Poemas Anjos de Pijama Matilde Rosa Araujo
Amor e ódio caminham lado a lado, como dois extremos de uma mesma emoção que não pede licença. Um dia, o coração se aquece com lembranças doces, sorrisos que parecem eternos e promessas silenciosas que só ele entende. No outro, a mesma memória corta como lâmina, deixando raiva e decepção queimando na pele.
É estranho como alguém pode ser capaz de provocar tanto afeto e tanta dor ao mesmo tempo. O amor nos dá asas, mas o ódio nos ancora; o amor nos ilumina, mas o ódio nos cega. E, no meio disso, aprendemos que a linha que separa os dois sentimentos é tênue, quase imperceptível. Talvez por isso, aqueles que amamos profundamente também sejam capazes de nos ferir com a mesma intensidade.
No fim, amor e ódio são faces da mesma moeda: paixão que não se mede, que nos transforma, que nos lembra que viver é sentir, mesmo que doa.
Glaucia Araújo
Eu não sei se algum dia eu amei alguém de verdade. Talvez tenha sido só ilusão, desejo, ou a necessidade de acreditar que existia algo mais profundo. Lembro de sentimentos que deveriam queimar, mas que só passaram como faíscas apagadas pelo vento. Procuro na memória alguma lembrança intensa, algum olhar que tenha parado o tempo, mas tudo parece vazio, distante, como se eu tivesse participado de uma peça em que não entendia o roteiro. E, no fundo, talvez eu nunca tenha amado alguém… ou talvez eu tenha amado tanto que nem percebi.
Glaucia Araújo
Eu nunca mais vou ser a mesma pessoa.
Depois de tudo que vivi, algo dentro de mim mudou de forma definitiva. As decepções abriram meus olhos, as dores me endureceram e o tempo me ensinou o valor do silêncio. Eu aprendi que nem todo sorriso é sincero, que nem toda palavra vem do coração e que confiança é algo que, uma vez quebrado, jamais volta a ser inteiro.
Hoje, eu caminho diferente. Mais fria, mais cautelosa, mais atenta. Já não me entrego fácil, não acredito rápido, e muito menos espero demais das pessoas. Eu aprendi que às vezes é preciso se perder para se encontrar — e foi nesse processo que eu descobri uma nova versão de mim: mais forte, mais consciente e menos ingênua.
Eu nunca mais vou ser a mesma. E, sinceramente, isso é o melhor que poderia ter acontecido.
Vivemos em mundo distorcido.
Vivemos em um país onde a lógica se perdeu e os valores se inverteram com uma naturalidade assustadora. Hoje, não é raro ver criminosos se transformando em celebridades, ganhando palco, seguidores e espaço que deveriam pertencer a quem realmente constrói algo com talento e esforço. O absurdo virou rotina: basta uma história polêmica, uma vida marcada pelo crime ou um sobrenome envolvido em escândalos para alguém virar artista da noite para o dia.
Enquanto isso, quem tem talento de verdade continua à margem. Gente que luta, que cria, que sonha, que trabalha sem holofotes — e que não tem pai famoso, influente ou envolvido com o mundo do crime — permanece invisível. É cruel assistir pessoas honestas batalhando em silêncio enquanto o país transforma notoriedade duvidosa em pedestal. O mérito perde para o espetáculo, e o barulho vale mais que a dedicação.
Essa inversão de valores corrói não só a cultura, mas também a esperança de toda uma geração que ainda acredita no caminho certo. É como se a mensagem fosse clara: não importa seu talento, sua disciplina ou sua história; importa o escândalo que você cria ou com quem você se relaciona.
E assim seguimos, aplaudindo o que deveria ser questionado e ignorando o que deveria ser celebrado. Até que o país decida valorizar o que é real, continuaremos vivendo nesse cenário distorcido, onde o crime vira entretenimento e o talento verdadeiro
Existem pessoas que caminham pelo mundo como se fossem de pedra: não sentem dor, não sentem alegria, não sentem empatia. Para elas, lágrimas alheias são apenas água escorrendo, e sorrisos, nada além de gestos inúteis. O coração delas parece um vazio impenetrável, um espaço onde emoções nunca conseguiram morar.
Conversar com essas pessoas é falar com o vento: palavras passam, mas não deixam marca. Elas julgam, manipulam, decidem e ferem, sempre calculando o que lhes convém, sem qualquer peso na consciência. A ausência de sentimentos lhes dá força, mas também revela fragilidade: porque ninguém que não sente realmente vive, apenas existe.
