Poema Sobre Solidão

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Tô aprendendo a viver sozinho.
Viver na solidão não é tão ruim assim,
pelo menos ela não me machuca, só fica
aqui ao meu lado, ao contrário de pessoas
que só sabem machucar mesmo quando não
estão ao meu lado.

Solidão


Acordei hoje com o gosto salgado e amargo da tristeza na boca
Tinha nos olhos inchados, resquícios da tristeza da noite anterior
Dificil olhar para trás achando que deixou pegadas cravadas no chão
Pra que te achassem, que te seguissem...
Para saber que passou por ali.


Foi triste, vi que logo atrás, (acho mesmo que era dentro de mim)
um vento gelado tocava minha pele e sacudia meus cabelos
Percebi então, uma chuva fina molhando minha pele,
encharcando meus cabelos, meu corpo...Senti tanto frio!
Mas foi bom...
Pelo menos assim, ninguem percebeu
que dos meus olhos
também chovia...

Seu rumo foi a perdição.
Nosso rumo foi a desilusão.
Meu rumo foi a solidão.

Canção

O peso do mundo
é o amor.
Sob o fardo
da solidão,
sob o fardo
da insatisfação

o peso
o peso que carregamos
é o amor.

Quem poderia negá-lo?
Em sonhos
nos toca
o corpo,
em pensamentos
constrói
um milagre,
na imaginação
aflige-se
até tornar-se
humano -
sai para fora do coração
ardendo de pureza -

pois o fardo da vida
é o amor,

mas nós carregamos o peso
cansados
e assim temos que descansar
nos braços do amor
finalmente
temos que descansar nos braços
do amor.

Nenhum descanso
sem amor,
nenhum sono
sem sonhos
de amor -
quer esteja eu louco ou frio,
obcecado por anjos
ou por máquinas,
o último desejo
é o amor
- não pode ser amargo
não pode ser negado
não pode ser contigo
quando negado:

o peso é demasiado
- deve dar-se
sem nada de volta
assim como o pensamento
é dado
na solidão
em toda a excelência
do seu excesso.

Os corpos quentes
brilham juntos
na escuridão,
a mão se move
para o centro
da carne,
a pele treme
na felicidade
e a alma sobe
feliz até o olho -

sim, sim,
é isso que
eu queria,
eu sempre quis,
eu sempre quis
voltar
ao corpo
em que nasci.

Nessa vida eu já conheci a lágrima da solidão, a dor da decepção, a alegria da ilusão. Já menti para mim mesma, só para esconder aquela lágrima teimosa que insistia em cair... Já fui feliz, mas descobri que nesse sentimento eu ainda era mera aprendiz... Não sou uma pessoa que escreve coisas lindas, apenas me baseio em outras histórias para saber como descrever a minha, sou humada e tenho vontade de ser sempre melhor, portanto, eu sempre erro, mas eu me corrijo e me aflijo quando não encontro o perdão nas pessoas, tento esquecer, deixar para trás, por mais que seja difícil.
Amor pra mim é fazer feliz, perdoar, seguir em frente, entregar sem medo todos os seus sentimentos... Não tenho medo da morte, pois sei que um dia ela virá e eu não poderei fazer nada... O que posso fazer é viver!
Eu sei lutar, implorar, ajoelhar, chorar. Já amei, sorri, chorei, perdi até o amor-próprio... Mas em muito tempo estou reconstruindo esse meu amor-próprio, não apenas com o amor, mas com vitórias, derrotas. Tenho certeza que sempre tentei fazer de tudo por todo mundo que eu podia, fui educada. Infelizmente não consigo agradar a todos, mas essa é a lei da vida!
E a cada dia vou vivendo e aprendendo cada vez mais.
Mas eu tenho certeza de que nunca vou magoar alguém... Nunca vou fazer uma pessoa que eu amo chorar... Seguirei meu caminho!
Estou convencida de que você não aprende com o acerto, mas sim com o erro... Não foram poucos erros que cometi, como eu disse, sou humana!
Mas mesmo eu errando, às vezes correndo, até dando valor a quem não merece, eu sei que um dia terei a alegria de olhar pra trás e ver que fiz tudo o que o meu coração mandou... Acreditei nas pessoas e elas acreditaram em mim!

