Poema Quase de Pablo Neruda
Acho que não sou a única,
não sou a primeira a sentir
e por aqui nem serei a última
a buscar algo para distrair.
Sei que a chuva é dádiva,
mas sempre que alguma
tempestade é anunciada,
Não nego que fico ansiosa
e sem conseguir dormir.
No Médio Vale do Itajaí tem
sido algo que assombra
de um jeito que perdi a conta;
Mesmo que não cumpra
o anunciado a imaginação
por hábito constrói o cenário.
Trago a aura infante e amável
da colheita em plena Coxilha
da memorável Goiaba-serrana,
da ainda menina esperança
e da poesia de Santa Catarina
escrita nas linhas da vida.
Para que ninguém detenha
o pensamento, as sensações,
o sentimento e as emoções,
porque ninguém fará esquecer
o quanto me conheço bem.
Os laços que correm nas veias
trazem tudo aquilo que existe
seja na terra, nas águas e no ar,
e em mim constrói sempre lar,
não existe ninguém capaz por
nenhuma razão de me fazer olvidar.
Tudo o quê é Vernal
floresce como tal
com o quê é próprio
e espiritual tal qual
o Mororó que
o meu Avô buscava
para fazer chá,
E quando o tempo
chegava para as flores
celebrante acenava
pela estação que
acabava de chegar,
Assim com ele aprendi
a observar que existem
flores por todo o lugar,
e quando não houver
sempre procurar buscar.
Trago e deixo o primaveral
da minhas existência
no total florescer espiritual
do Pajurá poético
em cada um dos meus
Versos Intimistas
sobre os lindos olhos teus,
Mesmo que me digam
que é clichê não existe
nada mais lindo do que perceber
que és o maior presente de Deus.
A vida tem espinhos
flores e frutos tal
qual a Arumbeva,
Como todo o poeta
colho os frutos dos dias
com os pés na terra.
Entre os abraços de calma,
sua alma de remanso
encontrará descanso
na ternura do meu amor,
onde a paixão e a sedução
vivem uma doce amizade
sem qualquer discrição.
Crescendo com a beleza,
o recato e o mistério
do florescer de Resedá-Brasileiro
tenho construído um império
no teu coração silencioso.
Com sedutora ambição
não há um dia que um território
que não tenho ganho,
sem insistência, sem fazer força
e sem nenhum engano.
Assim com doçura e florescer
a atenção não tem se perdido,
e sobre o quê virá tens percebido,
a minha poesia não tem um dia
que não passe sem a teres lido.
Como um quebra-cabeça tudo
tem se encaixado e por nós sentido,
lado a lado para caminhar
nascemos para o mesmo destino
sob o desígnio do Hemisfério Austral.
Dedicou a sua vida ao Irredentismo,
para libertar a Itália não resgatada,
Muitos não conhecem esta herança
indomável que carregam no destino,
mas quem conhece sabe que faz
sempre toda a diferença no caminho.
Ele que lutou pela sua Pátria até o final,
foi capturado no Monte Corno di Vallarsa,
Nas mãos do Império foi executado,
dele cada um ao seu modo leva
consigo a fibra e o brio apaixonado.
Sabe-se que, quando chegou o momento final,
o herói deu o seu forte brado anti-imperial
[[- "Viva l'Italia!"]]
que ecoa e traz a aurécia atemporal,
fluindo além mar de um jeito sobrenatural.
A Itália segue viva em nossas veias,
no coração e na memória ítalo-brasileira,
com o valente Giuseppe Cesare Battisti
e seu legado de mártir e herói nacional,
Em nome do nosso amor trentino ancestral
cultivamos esta história de maneira sem igual.
O florescer das Canafístulas
se aproxima para enfeitar
com cortesia e beleza o olhar,
que nós podemos cultivar;
acompanhando as estações
onde quer que cada um esteja.
Quem porta delicadeza
pode banquetear a todo
momento e em qualquer mesa.
Porque é algo que nenhum
tesouro pode comprar,
por ser um paraíso interno
que somente cada um
pode aprender a aprimorar
para o primaveral esbanjar.
É só o olhar que faz enxergar
a perspectiva que o outro
traz o essencial para alinhar.
Não importa para onde for
e quem quer que você seja,
saber o tempo de chegar,
sempre faz toda a diferença;
se ocupando da direção
com amabilidade e paciência.
Ninguém te explicou
a diferença entre
o Samba e o Pagode,
O Pagode é a festa,
o grupo ou encontro,
O Samba é para sempre
o gênero musical,
nascido raiz,
no terreiro, no meio do Jongo,
e na batucada em roda,
O Samba fez
e tem a sua escola,
Depois o Pagode
acabou virando moda,
e nasceu como um
outro gênero diferente,
Antes e depois
inventaram muitos
outros jeitos do Samba
tocar a nossa gente.
