Poema do Bebado
Ajustes ... Não mais!
Não, por favor...
Não invente mentiras.
Não abra as cicatrizes das feridas.
Não use sua astúcia para definir um ajuste.
Não quero mais ajustes , já me decidi.
No momento do nosso rompimento foi cessar a luta.
Durante todo esse tempo ,hoje não sofro mais.
Não procure respostas onde não há perguntas.
Deixei uma pauta a ser cumprida e ela foi arquivada.
Hoje caduca toda a certeza!
De que um dia te amei ;
De um dia ter me doado;
De um dia ter te entendido;
De um dia ter me feito sofrer.
Hoje não quero mais reuniões ou conferências ...
De projetos inacabados!
O mesmo diz meu coração ...
Novos projetos ...
A engenharia do amor não cabe aditivos!
Procuro palavras, rabisco frases inacabadas.
Vasculho sentimentos meus nesta confusão que encontro dentro do meu coração.
Tento falar para o mundo mas sons vindos da alma não conseguem romper a barreira do espanto.
Esse e o instante que me devolvo a você.
Que me envolvo em sua luz e que passo a ser o brilho que vem de você.
Esse é o momento da voz que emudece, do corpo que para, das mãos que se quedam.
E chegada a hora da celebração da alma.
E é assim que meus olhos percebem na quase escuridão desse dia que amanhece, uma pequenina estrela, por pouco não mais que um pontinho brilhante, balançando solto no espaco.
E vai clareando meu corpo.
De azul e rosa colore meus sonhos.
E de dourado tinge meu caminho como um sol na preguiça do amanhecer.
E as frases perdidas se encontram na porta do coração, sentimentos confusos se ajeitam dentro da alma.
As mãos, inda ha pouco paradas, tremulam suavemente. O corpo, como um sopro, se curva a esse instante tão belo, tão raro.
E a voz, por tanto tempo calada, timidamente ensaia uma canção de ninar.
É um ardor.
Sinto-o em todo o corpo
Como algo que queima
Tão devagar que não faz chama.
É uma dor constante
Uma dor oculta
Envergonhada
Com medo de se manifestar.
Não tento pô-la em palavras
Para ouvidos mudos.
Guardo-a para mim
Até a solidão voltar
Até nada restar para além do silêncio
Aí, expresso-a pelos meus olhos abaixo.
Escorre com sabor a mar
Tão inocente...
O ardor deixa de o ser.
Torna-se incêndio.
Espalha-se pelo corpo,
Que passa a ser nada mais que combustível.
Talvez um dia lhe ponha um fim.
Talvez um dia acabe.
Talvez um dia apague.
Talvez.
Quando foi que eu deixei de ser criança
Lembro de quando pequena
Subia na árvore e os galhos eram como trapézio.
Não tinha medo, nem mesmo tontura
Só a diversão de estar ali pendurada.
Depois com o tempo
As árvores viraram meu refúgio
Lá eu ficava, ninguém me via
E assim acredito acabei crescendo
E com o tempo deixei de subir nelas
Hoje sinto falta delas. De sua altura
Mas com a idade é falta de jeito
Já não sei mais subir em uma árvore
O tempo passa , as coisas mudam
Não diga que não se esquece, esquece sim
Com o tempo perdemos o jeito.
Perdemos nossa desenvoltura
E acabamos por ficar adultos
E esquecendo de como é ser criança.
Feliz aquele que mesmo com o tempo
Jamais perdeu sua infância.
O fundo do mar
Despertar interesse
Qual seria esse?
Quando se está perdendo o ar
Tudo instiga
Mas no mar! Como seria?
Cores vivas, água é vida
E lá no fundo, bem no fundo
Existe vida?
Um dia te falei
Aonde me encontrar
Indiquei o caminho
E todas as jogadas
As páginas de um livro
O filme que me tocava
Mas foi a música que disse
Tudo ... mas você não ouviu nada.
Um dia você vai dizer que me ama
Mas quando este dia chegar
Eu vou estar dizendo adeus a este mundo.
Será meu último adeus
Minha última alegria
Minha despedida
Todos os dias deveríamos ler um bom poema, ouvir uma linda canção, contemplar um belo quadro e dizer algumas palavras bonitas.
Sou presa.
Esse seu olhar de predadora;
Faz assim:
Avança em mim?
Não pensa...
dispensa todo seu pudor,
me avança,
seja lá como for,
mas que venha por inteira,
fique ao meu dispor...
te espero,
quero...
e nem precisa ter amor.
Quero só que se lambuze,
que me use,
com ardor.
Ame-me
Guie-me entre teus intrigantes relevos
Faça-me sentir teus pontos de impacto
Escravize-me; faça meu corpo teu desejo
Espete-me, cheire e chame de cravo
Leve-me aos maus caminhos
Deite-me e seja má
Castigue-me! Mas com carinhos
Ame-me e só farei te amar.
A INSENSATEZ DO VENTO
Um dia perguntei ao vento:
- Porque sopras tão forte, parece que queres devastar o mundo?
Há dias que a tua brisa é tão suave, pareces esmorecido.
E o vento respondeu:
- Assim como vossa vida eu também tenho meus dias de insensatez e loucura.
PARADOXOS HUMANOS
Afirma-se pacifista; no entanto, temperamental, é um problema no lar.
Diz-se mestre, expositor da cultura; mas, irritadiço, detesta conviver com outras pessoas.
Informa que vive para a fé religiosa; entretanto, não se aparta dos “vícios sociais”.
Apregoa a necessidade de uma vida parcimoniosa; contudo, intoxica-se nos excessos.
Propõe normas de elevação moral; permite-se, porém, deslizes de comportamento.
Deseja vencer; apesar disso, recusa-se a lutar pelo objetivo que abraça.
São paradoxos humanos ou homens paradoxais. Propõem, mas não vivem. Ensinam, porém não creem. Guiam, apesar de estarem perdidos. Solucionam problemas alheios, emaranhados nas dificuldades que engendram.
Enfim, apontam rumos que não seguem.
Não os tome por medida nem modelo.
A conquista da inteligência é valiosa, mas a aplicação em si das regras morais é urgente.
A vitória da vida começa agora, se você pretende vencer a si mesmo.
'" A madrugada é assim, companheira do poeta e do bebado, dos amores perdidos e dos que acordam cedo...""
Você olha aquele cara na balada: feio, caindo todo bêbado, te perguntando seu nome de 2 em 2 minutos. Os caras de filmes não, geralmente eles te conhecem debaixo da chuva, vocês se olham.. Aquele magnetismo no olhar.. Daí vocês se beijam, se amam, casam, tem filhos, cachorrinho chamado Toby e depois vivem felizes para sempre! Filmes, vamos parar de nos iludir?
Meus modos, por vezes abomináveis, podem ser meigos. Virei um bêbado enquanto envelhecia. Por quê? Porque gosto do êxtase da mente. Sou um Desgraçado. Mas amo o amor.
Não ande com os que se encharcam de vinho, nem com os que se empanturram de carne.
Pois os bêbados e os glutões se empobrecerão, e a sonolência os vestirá de trapos.
Depois que você aprender o sabor real de degustar uma cerveja, você vai continuar ficando bêbado, só que com mais classe!