E é aí que o mundo percebe: ter sentimentos não é fraqueza. A fraqueza está em não sentir nada, em reduzir a vida a números, vantagens e aparências, enquanto o restante de nós continua a sentir, a amar, a sofrer… e a ser humano.
Glaucia Araújo
Ninguém sabe o que eu passei, e não vão saber. Cada lágrima que derramei, cada batalha que enfrentei sozinho, vocês fingem que não existe. Julgaram sem saber, falaram sem entender, e agora só sobra o meu silêncio… frio, afiado e impenetráve.
Glaucia Araújo
Paredes de hospitais.
Hospitais têm um tipo estranho de silêncio. Não é ausência de som… é o silêncio que pesa, que acompanha cada passo como se o chão estivesse escutando nossas orações engolidas. Nessas paredes brancas a gente descobre que o tempo não anda em linha reta. Ele para, tropeça, resolve andar em círculos. Cada minuto que passa tem tamanho de uma eternidade.
Quando é a vida de quem a gente ama que está lá dentro, é como se o coração da gente fosse parar na porta que se fechou. Ficamos sentados em cadeiras desconfortáveis com pensamentos que não sabem sentar direito nunca. A gente imagina, a gente torce, a gente lembra de todas as risadas, de todos os “depois a gente vê”, e percebe que nada tem mais urgência do que vê-los voltar bem.
As paredes do hospital carregam histórias que ninguém escolheu viver, mas que todo mundo aprende alguma coisa. Tem força onde antes só havia medo. Tem fé disfarçada de teimosia. Tem amor fazendo barulho dentro da gente, querendo arrombar cada porta para alcançar quem está sendo cuidado por mãos que não conhecemos, mas que naquele instante se tornam as mais importantes do mundo.
Ali, a gente descobre que esperança não é luz… é brasinha. Pequena, mas impossível de apagar. Enquanto isso, a parede segue muda, testando nossa paciência, segurando segredos que não contamos a ninguém. Um dia, ela vê lágrimas. No outro, abraços de alívio. É testemunha fiel de quem chega quebrado e de quem volta inteiro.
E no fim, quando a porta finalmente abre, a gente respira de verdade pela primeira vez em horas. Aprende a agradecer o que sempre achou garantido. As paredes continuam lá, firmes, como quem diz: “Você não está sozinho”. E a gente volta pra vida diferente. Mais grato. Mais humano.
Um País Ferido pela Corrupção
Vivemos em um governo onde a corrupção se tornou rotina e o povo, refém da própria esperança. A cada dia, vemos o dinheiro público sendo arrancado das mãos de quem mais precisa e colocado nos bolsos de quem promete mudanças que nunca chegam. Enquanto isso, a população sofre, adoece e se desespera em meio a um sistema que parece se alimentar da dor de seu próprio povo.
O mais triste é perceber que a injustiça virou normalidade. Trabalhamos, pagamos impostos, confiamos — e, no fim, somos traídos. A saúde falha, a educação é esquecida, a segurança é um luxo. O governo que deveria proteger, explora; o Estado que deveria servir, consome. O resultado é um país cansado, onde muitos acabam se perdendo entre o desespero e a revolta.
Não é apenas o dinheiro que nos tiram, é a dignidade. A corrupção não mata apenas com balas, mas com a fome, com a falta de atendimento, com o abandono. E o pior é que, enquanto o povo se destrói entre si, quem comanda continua sorrindo, como se o caos fosse parte do plano.
É hora de acordar. Um país só muda quando seu povo deixa de aceitar o sofrimento como destino e transforma a indignação em força. Porque o verdadeiro poder sempre esteve nas mãos do povo , só falta o povo lembrar disso.
Vivemos em um mundo onde a empatia parece ter se tornado um sentimento raro. As pessoas estão cada vez mais voltadas para o próprio interesse, esquecendo-se de olhar ao redor e perceber a dor do outro. O valor humano tem sido substituído pelo valor do dinheiro, e muitos se deixam corromper por ele, acreditando que o poder e o status são mais importantes do que a honestidade e o amor ao próximo.
A sociedade caminha em um ritmo acelerado, movida pela competição e pela busca incessante por riqueza, enquanto o respeito e a solidariedade ficam em segundo plano. A frieza nas relações mostra o quanto estamos nos distanciando do essencial: ser humanos de verdade.
