada uma de nós é multiplicado quando estamos juntas, e isso é algo que nenhuma sociedade ou comparação pode destruir.
O Beijo: Quando Corpos se Tocam e Almas se Encontram
Um beijo nunca é apenas um beijo. Ele carrega em si a força de um portal, abrindo passagem entre dois mundos, duas essências, dois destinos que se cruzam. É a chave que destranca corpos e almas, um sussurro silencioso de tudo o que pode vir a ser.
Quando há verdade nele, cada toque de lábios acende chamas, desperta desejos e faz estremecer a pele. Mas mais do que fogo, um beijo é conexão. É sentir o outro sem pressa, percorrer seu universo na ponta da língua, decifrar sua alma em um único instante.
Não dá para tocar qualquer boca sem querer ir além. Porque um beijo não é só um gesto; é um mergulho. E para aqueles que sentem com profundidade, não há prazer no raso. É preciso desejo, mas não só do corpo—da alma. É preciso entrega, mas não só do momento—do ser inteiro.
No fim, um beijo verdadeiro não termina quando os lábios se afastam. Ele deixa marcas na pele, na memória, na energia que se troca e se carrega. Porque quando corpos se tocam, o instante pode acabar. Mas quando almas se encontram, o impacto permanece.
A Fotografia em Plenitude
Cada fotografia carrega dentro de si uma narrativa única. A espontaneidade revela a verdade do instante, a luz natural dá forma e atmosfera, e a composição guia o olhar sem perder a liberdade do momento.
O retrato traduz o que os olhos guardam, enquanto a memória capturada em cada clique mantém vivo o tempo que passou. Perspectiva, cores e sentimentos se entrelaçam, conectando o fotógrafo ao assunto e ao espectador, criando um diálogo silencioso.
A narrativa visual transforma cada cena em história, texturas e atmosfera permitem sentir a imagem, e o movimento imprime emoção. Detalhes pequenos contam histórias inteiras, reflexos e simetria expandem o olhar além do óbvio, e o drama entre luzes e sombras dá profundidade e contraste à experiência visual.
O momento decisivo é o instante que não volta, e cada retrato fala com a alma do assunto, seja ele humano, objeto ou cena. Congelar ou fluir, capturar o contraste e a emoção, tudo se torna uma dança coordenada entre técnica e sensibilidade.
A direção sutil do fotógrafo une todos esses elementos, conduzindo a cena sem perder a autenticidade, transformando cada imagem em registro vivo e inesquecível.
É assim que a fotografia se completa: espontânea, técnica, sensível e consciente, uma arte que toca e permanece.
Espontaneidade: A Alma da Imagem
Autoral: Jorgeane Borges
Memórias Imortalizadas
A fotografia é um portal silencioso, onde o tempo se dobra e o instante é retido. Como um eco suave, ela resiste às marés da existência, conservando fragmentos do que fomos e do que ainda somos. Cada imagem capturada é uma memória que não se perde, um testemunho de uma realidade que se recusa a desaparecer.
Ela é a ponte entre o presente e o passado, permitindo que o olhar viaje para um tempo distante, onde as emoções, os cheiros e as cores ainda vibram. Ao revisitar essas imagens, somos transportados para um lugar onde a realidade se mistura com a lembrança, e o tempo parece parar, deixando-nos imersos em cada detalhe.
Mas é no eco da fotografia que encontramos sua verdadeira força. O tempo pode passar, as paisagens podem mudar, mas aquele momento, aquele olhar, jamais será esquecido. A fotografia carrega consigo a resistência de um eco que se repete, como uma melodia atemporal, lembrando-nos do que foi e do que sempre será parte de nós.
Em cada clique, a memória se eterniza. Não importa o quanto o mundo mude, os fragmentos do passado permanecem imortais, prontos para serem revisitados sempre que necessário, como um refúgio onde o tempo não ousa entrar.
Olhar que Ecoa no Tempo
A fotografia é o silêncio que fala do tempo, congelando o que escapa ao olhar e preservando o que a memória se recusa a perder. Um olhar que ecoa no tempo, ressoando o passado e eternizando o presente.
