Poema Terra
Nasci em Araguari, nas Gerais
Criei-me no Rio de Janeiro
Quase outra terra Natal
Afinal, sou carioca e mineiro
Um mineiroca do litoral...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/08/2023 - Araguari, MG
Cores de um Amor Transbordante
Em terra caída, cai de amores. Feito tela pintada à mão, em tons de azul e rosa, o amor transbordou através dos meus olhos e fez de cais meu coração.
Cada toque da vida, cada nuance do sentimento, pinta no meu peito uma obra única. O amor não se limita a um único traço, ele se espalha, se funde, se torna infinito como a combinação perfeita entre as cores do céu e da terra.
Nas cores que o amor me oferece, vejo a beleza de um coração que se entrega sem medo, que se permite fluir como tinta sobre uma tela que nunca foi tão viva. O que é o amor, senão um retrato de quem somos, pintado com os tons que mais ressoam na alma?
Cada movimento do coração é uma pincelada que a vida faz, e em cada cor, vejo o quanto posso me perder para depois me encontrar.
Indiaroba, Terra de História e Afeto
Há um olhar que ultrapassa o óbvio, que enxerga além das paisagens e dos cartões-postais. Um olhar que se detém nos detalhes, nas expressões, nas mãos que trabalham, nas risadas que ecoam pelas ruas, no cheiro da comida que traz lembranças de casa.
Minha gente é feita de força e delicadeza. Das águas do Rio Real que nos banham e dos passos que marcam a terra. São rostos que contam histórias, vozes que preservam tradições, gestos que carregam gerações inteiras. E eu, com minha lente e meu coração, me faço parte disso tudo— registrando, contando, preservando.
Cada clique é um abraço na memória, um jeito de dizer: olhem para nós, para o que somos, para o que temos. Nossa cultura pulsa na feira livre, no trabalho dos pescadores, na dança que embala as festas, na fé que nos une. Indiaroba é mais que um lugar, é sentimento, é pertencimento, é raiz.
E quando alguém me pergunta o que me faz ter tanto orgulho de viver aqui, eu respondo sem hesitar: é a minha gente.
O Desejo Como Chuva em Terra Seca
Dentro de mim há um solo sedento, esperando pela chuva certa. Mas não aceito qualquer tempestade, qualquer gotejar. Meu desejo não floresce com qualquer toque, não desperta sob mãos que não saibam sentir. Precisa ser um alívio, não um dilúvio. Um toque que nutre, não que devasta. E então eu espero, mesmo que a espera resseque, mesmo que a sede arda. Porque quando a chuva certa vier, será raiz, será renascimento.
Terra do Divino
Indiaroba, berço de encantos,
onde o tempo dança com o vento,
nas águas que abraçam memórias,
no olhar que reflete o sentimento.
Terra sagrada, solo de fé,
onde o Divino deixa sua marca,
em cada reza, em cada festa,
na chama que nunca se apaga.
Do Rio Real que conta histórias
às mãos que moldam o destino,
Indiaroba, alma viva,
és poesia, és Divino.
— ©Jorgeane Borges
Indiaroba, Terra que Vive em Nós
Indiaroba, onde o rio canta,
onde o vento sussurra memórias,
onde a terra guarda os passos
de quem veio antes de nós.
Teu nome é raiz e cura,
palmeira que abraça o tempo,
óleo que marca a história,
caminho traçado em sentimento.
És feira, és vila, és cidade,
és força que não se dobra,
és passado, és futuro, és alma,
és Indiaroba.
O rio te conta em suas margens,
o mar te beija em segredo,
a infância corre em tuas ruas,
a vida pulsa em teu enredo.
És tambor que nunca silencia,
cor de festa sobre a pele,
dança de quem veio antes,
passos que seguem adiante.
Indiaroba, teu nome ecoa,
tua gente sonha e constrói,
teu chão é lar, é abraço,
é casa onde o tempo não se vai.
Parabéns, terra querida,
que teu brilho nunca cesse,
que teu povo siga forte,
que tua essência permaneça.
— ©Jorgeane Borges
Manacá no cerrado
Manacá da serra
No cerrado, árida terra
Eclode majestosa e bela
Sagrada em sua capela
Distante de sua vivenda
Compõe sua flor, com legenda
De cor, cheiro e ao sertão bela prenda...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Sou da terra, do triângulo mineiro
Sou poeta do cerrado, estradeiro
De poeira e chão batido, cavaleiro
No espírito embebido, alma de peão
Caipira do amor poetando paixão
Trago nos olhos o sal do sertão
Do curral, do fogão de lenha, lamparina
Da moda de viola, catira e da ave de rapina
Sou araguarino, origem e apreço na sina
Sou interiorano com cheiro do mar
Onde nas tuas ruas eu pude me achar
Estrangeiro no Rio de janeiro, fui morar
Sou brasileiro de sobrenome e nação
Mineiroca de cognome de pura emoção
Aventurado no cerrado goiano sem direção
MONÓLOGO
Para onde vão os meus lamentos
se já não mais me escutam?
Que terra vã e sem sentimentos
de ilusão. Pra onde iriam?
Aí, tudo está tão cego, esquecido!
Me perdi nas teias do mundo
quando no mundo tentei o infinito
e o infinito era só um segundo...
Para onde vão as minhas palavras
se versadas pra vida e não pra morte.
Quem ou alguém me escutavas?
Acho que nada, nem a sorte!
Então, o que pode, quem me acode?
