Poema o Amor segundo Carlos Drummund de Andrade

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⁠FELICIDADE A DOIS

Se querem a felicidade a dois
não casem pela aparência –
esta é como bijuteria:
com o tempo perde o brilho...

Se querem a felicidade a dois
não casem por interesse –
pois se a dificuldade vem e demora,
a afetuosidade logo vai embora...

Se querem a felicidade a dois,
pra toda vida, e da cor do arco-íris,
se assumam pra um cuidar do outro,
que só assim, serão mais felizes!

Todos os dias deveríamos ler um bom poema, ouvir uma linda canção, contemplar um belo quadro e dizer algumas palavras bonitas.

É estranho, mas as coisas boas e os dias agradáveis são narrados depressa, e não há muito que ouvir sobre eles, enquanto as coisas desconfortáveis, palpitantes e até mesmo horríveis podem dar uma boa história e levar um bom tempo para contar."

Acreditar no próximo é a forma mais eficaz de cultivar a amargura facultada pela decepção.

Sofrimento pra alguns é ser feliz, pra quem nunca teve nada um sonho é tudo que sempre quis...

Não me encaixo no perfil de pessoa perdida e confusa. De alguma forma, sempre me encontro na minha confusão e me entendo na minha desordem.

Às vezes eu falo com a vida, às vezes é ela quem diz: qual a paz que eu não quero conservar pra tentar ser feliz?

O Rappa

Nota: Trecho da canção Minha Alma (A Paz Que Eu Não Quero).

Em algum lugar pra relaxar eu vou pedir pros anjos cantarem por mim
Pra quem tem fé a vida nunca tem fim...

A tristeza valora a felicidade, yin e yang, ela traz o equilíbrio sentimental. É feliz apenas aquele que um dia já foi triste.

Te mostro um trecho, uma passagem de um livro antigo
Pra te provar e mostrar que a vida é linda...

⁠Por um segundo
Sonhei mais alto do que deveria
Ele nunca me amaria
Por um segundo Senti o frio na barriga
Sentia que teu amor eu teria
Por um segundo Senti que tudo que um dia sonhei
Estaria prestes a se tornar realidade
Por um segundo Senti que teu coração estaria junto ao meu e que poderia ser recíproco
Por um segundo, de repente a realidade
Com todas as forças bateu à porta
Sentia-me como uma rosa Secando lentamente
A dor me consumia.
Por um segundo te tive em meus braços e por um segundo te perdi

ERMA
25/03/2020

Inserida por ErikaRMAndrade1310

TALVEZ UM POEMA MEU DOS MAIS CURTOS

⁠Para mim, não há ano novo
Civil, religioso ou profano,
Quando a fome ataca o povo
No pântano em que me movo,
Neste mundo demais insano.
Quem elaborou o plano
Das horas e do calendário
Que rege o mundo, afinal?
Dizem que foi um mortal
Quiçá um gregoriano,
Papa, de certeza com papa
Garantida todo o ano.
Vieram os contadores dos tempos
Em épocas bem mais remotas,
Babilónias, Egípcias e Chinesas
E para maiores certezas
Perguntem lá ao Hiparco,
O grego que não Aristarco,
Nas matemáticas catedrático,
Se há justiça no relógio
Que marca sem sortilégio
Eu ter de me levantar,
Às três e meia da matina
Há trinta anos volvidos,
Matadores dos meus sentidos
Feita já minha doutrina.
Pobre o povo que continua
Sem ver o sol nem a lua,
Em dias e noites sem nevoeiro.
Não há cesto sem cesteiro,
Um dia, irá ser o primeiro
Da revolta
Presa ou solta,
Do teu ano, por inteiro.

Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 30-12-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

O HOMEM DO POEMA

Sempre que escrevia, agoirava:
Não vale nada!
Que poesia mais chanfrada!...

Talvez namoro ou derriço,
Ou grito agudo de lamento
Daqueles que a alma vomita
Numa sensata heresia,
Enquanto lhe resta tempo?...

