Poemas Anjos de Pijama Matilde Rosa Araujo
Os que reclamam para si maior liberdade são os que ordinariamente menos a toleram e permitem nos outros.
Apenas à dos mestres-escola se iguala a ignorância dos que aqui na terra têm a jactância de haver dito uma palavra que outros antes não disseram.
O que se qualifica em alguns homens como firmeza de carácter não é ordinariamente senão emperramento de opinião, incapacidade de progresso, ou imutabilidade da ignorância.
ofereço uma rosa ao meu coração
é ele que faz pulsar o meu ser
é ele que sente o meu doer
é ele que deseja o meu amor
é ele que me permite viver
é ele que me toca a emoção
é ele que trai a minha razão
é ele que me inunda de emoção
é ele que reforça o que há de bom
é ele que me dá atenção
é ele que me faz pensar
é ele que se põe no meu lugar
é ele que me ajuda a sonhar
é ele que segura minhas loucuras
é ele que aguenta minhas torturas
é ele que não me deixa na mão
é ele que me faz ser quem eu sou!!!
O mais próximo
Que eu consigo ser
De uma rosa
É tomando banho
Com suas pétalas
Me perfumando
Retirando sua essência
Porque espinhos eu já sou
Completar-me-ei
Como uma flor serei
No jardim divino!!!
chique é carregar flores no coracao
vira rosa o botão
demonstra paixão
transparece emoção
se enche de comoção
trabalha as próprias mãos
excelente sensação
sentimento de gratidão
intensa harmonização
dedicada ação
uma ponta de esperança então
tudo é lição
do amor a poção
da vida um puxão
da familia a afeição
de Jesus a adoração
só Ele é exemplo de perfeição!!!
a rosa e o livro
um amor que resume nossa vida
como a beleza do amor infinito
a todos aqueles que estão dispostos
a recebê-lo!!!
tem-se uma rosa nua
só minha
só sua
livre na rua
no brilho da lua
hoje caiu água
em forma de chuva
e também lágrimas
vê se averígua
olha pra mim
não sou estátua
de ferro ou de concreto
concretizo-me no amor
de tão próprio
tenho sentido-me
somente só
sem pena e nem dó
guardo minha língua
morro a míngua
e retorno ao pó
ando uma légua
não dou trégua
nem carrego meu patuá
só a verdade crua
não caio na tua
tenho asa que flutua
um sangue que dilua
um amor que possua
uma dificuldade que recua
uma dor que atenua
uma vida que habitua
uma ajuda que retribua
uma paixão que insinua
um problema que tumultua
uma existência que perpetua
um caminho que desvirtua
uma fé que não diminua
uma chance que contribua
com minha forma de amar!!!
me visto de rosa
que é pra ninguém
arrancar-me
de mim
eu não existiria
sem meus espinhos
o conjunto da obra
torna-me perfeita!!!
Levemos a descaracterização da palavra escrita para o lado bom, há coisas engraçadas, acabamos por dar muitas gargalhadas das palavras descaracterizadas por mentes descerebrizadas literalmente.
Amor, amo o imperfeito do sentimento. Do amor é o recôncavo imperfeito do sentimento avassalador da nostalgia do amor, a garganta seca que busca sentimentos da desgasante imperfeição do amor.
era pra ser apenas uma aventura...
mas havia tanta ternura e carinho envolvidos,
que se fizeram passarinhos nos céus, nas alvuras do desconhecido...
se perderam no vento se amaram e se desprenderam do tempo, insólitos...
E nada será igual ao que foi antes
Sempre uma nova história surge
O tempo é fera afina a garganta e urge
Agiganta os sonhos com não e sim
Escrevendo o momento bom ou ruim
Vai guardando as memórias
Para um novo princípio sem fim...
Setembrisse
Há em mim uma agonia abrandada
Um ar indecente, instigante, polêmico
Um cheiro de álamo com ar excêntrico
Quando chega setembro voo aflorada
Pelas alvoradas me repagino matutina
Feito um pássaro da manhã mais libertina
Eu me reapaixono por minha pessoa
Me sinto gaivota sobre o mar que avoa
Então eu me setembro em setembrisse
Feito as águas arroladas em crispadura
Igual Hilda Hilst libertada em amavisse
Me beijo aspirante primaveral
Velejo flutuante além do meu portal
Me oceano e me faço vergéis frutíferos
Me amo tanto em jardins paradisíacos...
Nos desejos é onde libero mea-culpa
Dissicuto minha alma sem culpa d’utopia
Em setembro me primavero liberta
Relembro os ciclos me reitero poeta
Me reciclo em finura me rabisco poesia
Amor e loucura a setembrisse me planta
Ah!... Setembro floreiro que de flor me amanta...
Assumida autora...
Sonhadora dos alvorares
Aspirante a passarinho voejador
Que pousam nos pessegueiros e tantos pomares.
Bichos de penas favorecidos com seus plumares e cantares em plumados de amor.
Fato!Andas...
Curtindo a vida adoidado
Ô coitado se drogado
Não sabe o que é curtir não!
A vida se curte de cara limpa
De alma límpida
Por pura convicção
Há corações e coração.
Quando aponto seus defeitos
perco a elegância por má conduta
É quando me desce a seco
goela adentro...
Uma plantação inteira de cicuta.