Poema na minha Rua Mario Quintana
“Eu posso ser o seu, o meu, o nosso, posso ser o bobo apaixonado, o garoto da rua ao lado, aquele seu amigo preocupado. Posso me tornar sua rotina, a essência da sua vida, ou até mesmo o ar que você respira, por receio me escondo e quando menos esperar posso aparecer como um poema ou uma rima, uma frase, verseto ou poesia, um texto, uma música quem sabe? Quero estar presente a você nem que seja da mais simples forma, pode ser como um sorriso, um abraço, um lembrança, uma história ou quem sabe, uma vida.”
Gosto de olhar pra pessoas desconhecidas na rua — quando o transito para, quando ando pela cidade ou quando vou a um bar. Gosto de imaginar qual é o problema que as mantém acordadas a noite, o quê as motiva pra levantar da cama e enfrentar mais ou dia ou se elas acordam com sede durante a noite. Gosto de analisar seus rostos, porém tentar olhar através disso. Porque é engraçado como as pessoas passam por você na rua, te olham no sinal e te cumprimentam nos bares, mas não tem noção do que você carrega por baixo. E é engraçado como você dá o seu melhor sorriso e todos os seus medos, esperanças, sonhos, tudo sobre você, fica escondido por baixo dele.
A mãe sai com o cachorrinho do filho, e o filho exclama : se você soltar ele na rua e ele for atropelado eu vou me matar por ele.
A mãe ignora e sai, o filho vai se arrumar, quando ele chega até a mãe ve o seu cachorrinho atirado no meio da rua todo sangrento, e sai correndo e pega o cachorro no colo e foge de todo mundo correndo com o cachorro, quando ele chega num lugar onde não estava ninguém ele pega uma garrafa e a quebra pegando um caco de vido perfurando o seu coração, o menino cai morto no chão com o cachorrinho ensangrentado em seus braços, os pais do menino ficam preocupados e saem a procura-lo , quando veem enchergam os dois mortos, a mãe começa a chorar se culpando...
Se tiveres que chorar. Chore. Chore mesmo. Alague essa rua. Afogue essa dor. Chore, sem medo, sem vergonha, pois chorando viestes ao mundo. Vai ao fundo. Vai! Não se atenha. Não se contenha. Tenha todos os motivos em mente. Ou simplesmente, transcreva-os em um papel e chore um a um, até a última lágrima. Até a última página. E, se tiver que continuar, continue. Soluce. Expulse tudo que te enche, prende e te machuca. Acredite uma hora essa barra passa. Eu sei que passa. Eu passei. Você também vai passar. Faz um bem danado depois que passa. Acredite!
São os pequenos gestos aqueles q nunca esquecemos. Uma flor apanhada na rua, um abraço ou um sorriso podem mudar o dia.
Um dia me zombaram na rua dizendo que eu escrevo coisas viajantes e que tudo que eu escrevia era ilusão. Respondi você nunca vai entender o que eu escrevo se não pode sentir o que eu sinto.
Passei a achar mais agradável sair na rua e ver vibração, sentir esse sol quente, ver gente, coisas acontecendo. Me energiza. Já não dava pra continuar daquele jeito que estava.
As pessoas começavam a subir e descer a rua com aquele olhar no vazio, sempre com pressa, como se fossem máquinas programadas. Pareciam fazer parte de um sistema totalitário, onde quem dita às regras são os senhores feudais da mídia capitalista do consumismo.
Prefiro uma fiel aqui em casa
comigo, do que ir atrás de várias na rua e na hora na carência não ter nenhuma
Entregar seu coração a alguém é tão perigoso quanto atravessar uma rua movimentada de olhos fechados.
Hoje eu tive um sonho forte, para não dizer profético; olho para um calendário na rua, estávamos no futuro, as pessoas pareciam assustadas, algumas deprimidas, a maioria com um olhar vazio, era uma tarde nublada, um carro imenso da polícia para ao meu lado, todos saem com armas de guerra, as pessoas na rua começam a acelerar o passo, diante a situação vou para dentro de um barzinho e me sento. Sozinho começo a escutar a conversa das pessoas; um cara ao meu lado ficava lamentando a situação política, falando que tinha votado nas pessoas erradas e que agora seria diferente, uma mulher a minha frente falava sobre uma garota que desapareceu na rua de sua casa, mas o que mais me chocou foi ver uma criança dizendo para sua mãe que não era para ela se preocupar, pois só ia morrer quem se metesse com eles (???) depois disso eu acho que acordei, mas será que foi um sonho?
Inventei que precisava comprar filtros e saí pela rua como um embriagado a buscar os filhos num abrigo, mas a barriga tremulava café e a boca necessitava mais um trago. Passei pelo beco, esperando encontrar uma caçamba de entulhos, mas a rua estava limpa, vazia. A casa velha da rua de trás, intacta. Me ofendendo por estar tão viva, também acolhera em seu quintal de mato alto uma ninhada de gatos de olhos verdes acusadores e ferinos, olhos que me encararam. O silêncio deles, eu de chinelos e meia, a rua toda parada e a velha lá em cima, vigiada por um homem de chifres e cara de boi. Tudo funcionava como a suspensão do respirar de um mundo. Estava no ar e crescia em mim, percebi, quando os gatos fecharam os olhos e se ajuntaram para descansar – e uma mariposa passou voando sobre eles e sumiu no mato – percebi: de nós todos, eu era – eu era –, eu era; eu era a mais irrefletida das criaturas.
- "" Sou a tua casa, a tua rua, a tua segurança, o teu destino. Sou a maçã que comes e a roupa que vestes. Sou o degrau por onde sobes, o copo por onde bebes, o teu riso e o teu choro, o teu frio e tua lua ..."
Ainda que eu procure em cada rua, jamais encontrarei aquele olhar, um olhar que não é qualquer, mas é aquele, que um dia olhou no mais profundo do meu interior, aquele, que tocou em minha alma e me trouxe a vida, e esse olhar jamais esquecerei...