Mas quando o poema nascia
Na transpiração suarenta
Do corte da placenta
Do filho que foi dado à luz,
Entre coxas de sofridão,
Na mais completa escuridão
Onde só se via a cruz,
O homem chorava então,
Já não agoirava e dizia:
Eis a minha poesia
Tão modesta, tão pequena,
Saída da minha pena...⁠

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 11-10-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠POEMA PARA UM IRMÃO QUE NUNCA TIVE

Nasci só para ser só!
Tão só
Que quando nasci
E a luz vi
Disse a minha mãe:
Vê se me trazes um irmão,
Para podermos jogar ao pião...
E os partos dolorosos
Sulfurosos
De minha mãe, continuaram...
Nove anos, após o primeiro passaram
Depois do pedido feito
A minha mãe,
Agora no Além
Mas sem efeito
A súplica minha,
Talvez mesquinha.
E então, cá fiquei até agora
Sem aurora
Neste inverno da vida
Que nunca foi vida, não,
Sem ti, meu imaginado irmão!
Que triste é morrer
Sem ter
A costela de um irmão
Encostada à minha que vive
À espera desse irmão
Que nunca tive.

(Carlos De Castro, in Poesia de Mim Só, em 26-07-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠O MEU POEMA MAIS CURTO - o primeiro

Plantei uma árvore.
Sem enxada.
Não precisei de mais nada.
A não ser as mãos.
E a árvore.

(Carlos de Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 14-10-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠POEMA LAMENTO

Um mau poema
Sem tema
Alcance ou lema,
É tudo o que te posso dar.

Não sei mais.

Ela não quer nada comigo
E como castigo...

Também não quero ir mais longe
Não quero levar vida de monge
Porque monge
Sem capuz,
Já o sou nesta minha cruz.

Não pretendo nome
Ou cognome,
Estejam descansados
Para vosso bem.

Se o quisesse, alcançaria
Mesmo da noite para o dia!

Um bom poema
Para minha pena
Mas sem vontade de chorar,
É coisa que não te posso dar.

Lamento!

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 22-04-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠POEMA DE FATO

Um dia, vesti o meu poema
De fraque e gravata
E lantejoulas,
Como num dia de ir à missa.

Depois, tive pena
Desta cena
E até me deu um baque
Numa bravata
De ceroulas,
Em noite de derriça.

E os deuses da poesia
Me apareceram a talho
E aconselharam:

Um poema, mesmo de elegia,
Não precisa de fato de companhia,
Basta-lhe a roupa de trabalho.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 03-11-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Antes eram quatro séries do Primário, quatro do Ginasial e três do Segundo Grau.
Quando concluia era um técnico (a).
Agora as "SÉRIES" SÃO MIDIÁTICAS E INTERMINÁVEIS.
As criaturas se formam em mediocridade.

Que terno! - disse ele do poema que leu, e logo complementou: é um verdadeiro presente que se dá a quem se gosta...
E o diálogo seguiu em forma de prosa em meus pensamentos, afinal, sempre gostara de escrever:

- Seu moço, posso saber porque "tai" rindo tanto feito "tabacudo"?
- "É mode quê" eu voltei pra ca!
- "Mai comé" que tu fica feliz em voltar pra essa terra infeliz? Aqui "num" tem nada de bom.
- Eu sentia falta do gosto da água e do cheiro de barro. "Oia" pra isso: o pasto cresceu. Tem até flor, aí eu catei uma e dei pra Tôinha.
- E é por causa disso que tu tá tá sorrindo? Tu é doido! Lá na "capitá" tu tem tudo...
- Menino, meu tudo é Tôinha. "Num" adiantava muito não. "Mai" sorte que percebi isso logo e ela ainda me queria. "Num" pude trazer nada de lá... Mas essa flor, sim, essa flor ela gostou. Disse até que vai colocar num vaso. Foi lá na feira comprar.
- Tu é doido! Tu é doido João.
- Eu sou doido de amor! Só se for...

Tôinha colocou a flor no vaso e no cabelo também. Se arrumou, passou perfume que João gosta e o chamou para comer.

- Eu trouxe esse CD de "capiba" da "fêra" pra tu. Ainda gosta?
- Não precisava minha, flor!

Não restou nada do cuscuz com galinha e pão que Tôinha fez. Foi tudo tão inesperado. Mal sabia ela que depois de dois anos e sete meses iria rever João. Nunca, nenhuma vez, se falaram depois que brigaram.

Amor verdadeiro não morre, se materializa numa rosa do sertão, num pedaço de pão, num perfume lembrado, num CD que foi comprado. O amor está num sorriso estampado de quem volta feliz para casa, na certeza de encontrar sua amada.

Inserida por carlosmotajcm

Domingo
O tédio e a diversão múltipla dos domingo amam entrelaçar-se.

( In: O Avesso das Coisas - 6º Edição, 2007.)

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