Poema de Pablo Neruda Crepusculario

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⁠Entendimento inconcluso
A última das certezas repousará no esquecimento
Serei eu tolo de bradar coragem no desconhecido
Sinto a memória como força vital e sigo em margens seguras
Pois o futuro tem pressa em ser anunciado
Mas só aceito vê-lo,
se trouxer consigo o novo !

Inserida por Dangabriel1993

⁠" CONTATO "

Parece que esse olhar me quer! Sei não!
Talvez só seja o meu imaginário
tentando a sorte pura nesse aquário
e pode até não ser essa a intenção!...

Mas vou apimentar esse temário
deixando no suspense que há paixão
e ver no que é que dá essa impressão
botando contas mais nesse rosário.

E pode ser que cole! De verdade…
Vai que essa reza aos santos, pois, agrade
e que o querer mostrado seja fato…

O olhar diz que me quer! Deve ser isto…
Se assim não for, disfarço ou improviso,
mas fica aberta a porta pra um contato!

⁠" INJUSTAMENTE "

É vasto esse universo… A imensidão…
Nem sei se vim parar aqui, do nada,
pois sinto-me perdido nessa estrada
sem rumo, sem destino ou direção!

Pergunto-me se tenho, na parada,
alguma culpa e, até, condenação
por me incluir na imensa multidão
dos que, cá, nada sabem da jornada.

Sou réu ou vítima deste sistema
sem solução nenhuma pro problema
que foi me posto ao colo abruptamente?

É vasta a imensidão, esse universo
tão rico, tão confuso, controverso…
Aqui fui posto ao caos injustamente!

⁠" QUER? "

Que prenda linda: moça, dentes brancos,
sorriso aberto, intencional, sincero…
Fico a pensar e (dentro, em mim) espero
que os pensamentos dela sejam francos…

Pois, afinal, sem farsa ou lero-lero,
sorriu pra mim cercando-me nos flancos…
Aceito o risco, aos trancos e barrancos
acreditando que o amor é vero?

Sou homem das paixões, um poeta nato,
por vezes sonhador nesse aparato
de ver, onde não tem, vasto querer…

É moça linda, prenda das mais belas…
Aceito ou me reservo nas cautelas?
Difícil crer que quer, ela, me ter!!!

⁠" MISSÃO IMPOSSÍVEL "

Amar é uma missão quase impossível,
mas fomos nós capacitados, sim,
a nos doarmos nisso posto, enfim,
de forma que o amor é factível!

Também o tenho aqui, intenso em mim,
ardente, caloroso, até sensível,
mas sempre se achegando imprevisível
quando a paixão lhe acolhe forte assim.

Como é possível alguém, como eu, amar
é mais difícil, em tudo, de explicar…
Tu podes crer! Sem provas nem razão…

Quase impossível! Uma missão nos dada
que eu abracei sem entender-lhe nada
mas que, o bem, tem me feito ao coração!

⁠Plantio

tenho duas frutas nas mãos
a mais madura arremesso contra o muro
o estrondo a mancha o despojo
no chão aonde bichos virão lamber
tenho duas frutas nas mãos
trago-as das ruínas de ontem
como uma ave que vem de longe
arrasta no bucho ou no bico
sementes e ervas daninhas
arremesso uma contra o muro
a outra ainda está verdolenga
nenhuma ideia de comê-la com sal
tenho duas frutas nas mãos
as duas estão marcadas de morcegos
minha mãe me ensina a distinguir
a rasura a maldição o batismo

Inserida por carantonha_producoes

⁠preces ao mau tempo
de tudo que dá na terra
honrar respeitar bem-dizer

de tudo que dá na terra
nosso futuro ao breu consagrado

ave o seu ventre mãe de deus e nossa
decepamos a destra o cetro

não menos o nascimento e a luz
ofusclarão de placenta oca

de tudo que dá na terra
nos ensina a confundir obediência e amor

de tudo que dá na terra
repete que é dor o que educa

e faz lentamente a pele crescer
sobre os espartilhos da doutrina

de tudo que dá na terra
nos acinzentaram a imaginação
para as cores do desobedecer

desobediência de rato desobediência de leão
desobediência de água-viva desobediência de mosca

ainda são bípedes
os que vivem de joelhos?

