Poema de um Homem Apaixonado
O que é o homem na natureza? Um nada em relação ao infinito, um tudo em relação ao nada, um ponto a meio entre nada e tudo.
O homem que pretende ser sempre coerente no seu pensamento e nas suas decisões morais ou é uma múmia ambulante ou, se não conseguiu sufocar toda a sua vitalidade, um mono maníaco fanático.
O homem é um animal que adora tanto as novidades que se o rádio fosse inventado depois da televisão haveria uma correria a esse maravilhoso aparelho completamente sem imagem.
Sim, eu sou um homem e choro. Um homem não tem olhos? Não tem também mãos, sentidos, inclinações, paixões? Por que é que um homem não devia chorar?
Um homem de gênio é produzido por um conjunto complexo de circunstâncias, começando pelas hereditárias, passando pelas do ambiente e acabando em episódios mínimos de sorte.
O homem é o único animal que pode permanecer, em termos amigáveis, ao lado das vítimas que pretende engolir, antes de engoli-las.
Nenhum homem é uma ilha, completo em si próprio; cada ser humano é uma parte do continente, uma parte de um todo.
Da maciez de uma esponja molhada até à dureza de uma pedra-pomes, existem infinitas nuances. Eis o homem.
Pense em mim e volta...
Quanto tempo de vida tenho sem você
Porque ainda não consigo pensar?
Se você se foi e não voltam mais
E que não me deu chance de falar
O quanto te quero ao meu lado
Mas você partiu e me deixou pra trás.
Não deu tempo de dizer que
Você ainda vive em mim
Que o fogo do amor não se apagou
E que ainda quero você aqui
Fazer valer cada segundo que por mim passou
E os que ainda passarão por ti.
A vida agora não faz sentido
Cada vez mais não sei quem sou
Um dia ainda estarei contigo
Lembrar da vez que você me amor
E que somente assim eu consigo
Ter a paz que de mim você roubou
Volta a trás, ver se trás.
Não brinca com meu coração
Me ame mais, brigar jamais.
Não quero mais solidão
Diz e faz, te quero mais.
Tira-me dessa ilusão.
O homem, bicho da Terra tão pequeno
chateia-se na Terra
lugar de muita miséria e pouca diversão,
faz um foguete, uma cápsula, um módulo
toca para a Lua
desce cauteloso na Lua
pisa na Lua
planta bandeirola na Lua
experimenta a Lua
coloniza a Lua
civiliza a Lua
humaniza a Lua.
Lua humanizada: tão igual à Terra.
O homem chateia-se na Lua.
Vamos para Marte — ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em Marte
pisa em Marte
experimenta
coloniza
civiliza
humaniza Marte com engenho e arte.
Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro — diz o engenho
sofisticado e dócil.
Vamos a Vênus.
O homem põe o pé em Vênus,
vê o visto — é isto?
idem
idem
idem.
O homem funde a cuca se não for a Júpiter
proclamar justiça junto com injustiça
repetir a fossa
repetir o inquieto
repetitório.
Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira Terra-a-terra.
O homem chega ao Sol ou dá uma volta
só para tever?
Não-vê que ele inventa
roupa insiderável de viver no Sol.
Põe o pé e:
mas que chato é o Sol, falso touro
espanhol domado.
Restam outros sistemas fora
do solar a col-
onizar.
Ao acabarem todos
só resta ao homem
(estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de con-viver.
O Homem Escrito
Ainda está vivo ou
virou peça de arquivo
sua vida é papel
a fingir de jornal?
Dele faz-se bom uso
seu texto é confuso?
Numa velha gaveta
o esquecem, a caneta?
Após tantos escapes
arredonda-se em lápis?
Essa indelével tinta
é para que não minta
mas do que o necessário
é uma sigla no armário?
Recobre-se de letras
ou são apenas tretas?
Entrará em catálogo
a custa de monólogo?
Terá número, barra
e borra de carimbo?
Afinal, ele é gente
ou registro pungente?
Ser é ser além do humano. Ser homem não dá certo, ser homem tem sido um constrangimento. O desconhecido nos aguarda, mas sinto que esse desconhecido é uma totalização e será a verdadeira humanização pela qual ansiamos. Estou falando da morte? não, da vida. Não é um estado de felicidade, é um estado de contato.
Ah, não penses que tudo isso me nauseia, acho inclusive tão chato que me torna impaciente. É que se parece com o paraíso, onde nem sequer posso imaginar o que eu faria, pois só posso me imaginar pensando e sentindo, dois atributos de se ser, e não consigo me imaginar apenas sendo, e prescindindo do resto. Apenas ser – isso me daria uma falta enorme do que fazer.
Todo homem safado um dia se torna um homem de verdade
para a mulher que ganhar seu coração.
Mas um homem covarde é sempre um homem covarde.
Que obra prima é o homem!
Como é nobre em sua razão!
Que capacidade infinita!
Como é preciso e bem-feito em forma e movimento!
Um anjo na ação!
Um deus no entendimento, paradigma dos animais, maravilha do mundo.
Sempre que um homem se acovarda,
ele perde sua paz interior,
diminui-se diante de si mesmo,
e agiganta o opressor.
O mais forte, o mais inteligente,
o mais bem sucedido dos homens
não é digno de ser chamado de Homem
se for desprovido de CORAGEM!!
Receio estar vivendo num tempo
em que para amar uma alma feminina terei de namorar um homem
e que para demonstrar masculinidade
terei de agir como mulher...
Tolo é o homem que desvia o olhar do que tem em mãos
para ir atrás daquilo que foge de si.
A felicidade consiste em valorizar o que é seu.