Poema de Mario Quintana o Espelho
Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar.
No espelho da parede, vemo-nos passar sorrateiros na penumbra, vemos que nós mesmo somos os seres enigmáticos que queremos caçar
"Que cara bonita é essa? Conta, vai... Contar o quê? No espelho(...), fecha os olhos e sabe pra si o segredo: ninguém. Não gostar de ninguém"
Coloque um bilhete no seu espelho: "Você esta cara a cara com a pessoa responsável pela sua felicidade no dia de hoje."
Olhar-se ao espelho e dizer-se deslumbrada: Como sou misteriosa. Sou tão delicada e forte. E a curva dos lábios manteve a inocência.
Não há homem ou mulher que por acaso não se tenha olhado ao espelho e se surpreendido consigo próprio. Por uma fração de segundo a gente se vê como a um objeto a ser olhado. A isto se chama talvez de narcisismo, mas eu chamaria de: alegria de ser. Alegria de encontrar na figura exterior os ecos da figura interna: ah, então é verdade que eu não me imaginei, eu existo.
Poema de Natal
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
Poema enjoadinho
Filhos . . . Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete . . .
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los . . .
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!
Poema: A CASA
Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha teto
Não tinha nada
Ninguém podia
Entrar nela não
Porque na casa
Não tinha chão
Ninguém podia
Dormir na rede
Porque a casa
Não tinha parede
Ninguém podia
Fazer pipi
Porque penico
Não tinha ali
Mas era feita
Com muito esmero
Na Rua dos Bobos
Número Zero.
O sentido normal das palavras não faz bem ao poema.
Há que se dar um gosto incasto aos termos.
Haver com eles um relacionamento voluptuoso.
Talvez corrompê-los até a quimera.
Escurecer as relações entre os termos em vez de aclará-los.
Não existir mais reis nem regências.
Uma certa liberdade com a luxúria convém.
Mas chega, se não houve troca, chega, porque amar sozinho é solitário demais, abandono demais, e você está nessa vida para evoluir, mas não para sofrer. Hoje eu acordei sem ter quem amar, mas aí eu olhei no espelho e vi, pela primeira vez na vida, a única pessoa que pode realmente me fazer feliz.
Fiz o que quis e fiz com paixão. Se a paixão estava errada, paciência.
Não tenho frustrações porque vivi como em um espetáculo.
Não fiquei vendo a vida passar, sempre acompanhei o desfile.
SE EU MORRER AMANHÃ.
Se eu morrer amanhã, por favor, não leve-me flores. Você teve uma vida inteira para isso. Também não chore de saudade, não se não tiver me buscado verdadeiramente enquanto podia. Se eu morrer amanhã, peço: não se arrependa de não ter me dito tudo que queria enquanto meus ouvidos eram algo que não pó. Se eu morrer amanhã - suplico -, não toque minhas mãos frias, não se nunca as tiver sentido quentes. Se eu morrer amanhã não pense em como seria se eu estivesse vivo, pois eu já estive. E passou. Se eu morrer amanhã, por favor, não diga que me ama, nem que "fui" importante. Eu já não ouvirei isso. Chore, apenas se eu lhe tiver sido bom, mas não chore se não tiver sido comigo. Leia algo meu se bater saudade, mas não leia se nunca tiver lido. Veja fotos minhas se isso fizer bem à lembrança, mas não se arrependa de nunca ter pousado junto a mim. Se eu morrer amanhã, não enlute, não se não tiver lutado comigo. Se eu morrer amanhã, não se surpreenda, morte é consequência de estar vivo. Se, por acaso, eu morrer amanhã, não olhe profundo para mim - dormido eternamente -, mas lembre-se do meu derradeiro olhar, do meu sorriso e das coisas (boas ou ruins) que eu fiz, para, por e com você. Se eu morrer amanhã, lhe peço, não me queira ver, não me queira escrever, não me queira despedir... mas só aceite, só respeite a ideia de que serei silêncio profundo, lembranças doídas e pó eterno e entenda que o que fora feito, dito ou vivido estará trancafiado num tempo chamado passado que debruça-se pouco a pouco no esquecimento e que já não flui, não volta, não muda, não vive, não vê.
Sou como Edith Piaf: "Je ne regrette rien" (não lamento nada).
Fiz o que quis e fiz com paixão. Se a paixão estava errada, paciência.
Não tenho frustrações, porque vivi como em um espetáculo.
