Poema de Pablo Neruda Crepusculario
À minha mãe mais querida
Queria Deus levar - te como levou,
para ensinar ao mundo sua razão
de mãe que de tudo quis abrir mão
e sua razão de ser se proclamou...
Mamãe querida fostes misericordiosa
porque tinha piedade em seu coração...
Foste sempre a minha mãe bondosa
que sempre tinha- me em sua emoção...
No seus abraços sempre bem acolhida
Óh! Minha mãe amada e querida
Estas tu com Deus no assento etéreo
Como Jesus guarda nele seu mistério...
Pois, a cada um Deus deu uma cruz
e na sua sei que estava Jesus,
pois em seu padecer soam rumores
e de Jesus Cristo os seus clamores...
Tão inverossímil é a opinião alheia
tanto quanto ao julgamento em vão,
pois de Jesus Cristo fizeram miséria
e hoje Ele é o nosso maior guardião!
Maria Lu T. S. Nishimura
Diacrítico
Diacrítico é uma palavra cabulosa,
pois se atento ao som tô mal.
Contudo, preste atenção pessoal
Diacrítico não é que o dia tá crítico,
não é essa coisa da vida dramática,
mas é sim coisa de gramática...
Veja na nossa Língua Portuguesa
os diacríticos são seis,
Vou mostrar para vocês:
- Acento agudo;
- Acento circunflexo;
- Acento grave;
- Cedilha e til.
Então vamos aprender
criançada e jovens do meu Brasil!
Maria Lu T. S. Nishimura
Quebra-cabeças da ilusão
Quebra - cabeça de cada um
É a própria vida
Uns num instante a decifra
Outros precisam de muitas gerações
Aquela onde dizem que o carma está
Eu ainda estou decifrando o mundo
E meu quebra cabeça já concluí
Mas ainda quero descobrir segredos
Desvendar verdades e tudo
E adentrar nalguma emoção
Bem sei que todas as peças que tenho
São gesto, são versos que, às vezes, componho
Às vezes, as mínimas palavras me distraem
Outras vezes até as caladas vozes ecoam
E os ouço estrondosamente...
Ou suavemente...
Mas, o que faz a verdade viva é o viver
Cada um de nós somos únicos
Este é o mistério
Que eu vivo a descobrir
Equânime ...
Em cada quadro que montei
O quebra cabeça resolvi
Por horas minha mãos se cansaram
Mas, de nenhuma peça me esqueci
Quando espalho milhares delas pelo chão
Outro dia recomeço
E o tempo vai desgastado a tinta
Na medida que pedaços no chão
Vão se encaixando no meu coração
Desbotados...mais ainda me lembro...
O vivaz da colorida tinta
Em alguns pedaços fosse necessário retoque
Enfim monto e remonto meu quadro
E me divirto
Afinal de contas todos somos um
E este quebra - cabeça, às vezes, é patético
Por vezes irônico, injusto e, às vezes, poético...
Mas, sobretudo cômico
Porque ainda se prega a paz fazendo a guerra!
Contudo...
Cabe a cada um seu próprio quebra-cabeças
E por aí...
Vão se resolvendo o quebra-cabeça da ilusão!
Maria Lu T. S. Nishimura
A janela e a tramela
Milhares de pessoas pelas janelas
Vão espiando a vida
Repetidas vezes
A mesma paisagem repetida
É sempre a mesma janela
Que no tempo corre
E sendo igual é diferente
Porque o que muda nela
É a sua própria tramela
Janelas se abrem e fecham todos os dias
No raiar do dia e no cair da noite
Azul, outras cores ou escarlate
Lá às vezes, o cão late
Às vezes, passa o homem
Vendendo melancia e chocolate
Dia a dia é a mesma janela
Já passaram anos
E até gerações
Mas o que muda nela
É a sua própria tramela
Maria Lu T. S. Nishimura
A vida e a morte
Na morte o corpo na terra adormece
E a alma flutua no céu celeste
Ascentada no trono junto de Deus
A alma também se aquece
No coração de quem a alma não esquece
A vida se continua no todo e sempre
Para aqueles que a saudade sentem
E também para aqueles que partem
Somente em diferente aspecto
Porque um o invólucro perde...
