Poema do Jardim de William Shakespeare

Cerca de 117442 frases e pensamentos: Poema do Jardim de William Shakespeare

Alvorada

Raiar. Madrugada. O fulgor
E mais cintilante talvez
E uma brilhante palidez
O cerrado no seu alvor

Não a beleza apenas
Do horizonte multicolor
Mas a das cenas plenas
Que no delírio é revelador

A voz do dia grita
E da magia responde
Numa formosura infinita
Que no flexuoso esconde

Mas quase sem ruído
A alvorada no outono
Deixa na noite o sono
E do sublime é possuído!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15 de maio, 2020, 05’05” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

Ser-se Poeta

Ser-se poeta é ser-se sentimental
( - ou mais do que piegas talvez...)
É pôr-se no romantismo especial
E ter a sofrência nunca em escassez

É devanear sem arrecadar nada
Consciente da redoma lhe posta
Nos versos da poesia traçada
Estar sempre em busca de resposta

É saber rir e chorar sem por nome
Ter no olhar um querer por alguém
Um amor que sempre lhe consome
E uma trateia que o leva para além...

É enredar com perfume a dor
E acha-la formosa e humana
Porque lhe faz eterno amador
Com sensações de rara porcelana

Ser-se poeta é ser-se sonhador!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/05/2020, Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

abajur

mesmo estando escuro
havia aquele abajur
mesmo sem poesia
havia o lusco fusco da lua
iluminando o teu olhar que luzia
na inspiração, com rima nua
poetando o que não dizia
a paixão... e onde era sua
a minha vontade, o meu amor
hoje, solitário pela rua
os meus versos sem sabor
vai... chora... calado
por onde for
e o abajur apagado...
aí que dor!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16/05/2020, Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

VISITA (soneto)

Nos paralelepípedos das calçadas
Leio os versos do viver de outrora
Meu, rimas sinuosas e poeiradas
Numa memória tão fugaz e sonora

Vou sozinho, outras as madrugadas
A trama diferente, e outra a hora
Outros destinos, e outras estradas
Desassossegado, o que sinto agora...

Choco na linha da vida, nas esquinas
Fico calado. Desfaço o laço de fita
Do fado. Tem cheiro de naftalinas

Corri ao encontro da velha escrita
Sorri, falamos, ofegantes narinas
Segui andando, na revinda visita...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19/05/2020, Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

O BEM (soneto)

Sim, no vaivém
de querer ser alguém
Sei de sobra
que a vida cobra...

Sei, que ir além
requer ser, também!
Ser, o que o jeito dobra
e ter mão a obra...

Sei, enfim, que
todo tem porque
e tem porém...

Contudo, a vida
se tem amor de partida
o propósito terá o bem.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20/05/2020, Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

Orquídeas

[...] multicor
ao vento bailarinas
na natureza ao dispor
delicadas meninas
seda da vida
nos jardins inquilinas
na medida
tutus de rendas
contidas... garridas...
prendas
tão belas, floridas
as orquídeas,
tom maior... preciosa flor!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20/05/2020, Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

Tenta-me de novo

E por que há de querer o meu amor
novamente?
Teu gesto me arrancou de teu leito, dor
na vil necessidade, simplesmente.
Mas vens com o olhar lascivo, o meu, amador
duelando. O que o seu não mais sente.
Capricho maior!
Não tente, em me tentar de novo
digo: - estou ausente. Por favor!
Fui em frente.
É o fim, não renovo...
Tenta-me de novo... não mais tente!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
26 de fevereiro de 2020 - Cerrado goiano
paráfrase Hilda Hilst

Inserida por LucianoSpagnol

motivo

eu alegro porque ainda existo
em uma trova incompleta
se na felicidade insisto
porque sou poeta!

sensato ou tolo nas poesias
deixo-me nas asas do vento
gozo e tormento, nos dias:
assim, sou instrumento...