A Dor do Esquecimento
Lembro-me das conversas longas, daquelas em que o tempo não existia, onde as palavras fluíam como se cada uma fosse uma promessa, uma descoberta. O brilho no olhar, o interesse genuíno, como se cada frase minha fosse uma novidade que valia a pena ser ouvida. Havia uma admiração que preenchia o espaço, onde as horas se tornavam invisíveis e a presença se tornava tudo.
Era uma troca constante, um cuidado silencioso, onde a preocupação com o outro se via em gestos pequenos, mas imensos. Como foi seu dia? Como posso ser o seu colo quando o mundo se torna pesado? O outro se tornava parte de nós, um reflexo de amor e carinho que parecia eterno.
Mas então, algo foi se perdendo. O olhar já não brilha da mesma forma. As conversas se tornam vazias, as palavras se dissipam no ar, como se já não houvesse mais interesse, nem admiração. O que antes era constante, tornou-se silêncio. E o amor, que deveria ser vivo e pulsante, começa a cair no esquecimento. Será que caímos no abismo do esquecimento de quem realmente nos amou de verdade?
O que acontece quando a presença já não é sentida? Quando a ausência, que antes era apenas uma pausa necessária, se transforma em um vazio sem fim? Será que, ao longo do tempo, a memória do amor se apaga, como as lembranças de um sonho esquecido ao amanhecer?
Cada um dá o que tem, e você só vai enxergar no outro o que existe verdadeiramente dentro de você.
Se há amor em você, verá amor.
Se há paz, enxergará calmaria até nos gestos mais simples.
Mas, se há feridas abertas, tudo o que toca sangra.
A forma como percebemos o mundo diz mais sobre o que guardamos por dentro do que sobre o que realmente acontece fora.
É por isso que o autoconhecimento é um ato de amorporque só quem se cura aprende a ver com o coração limpo.
E só quem se entende é capaz de se conectar sem projetar, sem exigir, apenas sentir.
Sozinhas, mas não ameaçadoras
Desde quando uma mulher sozinha representa mais risco para outra do que aquela que anda em grupo? Desde quando optar por menos companhia é sinônimo de desconfiança ou um atestado de solidão e sofrimento?
Somos observadoras, sensíveis à nossa própria percepção. Valorizamos conexões leves e verdadeiras. Não nos forçamos a laços apenas para pertencer a um grupo, porque não buscamos existir em bando – buscamos existir em verdade.
Isso não significa que não temos amigos ou que não somos leais. Apenas escolhemos o silêncio ao invés do ruído desnecessário. E essa escolha não deveria incomodar ninguém.
Carta Aberta de Quem Decidiu Partir (E Ainda Está Aqui)
A quem importa,
Eu ainda estou aqui, mas não sei por quanto tempo. Já tomei minha decisão, embora o corpo continue presente. Sigo respirando, caminhando entre vocês, respondendo quando necessário, sorrindo quando esperado. Mas, por dentro, algo já se despediu faz tempo.
Não quero que sintam pena, não quero ouvir que vai passar, porque eu mesma já me disse isso incontáveis vezes. Não passou. Apenas aprendi a carregar o peso sem deixar transparecer tanto. Às vezes, ele fica insuportável.
Sei que muitos me amam, e é por eles que permaneci até agora. Mas amar não significa entender. E a solidão de não ser compreendido é um abismo que engole pouco a pouco.
Eu não busco atenção, não quero alarmar ninguém. Só quero que saibam que tentei. Que lutei cada dia como pude. Que se um dia eu não estiver mais, não foi por fraqueza, mas por exaustão.
Até lá, continuo. Não sei até quando. Apenas… continuo.
[JB]
Profundidade e Entrega
Sou uma mulher que não se apressa em se entregar, porque sei que o verdadeiro encontro exige mais do que o superficial. Busco sempre o genuíno, o que vai além das aparências, o que conecta as almas. Para mim, o corpo é só o início; a alma é onde tudo acontece.
Não temo a solidão, ela me permite me encontrar e entender o que realmente desejo. Prefiro esperar, até que a dança certa se apresente, até que alguém com a mesma sintonia cruze o meu caminho.
Quando me entrego, faço-o por inteiro — não apenas com o corpo, mas com a alma. Sei que o valor real das conexões está na profundidade, na entrega mútua e no espaço onde as energias se encontram e se fundem.
