Poemas Anjos de Pijama Matilde Rosa Araujo
Meu caro amigo, a solidão acompanha o homem sábio. Levo uma vida boêmia, tão amarga quanto minha bebida, tão bela quanto as curvas do meu violão, ah! Que saudades de viver uma paixão.
Como gostaria de poder morar no momento em que te conheci, o teu sorriso marca um passado em que a minha felicidade era sonhar com o nosso futuro.
O sábio é um instrumento divino, pois sua sabedoria é um dom de Deus. Sejamos prudentes em Cristo e, com discernimento, ensinemos a fé cristã verdadeira.
Você é meu livro favorito; sua capa e conteúdo me fascinam. Gostaria de poder preencher suas páginas em branco e desvendar seus segredos. Esteja certa de que você está guardada na prateleira do meu coração.
É impossível que tudo se reduza ao nada. É por este motivo que demos o nome de Deus ao Todo e ao nada, Morte.
Desejaria poder habitar no instante em que te conheci; teu sorriso evoca um passado em que minha felicidade consistia em sonhar com o nosso futuro.
Anseio conhecer-te, desvendar teus mistérios e desejos, explorar as zonas mais profundas, mergulhar em teu oceano, envolver-me em teus abraços e deixar-me levar pela correnteza, atracar em tua vida!
Em certas ocasiões, um abraço pode significar prisão, enquanto um adeus pode representar liberdade.
Há dois caminhos: o da sabedoria e o da felicidade. Qual escolhes? A dor do conhecimento ou o prazer da ignorância?
Persisto remando contra a correnteza, na contramão, meu ombro esbarra nos demais, colhendo olhares austeros de reprovação. Sigo por essa trilha solitária, tropeçando em passos incertos.
A chegada de certas pessoas nos causa uma felicidade tão profunda que, quando chega o momento de suas partidas, desperta uma tristeza proporcional.
Quando Deus criou o amor, Ele o deu aos homens; para os loucos, Ele reservou a arte e os sonhos impossíveis.
As mentes mais brilhantes enfrentam diariamente o dilema de Adão, seduzidas pela auspiciosa serpente que reside em suas próprias mentes. Ao colherem o fruto do conhecimento, perpetuam o sofrimento do peso da consciência, condenando-se a ficar do lado de fora do Paraíso. É a cabeça o maior inferno do homem.
Maldita seja a ironia de me deitar e não conseguir descansar, e de me levantar apenas para ser derrubado pelo cansaço do dia.
Senhores, certamente afirmo-vos que, se a arte não existisse, eu não seria capaz de enxergar beleza na vida; preferível seria estar morto a viver sem arte.
Se a acessibilidade é escassa ou inexistente para os corpos que falham, se este é um mundo hostil para os que não sabem conformar-se à sua normalidade exigida, que será então para os doentes mentais, cujos males são invisíveis aos olhos? Não há bengala que nos oriente na cegueira da mente, nem rampas que nos deem acesso ao abismo do inconsciente. Que remédios podem curar uma alma entorpecida, que já não sente senão o peso da sua própria ausência?
Enquanto os animais seguem o fluxo instintivo da sobrevivência, nós, seres humanos, transcendemos essa simplicidade primitiva para buscar, incansavelmente, algo além de nós mesmos — poder, conhecimento, novas fronteiras. No entanto, à medida que exploramos os confins do universo, frequentemente projetamos nossos próprios temores e falhas nas formas que imaginamos encontrar pelo caminho. Criamos monstros e inimigos no espaço, porque é mais fácil combater um 'outro' do que encarar as imperfeições que carregamos em nosso próprio coração. Mas, à medida que lançamos nossos olhos para as estrelas, devemos nos lembrar: as maiores ameaças à nossa espécie não vêm do cosmos, mas da própria humanidade, de nossas escolhas e do caminho que decidimos seguir. E se, quando colonizarmos outros planetas, a única coisa que encontrarmos for a certeza de que estamos sozinhos, estaremos prontos para aceitar que talvez os monstros sejamos nós?
Franz Kafka se envergonhou ao perceber que a vida é um baile de máscaras e ele participou sem uma; Álvaro de Campos colocou a máscara, e quando quis tirá-la, estava pegada à cara. Eu, por minha vez, diria que minha maior vergonha foi perceber que, sem a máscara colada ao meu rosto, eu não poderia nem mesmo participar do baile.