Poema sem Amor Madre Teresa
Nunca é muito tarde e nem muito cedo para se aprender a merecer. Faça desta situação ouro puro e dê um passo em direção ao crescimento interior.
Ódio, deboche e palavrinhas ofensivas só sentimos ou proferimos por (e para)quem está acima de nós, quando somos o peixe pequeno esperando a conclusão da história do outro. História que se findará ou não de qualquer forma, independente das mutilações alheias.
Permaneço imersa em mim, tentando acreditar que não sinto falta de nada. Sim, eu me basto e quero ser feliz assim. Mas sinto na pele o arrepio da solidão me abraçando. Não tento fugir disso, é o que eu escolhi. O vazio, o vácuo. Aos poucos, os que estavam perto se afastaram. Aos poucos quem me cercava sumiu. Sim, esta foi a minha escolha! Escolhi assistir a pseudo felicidade dos outros do meu mundo. Decidi torcer calada, sofrer calada, sorrir calada.
Decidi tentar me desejar como eu desejo aos outros. Tentar me amar como eu amo ao próximo, com o mesmo impeto de abdicar ate de mim pelo sorriso do outro.
Não sei porque eu me perco de mim com tanta facilidade.
Descobri que tenho um relacionamento abusivo comigo. Onde me refugiar e me proteger de mim?
Quem vai me salvar de mim?
Sobre lugares além das nossas dores
Para além da dor há lugares de paz,
onde todas as nossas mortes,
sejam as definitivas, dos nossos ausentes,
ou nossos falecimentos diários, rotineiros,
se acomodarão, cantando com os rouxinóis,
Nesse dia haverá permissão para sorrir,
sentiremos os perfumes que sumiram,
as músicas que calaram,
o coração, aquietado, sairá do seu mergulho
através de nossas mãos e olhos,
ferveremos a água, sentaremos para um café,
ouvindo do entardecer palavras de amor
Sobre Despedidas
Me despeço de você, silenciosamente,
tenho medo que algum barulho atrapalhe essa dor,
sua morte me concede o direito de recusar a pressa,
me fala da vida, dessa loucura que é viver,
da correria que tira nossos olhos pra quem está ao lado,
do corpo cansado, exausto, sem pausas,
sua morte me fala de um sentido nem sempre sentido,
da quietude da noite, esse lugar em que me dispo,
e fico diante de quem fui e de quem sou,
me despeço de você, silenciosamente,
um jeito de fazer uso da sua partida,
devolvendo, todos os dias, alma pra minha vida,
tocando o riacho, sentindo a brisa,
conversando com a lua, brincando com as árvores,
sentindo saudade, muita saudade,
dando lugar pra tristeza porque também é um jeito de amar...
Sobre esperas sem chegadas
Nos dias em que me debruço sobre minhas esperas outras mortes se achegam e repousam nos cômodos de casa. Não há chegadas, a porta não se abriu na minha ausência, as coisas foram mantidas como deixei, não houve desordem, barulho ou sinais de outros passos pela casa. O amor se despede e deixa seu barulho nos meus silêncios, nessa ordem que obedece somente as minhas mãos, nos copos repousados sem mãos que os busquem, roupas cansadas sem uso, o café feito em demasia. Aqui dentro, na alma, essa ordem escapa, abro todos os espaços para que você entre, bagunce, dance, me agasalhe e depois possa voar, me deixar de um jeito que fique...
Nos dias de luto
"Caminhamos, assim, vagarosamente, como se fossemos donas dos relógios do mundo. Passearemos por ruas onde residem memórias da sua saudade, vasculharemos quartos e prateleiras da sua vida. Não, você não será mais a mesma, mas após tantos mergulhos descobrirá lugares pra sua saudade. Levantará, esticará os lençóis da cama, fará um café, sentará na varanda e, sorrindo, lembrará de um amor que partiu. Despertará arrumando um outro jeito de amar, negar esse amor e essa história seria outra morte"
Os lugares da saudade
"Juntas, arrumaremos as prateleiras da alma, respeitando o lugar das coisas do coração, não escondendo ou dispensando os amores que tivemos. Sem pressa, levantaremos, com um sorriso pequeno, porque é do despertar pequenos grandes sorrisos, iremos até o nosso quintal e acreditaremos nas flores, que nascem dentro e fora de nós."
É bastante simples. Minha razão é simples de se
entender. Encontrei uma razão para viver. De hoje
em diante, viverei por ela.
Hoje me deparei com um sentimento tão familiar. Amargamente saboroso. Pela primeira vez a solidão não me soa vazio e medo, é ao contrário disso, algo que parece que me faltava.
Penso que em algum momento me perdi de mim, me espremi para caber em mundos e contextos que não eram meus. Fui ao fundo de vários poços que não o meu. Encontrei soluções e vi as várias pessoas a quem ajudei partirem felizes e realizadas, certas de que não mais são vazias.
O que restou de mim foi a força de me refazer... ou talvez não seja a força e sim a unica opção que me resta.
Prefiro em muito pensar que tenho em mim uma força que outros não tem. Isso me tranquiliza em pensar, que no final das contas, por mais que eu tenha sido um mero apoio na vida de outrem, eu contudo consigo andar só. Não fui apoiada, tive força, por dois, por três... e venci.