No vazio da saudade, lamento a solidão.
O que foi alegria, hoje é tristeza.
O que fez sorrir, virou pranto.
Só Deus pode restituir um coração ferido.
Somente Ele traz à vida, tudo que um dia foi morte.

"– Só foge da solidão quem tem medo dos próprios pensamentos, das próprias lembranças.
– Talvez...
– Mas se tu soubesses como a solidão pode nos enriquecer..."

Outros terão
Um lar, quem saiba, amor, paz, um amigo.
A inteira, negra e fria solidão
Está comigo.

A outros talvez
Há alguma coisa quente, igual, afim
No mundo real. Não chega nunca a vez
Para mim.

"Que importa?"
Digo, mas só Deus sabe que o não creio.
Nem um casual mendigo à minha porta
Sentar-se veio.

"Quem tem de ser?"
Não sofre menos quem o reconhece.
Sofre quem finge desprezar sofrer
Pois não esquece.

Isto até quando?
Só tenho por consolação
Que os olhos se me vão acostumando
À escuridão.


Fernando Pessoa, 13-1-1920.

Existe uma grande diferença entre solidão e solitude. Quando comecei a viver sozinha, não me sentia confortável por não ter com quem falar, em especial quando voltava para casa e não encontrava ninguém a me esperar; achava estranho a sensação de liberdade total, como passar o tempo que bem desejasse fora de casa e ninguém reclamar a minha ausência. Apesar de amar e valorizar demais ser independente, não estava habituada aquele tipo de situação o que muitas vezes me deixava com uma nítida sensação de abandono. Com o passar do tempo comecei a me adaptar a nova vida, e, consequentemente a compreender que na verdade nunca estive sozinha, eu sempre estive com a melhor companhia que alguém pode ter, a minha, isso se chama solitude. Passei a achar o máximo poder sair e voltar quando bem entendesse, sem ninguém me fazer interrogatórios intermináveis e tremendamente abusivos; Me olhar no espelho e conversar comigo mesma sem pensarem que fiquei pirada, vestir várias roupas só pelo prazer de saber se ficavam bem em mim, dormir e acordar sem ser incomodada durante o tempo que quisesse, pequenas coisas que passaram a fazer sentido e se tornaram importantes para mim.
A solitude me ajudou a conhecer melhor as minhas limitações, qualidades e defeitos. Hoje sou outra pessoa aprendi a me autoconhecer, me valorizar e não aceitar qualquer companhia.
Liberdade, é tudo!!!

Tanta mulher maravilhosa reclamando de solidão!
Tanta mulher linda, escondendo sua beleza natural, por trás de tantos filtros em fotos e sendo escravas dos padrões de beleza.
Para relacionamento sério, homem gosta de mulher real, e não de boneca cibernética.
Pode observar: tem mulheres que nem são tão 'lindas' assim, não publicam fotos constantemente cheias de filtros (onde muitas vezes transformam completamente o rosto original). São simplesmente elas mesmas. E essas, estão sempre vivendo algum amor, ou até mesmo fazendo escolhas e recusando oportunidades.
Uma mulher verdadeiramente poderosa é segura de si. Ela se sente à vontade em sua própria pele, mesmo imperfeita.
A autoestima de uma mulher se vê nesses detalhes, e acredite: eles observam isso.
De fato, essa originalidade é uma potente ferramenta de sedução nesse mundo de tantas máscaras e mentiras.
Se liberte do peso de achar que você tem que ser perfeita. Ninguém é!
E nem eles querem viver essa ilusão.

