Poema do Bebado
Poema do imaginário
Vamos pulsar a vida
Expulsar e por de partida
Qualquer forma de desamor
Some no abraço o laço acolhedor
É preciso amar
É preciso atar
No olhar, a cumplicidade
Chegar mais na felicidade
Como quem chega
Para alguma parte
E sempre rega
O sonho em arte
A vida em entrega
“O silêncio é o exato momento do nada no lamento.”
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
FIAR POÉTICO
E então, ó poema?
A inspiração indaga:
qual trilha, que dilema
se a intenção vaga...
Reage a página vazia
siga a tua saga
de vida
tristura e alegria
desprezo e amor
Pois, só assim
verso e reverso
o poema há de compor
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
Aliceando, Alice Ruiz
POEMA AUTOBIOGRÁFICO
Onde eu nasci
A cidade é sorriso
Do triângulo mineiro, Araguari
O cerrado é dos pés, piso
A juventude, amanheci ali
E a saudade inciso
Na chuva, brincando cresci
Ouvi os pássaros no quintal
E as estórias de saci
Fui criança, afinal...
Hoje longe, eu aqui
E lá sempre estarei
Em nada mudei!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Abril de 2017
Cerrado goiano
POEMA SEM NOME
Pra que colocar nome no poema
Destes sem sentimento, em vão
Que só maltratam o dito coração
De saudades e cheios de dilema
Poema com rima sem a emoção
Não precisa de nome nem tema
Apenas e só van palavra estrema
Sem gosto, gesto, e ou expressão
Sua métrica é sempre um problema
Versos livres e nenhuma conclusão
Vocábulo chulo no seu vil teorema
Então, por que nome nesta ilusão?
Poema bom, traz amor no fonema
E lhana paixão saída da inspiração...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
Poema consternado
Neste poema triste
A esperança chora
A inspiração insiste
As rimas em metáfora
Ora fé, ora incerteza
O prazer quer ir embora
Deixando só fraqueza
Nas velhas rimas afora
Onde se quer lindeza
Onde se quer aurora
E eu, nesta correnteza
Consternado, sou fiel
Então, aqui escrevi tristeza
E delas faço barco de papel!
Luciano Spagnol
Poema para um bom dia
Amanheça radiante como o sol
Cante como os pássaros no alvorecer
Saia de seu caracol
Abra a janela do viver
Sorria, irradie felicidade
A vida é para valer
Agradeça esta oportunidade
Só quem quer terá o saber
Terá serenidade.... Harmonia...
Bom dia!
Luciano Spagnol
...Tal como o suspiro carece da atmosfera
A lágrima necessitar da emoção
Em cada poema há quimera
Em cada quimera oblação...
Poema sonoro
(DÓ – RÉ – MI – FÁ – SOL – LÁ – SI)
Um sentimento de DÓ
Quando o amor da RÉ
Na alma MI faz vibrar
São notas que FÁ
O poema ficar SOL
Na vida em sinfonia...
Se a paixão se perde LÁ.
SIlencia...
Poema ateu
Escondido no breu
Da madrugada
No fundo do meu eu
O corpo cala
Dormente acende o seu
Espírito, na lembrança que fala
Que um dia sofreu
Sofre, e ainda a nostalgia embala
Na noite, de um poema ateu
Que disfarça, clandestino
A saudade que um dia valeu
E hoje apenas brado peregrino
Quando estiveres lendo este poema
Na rima o meu doce amor pressinta
Composto de apaixonado teorema
Não fale nada. Leia. Somente sinta
ABACAXI
Espinhada coroa
Casca grossa, fonte tupi
De versos tão atoa
Um poema, um abacaxi!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
O POEMA
A obra de um poema é tal a imaginação
Evolam do agridoce de um pensamento
Em disperso vapor, e cintilante explosão
De palavras e quimeras, em um evento
Vidas que saem da vida, em universos
Pó de uma idéia, ao torvelim do vento
Içadas do porão da alma, ali imersos
Grifadas no tempo num só momento
Inventa, tenta, o certo e o imperfeito
Reinventa: fala e cala, o sim e o não
Emaranhadas dentro de um cântico
Mas o verso certeiro este sai feito
Do peito... em salmos do coração
Imortal: em testemunho semântico!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, 20 de outubro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Uma rosa é uma rosa,
de uma beleza caprichosa...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
do poema "Uma Rosa"
SEM DITA
Num poema todo criado de incerteza
De noturna inspiração e de tristura
É que eu vi a insônia em desventura
E ( mais que desventura) de rudeza
Ditar em vulgar estro da aspereza
Um ardor na trova sem suavidade
Sem luz, sem brisa da venustidade
Que até nem sei se há tal fel frieza
Uma malícia, mística, uma mistura
Desta feita de medo, de amargura
E da lágrima duma dor derradeira
Ó lampejo, visão aflita e nervosa
Crias a poesia agasta e chorosa
Sem deixar provar a sorte inteira!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
27/08/2019, 05'35"
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
degustação
eu preciso
de um amor igual poema
que surpreenda
sem teorema
ou emenda
eu preciso de poesia
na paixão
sem o substantivo arrelia
das quizilas do coração
todos na mesma rima
no mesmo pensamento
palavras e enzima
redigindo momento
que narre segredos
desalinho,
inconfessáveis
e aprecie vinho
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Maio de 2016
Cerrado goiano
Poema para o amigo
É para você, este poema
Intitulado: - "pro amigo"
Nele a afeição é o tema
Nosso carinho, eu bendigo...
Receba este real presente
O trago do apreço comigo
É do coração vertente
Do afeto venho festejar contigo...
Pois, só ele deixa saudade
Amor. Só ele nos traz abrigo
E a lembrança de nossa amizade.
Feliz por ser seu amigo!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
dia do amigo
versos do cerrado
chão agastado
ressecado poema
canto empoeirado
ventos em trema
no estro grudado
do cascalho sangrado
inspiração extrema
dum pôr do sol encovado
num horizonte com fonema
e galhos tortos poetado
no sertão árido com dilema
num cântico sulcado
dum poético ecossistema
choram os versos do cerrado
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
UM POEMA DE AMOR (soneto)
Onde escrever um poema de amor
Se branco está o papel sem pauta
E é preciso senti-lo sem sugar dor
Falando das partes sem sentir falta
Quero escrever um poema de amor
Rima-lo tal a poesia da luz da ribalta
Com acordes tão suaves de uma flor
E o perfume da cor duma doce flauta
Quero torná-lo cada vez mais viçoso
No silêncio de estar eterno amoroso
Sereno, para a longa noite do mundo
Onde escrever este poema carinhoso
Sentindo circular num verso desejoso
Expressando este tal amor profundo
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2017
Cerrado goiano
Poema num sábado de aleluia
No apagar da quaresma
Qual cinza restou
Ou será a mesma
Se fica ou se vou
Os sinos tocam, sábado de Aleluia
Anuncia a reflexão da traição
Retire suas culpas da cuia
Da omissão. Seja oração...
Perdão
Vamos nos aconchegar
Na misericórdia
E ter braços para ofertar
De que vale negar, ter discórdia
Se somos filhos, iguais, no altar
Da criação Divina. Livres na história
Livres para sonhar
Na fé vitória
Sábios para perdoar
Ao nosso "Judas", executória
A solidariedade atar
A paz e bem, gloria!
É vigília pascal
Trajetória
No amor, o amor incondicional
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26/03/2016, 06'10" – Cerrado goiano
Sábado de Aleluia