Se nem de porre há resposta
ou tão pouco o fado é custode...
Pois, a alma na dor está exposta!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
BENQUERER
Tal qual a chuva no cerrado caída
Molha a terra: sedenta, e no estio
Coração ressequido: seca é a vida
E o sonho sonhado é ato sombrio
Feliz a quem pode curar a ferida
Da alma. Sem querer amor vadio
Fecundado de luz, e ter acolhida
Na ventura de um correto luzidio
É preciso mais que o só querer
Pra colher o bom fruto maduro
Não é ser... é ir além da fé ter...
Crer: que nos da visão no escuro
Saber é quem semeia benquerer
Pois benquerer, que colhe futuro!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Assim é e assim será
Se eu pudesse andar descalço
Na terra, pra voltar neste paladar
Teria evitado algum percalço
Pois na falta, pede-se mais amar
E neste fio de tal equilíbrio
Morre a noite e morre o dia
Pra poder nascer sem ludíbrio
A vida, na diversidade em parceria
Assim é e assim será
Entre pedregulhos e relva
A nossa também findará
É a continuidade desta selva
Pois o amanhecer é mágico
e mágica a noite que fica...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Paráfrase Alberto de Campos
cerrado goiano
adubo
para um jardineiro nunca falta ferramentas
plantas e a terra para plantar
mas o adubo, ah, este vem da alma para tudo florar...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
Brás
No centrão da terra da garoa
De janelas para a rua
Velhos na praça, atoa
Casarões no tempo tatua
Desta ou aquela pessoa
A história... e a vida continua
Os moleques descalço o pé
De juventude nua
O boteco de seu Josepe
De outrora, tão fugaz!
O ambulante vende leque
A italianada em cartaz
Nas cantinas, nos bares
Aqui é o Brás!
Terra de todos os lugares...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02/04/2020, 12’58” – Brás, São Paulo
Banana
Ah! A banana...
da terra
prata
ouro
delicia soberana
Na roça
no quintal
minha, sua, nossa
preferência nacional
Ah! A banana...
Capital!
Que da Mãe Terra emana
Viva o bananal...
natureza, prana
fortuna tropical
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
39/004/2020, cerrado mineiro
copyright © Todos os direitos reservados.
Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol
POÉTICA
A poesia na rica imaginação voa
lançando à terra de um criador
no encanto de encanto povoa
o ilusório de quem é um ledor
No escrito a doce prosa entoa
o coro de fantasias ao dispor
é a ilusão que a poética doa
ao poeta que vive sonhador
Por ti, devaneio, tudo é certo
do cascalho grosseiro ao rubi
se o amor, ali, está por perto!
Por ti, inspiração: - se senti
no prazer, num leve aperto
eclodido num grato frenesi
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
13, outubro, 2020, 13’13” – Triângulo Mineiro
Cidade do pequi, do cerrado, do pôr sol de 50 tons...
Terra dos sons sertanejo, artesanato, do biscoito de queijo.
Agui no Goiás - Goiânia!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
cerrado goiano
A Flor do Madacaru
A flor do mandacaru... das lágrimas pelo chão
Brotam da dura terra num alvo véu do agreste
Ornadas de espinhos, num prenúncio de união
De força, na secura ou na chuva em ato celeste
Abrirá! E ao poeta de cordel - eterna comunhão
São trovas da flor a enfeitar a poesia que fizeste
Flor do mandacaru... graça despertada no sertão!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/11/2020, 09’02” – Araguari, MG
SONETO DE AMOR POR MINAS GERAIS ...
Minas, tu, das Gerais, amor do mineiro, primeiro
Terra do ouro, dos belos horizontes, dos arraiais
Quem aqui vem, volta, e contigo traz outros mais
Afinal, hospitaleiro, chão de dama e de cavalheiro
Da Beija e Chica, estradas Reais, é reconto inteiro
Tiradentes, herói confidente, audaz, ceder jamais
Sempre vivo a brotar na história, ó Minas Gerais:
Do Aleijadinho, artesão maior, do rebanho leiteiro
Distinto no jeito desconfiado, és roceiro, é chique
Nunca verga, nem ao destilado de um alambique
Dança catira, folia de Reis, é feliz a todo segundo
Teu gonfalão vermelho e branco, é brava honraria
Teus campos, a tua arte, de uma aguerrida poesia
Minas, Minas, sem ti, que desencontro no mundo!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18/04/2021, 20’21” – Araguari, MG
Paráfrase Gabrielle D’Annuzio
MINHA ARAGUARI
Terra do “Brejo Alegre”. Onde canta o Bem te Vi
Nos buritis, saudando o alvorecer no céu rubente
Onde há agrado de o bom viver, altaneira Araguari
Cravado no “Sertão da Farinha Podre”, brava gente!
Terra do café, no cerrado, qualidade encontrada aqui
Pão de queijo, biscoito de goma, sai do forno quente
“Água da baixada das araras”, surgiu do Tupi-guarani:
Araguá-r-y... Orgulho de Minas Gerais, paixão latente!
Terra do “ar perfumado das flores do mato”. Aparato
Do sertão, vida e sensação, hospitaleira, isto é fato!
Onde o cair do sol num espetáculo de pura emoção
Meu Araguari, onde a beleza tem um olhar singular
Onde todo dia tem um fim, mas, todo fim o recomeçar
Poetando “as estrelas beijando o regato” do coração!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
02 maio, 2024, 07’46” – Araguari, MG
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