Poema Quase de Pablo Neruda
Quando a constelação
Cruzeiro do Sul
encontra a posição
no nosso Hemisfério,
Coloco a confiança
sob a Chakana
pelos teus olhos
que tanto enalteço,
e venero acordada
porque não te esqueço.
E inesperadamente adormecemos, inertes para a eternidade. Como amantes de Valdaro. Ali me entreguei por inteira e minha paz, minha paz foi esquartejada.
Lupaganini
Seguindo a cadência
do ritmo meloso
da embaladora música
para dançar juntos
na fila da Dança da Arara,
Quando estou contigo esqueço
do relógio e o tempo para,
A todo o instante te desejo
com a chama do amor que
nada neste mundo apaga.
Deixe as folhas secarem
Os anos passarem
Mas que eu não
Pare de olhar para o azul
Deixe as luzes da cidade
Se apagarem
Mas que eu seja
lamparina acesa aqui
Mesmo que eu chore
quando o sol sorrir
Mesmo que finja rir
Quando as nuvens
choram por mim
Mesmo que as estrelas
troquem de lugar
Que tua presença em mim
sempre possa brilhar
Na minha cestinha caipira
tem Doce de Abóbora
com formato de coração,
paixão e poesia
para chamar a sua atenção.
Flor de fogo desabrochada
na abençoada terra baiana,
Minha Candombá roxa
inconfundível e incrível,
Na tua notável floração
tenho a celebração de uma
vida inteira e fazes valer
com a sua beleza cada olhar
amoroso porque és poema.
A Palma Zunkha que
com verdor esplende
é a que constrói, cobre,
enfeita, cura e alimenta.
Bendita Palma Zunkha
que pela Bolívia faz tudo,
E ainda nesta Pátria Grande
me empresta amor profundo.
Um dia que só ao maior
amor poesias todos os dias
carinhosamente dedicarei.
Porque cedo ou tarde não
desistirei da paz e do amor
virem se tornar nesta vida lei.
"Um balão de sonhos, inflados pela fé, Que desafia os ventos, a tempestade e o mar.
A cada passo, um novo desafio a vencer,
Mas a força do talento nos faz voar mais alto"
Meus olhos indígenas
leem confiantes no céu
da Pindorama a Aracu,
a Monquentaua, a Pari,
Consciente que tudo
de ti é empunhadura
da espada de Órion,
E para nós quero um
bom futuro distante
de tudo que impeça
de conviver em paz,
A falta dela sempre
toda a diferença faz.
(Razões para a paz criar
raízes sem aceitar distorções).
Cruzeiro do Sul,
minha Arapari
sobre a Pindorama,
que me une a ti
e que te mantém
apegado a mim,
E assim nos guardo
de amor em mim.
Poesia é Araparu
para trazer inspirações
à tona como o boto
que seduz a Cunhã
E pode ser tudo e nada
e até de natureza vã
e continuará sendo
o quê é sem ré
(Araparu poesia é).
Dancei Arara no Norte,
no Nordeste e no Sudeste,
Troquei de par e já fiz par
com o homem do bastão,
Arara por muitos olvidada
que me faz ainda dizer
para o meu próprio coração
que só falta você ser o meu
par com todo amor e paixão.
Sob a proteção de Ñandejára
que todos os caminhos levem
a nos encontrar no Paraguay
com a minh'alma e coração de Tajy.
Desejo ter o descanso contigo
protegido por um alegre Jarýi
enquanto flores nos cobrem
e os votos de amor ali se cumprem.
Ao chamar o meu nome a sua voz há
de ser como uma Paraguái ysapu
no ritmo dos rios com sacralidade.
O amor floresceu com o teu sob
o céu desta nossa Pátria Grande,
e sigo pressentindo o romance.
Sensação de despedida...
Quando você fecha a porta atrás de si e, em passos lentos, segue naquilo que nunca teve dúvidas dentro da sua existência.
A vida é um grande poema que pode te emocionar, te tirar da real, te jogar nos braços do vento ou simplesmente te levar a contemplação do único momento que você tem: o agora.
Rodeio Silenciosa
Nesta Rodeio silenciosa
onde só ouço os pássaros
e os cães da vizinhança
neste momento latindo,
voo nas asas do silêncio
até onde a esperança
tem feito generoso abrigo.
Minha Rodeio silenciosa
e joia catarinense amorosa,
és tu minha fortaleza
e meu refúgio do mundo
onde a paz não tem feito
para muitos mais sentido.
Nesta Rodeio silenciosa
que me abraça generosa
mesmo com as flores azuis
do tempo se fechando
e se abrindo sobre a cidade,
aqui desfruto da poética liberdade.
Minha Rodeio silenciosa,
onde as pétalas do céu
se desmancham ora fortes
e ora brandas sobre nós;
tu me encanta tal como
o sol e a chuva dançam
sobre o Médio Vale do Itajaí,
é assim que jamais me canso de ti.
O amor
É um cisco no olho
Que faz chorar
Quem é tocado, por alguém especial,
Onde ninguém mais
Pode tocar
No vale da minha memória,
Tudo se resume à mesma rua,
Devasta esta ausência tua,
Tudo me lembra nossa história.
INTANGÍVEL
Guardei-te na gaveta das coisas novas,
arrumadas, qual gaivota que sobrevoa
a praia, antes de fechar a porta da tarde.
Guardei as razões que me deste
para te eleger. O teu gracejar constante
e aquele sorriso de inspirar poetas.
É tarde. A vitrola acusa cansaço
e os versos repetem-se na folha vazia.
Rendo-me à alegria de te sonhar
tão azul e tão presente como antes.
Sempre te soube interdito e breve.
Tão intangível, que magoa.
Eu era primata e segurava primata
Não me lembro o que eu era antes de ser mãe
Alguma coisa entre tijolo e rã
(sólida e escorregadia)
O tempo de antes ficou sujo de uma coisa
que eu não sei
A vida principiou naquele dia
e depois só futuro
E era um futuro tão velho que parecia passado
Quando eu coloquei no colo minha filha
Era como se carregasse minha mãe
Ou a mãe da minha mãe
Ou a primeira mulher do mundo
Que era gente e era macaco
Ali eu era primata e segurava primata
E doía tanto
24 de junho
Os braços me doem de carregar o filho
E as pernas de tanto caminhar
Com o filho nos braços
Para que tanto mundo para vida tão curta?
As costas doem de me curvar
Para febre e o choro
E me doem os cantos das unhas e a cabeça
Me dói ainda mais o coração
Por que dói tanto?
Eu pergunto à minha mãe
Ela não sabe
Diz que são bonitas as noites de junho
O céu de mar profundo e as estrelas de São João
Eu engastalho o choro e aperto meu filho
Respiro o cheiro da boquinha cor-de-rosa
Leite e vida recente
Olha, meu filho
Como são bonitas as noites de junho
O céu de mar profundo e as estrelas de São João
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