Resiliência em Flor
Ser cacto é ser forte, resistente ao toque das adversidades, mas, mesmo sob o peso do mundo, florescer é uma escolha que ninguém pode tirar. Ainda é sobre ser cactos.
Carta Aberta: Cansei, Lutei Até Meu Limite
A quem ainda se importa,
Eu lutei. Lutei com tudo o que tinha, com tudo o que restava de mim. Dia após dia, me levantei quando queria ficar no chão, sorri quando minha vontade era desmoronar, fui forte até quando a força me abandonou. Mas agora, cansei.
Cansei de fingir que estou bem para não incomodar, de carregar um peso que ninguém vê, de gritar sem que ninguém ouça. Cansei de ouvir que tudo é fase, que vai passar, que basta ter fé. Porque não é assim tão simples. Nunca foi.
Não peço que me entendam. Apenas que saibam que eu tentei. Tentei ser quem esperavam, tentei encontrar um lugar no mundo, tentei carregar minha dor sem transbordar. Mas há batalhas que não se vencem, há cansaços que não se curam com descanso.
Se eu partir, saibam que foi depois de uma longa guerra, não de um único dia ruim. Se eu ficar, saibam que estou além do limite, e só preciso que alguém perceba sem que eu precise explicar.
Cansei, mas ainda estou aqui. Até quando, não sei.
[JB]
Há um lugar dentro de mim que não tem nome.
Não é sombra nem luz — é um silêncio que pulsa, como se guardasse o segredo de todas as respostas que nunca tive coragem de perguntar.
Ali, as memórias não se mostram em ordem, mas em fragmentos que se repetem como ondas. Cada lembrança traz um peso diferente, e cada peso molda um pouco mais quem sou. É um território onde o tempo não existe, mas onde cada instante tem o peso de uma eternidade.
Não é um lugar para visitas apressadas.
É preciso entrar devagar, com a respiração contida, aceitando que algumas verdades não se dizem — apenas se sentem.
Ali, o choro não é tristeza, é purificação. A dor não é inimiga, é guia. E a solidão não é ausência, é presença ampliada de si.
Talvez, no fundo, essa profundidade seja o que me mantém viva.
Porque é ali que encontro a mim mesma antes que o mundo me peça para ser outra.
Entre Luzes e Sombras: O Drama da Composição
A fotografia nasce do diálogo entre a luz e a sombra. Uma não existe sem a outra, e é justamente nessa oposição que o olhar encontra o equilíbrio.
A luz revela, expõe, dá forma ao que estava oculto. Já a sombra guarda mistério, sugere o que não se mostra por completo, trazendo profundidade e silêncio à cena.
Quando se encontram em harmonia, luz e sombra compõem mais do que uma imagem: criam emoção. É o claro-escuro que dá intensidade a um retrato, que faz um olhar falar mais alto, que transforma um cenário comum em poesia visual.
Não há fotografia sem sombra, assim como não há vida sem contraste. É nesse jogo que se constrói o drama da composição — a escolha de mostrar ou esconder, de realçar ou suavizar.
Fotografar é compreender que a luz precisa da sombra para existir em sua plenitude. É aceitar que beleza e verdade se revelam no contraste, onde os extremos se tocam.
Espontaneidade: A Alma da Imagem
Autoral: Jorgeane Borges
Meu querido Anthony
Desde o instante em que você foi gerado, eu já sabia que Deus estava me confiando o maior presente da minha vida.
Em cada batida do meu coração, em cada oração silenciosa, havia um pedido: que você crescesse cercado de amor, fé e propósito.
Você sempre foi especial.
Desde pequeno, demonstrou inteligência, curiosidade e uma luz que transborda.
Use cada dom que Deus lhe deu com sabedoria, meu filho.
Estude, aprenda, busque conhecimento — porque é através dele que você abrirá caminhos de dignidade, liberdade e honra.
A vida vai tentar distraí-lo com atalhos, mas não se perca neles.
Tudo o que é verdadeiro exige paciência, esforço e fé.
Você tem dentro de si um potencial imenso, e o mundo precisa da sua luz.
Não desperdice o que o Senhor colocou em suas mãos.
Continue sendo esse menino lindo, inteligente e sensível, mas nunca perca a humildade.
