Poema do Bebado

Cerca de 31357 frases e pensamentos: Poema do Bebado

perdulário

gastei todas as rimas ao sonhar...
gastei todos as ilusões ao amar...
me sobrou o poetar.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

pena

o bom é que seja leve,
se não poder ser, releve...
e em nossa vida seja breve.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

de pé

na madrugada é quando
os pensamentos afloram
num sentimento infando
e agruras que choram
ilusões, em solitário bando

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

prova

com o passar do tempo
a vida nos prova
que tudo renova
aos maus reprova
e o que vale é uma nova trova...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

balé

o vento no cerrado gosta de bailar...
vai bailando entre os galhos tortos,
e desafinado é o seu trotar.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

bula

a vida não tem ponteiro
marcando o andamento
nem letreiro,
guiando o sentimento

divirta-se!
tudo é momento!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DA AUSÊNCIA

O cerrado já não mais é meu confidente
o pôr do sol não mais ouve o meu plangor
os cascalhos do segredo fazem amargor
e a saudade já não mais está condizente

Não mais estou melancólico no rancor
nem tão pouco sou aquele imprudente
e ao vento nada mais contei contente
deixo o tempo no tempo ao seu dispor

Até da recordação eu tenho medo, dor
o entardecer tornou-se inconcludente
e o olhar se perdeu nas ondas de calor

O poetar fez da madrugada noite ingente
carente nas buscas do tão sonhado amor

e hoje o meu eu no cerrado está ausente

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
06/06/2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DO VERBO POETAR

Da oração inspiração o verbo poetar
conjuga-se com amor, dor, ínclito
uma flexão enunciada do espírito
um evocar eclodindo de um versar

Vem primeiro o dito pelo não dito
pra no manuscrito ter ato de criar
o invisível em tangível no lapidar
e o sendo se ordenando em rito

Nesta norma gramatical vem amar
numa proposição avessa, um delito
também enumerado, sofrer, chorar

E assim, na conjugação do inédito
une-se sentimento e muito idear...
O verbo poetar vai além do infinito

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Junho de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO SOLITÁRIO

Ó tu, que pelo fado, onde te encontrar?
pode se achegar, estou aqui sozinho
por aqui vais deparar com meu carinho
e no não ter amado, serás tu o meu amar?

O cerrado da solidão me fez um ninho
seus tortos galhos, cenário pra eu chorar
tuas folhas secas papel para eu poetar:
o silêncio, as agruras, a dor e o desalinho

Segredados a lua em tristes noites de luar
largando o meu árido peito num pelourinho
ali só, nu, macambúzio até o último sangrar

E se você chegar, já tenho a taça de vinho
pra brindarmos, e a ti vou então declamar
meus versos que pra te fiz no meu caminho

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
11/06/2016, 06'22"
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

rebento

depois da gestação do estio
a nuvem desembrenhou
no cerrado, e num envio
de seu rebento
num magnifico sobrevoo

chove... neste momento!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
18/10/2019
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DE UM AMOR EXCÊNTRICO

Estranho amor este que hoje eu sinto
a saudade incorporou a coisa amada
acorda comigo depois de ser sonhada
e de mãos dadas paira pelo ressinto

E quando lembro, a alma fica apertada
o coração acelera triste num instinto
que não sossega nada o que pressinto
e as tais lembranças põe-se na risada

Carrasco este amor meu, já extinto
me lança aos desejos sem morada
me fere com o passado tão faminto

E numa paixão delirante de um nada
me faz poetar pra este amor destinto
num acorde de excêntrica doce toada

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
14 de junho, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO SINGULAR

Não te amo desalinhado como se é o cerrado
tal folhas emurchecidas libertas na sequidão
te amo como o árido clama água, na exaustão
sequiosamente, entre o limite e o estar saciado

O meu amor por ti, está além de ser paixão
dentro de si, é a força do entardecer rubrado
do sertão, se pondo no horizonte enamorado
dando aroma a memória, e fogo na imaginação

Te amo como o vento pelo torto galhado
livre assovia nas forquilhas uma canção
te amo por te amar, pois é de meu agrado

Se não fosse assim, não teria outra forma não
pois, pra te faço este sulcado soneto versado
tão para ti, se tocá-lo, sentirás a vazão da emoção

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Junho de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

requinte

as rosas, com certeza...
são poemas lindos da natureza
sua poética, elegância e beleza
poetam o olhar com odor da pureza

