Poema por que o Macaco Nao Olha seu Rabo

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Lutei pela vida,
mas não soube lidar
capoeira da estrada
no chão do meu ser...
Ter um bom karatê
não me trouxe medalhas
nem me fez faixa preta
de caráter.

Inserida por demetriosena

O que mais dói no menino agora vacinado, e o faz chorar, não é simplesmente a vacina. É a certeza de que tudo isso estava planejado e de nada valeu seu pranto... Sua birra.
Dói também o cinismo da promessa de que a picada não dói. A promessa, por si só, fere seu brio pela constatação da mentira. Mesmo que a mentira seja verdadeira, como no fundo não é. Não será em tempo algum.
Ao reclamar dos espinhos nos meus rumos difíceis, e do velho espinho na carne por um conflito qualquer, sei que o menino já sabe do que falo. Tem experiência. Certamente o magoa bem mais do que a fisgada, ver que foi atraído para ser traído por todos. Dói demais, doendo ou não, é não ter contado com clemência.
Tanto quanto a criança, entendo bem de ser traído. Porém, o que o menino ainda saberá é que as traições crescem. Ficam muito mais sórdidas e desnecessárias à medida que se vive. É desumano saber, mas é real.
No fim de tudo, a vacina é um aperitivo. É a simulação de um contexto que se agravará em tempos vindouros. Pobre menino... Só está começando a conhecer as pessoas.

Inserida por demetriosena

INSPIRAÇÃO E POETA

Sendo poeta
(um sonhador),
não choro versos
sem conhecer
tristeza e dor...
Também decanto
em riso farto,
se for de parto
bem natural;
só se meu canto
não for postiço...
Para ter carro,
tenha-se casa;
quero ter asas,
mas antes vou
compor meu céu...
Sentir se a poça
é funda ou rasa
dirá, com calma,
se vale a pena
pescar a lua;
lançar minh´alma...

Inserida por demetriosena

A INSPIRAÇÃO E O POETA

Sendo poeta
(um sonhador),
não choro versos
sem conhecer
tristeza e dor...
Também decanto
em riso farto,
se for de parto
bem natural;
só se meu canto
não for postiço...
Para ter carro,
tenha-se casa;
quero ter asas,
mas antes vou
compor meu céu...
Sentir se a poça
é funda ou rasa
dirá, com calma,
se vale a pena
pescar a lua;
lançar minh´alma...

Inserida por demetriosena

MOSCA MORTA

A mosca no chão
não me livrou
das tantas mais,
como pensei...
Cruel conclusão:
Acertei na mosca...
Mas errei.

Inserida por demetriosena

DITO E NÃO FEITO

São palavras demais pra poucos atos;
muito arroto pra pouca digestão;
tantos tratos, tão raros cumprimentos,
combustão de falácias e fachadas...
Há discursos banais, nenhum decurso
que se mostre fiel aos seus efeitos;
medram pleitos, comícios, pregações,
faltam obras; empenhos; atitudes...
Vejo línguas e farpas, ouço brados,
punhos "brabos" se fecham nos coretos
ou nos guetos; estádios; avenidas...
Mas as vidas não seguem seus glossários;
todos querem calvários vantajosos;
guerras feitas de festas e festins...

Inserida por demetriosena

FEIOSO DE BRIO

Queira tudo que trago;
não se faça de lua,
que não sou lago,
só a quero se for
pra ter mais que o perfume;
o fruto e a flor...

Jamais fui abstrasto,
afinal tenho corpo,
não só extrato;
sua voz não me acalma
no discurso profundo
sobre minh´alma...

Nunca mais enalteça
minha musculatura
da cabeça
nem me dê de presente
afirmar que sou belo...
mas "diferente".

Inserida por demetriosena

ALEGRIA DE AMAR

Todo amor empobrece, não resiste,
quando sua função se torna fardo,
tem placar, promissória e dedo em riste;
armadilha; torpedo; bomba; dardo...

Esse laço está sobre papel pardo
e o presente, no fundo nem existe;
restam mágoas contadas por um bardo
ao passado, presença vaga e triste...

Quando a dúvida paira sobre o dom,
se nem tudo, igual antes, é tão bom,
certa via desgarra dessa regra...

Repensar é sensato, eis a lisura,
quase sempre a ferida não tem cura;
todo amor vale a pena enquanto alegra...