Não fiquei vendo a vida passar, sempre acompanhei o desfile.
A mulher é uma incógnita,
Um monumento à dúvida.
Num dia é linda,
No outro, mais ainda.
A mulher é brisa,
É perfume de flor,
É viço da vida,
Doce do mundo.
A mulher é notícia boa,
É colírio, deslumbramento.
É desejo esculpido, poesia.
A mulher é linda, sempre.
Mais que beijá-lo,
Mais que dormirmos juntos,
Mais que nenhuma outra coisa...
Ele me dava a mão...
e
isso
era amor...
FAÇAMOS UM TRATO
“Quando sinta sua ferida sangrar,
Quando sinta sua voz soluçar,
Conte comigo" (De uma canção de Carlos Puebla)
Companheira
Você sabe
Que pode contar comigo,
Não até dois
Ou até dez,
Mas contar comigo.
Se alguma vez perceber
Que ao olhar nos meus olhos,
Não reconhece o meu amor,
Não duvide dele,
Lembre-se de que sempre
Pode contar comigo.
Se outras vezes
me encontrar impaciente,
Sem motivo,
Não pense que diminuiu o meu amor,
Ainda assim, pode contar comigo.
Mas façamos um trato,
Também quero contar com você.
É tão lindo saber que você existe
E quando digo isso,
Quero dizer contar
Seja até dois,
Seja até cinco.
Não para que venha logo em meu auxílio.
Mas para ter certeza,
Na medida certa,
Que você sabe,
Que pode contar comigo.
(Tradução livre – Eduardo Andrade)
TODAVIA
Não creio, todavia,
Você está chegando a meu lado,
E a noite é um punhado
De estrelas e de alegria.
Apalpo, sinto o gosto,
Vejo seu rosto, seu passo largo,
Suas mãos e, no entanto,
Ainda não creio, todavia.
Seu regresso tem tanto
Que ver com você e comigo
Que por sorte lhe digo
E canto,
Ninguém pode substituí-lo
E as coisas mais triviais,
Se tornam fundamentais,
Porque você está chegando.
No entanto, todavia,
Chego a duvidar de minha sorte,
Porque tê-lo junto a mim
Às vezes me parece fantasia.
Mas você vem,
Com certeza,
E vem com seu olhar
E por isso sua chegada
Torna mágico o futuro.
E ainda que nem sempre
Eu tenha entendido
Minhas culpas e fracassos
Sei, para compensar,
Que, em seus braços,
O mundo tem sentido.
E se beijo a ousadia
E o mistério dos seus lábios,
Não há dúvida
De que o amarei mais
A cada dia,
Todavia.
(Tradução livre – Eduardo Andrade)
Poema sobre o Dia das Mães
Um ser especial, sem igual, sem comparação, sem imitação.
Não tem como descrever em simples palavras
Um significado que uma mãe tem na vida de alguém.
Vive intensamente para ver seus filhos felizes,
Sempre interessada em ajudar.
Luta contra o bem e o mal, se for preciso, mesmo às vezes sendo decepcionada, ela é capaz de perdoar.
Pois só ela tem o amor verdadeiro, incondicional...
Sentimento único.
São verdadeiros exemplos para seus filhos.
Chorando, esperando, amando, vivendo...
Para ela não importa, só o que interessa é a
Felicidade das suas crianças.
Dias escuros não passam de um simples
Nevoeiro perto delas...
Pois a escuridão não tem vez,
Perto do brilho de uma mãe.
Te amo para sempre, mãe!
Poema egocêntrico
sou o que sou
somente o que sou
e não o que acham
não me descrevo
afinal, você já tem uma opinião formada a meu respeito
às vezes fico numa dúvida existencial
de caráter introspectivo
e me pergunto: quem sou?
mas a resposta já é certa: não sei o que sou,sou simplesmente EU!!!
minha propaganda é minha presença
só te garanto que
igual a mim não existe
é fácil fazer julgamentos quando não se conhece uma pessoa
mas garanto que não sou somente um "rostinho bonito"
sou diferente dos "outros", por ser justamente quem eu sou
sem se importar com as opiniões alheias
à procura de um amor verdadeiro
e vivendo para o bem, respeitando ao próximo para ser respeitado
e lutando para que meus sonhos sejam concretizados
se quiser conferir... basta pensar um pouco a meu respeito
e venha me conhecer melhor
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