Despedacei o vidro que eu dei. Mas me mantive inteira para mim.
E mesmo ao pensar nesse meu vazio tão bonito... percebo o quão é necessário para mim, estar só.
Eu me salvo de mim. Estou com medo do que estou me tornando. Deixei de ser criança. Percebi isto quando vi que não consigo mais ver leveza e sorrir de coisas simples. Deixei de ser inocente e me tornei algo que eu temia. Alguém que sofre com o ontem, achando que o amanhã mudará por isso. Me tornei alguém que chora no hoje, tentando mudar algo do ontem. Alguém que tenta prever o amanhã fracassado pelo ontem fudido e o hoje sem esperança.
Eu me tornei o que eu mais temia. Me tornei um remendo de mim. um pedaço do que eu poderia ser. E sim, sei que sempre posso ser melhor. e é triste pra mim, que neste momento eu não deseje isso. Eu apenas quero não chorar mais. não quero "me sentir" merecedora de algo. Quero ter forca pra lutar por isso. Não quero achar que estou sofrendo, quero me levantar contra isso. Não quero ceder a tristeza... quero sorrir e tomar uma vodka com ela.
Eu quero voltar a ser criança!
A não temer o amanhã. Quero não precisar de nada mais do que minha imaginação pra ser feliz. Brincar com o vento. Sorrir com a água que corre. Sentir e saber que as coisas mais simples são aquelas que não se podem tocar.
Quero poder sorrir de mim novamente, e então perceber, sozinha e sem esforço, que tudo o que eu tive, tenho e terei, é passageiro. Que tudo o que eu senti, sinto e sentirei também é.
Que as coisas se vão, as pessoas mudam, e o momento passa...
Quando isso não me trouxer mais angustia e dor, eu saberei, que mais uma vez, eu transbordo a inocência de quem não se preocupa em perder... so celebra o que ganha e ama enquanto existir significado.
Hoje tive vergonha de mim.
Tive vergonha de não ser como todo mundo é.
Tive vergonha de não me sentir pertencente a lugar nenhum.
Tive vergonha de não me enquadrar no espaço que não me cabe...
E com vergonha, eu quero dizer felicidade intensa e genuína.
Ser você e se orgulhar disso, é o que faz a diferença.
Há um desejo avassalador em meu coração de arrancar a agonia do escárnio que existe em minha vida. Há um desejo de me tornar aquela a quem sempre desejei ser e sempre tive preguiça de perseguir.
Há um desejo de viver aquilo que eu nunca consegui por medo de tentar.
Há, antes de tudo, um desejo gritando, ecoando em meu coração... há um desejo de ser eu.
E esse, eu nunca tive, o que torna tudo tão mais especial.
Há o desejo de ser alguém que eu nunca fui. De amar como nunca amei.
Há o desejo de me amar como nunca fiz, e essa é a melhor angústia que já tive.
No fim de tudo, o que quero é apenas ter a certeza de que vivi da melhor forma, de que fui feliz e fui triste... e que alcancei o que havia em meu destino alcançar.
No final de tudo, eu só não desejo partir sem ter pelo menos tentado ser feliz e sem ter pelo menos uma vez conseguido...
Somos seres em vão
em busca de propósitos.
Essa viagem interior
que todo o ser faz,
perdendo-se no labirinto
da crise existencial.
É demasiado querer,
essa descoberta sem fim,
porque somos instantes,
metamorfoses constantes
sem chances de sair do vício.
Mas há males cujos bens
são melhores,
e basta a loucura da vida
para que que nenhum mal
seja pior.
Apenas sejamos o que somos,
pois quem vive para ser outro
sem ser aquele que é,
jamais se sentirá vivo.
SEDUÇÃO
Eu queria oferecer-te
Versos lindos!
Como a vida desabrochando
E as flores se abrindo.
Queria encher-te de alegria,
Cantar a nostalgia
Juntamente contigo
Todos os dias.
Eu queria oferecer-te
Cada estrela, cada lua.
E sob tal claridade
Sentir-me completamente tua.
Queria enlouquecer-te
De prazer, de sedução,
E poderia ser a única mulher
A acarinhar teu coração.
Queria estar contigo
Diante de uma onda do mar,
Queria ficar observando
Ela sobre teu corpo quebrar.
Queria encontrar-te um dia
Quando a morte nos separar
Porque a morte só separa os corpos
Mas alma do amor continua lá.
Oh! Divinity sends blessings in the Universe
About my people, as you sent blessings upon me and my soul.
Only You are indeed worthy of Love, of Praise and Glory.
Deixa as lembranças que são sobreviventes, por que de resto, resta a experiência ensinar: esqueça.
Já me basta apagar da memória minhas farras descabidas, as noites mal dormidas e as ações desmedidas.
O dia já foi muito pesado. Tua presença é só o recado dizendo ao meu corpo que está tudo bem.
Deixo estar. Deixo ser.
Se é teu fogo que aquieta meu demônio:
Te espero acordada pra trocarmos um pouquinho de paz.