Poema do Bebado

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⁠TODA DOR DO SONETO

Toda dor do soneto, por mais que doa
Na própria ilusão encontra o refrigério
As lágrimas doídas de um despautério
Veda-as no desabafo duma poesia boa
O que conforta, a sensação que povoa
Que faz sonhar, um refundir, o critério
Que nos repara, nos valida, o cautério
Da gana n’alma. O amor tudo perdoa!

Quando a poesia compõe o outro lado
E, depois de descarregar a amargura
Do verso que sentiu... tudo é passado!
Noutra parte há de, acalanto, a ventura
Conjurando aquele instante apaixonado
E o poema segue num adeus à tristura!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
06 de maio, 2023, 12’59” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO ENFERMO

Geme o soneto, enfermo, na tristura
Amargo, sofrente, no acaso padece
Trova assim dura, por que o merece
Ferindo a poética com tanta loucura?
Ó sensação peia, ó teia sem ternura
Se o versar ouvisse a súplice prece
Da emoção, e o leve rimar pudesse
O verso seria o que o alívio procura

Como chora a estrofe no desengano
Escorre pela mão somente o flagelo
Deixando o versejar maldoso, tirano
Sim, é a sorte, num ousado atropelo
E o emocional com sentimental plano
Pondo o cântico em vicioso pesadelo

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20 maio de 2023, 16’06” – Araguari, MG

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BAGAGEM, DOS BAGAGEIROS - (Estrela do Sul, MG)

É tão divino as ladeiras calçadas
E o fascínio da praça de tal graça
Casarios amontoados, namoradas
Estórias, e a vida que vem e passa
Bagagem dos bagageiros, raça
Cantatas, de belas madrugadas
És do sobrenatural, que abraça
Das suas paixões, tão amadas

Tem atração e salaz formosura
E a luminosa poética que canta
A visão do céu, cândida e pura
Do Triangulo Mineiro, se levanta
Amor, progresso, ordem... Jura!
Estrela do Sul, cidade que encanta!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21 maio de 2023, 19’16” – Araguari, MG

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⁠MAL DE DOR

Toda poesia de agonia, por mais que doa
Na prosa de espera encontra recompensa
Toda aquela situação que causa sentença
Muda-a poeticamente em composição boa
A rima que fere, a inspiração que agrilhoa
Emoções não são que o tempo não vença
Apreço transforma em luz a penúria densa
Em um verso com sentimento nada magoa

Ai do poeta que sente, sem ter proposta
Escrevendo o mal de dor e de amargura
Negando o sim, e poetizando que gosta
Noutra parte, em vão, busca a ternura
Em um coração partido, sem resposta
Pois, somente com amor a dor se cura!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23 maio de 2023, 14’16” – Araguari, MG

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⁠DEPOIS

Quando a saudade, aperta o sentimento
De um sofrente sentido, ainda que sente
Latente. Uma lamentação vai com a gente
Vai ficando aquele frenético pensamento
Isolado e sombrio, silencioso e sedento
Vai-se marchando tão compulsivamente
Eis que chega aquele pranto, de repente
Sufocando sedes, matando encantamento

Então, no percurso se enxerga claramente
Como a emoção é falaz, e o tempo fugaz
Assim, vemos, que acontece exatamente
Como já estava previsto, o desígnio faz
- e a decepção vai conosco ali presente
E, ilusões e os amores vão ficando atrás...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24 maio de 2023, 13’48” – Araguari, MG

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⁠NÃO HÁ

Não há em um soneto quem poética visse
Quando se quer, o amor, no verso cantar
Ele encanta, faz ao leitor, assim, encantar
Por ter aquele agrado, sem ser uma tolice
Ama tudo isso, e nunca é uma vã chatice
Deixa escorrer pelas mãos o doce poetar
Os sussurros do coração e então cativar
O viver, fugaz, por conseguinte a velhice

Tem olhar na inspiração, belo e fecundo
Tem abraço, tem gesto, se alimenta disto
E o sentimento, aí, alto, melhor do mundo
Supera a trova desigual, cada imprevisto
Suspira, poetisa as sensações ao mundo
E a emoção muito mais que apenas isto...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28 maio de 2023, 15’05” – Araguari, MG

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⁠TONS

Minha poesia tem poéticas intensas
Suspiros, sussurros, claras cascatas
De emoções, e versos em serenatas
Canta o amor, com melodias densas
Assim, efetuadas com doces sonatas
Ritmando ardores e ilusões imensas
Trova, inspirando emotivas nascenças
Dando ao tempo, infinito, e não datas

