Poemas Amor que Rima
Amor (não) recíproco
Descobri que te amo da pior forma possível,
Não conseguindo deixar de te amar.
A cada sorriso, a cada olhar,
Meu amor por ti só está à aumentar
Mas esse amor que sinto
É incompreendido.
Ao contrário do que imaginei
Não teve um sim
E então Desabei
Pois não pensei que seria assim
Não consegui prever esse fim
Uma pobre apaixonada
Sem um final feliz.
Já fui tantas vezes amado sem amar.
Já amei tanto sem saber que era amor.
Já vivi tanto sem viver e agora vivo por viver.
Quem Bavárias vezes chama
tem amor; Cintra o que digo;
sendo assim não faça Brahma
-Por favor, Kaiser comigo!
O poema real não tem poesia,
sentimento esvazia em nossos tanques;
haverá sempre um novo amor eterno...
Só a felicidade justifica o viver a dois, e isto só é possível se houver amor na igual medida em ambos os lados. Quando não é para ser feliz, de nada vale ao ser humano estar com alguém.
Esse tal de "até que a morte nos separe" não se restringe à natureza física da questão afetiva. É mais adequado ao sentimento, propriamente. Seremos fiéis aos nossos pares ou cônjuges na alegria ou na tristeza, na saúde ou na doença, na pobreza ou na fartura, e seremos felizes assim, não exatamente até que um dos dois morra... muito menos ambos.
O amor é de fato perecível... Muitas vezes morre antes que nós. Quando isso acontece, já não vale a pena insistir numa relação que leva o peso e a fedentina de um cadáver... O ex-amor.
ALEGRIA DE AMAR
Todo amor empobrece, não resiste,
quando sua função se torna fardo,
tem placar, promissória e dedo em riste;
armadilha; torpedo; bomba; dardo...
Esse laço está sobre papel pardo
e o presente, no fundo nem existe;
restam mágoas contadas por um bardo
ao passado, presença vaga e triste...
Quando a dúvida paira sobre o dom,
se nem tudo, igual antes, é tão bom,
certa via desgarra dessa regra...
Repensar é sensato, eis a lisura,
quase sempre a ferida não tem cura;
todo amor vale a pena enquanto alegra...
Numa era em que a gente
Faz do amor um artigo
Em extinção,
Qualquer bicho é uma espécie
Em distinção.
AMOR GUARDADO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Fico aqui me dizendo pra falar depois,
quando a minha palavra encontrar teus ouvidos,
que o que sinto é "tão" puro; tão água potável,
e nós dois transcendemos afetos palpáveis...
Redecoro pra sempre o meu texto suave,
minha clave de sol, de manhã musical
cujo encanto não corta meus nervos e a carne;
só eu sei como corta, mas calo a sangria...
É tamanho desejo amarrado ao temor
deste amor que não sabe se terá resposta;
um edema, um tumor, um câncer de sentidos...
Amo além do que a lei de te amar se permite
no país inseguro do meu coração,
na visão indecisa do que pode ser...
UM AMOR DE VERDADE
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Na saúde ou na doença, não. Só na saúde. Na saúde afetiva daquele amor que vence as doenças e nem a morte o mata.
Na riqueza ou na pobreza, não. Só na riqueza. Na riqueza de um enlace que não se abate por privações. Que se autossustenta e permanece forte para superar qualquer fase.
Na alegria ou na tristeza, não. Só na alegria. Na alegria de se ter ao lado a pessoa que reluz. Que faz tudo valer a pena... transforma caos em sonho; medo em esperança.
Um amor de verdade não pode ser negativo... tem que ser tudo de bom... tem que ter dom de se renovar.
DOCE ALMA DE FILHA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Vencido pelo amor de Marcela, Pedro resolveu se cuidar. Filha extremada, Marcela usou de todos os artifícios de afeto, para convencer o pai turrão a procurar tratamento. pedro andou com problemas respiratórios e parece que o coração sempre forte, à prova de abalos, decidiu dar sinais de que não é de aço.
Sem saída e com as velhas desculpas para lá de gastas, Pedro fez exames; tomou remédios; fez um bom tratamento. No fim das contas, não era mesmo nada tão grave. Teria sido, se o amor e o desvelo da Marcela não o tivessem feito buscar ajuda. Se os olhos atentos de Pedro não tivessem mergulhado nas lágrimas dos olhos tristes de Marcela.
Pedro cuidou dos brônquios obstruídos, para que Marcela respirasse aliviada. Foi ver como estava o seu coração, para sossegar de vez o coração de Marcela. Tratou das dores do velho e duro corpo de pai, para que deixassem de doer na fragilidade, no verdor e nas aflições da doce alma da filha.