Inserida por festival_raco

Parada de trem

⁠Eu espero um trem
Não sei que hora ele passa
Desse trem, eu sou refém
Sinto que estou esperando uma farsa
Porém, eu quero prosseguir
Quero, no meu destino chegar, conseguir
Mesmo que todos me digam que não
Até mesmo o maquinista diz que não há salvação
Todavia, ainda o espero, sentada, ansiosamente
Ali fico, horas, dias, meses...
Ainda que me sinta desencorajada, ignoro minha mente
Penso, reflito muito, penso em mil hipóteses
Ainda sim, teimo em não ver a razão
Afinal, que coisa mais desnecessária
Preciso apenas seguir meu coração
É apenas uma incerteza temporária
Após muitos meses, vejo o trem no horizonte
O vejo a alta velocidade, pelo monte
Me emociono tanto, que escorrego e caio no trilho
Eu perco completamente meu brilho
O trem, corre em minha direção
A maquinista nem tenta frear
Embriagada, ela fala: "Acho que não"
Ela diz, antes de me atropelar

Inserida por monile

⁠“Carta à paixão”
Quem me dera se não fosse nada além de eterno,
Ó situado em mim, em si, em tudo que me é belo.
Tu, em maldade absoluta, não permaneces;
Só me tentas de desejo e desapareces.
Culpado! Culpado!
Te acuso por me fazeres sorrir,
E depois me derrubares em prantos!
Como pudeste, ó meu réu?
Além de sorrir minha face,
Chorar meu riso,
Fazes de coitada quem me deseja…
És mau! E ponto.
Se destruíres meu desejo,
Será bom, e pronto!

Inserida por harikirtanlira

⁠no recado
em cima da mesa
deixei escrito:
você bota beira
nos meus abismos.

Inserida por carantonha_producoes

"⁠Eu, em pedaços que ninguém entende"

não há inteiro em mim.
sou feita de partes que não se falam,
de pensamentos que dormem antes de nascer.

há fé, sim —
mas ela vive num canto escuro
e às vezes esquece o próprio nome.

às vezes eu falo com Deus,
ou com o silêncio,
ou com ninguém.
quem responde, nunca sei.

não quero sentido.
quero só continuar sendo,
mesmo quando ser
me pesa mais que viver.

sou poema que se nega a rimar,
sou lágrima sem nome no meio da tarde.

se me entenderes,
me perderei.
me guarde como se guarda o vento:
sem tentar fechar a mão.

Inserida por LuizaGrochvicz

⁠" NÃO DEVO "

Queria, mas não devo! Mas, queria!
Parece um bom partido pra paixão
pois mexe co'a libido e a emoção
a despertar-me o sonho e a fantasia!

Meu medo é quando acaba a ilusão
e nada fez-se como deveria…
Termina o sonho, o encanto, até a magia
e nada foi igual a previsão.

Porém, desta distância, me fascina
e a tentação me cerca em cada esquina
junto ao desejo de provar-lhe o gosto…

Não devo, mas queria! Bem assim…
E, na vontade que não tem mais fim,
desejo esse desejo ali disposto!

⁠" CISMOU "

Que foi? Cismou com quê! Não viu igual
andando por aí, pela calçada,
se expondo como tal, de alma lavada,
achando tudo lindo e natural?!...

Pra quê o arquitetar tal carnaval
trazendo, a mocidade, assim julgada
e, sem regra qualquer, por condenada
por mero arranjo deste ritual?

No fundo, bem se nota que gostou
e que, ter posse disso, desejou
com toques de sua própria hipocrisia…

Cismou com quê? Não viu igual na tela,
na rua, bailes, bares, passarela?!
Bem sei que, desfrutar, queres, um dia!!

⁠" JOIA "

Não sei se é mesmo joia, fina, rara,
ou se é bijuteria trabalhada!...
Minh'alma alma põe-se inquieta, até enciumada,
e se revela a par da insana tara!