Inserida por demetriosena

CARÊNCIA DE PAI

Quando saio de nós não vejo vida;
sou a duna que o vento varre ao léu;
é um tombo do céu, do sonho bom
que me abriga dos velhos temporais...
Há um caos que me aguarda feito bonde
para onde não sei nem faço caso,
toda vez que as desato e me desprendo
rumo ao nada, no rastro da saudade...
Reconheço a carência deste afeto;
muitas vezes deploro a transparência
que lhes cobra respostas viscerais...
A minh´alma desaba, tem vertigens,
falta fundo, esta queda não tem fim;
quando volto pra mim acaba o mundo...

Inserida por demetriosena

PRECE DOS DESESPERADOS

Pão nosso do dia sim dia não. Não nosso de cada dia. Na busca do que é nosso, esse desespero de cada pão. Mãos nossas que apertam nossas cabeças na fome de cada passo. Dor nossa de cada soco da polícia, morte nossa de cada dia entre as grades. Quando não das cadeias, de realidades mais amargas ainda.
Emprego de cada placa de não há vaga. Vaga de cada emprego reservado a outro. Desemprego nosso de cada chance negada por faltar currículo... Currículo insuficiente nosso, por educação escassa. Escola sofrível de cada dia, pois o dia a dia do poder o assusta, mostrando como seria um país bem educado.
Pai nosso de cada prece que já perde a fé. Prece de cada laivo do instinto que busca um deus inútil. Igreja nossa de cada culto que distorce a vida e leva o quase nada que nos resta. Restos nossos de uma dignidade roubada por todos os lados, numa sociedade cercada por quadrilhas legais.
Destino! Por favor, caro destino! Tira-nos da margem desta sociedade marginal por natureza! Orienta-nos a mudar o mundo a partir dos nossos filhos! Cura em nós as mordidas desta vida cadela e nos mostra o caminho do pão, da educação, da cultura e da saúde física, emocional e psíquica! Queremos de volta nossa cidadania!

Inserida por demetriosena

Sempre fujo da ironia
que a tantos outros afeta:
Mulheres amam poesia...
mas não suportam poeta.

Inserida por demetriosena

GROSSERIA NÃO É FRANQUEZA

À franqueza destrambelhada, que julga e condena sem o menor jeito - e por isso fere a tudo e todos -, prefiro aquela falsidade criteriosa, desgrudada e sutil.
É que o franco destrambelhado não tem ética; noção de hora, contexto e lugar. Além do mais, é franco apenas com os outros. Consigo próprio é falso, ao fazer apologia de sua maior virtude, a franqueza - que no fundo é seu maior defeito - e se orgulhar dos constrangimentos que gera em derredor.
Quanto ao falso criterioso, este pelo menos age de modo a não melindrar o próximo. Só o distante, que não tem como ser melindrado, justo por estar distante. Ter critério não lhe permite ser inconveniente, além de forçá-lo a ser bem educado; cuidadoso com gestos e palavras; discreto com tudo e todos sobre o que sente por esta ou aquela pessoa, pois sabe das saias justas que poderia sofrer por causa das línguas-de-trapo que o rodeiam, inclusive as dos francos destrambelhados, invariavelmente a postos e atentos.
Ao contrário do franco em questão, o falso criterioso - profundo conhecedor da própria falsidade - só é falso com os outros. Consigo mesmo é franco, pois reconhece que não saberia ser claro, direto e contundente sem se tornar um franco destrambelhado... Seu antônimo natural.
Em outras palavras, qualquer extremo é inconveniente; muitas vezes perigoso. Se acho que a falsidade sempre será uma praga, também não me deixo iludir por por aqueles que vivem armados de grosseria, intransigência e suas velhas certezas fora de validade, há muito mofadas, em nome da franqueza.
Eis a minha franqueza. Talvez, para muitos, com ares de falsidade, porque não a imponho. É que se trata de uma franqueza que tenta ser criteriosa e sutil.

Inserida por demetriosena

VIDA PLENA

Demétrio Sena

Cheguei ao ponto em que o ponto
já não exclama, interroga
nem salienta.
Estou em câmera lenta
e meu sorriso, meu pranto
vão ficando à meia-luz.

Cheguei ao ponto em que o ponto
faz ponto cruz.

Porque no fundo me sinto
alguém ou algo já pronto
pra dar partida.
Pois tive tudo que a vida
pudesse dar de mais vário,
agora o tempo me gasta.

Cheguei ao ponto em que o ponto
é ponto e basta.