Dizem que quando uma coisa
pode dar certo feito a gente,
vai dar Samba certamente.
Porque quando se ouve um
Samba não há quem
não fique parado ou contente,
mesmo o mais resistente,
que não consegue dar o braço a torcer,
Só sei que o Samba
já passou por tudo na vida
e ninguém conseguiu até hoje o vencer.
Sempre que a Guyra Nhandú
bate as suas asas o frio
e a renovação se espalham
pela nossa América do Sul,
enquanto flores desabrocham
com discrição por todo o lugar.
É deste jeito que os corações
e a terra juntos se preparam
para a estação mais poética
mesmo que a tal cinegética
insista em vir a nos assombrar.
Assim haverá de ser sempre
em cada um a Primavera
contra tudo o quê nos austera,
até mesmo quando por aqui
não houver nenhuma atmosfera,
para nada quebre a fé no coração.
Relembro sob o Uxizeiro
que não é época de Uxi,
Embalo um doce segredo
que me apaixonei desde
o primeiro dia que te vi,
E que não há um só dia
que não pense numa
maneira chegar até a ti,
Obediente aos apelos
próprios do nosso tempo
aguardo o melhor momento.
As roupas e as ideias no varal
deixo por conta do Sol, da Lua,
das estrelas e das tempestades,
Esta alma fresca é mantida
por conta absoluta da poesia.
Tudo é cultivado no fino afã
de nada deixar dever a alegria
autêntica de dar graças a vida
até quando a danada desafia
no festival da virada dos instantes.
O pleno caminho de ida e volta
o quê prende somente tem a ver
com a liberdade sem receio,
Acostume-se com este jeito
de quem nasceu selvagem mesmo.
A Umbu-cajá bailando
nos braços tão amorosos
da envolvente ventania
até parece que convida
para com ela também dançar;
Vou buscar por frutas doces
como quem busca por beijos,
Pensando mais de mil jeitos
de cativar o seu paladar
para com sedução te alcançar.
Colho o quê tenho que
colher com o maior carinho,
deixo algumas com todo
o amor para os passarinhos,
e a fé no coração eu ponho.
Caem as gotas de chuva
e pelo mesmo caminho
volto com o anseio de ocupar
totalmente o seu fascínio
e como a Umbu-cajá vou
deixar que venha me embalar.
Carinhosamente não vou deixar
facilmente de ser o destino,
porque sei que é recíproco,
a hora certa irá acontecer
quando menos a gente esperar,
como haverá de ser e assim será.
Tirar a cada dia mais
o eu na escrita para dar
vazão a tudo quê se imagina,
Captar o quê cativa,
tornar-se de fato o quê
fascina e entreter com
o balanço dos buritizais da vida,
Dar nas tuas mãos a chave
oculta da mais profunda fantasia.
A Flor-de-Outubro
floresceu nas mãos,
Quando existe a ânsia
é o sinal de alguma
entrega mesmo que.
digam que não existe
para nós uma regra;
Retirei o eu e você
da poesia que nasceu,
para tornar em nós
em nome do que ainda
nem mesmo aconteceu:
Na minha cabeça
a gente já se envolveu.
(Permito-me assim decretar).
Não educaram o suficiente
os olhares para discernir
o quê realmente pertence
à nossa amada Pátria Natal.
A Era da Inteligência Artificial
anda sussurrando que talvez
seja ou não por premeditação,
corremos os risco iminente
de virem nos "tirar até o chão".
Sei como é uma Lanterneira
e não perdi a minha memória,
se sou de fato poeta ou não,
não deixo perder a História.
Se não reconhecermos
a imagem do que é nosso,
não julgue como coisa de loucos:
não vai demorar muito
para esquecer quem somos.
Floresce outubrina
o amável Cajá-Mirim,
Os frutos que posso
colher este mês
são os teus beijos
reservados para mim,
E tudo aquilo que não
haverá entre nós fim.
Outubro de Jarandéua
em floração,
De amor sublime
no coração,
Nada mais desvia
a atenção,
A sedução embalada
está ganhando
estrada e tornando
a cada dia mais real
a nossa aproximação.
O teu coração é como
um Semper Augustus
que abrigando o amor,
a paixão e a poesia,
Sem pedir licença
dele fiz morada,
e não há mais nada
que mantenha a sua
atenção capturada,
você reconhece que
sou eu a sua amada.
