Poema na minha Rua Mario Quintana

Amando eu o meu próximo, como posso dormir tranquila, sabendo que muitas pessoas não fizeram refeições? Não tomaram um banho, não têm um lar, dormindo nas ruas em situação precária?

Sua vida vai passando despercebida pelas ruas do Catete. Diferente de nós, ninguém reza por ele, ninguém chora por ele, nem velas serão acesas para ele... Contudo, graças ao passaporte da bem-aventurança, irá logo logo para o céu, igual a todos nós!

Quantas não foram as vezes, que você cruzou com um espirito desencarnado pela rua, ou um demônio sem perceber? Cuidado ele te viu!

Não peguem cães para acorrentar... Melhor a liberdade da rua do que a prisão no lar.

é larga a rua dos anos onde me sinto descalça, onde nem a esperança incendeia a vida...

Um dia você vai encontrá-lo na rua, dar um sorriso amarelo e, como num passe de mágica, vai entender por que nunca deu certo. E você, que sempre se culpou tanto, vai perceber que o problema não era você. Não era ele. Vocês simplesmente não eram compatíveis e o destino se encarregou de mostrar isso a tempo. Ainda bem.

CHAMAR as pessoas para irem a IGREJA é fácil!
Difícil é ser igreja e ir nas PESSOAS!

É larga a rua dos anos, onde a luz pouco existe, o amor nos esquece, onde se sobe e desce e a morte nos apanha e nos acolhe em triunfo.

Temos o dia e a noite, duque adianta se você não ta aqui
o dia sem você é normal, à noite sem você: é a mesma coisa do céu sem estrela, sem lua, sem luz, a rua perde a graça, na cidade não tem nada de bom, quer saco, mas um dia legal, mas não maravilhoso, mas uma noite quer vou dorme pensado em você, acordo e penso longo em nós, beijos abraça, palavra que desconheço, nem sei o que é, mas, amor tão profundo. Hoje é a dor me chamar nem minha cama me a calma, o mar perder para minha saudade, será quer isso quer é amor ou não, se não for, amostra.

Somos a história: poetas, meninos, meninas, contadores de HISTÓRIAS, fazedores da HISTÓRIA. Podem escrever: a poesia está solta, na rua, ninguém mais consegue prendê-la em pedestais, em estantes polidas, está na boca do povo!

Tem muita gente boa nas ruas e muita gente ruim nos escritórios. Temos é que pensar melhor em quem damos valor.

Quem quer fazer revolução pelo simples desejo de ir pra rua (e não me venham falar em minoria), é igual aquela pedra que afiava guilhotinas e se sentia orgulhosa em participar. Mas ela, tadinha, não deixava de ser responsável por cabeças rolarem.

Não quero desfazer na rua o que o povo brasileiro fez nas urnas, porque isso é golpe.

Aprendi a ler porque via meus pais imersos em livros. E, ainda quando mal entendia o porquê das coisas, tinha comigo que havia nos livros uma magia muito além daquelas das brincadeiras de rua. E, tão logo me iniciei neles, percebi porque, no silêncio de uma leitura solitária, as pessoas sonhavam acordadas.

As ruas podem ate não terem nem um sentido mas fazem todo sentido, logo, nelas não existem o ódio, a violência e nem tão pouco a tristeza como dizem no noticiário, o que de fato ocorre é que algumas pessoas que nelas caminham que são violentas, carregam ódio e são tristes entretanto, existem também aquelas que iluminam as ruas com a paz, o amor e a alegria.

Vim da rua é nem sabia me perdi na lua, nas amizades
a playboyzadas, falsas, vacilei, fiz neguim vacilar, cobrei, já fui cobrado..

A vida é igual atravessar uma rua, antes de seguir é melhor olhar para os lados.

Por que me deixou sozinho na margem do esgoto, dentro de um barraco, sem rango, bem loco?

A arte é os bastidores, os olhos sem camarim, sem métrica, sem figurino, sem pintura, olhos que podem ser seus e que podem ser meus. E então compreendo tudo, sobre esse sonho que me diz que a rua é uma ilusão para todos e que apenas eu a enxergo como real.

Perdi-me em minhas próprias ilusões mentais, misturo você em milhões de sonhos que tenho enquanto caminho até sua rua.