A humildade é o que mantém o coração perto de Deus e o olhar atento ao que realmente importa.
Que o amor e o respeito estejam sempre à frente de cada conquista.
Quando o cansaço chegar, lembre-se: você é forte, você é capaz, você é promessa cumprida.
E quando sentir saudade de mim, feche os olhos e sinta — estarei com você, em cada lembrança, em cada palavra que plantei em seu coração.
Siga com fé, com coragem e com a certeza de que meu amor o acompanhará por toda a vida.
Que o Senhor seja sempre o seu guia, e que você nunca se esqueça do quanto foi amado, sonhado e abençoado desde o primeiro instante.
Com todo o amor do mundo,
Mamãe — Jorgeane Borges
25 de Outubro 2025
O Encanto da Luz Natural
A luz natural não é apenas ferramenta: é coautora da fotografia.
Ela modela volumes, revela texturas, cria atmosfera e transforma gestos simples em narrativa viva.
Luz difusa envolve a cena com suavidade, trazendo leveza e uniformidade; luz dura destaca volumes e cria sombras marcantes que revelam profundidade. Luz quente aquece e aproxima, transmitindo intimidade e acolhimento; luz fria sugere introspecção, mistério ou dramaticidade.
O fotógrafo atento percebe o instante em que cada tipo de luz interage com o assunto, destacando detalhes e realçando a emoção que já existe no momento.
É nesse encontro entre luz, espontaneidade e direção sutil que a imagem se torna inteira, autêntica e inesquecível.
Espontaneidade: A Alma da Imagem
Autoral: Jorgeane Borges
Retrato e Alma: O Olhar que Fala
No retrato, mais do que rostos, o que se busca é a alma. Um olhar, quando capturado com verdade, pode dizer mais que mil palavras — pode contar histórias, revelar silêncios, expor fragilidades e, ao mesmo tempo, guardar mistérios.
A fotografia de retrato não se limita à superfície. Ela atravessa a pele e chega ao invisível. É a tentativa de traduzir em imagem o que não pode ser tocado: a essência.
Por isso, diante da câmera, não basta posar. É preciso se permitir ser visto — mesmo que em partes, mesmo que nas frestas de um olhar distraído ou numa expressão que escapa sem querer.
O retrato verdadeiro não é apenas sobre quem é fotografado, mas também sobre quem fotografa. É o encontro entre dois mundos: o da lente que busca e o da alma que, por um instante, se deixa revelar.
Um olhar pode ser espelho, pode ser janela, pode ser abismo. No retrato, ele é tudo isso ao mesmo tempo.
Espontaneidade: A Alma da Imagem
Autoral: Jorgeane Borges
Quando o Mar é Você
Há dias em que não é o mundo que me engole — sou eu que me afundo em mim.
A superfície parece perto, mas é como vidro: vejo o sol lá em cima, sinto o calor à distância, e ainda assim não consigo atravessar.
Seria simples nadar, se o peso não estivesse costurado nos meus ossos.
Seria fácil pedir socorro, se a voz não se dissolvesse antes de chegar à boca.
E assim fico, boiando no sal da minha própria tristeza,
enquanto os outros, da praia, acenam como se fosse só mais um mergulho.
Dizem para nadar até a areia, mas não sabem que a areia já não existe para mim.
Que a ideia de “voltar” é tão distante quanto um porto que nunca conheci.
O mar é fundo, frio, e tem o mesmo nome que eu.
E no silêncio submerso, percebo:
às vezes não é que a gente queira se perder.
É que o cansaço de tentar se salvar
parece mais letal do que simplesmente deixar-se afundar.
O silêncio pode parecer leve, mas carrega o peso de tudo o que não foi dito.
Ele corrói por dentro, como se cada palavra engolida se transformasse em pedra,
ocupando espaços que antes eram respiro.
Calar nem sempre é escolha de paz — às vezes é medo,
às vezes é proteção,
ou apenas o cansaço de saber que falar não mudará nada.
Mas existe um preço.
E ele é alto.
O preço é ver a própria voz se apagar,
o coração perder a coragem de gritar,
a alma se acostumar a viver escondida.
E, quando se percebe, já não é só silêncio —
é ausência.