Inserida por demetriosena

⁠AMOR PLATÔNICO
Me ame, me queira, me aceite.
Me ame pela verdade do que sou e não pela ilusão que procura.
Me queira com meus cabelos despenteados, meu mal humor matutino, minhas torradas queimadas e minhas incoerências.
Me aceite da maneira que eu sou, pelo que sou, como estou.
Porque te amo, te quero, te aceito.
Eu te amo de qualquer maneira, à sua maneira.
Te quero como tu és, pelo que és e como queiras.
Te admiro com seus erros e acertos.
Te aceito com seus defeitos e virtudes.
Te amo pelo que és por dentro e por fora.
Não me importo com o seu linguajar e seu falso gingado.
Não me importo com seu gosto musical duvidoso e seu estilo antiquado.
Não me importo com suas manias e tolices. Acho graça.
Te amo, te amo e você não percebe.
Te amo, mas você me vê e não me enxerga.
Te amo tanto, tanto, tanto que dói, e você nem sabe.
Me queira. Mas se não me quiser, ainda assim, não me deixe.
Fique, mas não me diga que não, não mate minha esperança com suas palavras.
Apenas me deixe esperar, deixe me esperançar.
Não lance seu olhar de pena, apenas fique mesmo que seja sem estar.
Mesmo que não possa tocar sua pele, sentir o seu perfume me faz sentir viva.
Ouvir sua voz me acalenta. Sentir sua presença me acalma.
Eu te aceito, te aceito sem estar aqui.
Te aceito sem ser meu.
Te aceito mesmo que não me queira.
Te aceito à sua maneira.

Inserida por PretaMarx

⁠Desafio da Sinceridade Conosco Mesmos

(Não precisa responder, apenas refletir)

Estamos plantando hoje a nossa velhice. Parece que está longe, mas logo chegará. Que tipo de idosos queremos ser? Temos tratado bem aqueles que terão a função de nos apoiar na velhice?
E a nossa carcaça? Estamos sendo gentis com ela? O tempo é impiedoso ao cobrar a conta.
É fundamental pensarmos na nossa saúde física e mental como um investimento. Nossa "carcaça" é o veículo que nos levará pela vida, e a forma como a tratamos hoje determinará a qualidade dos nossos dias na velhice.

Preta Marx

Inserida por PretaMarx

⁠Se não for ferver,
Não se misture comigo.
Água morna não serve,
Nem pra café nem chá.

Inserida por BrioneCapri

QUEIMADURA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Começaste a perder o meu afeto
que não tinha critério, início e fim,
porque vias em mim o previsível,
pela brecha notória do costume...
Não me olhavas além da segurança
dessa minha presença pronta e posta,
sem o preço comum aos que se ofertam
pela justa resposta na procura...
Comecei a sair das tuas malhas,
quando as falhas profundas de retorno
se deixaram subir pra superfície...
É a deusa que agora está sem servo;
é o nervo que perde seu entorno;
foi o morno que fez a queimadura...

Inserida por demetriosena

ESTALO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Não tenho estilo,
mas não me abalo;
tenho estalo.

Inserida por demetriosena

CORAÇÃO DE MÃE

Demétrio Sena, Magé – RJ.

Não confie na mãe prática;
burocrática;
sempre justa, nunca intensa...
Nessas mães indiferentes,
que amenizam com presentes
a não presença...
Nem confie na mãe próloga,
psicóloga,
segura e cheia de teses...
Nessas mães que dão seus filhos
aos cuidados do talvez
ou dos reveses...
Mas confie na mãe cética;
epiléptica
de perdida e preocupada...
Nessas mães que não têm rumo,
pois dos rumos de quem amam
nem sobra estrada...
E confie na mãe rústica,
sem acústica
pros requintes da razão...
toda mãe de alma e alma,
cujo corpo se perdeu
no coração...

Inserida por demetriosena

A CRÔNICA DO MURO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Justo quando saio às pressas e não levo a minha câmera, o que raramente acontece, um grande motivo fotográfico assalta os meus olhos, em uma esquina distante. O que me resta é a transcrição paciente, sob os olhares curiosos de quem passa por mim.
Em um velho muro que o tempo castiga sem piedade, com os efeitos do sol, do vento e a chuva, leio a mensagem anônima que disponho a seguir: "Comunico aos familiares e amigos, que já não há mais motivo para sumiço, distanciamento e silêncio. Aqueles meus problemas foram resolvidos, não contraí novos problemas, minha saúde anda perfeita e vou bem, financeiramente. Logo, não existe mais o risco de choradeira e pedidos de socorro, empréstimo e locomoção motorizada. Apareçam; amo vocês.".
Quis fazer uma crônica sobre o assunto. No entanto, seria chover sobre o molhado. A crônica está na própria mensagem, sem necessidade alguma de aplicações ou adornos. Para quem sabe ler o mundo e a vida, cada momento já é uma crônica.

Inserida por demetriosena

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