São tais como os sentimentos imortais
Cheios de paixões, sofrimentos e mais
...mais que os desencontros tristonhos
Tem olhares, tem gestos, aquele sentido
Brandindo o verso e ao versar colorindo
Com os tons dos meus próprios sonhos!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30 maio de 2023, 18’10” – Araguari, MG

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⁠A TOCATA

O invernar de junho no cerrado de Minas
Anuvia, e em sonata zoa o frio da aurora
Folia o vento no orvalhado das campinas
A vida farreando em uma frigidez sonora
Trova a garoa nas folhas, em cavatinas
E o solstício em indício pela noite afora
Em uma dança de cadências angelinas
E no piado triste, a coruja ao luar chora
Na sonância ao longe, o rubor encanta
No horizonte, lusco fusco, o sol levanta

Em sinfonia, majestosa e com harmonia
Plenilúnio de junho, de seresta e sintonia
Compassada tocata, fascinante e atraente
Vem o dia, canoro, num balé plenamente

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31 maio de 2023, 05’15” – Araguari, MG

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⁠FIEL

Frenético, o verso cheio de agonia
Sobre a mágoa na escrita reclinada
Emoção e carência no peito velada
Poetadas em uma poética sombria
É sofrência versada, sensação fria
Duma saudade na prosa colocada
Sussurra o poema, na dor cevada
Impregnados na alma e na poesia

Era mais bela, outrora, só amando
Versos alegres e a poesia sorrindo
Formas plenas, agora, até quando?
Não te rias de mim, ó poema cruel
Afeto ao coração que vais pisando
Pois, insistindo, ao amor, serei fiel!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 junho, 2023, 20’00” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ERA AMOR SOLUTO

Na atitude amorosa de quem ama
E como num amor tão enamorado
Pôs no sentir um ardor que chama
No coração aquele afeto apertado
E sob um alvo manto, o melodrama
No olhar, no sentir o encanto ao lado
Cheios de vida e de doce panorama
A afeição em oração e terno pecado

Diz o verso – que no amor a versar
Que aqui nesta poética ressonante
Houve na poesia o amor e o amar
E, este amor dum amor absoluto
Eternizando o amor dum amante
Amou, mas, este amor, era soluto!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03 junho, 2023, 14’23” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ESTADO DE GRAÇA

A alegria, poesia, que hoje poetamos
Só pode ser com sensações descrita
Cheias de versos com poética bonita
E sentimental prosa, assim, estamos
Tão impregnados de afeto, possamos
E o coração, tomado de paixão, palpita
Que tudo fantasia, e sonha, e acredita
Assim, inundado de fascínio, sigamos

Todos estes versos de doce encanto
Que vemos na rima e em tudo vemos
Desabrocha do amor que nos é tanto
Que neste sentimento amável unamos
Mais... que cá nos versos escrevemos
Cada vez mais, ter inteireza, possamos!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06 junho, 2023, 20’03” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠INSPIRAÇÕES VAZIAS

Inspirações... Noutras épocas senti-as.
Não tinha a ilusão obscura, como agora
Hoje, a prosa declama versos que chora
E implora. Em duras poéticas de agonias
Ah! quantas as noites pelas noites vazias
Frias, com a imaginação que vai embora
Vai pelo vento afora, agora, triste aurora
Lúrida, sem hora e poesia, dias pós dias

Vinham do sentimento, imenso, rotundo
De um encarar, daquele amor suspiroso
Em uma ideia atraente, cheia de paixão
No verso, hoje, um versejar tenebroso
Desbotado, com um sonho moribundo
Sob a forma de sussurro pela solidão!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10 junho, 2023, 19’31” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠TEU VERSO

Esse meu verso, que escrevo e oferto
Outrora vivido, agora muito saudoso
Que roubei-o da memória, ardentoso
Poético crime e, na inspiração liberto
Busco, contudo, um sentimento certo
Possa nisto servi-me de maravilhoso
Instante, não aquele receio malicioso
Se, recordar, for dum agrado coberto

Porém, dizer-te, eu te amo! Quisera
Fosse apenas na sua forma sincera
O que foi, naquele momento imerso
Em cada trova a deferência rimando
Possa, pando de paz, assim, doando
O meu verso pra que seja teu verso!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
11 junho, 2023, 14’32” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠CRISTAL QUEBRADO (soneto)