Daí a vida e a morte, diferença se apresenta
Porque enquanto um num corpo se assenta
Se diz que vive no corpo vivente
E sem um corpo se morre ausente.
Aí que, se a vida pode ser um sopro
E a morte ser a eternidade...
Então é na morte que se vive de verdade?
Pátria amada
Pátria amada meu país, minha Nação
Esta terra esplanada neste chão
És um lugar muito abençoado
É um lugar sagrado
Sob o céu azul anil
Pátria amada, oh! Brasil!
Aqui o sol nasce tão bonito
O mar é extenso e riquíssimo
Vasto prado pelo chão
Lugar abençoado por Deus nosso senhor!
Pátria amada, óh! Brasil em cor
Verde, amarelo, branco, azul anil
Pátria amada, oh! Brasil!
Povo forte e guerreiro
É o povo brasileiro
Que não foge à labuta
Seguindo firme sua luta
É o sol, é a enchada
É a luta pela estrada
Madrugada é a canção
O verde esplendor na varanda
O ouro na terra fincada
Na fertilidade deste chão
Há tanta riqueza nesta terra
Tantos verdes debruçado além da serra
As luzes das cidades sob o céu se encerra
Haja luta com paz sem guerra
Haja força, coragem e valor
Para está Pátria amada alcançar primor
Oh, terra abençoada por Deus nosso senhor
Poesia é um doce
Poesia é um doce em forma de letra
que, às vezes, se estica igual puxa - puxa.
Se é em forma de redondilha,
então é um pirulito colorido.
E, mais gostoso é um poema
com gosto de mel…daí…
nesse me farto e me lambuzo.
Mas, às vezes são flocos
em nuvens de algodão…
então, deixo o poema
se desmanchar em meu céu.
Doce são os sonhos
Doce são os sonhos
Bonito é o mar
Colorida são as flores
A lua tão ímpar
E lindas e belas são as estrelas a piscar
O verde das matas me encanta
Me enalteço se um passarinho canta
E no sorriso de uma criança
Tão bonito é a inocência
Me enlevo numa prece
A natureza me enriquece
Tudo enche os olhos meus
Porque tudo vem de Deus
Respiro puro o ar
Na chuva posso até me molhar
Depois vem sol sempre alegre a brilhar
Essa liberdade é de cativar
A terra meus pés podem tocar
Sobre ela, podemos caminhar...
Colher um fruto doce e degustar
Neste aroma de encanto
Em cada canto
Só encontro mais motivos pra sonhar
Depois de tudo um dia após o outro
Há sempre mais tesouro
Lá naquele arco íris,
Com brilho em minha íris
Posso buscar até um pote de ouro
Lilás
Uma cor do arco-ires é o lilás
Nesta cor sinto alegria e paz
Senhora de luz engrinaldada
coração de brilho, seu reflexo.
Se a ti pareço ser complexa
Pluralidade de realidade sou
Nestes versos, minha inspiração
Se sou meu arquétipo ideal!
Se me faço em um leque de cores
Decifro mesmo enigmas de mim,
Nesta minha lucidez subterrânea?
Teu olho cegamente na luz vaga
Buscando compreender - me a'ma
Cálido rubor que te consagra!
Rosa azul
Azul brilha em ti linda rosa
Augusta, impar sua cor ardil
Trono de beleza sua realeza
Inviolável signo régio em ti anil.
Perfume de matéria etérea
Fascínio na penumbra servil
Suave movimento se faz urgir
Sem espinho de mácula ou dor.
Aurora do tempo do Criador
Rompe universo de malícia
Faz aliança do novo homem
Mulher Maria no ventre Jesus
Da pura flor desabrochou
Desígnios do mistérios da Cruz!
Quero tentar diferente...
Emergir das correntezas da vida...
Pisar na margem desse rio de emoção
Quero tocar a areia úmida
E sentir o vento com aroma de solidão.
Quero renascer fora de mim
Assistir-me com olhar de platéia
Imaginar o que eu faria se eu fosse eu
E saber se de mim mesma, eu faço alguma idéia.
Dos julgamentos que fazemos, sem ter direito algum...
Quero saber se daquilo que sou, faço ao menos um.