Solidão

Aproximo-me da noite
o silêncio abre os seus panos escuros
e as coisas escorrem
por óleo frio e espesso

Esta deveria ser a hora
em que me recolheria
como um poente
no bater do teu peito
mas a solidão
entra pelos meus vidros
e nas suas enlutadas mãos
solto o meu delírio

É então que surges
com teus passos de menina
os teus sonhos arrumados
como duas tranças nas tuas costas
guiando-me por corredores infinitos
e regressando aos espelhos
onde a vida te encarou

Mas os ruídos da noite
trazem a sua esponja silenciosa
e sem luz e sem tinta
o meu sonho resigna

Longe
os homens afundam-se
com o caju que fermenta
e a onda da madrugada
demora-se de encontro
às rochas do tempo

Poesia - Monólogo da Solidão ..

E eu, ainda aqui.

Deixando a tolice, não sei de que lado, bobo infeliz, pobre desgraçado, sonhando ou pensando virado acordado.

Percebo meu ócio, o grande culpado, me engana, me joga, algo disfarçado, pois sabe não vejo. Estou enganado ?

Olha pra mim, o bem que se faz, meu riso irônico, de raiva fugaz. Não sei se criança ou ainda rapaz, se engana com a vida, esse traste incapaz.

Espera desculpa, procura a culpa. Deixe de tolice que nada se faz. Só peço que fale, mas não que se cale, pois falo demais.

Continuo eu, ainda aqui.

Eu te perdoo pela palavra não dita
Refugiada na solidão dos teus lábios
Entre os beijos que amordaçaste

Eu te perdoo pelo carinho adiado
Tatuado na insônia do teu corpo
Entre os sonhos que não dormiste

Eu te perdoo pelo olhar aflito
Desenhado no deserto do teu rosto
Entre os gritos de silêncio que guardaste

Eu te perdoo pelo abraço apenas imaginado
Sonâmbulo a ansiar o calor dos meus braços
Entre os luares que teus olhos apagaram

Eu te perdoo por sufocares teus desejos
Exilando-os na penumbra do teu coração
Entre os invernos perenes da tua alma

Eu te perdoo pelas vezes que te esperei
Quando teus passos emudeceram
Entre as fronteiras dos teus limites

Eu te perdoo pela tua renúncia
Por amontoares teus sonhos em gavetas
Entre tantos outros estilhaçados pelo tempo

Eu te perdoo por te perderes de mim...

Solidão,

A solidão se reflete, no olhar, que expurga o som do ranger da alma. Um brilho opaco de uma sombra branca com gosto de água amarga e sal sem doce.

É preferível o silêncio das dores guardadas
e a solidão das saudades envelhecidas
ao rastro indolor do nada...

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Martha Medeiros

Nota: Trecho adaptado do poema "A dor que dói mais", de Martha Medeiros.

Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros.

Clarice Lispector
GOTLIB, Nádia B. Clarice: uma vida que se conta. São Paulo: Ática, 1995.

Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar. P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilacerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar.

Clarice Lispector
LISPECTOR, C. A Descoberta do Mundo. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1984.

Meu Deus, me dê a coragem de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites, todos vazios de Tua presença. Me dê a coragem de considerar esse vazio como uma plenitude. Faça com que eu seja a Tua amante humilde, entrelaçada a Ti em êxtase. Faça com que eu possa falar com este vazio tremendo e receber como resposta o. amor materno que nutre e embala. Faça com que eu tenha a coragem de Te amar, sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo. Faça com que a solidão não me destrua. Faça com que minha solidão me sirva de companhia. Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar. Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo. Receba em teus braços o meu pecado de pensar.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Fique de vez em quando sozinho, senão você será submergido. Até o amor excessivo dos outros pode submergir uma pessoa.

Clarice Lispector
Clarice Lispector: Entrevistas. Rio de Janeiro: Rocco, 2007.

Nota: Entrevista de Clarice com Chico Buarque.

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