Neste versejar estreito e amarrotado
uma saudade, dura, estirada na rede
de verso tedioso, o dia, assim, despede
suspirando com sonho desencantado
e em um canto da imaginação, a sede
de ilusões, desejos, no pesar bordado
delicado tal um copo de cristal lavrado
em que, às vezes, a sofrência excede

é trova com choro, o que muito sente
cada rima, uma rima com uma solidão
bêbedo de dor, que dói n’alma da gente
poética que faz o coração abandonado
deixando o soneto cheio de sensação
nota, e cicatriz de um cristal quebrado.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 junho, 2025, 19’36” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

VIRADA

Começa a haver meia noite, memoração
Como se tudo no tilintar das taças finda
Calam-se os corações, os fogos falam
Abraços hão de haver, de haver ainda

E o universo inteiro sozinho...

O meu fadário calado e na berlinda
Do silêncio na inspiração d'um ninho
Ruídos da rua, passos de ida e vinda
E os festejos sussurrando baixinho

E sozinho o universo inteiro...

Felicitações me são dadas do vizinho
Pelo ar ecoam acumulação de cheiro
Então deixo ilusões na taça de vinho
E velo solenemente o meu cativeiro

E inteiro sozinho o universo...

No rés do chão ter esperanças é roteiro
Já o pensamento na saudade disperso
Esperando, escutando, leve e sorrateiro
Qualquer coisa, antes de dormir, averso

Sozinho, solitário não, romeiro...

Vou dormir! Amanhã, dia outro e diverso.

Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Poeta do cerrado

Inserida por LucianoSpagnol

ADEUS ANO VELHO

Deste que passaram-se horas
Do velho ano
Do ano que já é outrora
Agora recordação, tempo profano
A cada segundo, minuto, hora
Dia após dia, quotidiano
O tempo vai, vai embora
Sorrateiro e ufano
Muito antes, antes de mim
Veloz e insano
Sem parar, até o fim...
No diverso plano
Vida que segue, "Quixotesco" no seu rocim
Adeus velho ano!

Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Poeta do cerrado

Inserida por LucianoSpagnol

PRA ALÉM DO CERRADO

Para além do barranco do cerrado
Talvez só a estrada, ou um castelo
Talvez nada além dum olhar singelo
Porém, pouco importa, vou levado

Enquanto vou, aos devaneios velo
E os gestos postos no chão arado
Lavro cada sentimento denodado
Não sei e nem pergunto, só prelo

De que adianta querer qual lado
Se o fado é tão diverso no paralelo
E as curvas reveis no discordado

E para aquilo que não vejo, o belo
Sorriso, a mão do amor, ofertado
Assim, refreio passada com flagelo

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DE UM AMOR PROIBIDO

Da paixão surgiu o meu eu encantado
Do silêncio, suspiros sem sons ledos
Engasgados como são nossos medos
Onde o inviável está ali aprisionado

Aqui confesso, então, estes segredos
D'alma que vai com o perigo ao lado
Desgovernado sem o tempo marcado
Pávido e, com os sentimentos vedos

Triste o afeto que quer ser enamorado
E se queima em aventurosos folguedos
De ilusão, que não deveria ser desejado

O que é rochedo é o amor proclamado
Tudo passa, é passageiro, só enredos
E este, proibido, é um amor agoniado...

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

TEMPO EM SONETO

Se tempo é a minha fortuna, quero ir além
Ter quem, no essencial tempo para amar
Tempo nas palavras pra falar com o olhar
Tempo no tempo pra ter tempo, também...

Porém, que este tempo traga um lugar
Que se possa no tempo confiar a alguém
Tempo ao tempo que esperança contém
Criando tempo no meu vário caminhar

Se tempo é tudo que tenho, me convém
Aprecia-lo com tempo, assim, respeitar
Cada tempo que o tempo no fado detém

Então, no tempo eu ter afeto sem desdém
E cada detalhe do tempo, o bem embalar
Sem objeções e ofensas ao tempo... Amém!

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

DO PLANALTO

Ó horizonte além do olhar atento
Onde agacha o sol na tua entranha
Escondendo o dia a teu contento
Rajando de rubro o céu que assanha

Chão de encostas e poeirado arbusto
Tal qual a composição de um verso tosco
És dos pedregulhos e riachos vetusto
De robusto negalho (cristal) luzido e fosco

Daqui se vê o céu com mais estrelas
Que poetam poemas que a ilusão cria
Debruçadas com a emoção nas janelas
De contos e "causos" que pela noite fia

Eu sou cerrado e sua rude serenidade
Eu sou da terra, e a terra é para mim
Dum canto que não tem início, metade,
e nem fim.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

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