DESGASTE AFETIVO
Demétrio Sena, Magé- RJ.
Só discuta uma relação de amor pela terceira vez, quem tiver discernimento para saber que a terceira deve ser também a última vez. Se não for assim, nada mais vai valer a pena.
AMOR MAIS OU MENOS
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Ficarei lhe devendo esse amor extremado
que se tem no calor dos primeiros afetos,
mas que logo é passado e se acomoda n´alma,
quando as dores do mundo nos calcificaram...
Hoje posso lhe amar, mas gastei muito fogo,
tive toda paixão que uma vida concebe,
me perdi nesse jogo e tenho poucas fichas
pra lançar às escuras do que pode ser...
Um amor mais ou menos; cascalhos de sonhos;
uma vida que o tempo arbitrou requentar;
vou me dar no que der pra sentir e viver...
Ficarão na vontade as emoções pendentes,
as miragens e lentes de todas as cores
dos amantes de amores de primeira safra...
O QUE SERÁ
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Sendo amor não se guarde nem preserve
a palavra, o calor do sentimento,
faça o vento soprar nos meus ouvidos
o teor do que ferve no seu todo...
Pode ser que não ache o mesmo sonho,
meu amor não comungue o seu contexto,
mas o texto é mais forte que os olhares;
é a voz que desata qualquer nó...
Saberemos de nós ao nos dizermos
e virá tão somente o que viria;
sendo amor não espere uma certeza...
Sangre o dom, a magia de saber,
desnovele o prazer de sim ou não
que liberta e desvenda o que será...
MILITÂNCIA DO AMOR
Demétrio Sena, Magé - RJ.
O amor é pretexto pra fazer protesto
contra os restos, as raspas, os lixos humanos
ou as perdas e os danos por faltar amor;
é a flor que diz não aos estragos do espinho...
Um poema sentido nos pega de assalto
e nos lança no abismo de nossas questões,
nos vomita no asfalto e provoca o poder
de sentirmos a dor que se tem de ser gente...
Cada verso dos versos de quem ama e chora
tem o peso da hora de fazer pensar
que o amor, este sim, é questão social...
Toda forma de amor nos desperta pro sonho
de acordar todo mundo pro dom de viver
sem a vã pretensão de ser dono do mundo.
MEU GRANDE HUMOR
Demétrio Sena, Magé - RJ.
O bom amor que percorre
a luz serena em meu rosto...
meu olho raso de fundo
que seu olhar jamais vê...
é minha prova diária
de que não perco meu gosto
pela vida e pelo mundo...
nem meu humor por você.
AMOR PRÓPRIO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Quando sou situado retorno ao meu canto;
me replanto e renasço inteiramente outro,
para quem me acomoda no ponto passivo
do caixote ou da ostra de minhas entranhas...
Se me sinto freado correspondo ao pé,
mesmo tendo certezas; verdades opostas;
tenho fé no bom senso e meus olhos têm asas
que me levam além do momento e da cena...
Valorizo a palavra, o discurso direto,
quero sempre o contexto sem traços demais,
mas aceito eufemismos; acolho pretextos...
Deixo em paz e não travo batalhas no ego;
se me sinto avisado me colho e recuo;
se não pode ser duo não será duelo...
PELA REDE SUSTENTÁVEL
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Vou me ater ao amor, ficar em paz,
quanto ao mais aceitar o que já é,
pois amor não afronta ou polemiza,
não revisa conceitos e posturas...
Esquecer as questões da sociedade,
da política, os males desta era,
da cidade que oprime o cidadão
porque a fera do medo está no ar...
Quando falo de amor não fico só
sobre a face da terra nem do "Face",
não há nó nem silêncio à minha volta...
Vou me ater ao amor; curtir a vida,
ser curtido na rede social,
ter aval dos que temem ter problemas...
POEMA DE PANELA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Ter amor com que teça os meus versos diários
e meus versos diários pra fazer amor,
bom humor pra chorar sem perder o sorriso
que pertence aos meus olhos, apesar da vida...
Igualmente um motor, combustível nos temas
dos quais faço poemas pra poder viver,
como quero aplicar meus poemas nas pedras
das colunas e o piso da casa em que moro...
Apesar da ilusão de qual sempre disponho
ao compor cada sonho sem cair do mundo,
pulo fundo pra fora do lugar-comum...
Cada dia revela que o chão é meu céu;
quero letras cremosas pra passar no pão;
canjiquinha; feijão; torresmo com poesia...
NÃO DE AMOR
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Os que amam de fato,
sem ser amados,
dão adeus e se tratam...
Ao perdurar o tumor,
às vezes morrem de amor...
mas nunca matam.