se nas estrofes tenho cansaço
noutras total inspiração
que são mais que um pedaço:
de emoção, rimo com o coração

hoje o dia universal
de agradecimento, comemoração
que seja de amor total
Feliz Aniversário, então!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27 de fevereiro de 2020 - Cerrado goiano
paráfrase Cecilia Meireles

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DE ANIVERSÁRIO

O tempo passa, fugaz os anos
Numa poesia de trova da vida
Chegada, prossiga ela, partida
Em seus versos bons ou tiranos

Passa-se a rima, envelhecida
Nos agrados e nos desenganos
Dos novos e dos velhos planos
Os sonhos e, da ilusão nascida

Nas venturas, pouco se figura
A quimera... se cabelo branco
No amor, mais vale a candura

Se antes ficção, agora franco
O dizer: - louco é essa loucura
O viver. E duro o seu tamanco!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27 de fevereiro de 2020 - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

RAZÕES DO AMOR

O amor ama aquele a quem se ama
Nas razões de o amante saber sê-lo
Ama porque se ama. O peito chama
Que arde, o verdadeiro calor e zelo

O amor é dado, é graça, de graça, apelo
Do coração... é odor que d’alma derrama
Um intricado e emaranhado longo novelo
Que tem a doçura na sua adocicada trama

Eu amo porque amo, assim, poder tê-lo
Perto de mim, e nunca demais pra mim
Então, nos sonhos sonha-lo sempre belo

O amador foge a regulamentos vários
Nos dicionários sai da explicação, enfim,
Sem amor, os amantes são solitários. (sem fim...)

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28/02/2020, 11´54” - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Destino

Nas linhas da minha poesia
leio o teu olhar
com rimas cruzadas, luzidia
sinuosas a poetar.
Interferindo no meu destino.
E assim, eu pus a cantar
tal o badalar de um sino
o coração a anunciar.
E neste som divino
a vida nos seus caminhos
o meu e o seu num continuo
Desejar... íamos sozinhos
até nossas mãos entrelaçar.
E, neste poema marcado
de versos ao nosso dispor
desde então, o fado
juntos, passamos a compor!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28/02/2020, 23´21” - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Amar você é versar em minutos…

Amar-te é escrever poesia de amor
Os versos são como o teu beijo
De rimas saborosas de alegria
Valeria, tão bom este desejo
Nestas trovas derramadas
Aos teus pés, assim me vejo!
Palavras enramadas
Num poético bafejo
Um poeta da emoção
Cântico de doces frutos
Infinita inspiração...
Amar você é versar em minutos...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29 de fevereiro de 2020 - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

FRANCAMENTE

Não te amo por apenas querer amar
Como se fosses um olhar do desejo
Amo-te como se ama com o ensejo
De amar-te, assim, em qualquer lugar

Amo-te e neste amor eu te almejo
Dentro do meu peito a lhe poetar
O sentimento que vive a sussurrar
Na alma, e no doce ardente beijo

Me vejo, te vejo neste amor denso
Sem saber quando, como nem onde
Pois, o quero em mim por extenso

Francamente, aqui venho a lhe falar
Deste amor que não mais se esconde
E, que na prosa não quer mais se calar

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29/ 02/ 2020, 13’04” - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DE MARÇO

Março, das findas águas de verão
Do até mais ao carnaval de fevereiro
Em ti o refresco do calor de janeiro
O mês da poesia em comemoração

Das férias a labuta é o mês fronteiro
Do Jobim atar em chuvas a estação
É pau, é pedra, caminhos e canção
Do calendário gregoriano o terceiro

Mês dos piscianos na constelação
Rebento do outono caírem no terreiro
Tapetando de secas folhas o chão

Do dia oitavo a mulher é palavreio
Exaltada pelos poetas na inspiração
De devoção a José, do mês padroeiro...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Março de 2017 - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DO DESEJO

Quero-te no desejo sem fim
Um beijo que poete o amor
Aos sons dum anjo querubim
Assim.... no coração amador!

