Poema na minha Rua Mario Quintana
É sempre bom insistir: não se confunda tradicional com arcaico. Nem tudo o que vem do passado é tradicional; tradição é o que deve ser preservado, protegido, levado adiante (como a atenção aos conteúdos e à competência docente), enquanto que o arcaico é o que precisa ser superado, descartado, deixado de lado (como o autoritarismo e a meritocracia angustiante). Por outro lado, nem tudo o que parece moderno o é; às vezes apresenta-se como simples modismo ou mera novidade passageira.
Cautela com gente que não tem dúvidas! Gente assim não inova, não avança, não cria; só repete e redunda. Claro que não devemos ser alguém que só tem dúvida, pois se assim for qualquer ação e intervenção fica impossibilitada; no entanto, não ter algumas delas em alguns momentos é sinal de tolice e reducionismo mental.
Diferentemente do comunismo, um mito capaz de seduzir muita gente com seu sonho igualitarista, o fundamentalismo religioso islâmico, hoje o principal adversário da civilização, só pode convencer os já convencidos.
Que melhor demonstração de que não há nem houve nem nunca haverá "países felizes"? A felicidade não é coletiva, mas individual e privada — o que faz feliz uma pessoa pode fazer infelizes muitas outras, e vice-versa — e a história recente está infestada de exemplos que demonstram que todas as tentativas de criar sociedades felizes — trazendo o paraíso à Terra — criaram verdadeiros infernos. Os Governos devem estabelecer como objetivo assegurar a liberdade e a justiça, a educação e a saúde, criar igualdade de oportunidades, mobilidade social, reduzir ao mínimo a corrupção, mas não se imiscuir em temas como a felicidade, a vocação, o amor, a salvação e as crenças, que pertencem à esfera privada e nos quais se manifesta a feliz diversidade humana. Esta deve ser respeitada, porque toda tentativa de regulamentá-la sempre foi fonte de infortúnio e frustração.
O socialismo é como um jardineiro que ao perceber que uma planta se eleva acima das outras trata logo de podá-la.
Se o ato de julgar os outros fosse motivo para ir para o inferno, então os cristãos seriam condenados por acusar o Diabo de tentá-los a cometer aquilo que eles desejam sendo que não têm coragem de dizer que foi por livre e espontânea vontade e não por causa de um ser que os conduziu para o mal.
A liberdade do homem não é um mal, mas um bem. O mal está no uso dessa liberdade para fins afastados do bem superior. O que não se pode deixar de considerar é que toda e qualquer posição que negue a possibilidade de uma retribuição extraterrena coloca o homem em situação de máxima perplexidade, que só o pode levar do pessimismo ao desespero.
Enquanto alguns psicólogos permanecem manuseando palavras mortas, os artistas fazem psicologia. Comunicar uma alma a outra é o trabalho dos estetas. Nunca, como agora, numa época em que a escala de valores puramente utilitária predomina na sociedade, mais carecemos de artistas. A arte é um estímulo para a vida.
Esse espírito de entardecer, de crepúsculo, que não permite ver a imensa heterogeneidade que há nas causas intrínsecas e extrínsecas dos fatos, nos fatores que cooperam para que ele seja o que ele é.
O marxismo na Rússia não conseguiu abolir o Estado nem sequer diminuir seu poder. Não evitou a polícia nem o exército, muito menos a burocracia. O aumento da produtividade foi risível. Não comunizou a propriedade, não evitou a desigualdade, pior, a acentuou. Não aniquilou o amor à pátria nem estimulou o internacionalismo. Não proscreveu as insígnias honoríficas, mas criou novas e fez ressurgir outras. Não construiu a liberdade, mas a maior opressão registrada na história.
Os exemplos de homens que não podem em estado normal vencer seus ímpetos não é suficiente, porque há aqueles que podem vencer. O que se revela aí é uma fraqueza da vontade.
A melhor propaganda é a do ato, e a cooperação só pode impor-se pela prática, assim como a liberdade só se torna prática pela prática da própria liberdade.
São os famintos de prestígio e que não sabem sofrer a sua fraqueza, os complexados de poder, complexados de inferioridade, que buscam obter um cargo que os torne grandes, porque não são grandes.
Quem é grande não procura ocupar o cargo grande. Quem realmente é grande cria para si a própria grandeza. É grande porque é grande, e não porque ocupa um cargo grande.
Eu bailo em poemas, multicolorido! Palhaço! Mago! Louco! Juiz! Criancinha! Sou dançarino brasileiro!
No Universo, antes de eu ser, nada existia como eu. E, quando eu deixar de ser, nada o será.
Tanto tempo a luz acesa
Mas sem que ninguém perceba
De repente a luz se apagará
Tanto tempo céu de estrelas
Aproveite para vê-Ias
Num piscar o céu desabará
Só me resta uma certeza
É saber que tal princesa
Não é mais a doce amada
Meu castelo colorido
Fim de um sonho destruido
Minha paz desvirginada
Nada que eu passa fazer
Para esse prazer poder se eternizar
Basta saber que a vida fez
Nossos rumos diferentes
Mas a vida segue em frente
Queira Deus que eu me acostume
Com qualquer outro perfume
Não tão menos semelhante
Ou quem sabe outras carinhos
Queira Deus que outros caminhos
Não me lembrem teu semblante
Écloga (imitado de Alberto de Oliveira)
Tirsis, enquanto Melibeu procura
Esgarrado caprídeo, sonolento
Deita-se à sombra de pinhal e o vento
Escuta, olhando os cirros pela altura.
Chega porém das vargens Nise pura,
Que o tem preso a seus pés, e ele, sedento
De amor, mais o de sonhos lesto armento
Guarda, que esse, de capros, na planura.
Passa-lhe a ninfa ao lado. Ele então muda
O olhar para essa frol de primavera,
E diz, vendo-lhe os lábios e o regaço:
- Ai se eu pudesse, em vez da à frauta ruda,
Minha boca na tua, não tivera
Então escuro o engenho, e o corpo lasso.
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