Está, no teu pescoço, pendurada
e não só meu olhar que lhe repara!
O brilho, refletindo luz tão clara,
te deixa, a carne exposta ali, adornada.

Então, dou cordas mil ao pensamento
tomado de um profundo sentimento
de inveja deste adorno, teu, eleito…

Quem dera eu fosse a joia de valor
comprada e paga pelo teu amor
a ser exposta junto do teu peito!

⁠" DEVO? "

Eu sei que essa proposta de paixão
tem lado bom, mas tem malícia, enfim!
Me ponho sem saber se eu digo sim
ou se é melhor, de cara, dizer não!...

O papo é meio brega, ruim, chinfrim,
e aponta um ego enorme, confusão,
que indica uma armadilha à ilusão
e pode dar dor-de-cabeça ao fim.

Porém, quem me propõe tem lá beleza,
um pé no luxo incauto da nobreza
e há grana na jogada a meu favor…

Sei lá se digo não, se sim… Que foda!
O romantismo, eu sei, caiu de moda
mas devo dar-me a tal sem ter amor?

⁠" ARTEIRA "

Sapeca, brincalhona, bruxa, arteira,
foi sempre uma mistura inesperada
que a faz ser acolhida, aceita, amada
sem que se ponha, a tal, qualquer barreira!

É dama na alegria acostumada!
Com ela, o sério é pura brincadeira
e o riso é a sua forma costumeira
de se ir levando a vida nessa estrada.

É facil apaixonar-se por seu jeito
maroto, leve, dócil, de respeito,
e com seu toque mágico e festeiro…

Tá afim? Entre na fila, dada a chance,
mas acho não estar ao teu alcance
já visto que, eu aqui, sou o primeiro!

⁠" COMEMORA "

Não sei o que passou-te ao pensamento,
mas tem sinais bem claros de saudade!
De alguém? De algum lugar? Da mocidade?
Tocou-te, é certo, a fundo, o sentimento!

Não veja nisso crítica ou maldade
pois quem não tem, do outrora, algum alento?
Qualquer que seja a causa do momento
melhor curtí-la em toda intensidade.

Mas nunca perca o olhar do que porvir
e empenha-te, pra lá, deixar-te ir
levando, na bagagem, o aprendido…

O que, no pensamento, veio agora
por certo que a paixão já comemora
por conta de um amor por ti sentido.

⁠" ACABOU "

Foi lá nos tempos postos na elegância
que fez-se forte a mágica do amor
e colocou o mundo ao seu dispor
ao exalar sutil a sua fragrância!

Mudou tudo o que havia a se compor
em nova e inexorável substância
e o cosmo lhe acolheu sem relutância
qual se o feitiço desse-lhe vigor.

Tudo era romantismo, efervescência,
paixão voraz coberta de inocência
num sonho de perfeita sociedade…

A mágica acabou! Perdeu o efeito
e tudo se esvaiu qual se desfeito
o amor um dia exposto à sua vontade!

⁠" DEMORA "

Eis que não vem! Demora! Pôxa vida!
Não sabe que eu aqui fico na espera
e que, esse atraso, só tristeza gera
por conta da paixão me concedida?!

O coração se agita, em mim se altera
por certo na saudade recebida
pulsando essa aflição tão descabida
e, dentro d’alma, pois, se desespera.

Ó vida! Fico aqui tão desolado
à espera de que voltes pro meu lado
pra que se me restaure a alegria…

Demora! Pôxa vida… Se esqueceu
de tudo o que, entre nós, já prometeu!
Vou eu morrendo as horas do meu dia!...

⁠" ACEITO "

Talvez, num outro tempo desta vida,
num paralelo cósmico formado
ou num lugar qualquer imaginado
eu seja uma alma pura, sã, despida!...

E pode ser que, então, elaborado,
o meu caminho, sem qualquer subida,
sem morros, sem ladeira a ser vencida,
se cruze outra vez mais, ao teu, centrado.

Quem sabe, sim, me vejas com paixão,
com outro olhar me dado, ali, que não
me exclua do viver te oferecido?!…

Num outro tempo, em paralelo feito,
eu seja, finalmente, então, aceito
no amor que foi tão bom termos vivido!

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