Que o olhar feche ao rumor
Da desdita, e vire-se pra mim
E beije-me com todo ardor
No meu amor que está afim

Viva só para a minha vida
Num esterno doce querer
Sem você ela é repartida

Quero-te no meu peito, ser
Prazer, e aos teus pés caída
A minha paixão, o meu viver!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
01/03/2020 – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

ALTERAÇÃO (soneto)

Como se a sorte, tirar-me, assim quer
Como a névoa no cerrado embaça o ipê
Você, assim na sina tornou-se por quê?
E o destino passou outra trova escrever

Como se as promessas não mais a mercê
Não mais se lê na vã inspiração a sofrer
Você, agora figura numa dor para valer
E os sonhos se fazem de simples clichê

Um céu tão cinza matizou-se lá fora
Sem arco íris e um ar tão tenebroso
Na alma, é sofrência que sinto agora

Como se pudesse não ser malditoso
Nesta poesia, em que o verso chora
O que um dia no cantar foi mavioso...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03 de março de 2020 – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Luciano, quem você é?

Sou um gajo que de ilusão me trajo.
Do século passado
como um sonhador, ajo

Trago comigo o chão do cerrado
entre currais e fogão de lenha
longe do presente e do passado
perto do devaneio, sem resenha
numa quimera que aqui eu caibo...

Cá chorei, ri, tive vario saibo
do fado!

E neste mundo diverso
adentro do sertão
nasci em fevereiro, do universo
sou das águas, da criação
e na razão, um tanto disperso...

Tive asas na inspiração
Confesso!
E no possível, muita emoção.

Aos anseios pouca meta
padeço a uma geração
quase nada me completa
quase tudo a minha admiração
sou planalto numa reta
porém, altos e baixos na imensidão
coração ferido pela seta...

Pelo menos penso
na minha opinião
se não, ah! sou intenso
eterno na paixão
e nos versos, denso.
Um poeta? amador... sei não!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 de março de 2020 – Cerrado goiano
paráfrase Cora Coralina

Inserida por LucianoSpagnol

AVINDO (soneto)

Pálido, o luzir do raiar, cerrado sombrio
Chave lá fora, cá dentro o peito chora
Embalsamado no tempo que implora
Por afago, neste dia de um céu bravio

Sobre o leito do meu olhar a aurora
Em lágrimas escoadas do verso vazio
Melancólicas, com suspirar e arrepio
Que consola com a lua, branca senhora

E nos olhos rasos d’água, palpitando
A saudade, que dá aflição se abrindo
Em lembranças, que ali vai resvalando

Não te rias de mim, ó agrado findo
Por ti, no rancor eu velei chorando
Mas, no amor, paz e renovo avindo...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/03/2020, 04’37” - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

BELO CERRADO (soneto)

É belo dentre os arbustos ver ardendo
O sol a pino, luzindo no galho charro
No verão do sertão, molhado e bizarro
Sentir a chuva no chão rescendendo

Aos pés das veredas, musgos e barro
Ver o canto da seriema estremecendo
O raiar, encarnado, a olhos nu. Sendo!
E até, a seguidão, perdoem o esparro

Porém, o que há mais sedutor ainda
É a diversidade em espécie da vida:
Em gramínea, fruto, e florada linda

O chão do cerrado, de vista retorcida
Nos acolhe a alma e nos dá boas vinda
Com a sua moda de viola, tão querida!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/03/2020, 08’48” - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Adeus, cerrado goiano!

Adeus, cerrado, já é hora de ir
Levo na estória de ti saudade
É tanto causo de felicidade
Tristura, mas é hora de partir

Volto pra minha natal cidade
Sina doida que devo cumprir
De lá vim e para lá vou seguir
Minh’alma está pela metade

Pedaço de mim aqui deixo
Outro comigo vou carregar
Da solidão não mais queixo

Pois tenho enredo pra contar
Na caminhada no teu seixo
Andei, e aprendi a te amar!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/03/2020 - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

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