E sendo eu a única ser capaz de julgar se valeu a pena chegar onde tudo isso me levou
Declaro que....
Apenas eu, posso entender a beleza e a dor de ser o que sou.
Um Sul procurando sorrisos do Norte....
Em direções opostas expostas de um ontem não acontecido....
O sonho acordou
E se perdeu em horizontes inertes
enquanto o cinza pintava-se de verde....
Lá onde o sol mais aquece
é que se procura uma forma de chegar mais cedo....
E os sorrisos do Norte choram a tristeza do Sul....
Perguntando-se porque das lágrimas em meio a tanta beleza....
Se quando a noite chega e as luzes se apagam
é que se pode perceber melhor o céu estrelado
e só atravessando o rio
é que se nota que o lado de cá também é belo....
E o Sul procura sorrisos do Norte...
Enquanto o Norte chora as tristezas do Sul...
Histórias, grandes sonhos....
Quantas vezes mudamos de rumo e nem sequer percebemos, por quantos obstáculos passamos sem notar...
Sem saber de que somos vitoriosos pelo simples fato de continuarmos vivos, por sorrir, por continuar tentando....
E quantas vezes deixamos de tentar por medo de errar, quantos universos deixamos de conhecer...
A saudade tem fim?
Quando nos sentimos sozinhos um abraço é capaz de curar a solidão e acabar com a dor que habita no peito?
E as palavras que saem do fundo da alma, que foram lidas por alguém em alguma tarde cinzenta...
Publicadas em um sonho que se chama História, adoradas por todos aqueles que um dia pensaram não se dedicar a velhas página de um livro apagado...
E do fundo do inconsciente desperta a lembrança de um sorriso, escreve alguns paragrafos e se sente tão bem..
Grande espírito tem aqueles que se permitem a loucura...
Pois, na sanidade, até o próprio desespero parece bobagem, desnecessário....
Como gente que não se permite sentir, gente que não se permite chorar...
Desesperar.
Eu li há alguns dias em um livro que o amor e a loucura são inseparáveis....
E há mesmo de ser, afinal, não imagino explicação que justifique a devoção que se tem por quem se ama....
Apesar das imperfeições....
Apesar das divergências.
Eu digo, do amor, que não o compreendo, mas o sinto com cada célula do meu corpo...
E me desespero apenas com o pensamento de uma vaga chance de não tê-lo mais.
Procura-se.....
Um sorriso sincero...
Um olhar brilhante...
Talvez até apaixonado...
Uma mão que acalme, que saiba ser firme e leve, forte e carinhosa...
Procura-se...
Alguém que valorize os pequenos gestos, que ame os detalhes.....
Alguém com a capacidade de desvendar mistérios, que compreenda a intensidade de sentir extremos....
Do nada ao amor imenso, a dor como único sentimento.
Procura-se...
Alguém que esteja perto mesmo quando distante, e que jamais vá para longe....
Procura-se...
Alguém de andar discreto....
Que tenha o abraço certo e as palavras que preciso escutar....
Alguém que compreenda meu silêncio de objeto.....
Que na noite faz-se ainda mais quieto, e mesmo assim aceita os poucos gestos que me permito não conter....
Procura-se....
Alguém e não sei ao certo quem, sei que preciso encontrar....
Preciso de sua voz desconhecida, mas que ao ouvir, eu reconheceria, como se de outras vidas já a tivesse em minha memória....
Minha memória que está cheia de não-fatos, de lembranças inventadas e sonhos confusos que não consigo organizar.
Procura-se...
Não importa onde ou quando....
Mas procura-se...
Alguém para amar, e que esse amor seja a conjugação do indefinido, do infinito e muito além....
Do que não se pode enganar, não se pode ignorar....
Um amar que seja leve e livre...
Que nos permita respirar e sentir falta um do outro....
Mas que no momento certo nos inflame o coração, que torna-se um só....
Um coração tão grande que não se possa controlar....
Que abrigue um amor tão grande que não possamos nos deixar....
Não peço o "para sempre"....
Apenas busco algo que seja verdadeiro
"por enquanto".
Eu ainda estou aqui...
Estou de pé e com a experiência de tudo que vivo ao meu favor...