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO NA PRIMEIRA PESSOA

O nosso eu, está em constante luta
Que eu em mim, agora vai portento?
Se sou quem sou, não sou momento
Pra ser quem sou, no eu tive conduta

Em nada fiz pro eu estar desatento
De fora ou de dentro, da vida recruta
Se não vago, eu, sempre na labuta
Pois, o tempo é eterno ensinamento

Quem é este em mim que o ser imputa
Pois, o diverso é mais que juntamento
É sentimento, num tal zelo sem disputa

Não hei sabê-lo se houver "divisamento"
Afinal, se há partilha há também permuta
E meu eu: é fé e amor num só complemento

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
10 de agosto, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO À ARAGUARI

Os pés da infância de te é distância
O olhar ainda em ti é de lembrança
Que veem e choram na sua fiança
Dentro do peito com significância

És cidade mãe, de minas a aliança
Em ti sou vinda, a mim és rutilância
De alusão, quimeras e substância
Desenhando e roteirizado herança

Vida que morre, é tal, a vida que vive
Caminhando comigo, assim, mantive
A minha história, que eu nunca perdi

Menor dos meus desejos, de te tive
Boas memórias, em ti sempre estive
És flor na lapela: altaneira Araguari!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2016
Cerrado goiano
128 anos de Araguari (MG)

Inserida por LucianoSpagnol

ESTIAGEM NUM SONETO

Eu grito por chuva, intensa e forte
pra encharcar o cerrado ressequido
tão sofrido, que clama num alarido
por gota d'Água, num altivo porte

Eu vozeio pelo vento desmedido
soprando humidade num suporte
pra este chão carente e sem sorte
chovendo vida, e o vivo permitido

Também a natureza uiva de morte
aos céus, que acabe o sofrer infindo
tombando a chuva sem ter recorte

O sol regente do sertão, intervindo
se faz ufano, intenso, num aporte...
E a chuva, ah! Essa, não vai caindo!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO COM VAIDADE

Me imagino num versejar perfeito
o que traz em seus versos vaidade
que tudo encanta, natural do peito
numa pura inspiração de divindade

Onde possa ser poeta de verdade
em que o ledor se sinta satisfeito
gafado na rima, todo, não metade
e assim, um bardo maior ser eleito

E no quanto mais, sede de proveito
vou devaneando, tento a equidade
pra ter no espanto sonhado aspeito

Aquele do saber, onde traz saudade...
E quanto mais desejo, mais estreito
mais vejo, que pouco sou majestade!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DE JOELHOS

Bendita, Maria, mãe do Cristo Jesus
Bendito o Teu ceio que o fez nascer
Mãe de todos, da fé que nos conduz
Rainha dos céus e da terra, és haver

Bendito aquele que crê na Vossa luz
No Teu amor... trilha com o seu viver
Confia e reza à Teu Filho no enaltecer
Bendita Senhora, doce mãe, alvorecer

Bendito sejam todos que a Te clamarem
E diante de Teu Filho crentes ajoelharem
No ato de convicção, uma grande paixão

Se, um dia, for fraco e na fé pouco refém
Oh Redentora, de Tuas mãos que caem
Graças, abrase meu coração... (com Deus!)

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

TORMENTO NO SONETO

O fado, comigo, não teve deleite
Tem um gosto agridoce meu dia
Devoluto, e sem lisonja fugidia
Na ventura me sinto um enjeite

Lembranças, só são de nostalgia
Um poetar desnudo, sem enfeite
Inspiração desmaiada como leite
E a lágrima de tão pouca alegria

As doces palavras sem onde deite
O ânimo com nuance sem ousadia
O coração desprezado, quem aceite

E mesmo, num tal tormento, quereria
Um olhar de afogo, sorriso que afeite
Onde minha sorte, pudesse ter alforria

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO NO CREPÚSCULO

Morre o dia. Aqui no cerrado goiano
Dizemos-nos adeus silenciosamente
À meia luz do entardecer confidente
O sol no horizonte desfalece profano

Em um purpureado lôbrego poente
O céu é degustado pelo breu ufano
Num longo abraço de um cotidiano
Do sol e a terra num valsar ardente

Da vidraça, o crepúsculo soberano
Invade o quarto numa luz pendente
Vindo do luar voluptuoso e fontano

E, como uma orquestração silente
A noite se prostra num olhar arcano
Embalando o dia misteriosamente...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2016, novembro
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

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