É urgente resgatar a empatia e os valores morais que nos tornam dignos. Somente assim poderemos construir uma sociedade mais justa, onde o dinheiro não seja o dono das atitudes e onde o coração volte a ter voz.
Cansei de acreditar nas pessoas. Cansei de abrir meu coração, de confiar, de acreditar que quem está ao meu lado queria o meu bem. Cada gesto de falsidade, cada mentira descoberta, cada promessa quebrada só me ensinou uma coisa: confiar é um luxo que poucos merecem.
Hoje vejo a verdade nua e crua: nem todo sorriso é sincero, nem toda palavra é de verdade, nem todo abraço é carinho. Muitos estão ao nosso lado apenas pelo que podem ganhar, e a decepção se torna rotina. Cansei de dar chances a quem não merece, de esperar por gestos que nunca virão, de acreditar em palavras que se perdem no vento.
Aprendi que a proteção mais forte está em mim mesmo. Cansei de acreditar nas pessoas, mas não cansei de acreditar em mim. É hora de seguir sozinho, atento, frio e consciente de que o único apoio que nunca vai me abandonar sou eu mesmo.
Glaucia Araújo
Ninguém sabe o que eu passei. Julgaram sem ver, falaram sem sentir, agora só sobra o meu silêncio… venenoso.
Glaucia Araújo
Jesus de Nazaré é o verbo em eterno estado de conjugação.
“ No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito existiria.”
[ João 1:1-3 A21 ]
E aos poucos a gente vai superando os baques da vida...
Enfrentando tudo e todos...
Fazendo planos...
Realizando sonhos...
Se amando...
Perdoando sempre!
Descobri Tarde Demais
Descobri algo mágico no mundo em que eu criei;
Descobri que o amor é sobrevivente em meio à dor;
Descobri que o tempo é meu aliado, que o amor é sobrevivente em meio à dor;
Descobri que o tempo é meu aliado, que posso te ver sempre que eu quiser;
Descobri nos teus gestos algo novo;
Descobri que não podemos mudar as pessoas que amamos;
Descobri que sou uma pequena lembrança em sua vida;
Descobri que há momentos em nossas vidas que jamais irão voltar e talvez nunca vamos esquecer;
Descobri que posso perdoar seus deslises e me perdoar por ansiar esse querer;
Descobri tarde demais que só damos valor aquilo que amamos quando perdemos;
Descobri na minha solidão, no meu silêncio a respeitar suas escolhas;
Descobri que já não é segredo para ninguém que eu te amei e que te amo por quê descobri que dentro de mim existe muito de você.
Se o passado ainda existe é por que ele não volta mais;
Se o presente marca é por que será inesquecível;
Se o futuro é incerto não deixe o tempo passar pois o amanhã não volta e o hoje não é pra sempre.
Sei lá, não sei como explicar, nem como dizer, nem como me expressar.
Só sei que é Felicidade, que corre pelo corpo e me deixa com um ar de positividade, também sei que é amor, por mim mesmo, por você, e por todos que me querem bem.
Eu sei que posso ser, além do que até eu mesmo posso imaginar,
Eu sei que sou capaz, pois a capacidade vem da força de vontade, e a minha vontade de ser feliz é maior do que qualquer montanha que alguém possa pensar em escalar...
É estranho eu sei, mas um estranho bom, um garoto que nem a vida começou, pensar tão alto e ficar sem medo de tentar, mas dizem que cada vez mais alto, maior é a queda. Mas sinto lhe informar com Toda essa minha Alegria de mim mesmo, como uma criança livre a cantarolar eu também aprendi a voar!
Tento disfarçar, esconder, mas a minha tristeza é tanta, quase não consigo viver.
Agora vivo tentando esquecer, tudo aquilo, que em pouco tempo não pude compreender.
Amar é fácil, o dificio é disfarçar que se deixou de amar,e esquecer todos os sentimentos que por você pude ter.
Se a saudade é uma forma de manter presente quem se foi,
que eu nunca esqueça...
mesmo que a lembrança me traga tristeza, quero manter viva essa memoria...
já a tristeza, vou aprendendo a conviver com ela...
Não existe mais quem é o certo ou o errado
Não existe mais quem chorou ou nenhuma lágrima derramou
Não existe mais nada, exatamente nada, a única coisa que existe
é esse amor que dentro de mim persiste.