Então de certa forma isso já é uma derrota pra quem tenta abater as fontes frágeis do meu sorriso....
Com o passar do tempo, eu aprendi que nem todo mundo que te estende a mão tem a intenção de te ajudar....
Que muita gente vai te por pra baixo nos dias que você estiver pilhada....
Aprendi que você nunca vai conseguir decorar a letra de todas as músicas que gosta, mas que algumas você só vai gostar enquanto não souber cantar....
Com o passar do tempo eu aprendi que existem ao menos 10 versões para um mesmo fato....
Aprendi que a verdade é supérflua e só interessa ao seu lado da história, ou não....
Mas o principal de todos os ensinamentos do tempo, foi ter aprendido que ninguém, absolutamente ninguém vai viver minha vida no meu lugar...
E é bobagem, perda de tempo pensar que as pessoas podem entender seus dramas...
Seus medos...
Suas incógnitas, quando nem ao menos você tem o direito de se entender....
E isso vai ser sempre assim, indiferente de qual lado do aro-íris você esteja...
Não podia imaginar sentir-me assim...
Quase enlouquecida...
Entre a nascente
que brota silenciosa do lado esquerdo do meu corpo....
E o seu oposto....
Aquele que se quer mulher, que se veste de matéria coberta pela maciez da pele,
pelo perfume do beijo, pela suavidade dos lábios que impulsionam o desejo.
Gosto de acreditar que todas as palavras são fruto, ou seiva, deste abençoado bem querer....
Deste estado em que presumivelmente a minha alma se detém, para anunciar significações de outros tempos, daqueles em que nenhuma matéria orgânica se interpunha entre nós....
Nenhum desejo era necessário à fluidez da vida que emanava de uma fonte circular a rodar à volta de um eixo.
Hoje, neste lugar, não sei como moldar ao corpo estas sensações (tão bonitas), mas por vezes descabidas, desprovidas de senso comum.
Ou apenas fora de tempo....
De um tempo que me parece real, mas onde os ventos tocam melodias diferentes:
O tic-tac de um relógio.
Tu e eu, e um só ponto.
Um só sentir.
Um único movimento vibratório.
Uma função matemática.
Um conjunto imagem.
Talvez um planeta
- a que chamam -
"Terra".
Talvez...
Cidade inteligente
A cidade inteligente é pra gente boa,
porque tem uma visão diferenciada
independentemente do seu tamanho.
Cada ser é importante e tem seu ganho
cujo, objetivo é todo o bem e mais nada
pois, ninguém quer ver ninguém atoa.
O desenvolvimento está na jeito de ver...
Sendo os governantes de consciência,
eles vêem de forma ampla e igualitária,
repuganando aquela visão mercenária,
muito conhecida e sem transparência
daqueles que rompem com o seu dever.
Poder viver numa cidade desenvolvida
é tudo de bom que todos possam querer
com tudo que há de melhor para todos
que vai da tecnologia à vida sem medos
visto que, todos sentem ter em si poder
porque têm perspectivas melhor de vida.
Então que as cidades inteligentes venham!
Que as pessoas ampliem sua forma de ver;
Que as cidades tenham justiça e igualdade
porque é assim que se transforma realidade,
fazendo de tudo para a cidade desenvolver
onde todos ao bem d'outros assim se façam.
AS PALAVRAS E EU
Eu engulo as palavras como se fossem bolo.
Saboreio-as e as degusto lentamente.
Elas são doce em minha boca de criança
Tão pronta a imaginar e ver em tudo esperança.
As palavras não fazem pouco caso de mim.
Estão sempre atentas e prontas,
Colocam ideias em minha cabeça
Me sentem suas e em mim se proclamam.
As palavras são o meu alicerce e o meu consorte.
Sem elas sou um pássaro de asa quebrada
Sem poder voar logo após a madrugada.
As palavras são o meu norte, o meu chão e o meu forte.
Elas são a ponte de que preciso
Para sair de mim e encontrar o paraíso.
Nara Minervino
Do tupi-guarani Tauá é barro/
É um tipo de argila aluvional amarela/
Amarelo como o Sol que dorme/
E sonha, atrás do Quinamuiú, a Serra!