Poema de Mario Quintana Decendo as Escadas

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⁠Sobre as quintas feiras

A todo instante a dúvida me assombra,
Vaga, escura e densa. Fumaça e sombra!
Mas o que é isso? O desejo de descobrir-te toda manhã se esquece,
Na obrigação de fazer o que a esta poetisa não apetece.


Ele anda e disserta sobre a hidráulica, pneumática.
Aula maçante e frustrante, esboroa qualquer sentimento cativante.
Um bom momento para sem querer como um navio no revolto mar,
A mente balouçar e usar este instante juvenil para criar.


Incompreendido momento onde a mente defenestra,
Por entre vales de leitosas açucenas
Canta com devaneios a angelical orquestra.


Ao voltar para realidade, ela é uma tola
Fadada a mediocridade, a sina dos sem vontade
Mas respira pela arte, por ela o coração arde.

⁠Ele costumava me chamar de inocente
Apesar de querer me fazer menos
Mas me fazia ser crente
Mesmo conhecendo seus impulsos obscenos

Continuava a o proteger
Estava ali presente pro que viesse à acontecer
Mesmo que me fizesse sofrer

Dava mais do que eu podia
Doava cada parte minha
Até o que eu não tinha
Até o ar ele me prendia

A cada toque seu eu sofria
Cada toque seu me doía
A cada toque seu uma parte de mim morria
Mas quando olhava em meus olhos eu sorria
Mesmo sabendo que aquilo me destruía

Eu vivia pra dizer que você não era culpado
Mesmo que isso tivesse uma consequência
Você me fazia pensar que tinha me amado
Mesmo com sua violência

Me fez pensar que aquilo era amar
Me fez pensar que eu tinha culpa
Mesmo que só soubesse me machucar
Eu perdoava cada desculpa

Eu dormia em pedaços
Mas era muito pior não ter nada
Então eu preferia estar entre seus braços
Do que ser desprezada

Então pra mim só restava o vazio
Só me restava feridas
Que o tempo não encobriu
Que não seria nem em cinco vidas

Deu um rosto ao medo
Um corpo que me amedronta
Guardando pra vida um segredo
Que quanto mais guardo mais me desmonta

Eu só queria saber o porquê
Se por um acaso me fazer sofrer
De alguma forma te dá prazer

Se ao me observar
Se ao me ver chorar
Te faz se arrepender
Ou se virá me socorrer

Como tão facilmente fui esquecida?
Se ainda ontem eu era a tua vida
Eu nem vi a tua ida
Apenas fui excluída

Da tua mente
Do teu coração
Fiquei ausente
E sem ter um chão

Me tornei algo oco
Algo sem emoção
Enquanto você age como um louco
Implorando por um pouco de atenção

⁠Escritos no viés

Versos, notas, palavras
Poemas, cartas, cordéis
Fiz versos sem encontrar palavras
Com notas em tiras de viés
Compus poemas e coloquei em cartas
Rimadas como os cordéis
Versos tão gostosos
Com palavras jogadas aos seus pés
Seu sorriso foi tão solto
Que faltou só um pouco
Para chegar ao céu
Pena que foram só cartas
Rimadas como um cordel
As respostas das suas cartas
Chegaram para encher de graça
E me levar para conhecer o céu.

Daniel B. Souza

Na noite que antecede
esta Superlua de Neve,
a minh'alma se atreve
a dizer que já és meu.

É por causa desta alvura
tão linda que inspira
a nunca desistir:
já saberemos onde ir.

Só basta você querer,
que não farei resistência,
em busca assim estou
é de malemolência.

É com esse entusiasmo
que me preparo
para receber este amor
em total desembaraço.

A despedida
da tarde soprou
as nuvens
com suavidade
e fez percussão
com as folhas
do sublime
bosque do deserto.

E pensando em ti
a todo instante,
não desistirei
custe o que custar
de ir em tua busca
nesta noite
de luar brilhante.

O interessante
é o quê sinto
e já é imenso,
e sei que ainda
não te conheço;
algo forte vem
me dizendo
que és todo meu
e a você pertenço.

⁠o único som que eu escuto
é do eco que as minhas palavras fazem,
sobre o buraco que você deixou
quando foi embora.
- eu não conseguia falar, então eu escrevi, página 14.

⁠Gosto de escrever

Eu gosto de escrever
Eu não sei o porquê
Fico encarando o papel
Sem saber o que fazer
Fico encarando o celular
Sem saber o que digitar

Eu gosto de escrever
Ainda não sei bem porquê
Tenho muita coisa na cabeça
Que preciso despejar
Eu não devo esquecer
Eu não devo ignorar
Eu preciso registrar
Eu preciso escrever

Nenhuma idéia é inútil
Não há conhecimento fútil
Tudo é importante
Tudo é potência
Tudo é constante
Sempre em desenvolvimento
Sempre em crescimento
Como as idéias na cabeça
Giram como um cata-vento

Eu gosto de escrever
Não sei bem porquê
Só sei que sei escrever
Só sei que sei ler
Não sei se sei entender
Compreender as idéias do autor
Ver não é ler, ler não é entender
Entender não é compreender
Compreender não é aprender
Aprender não é conhecer

Ler a escrita é ler a mente
Ler a mente é ler o coração
O coração da gente
Tão impulsivo e ardente
É ler alma do agente
Que escreveu o sermão

Eu gosto de escrever
Eu não sei porquê
Mesmo se não há nada pra escrever
Escrevo mesmo assim
Um poema bem simplório
Que nasceu dentro de mim

⁠Postes Laranja

Avenida barulhenta
Se cala na sarjeta
Postes Laranja
Na beira da falência

Gasolina fedorenta
Poluição da grande empresa
Postes Laranja
Ignoram sua presença

Cidades isoladas
Vidas isoladas
Postes Laranja
Invadem nossa mata

Progresso é o que se diz
E escreve com um giz
Postes Laranja
Se espalham como chafariz

Está ficando estrelado
Está ficando clareado
Postes Laranja
Apagam o estrelato

Eu preciso ficar calmo
Fugir do urbano no marasmo
Postes Laranja
Me perseguem por todo lado

Postes Laranja
Postes Laranja
Postes Laranja
Postes Laranja
Por onde eu vou não tem mais vermelho
Verde, azul, amarelo
Roxo, branco, preto,
Cinza, marrom ou caramelo
Tudo o que vejo na distância
São apenas Postes Laranja

⁠Grosseiramente Selvagelmente

Acho meio estranho
Como geralmente
As conversas mais legais
São feitas sem a mente

Sim, raciocino quando converso
Sim, memorizo & observo
Mas os papos mais divertidos
Os papos mais descontraídos
Vem da emoção
Vem do coração

Não pense que é só por paixão
Nem pense que é falta de razão
Na verdade, deve ser meio óbvio
Talvez eles enxerguem enquanto uso óculos
Mas se pensa demais
Acaba tendo medo
Medo de falar o que não devia
Medo de não falar e ficar na fria

Usar a razão leva tempo
E é tudo o que não deve fazer
Demorar, deixar passar
Gastar neurônios inutilmente
Com variáveis que mentem
Sobre sua capacidade
De não trazer felicidade

É questão de personalidade
Se tem caráter ou é um covarde
Pois não deve se mascarar
Bolar um jeito de falar
Deve se expor, se mostrar
Mostrar quem é de verdade
O você sem medos, sem ressentimentos
Se criar um outro eu
Será mais complicado, não?

É questão de instinto
Só vá e faça um novo amigo
Sem pensar se vai falhar
Se vai se enrolar

Não seja quem não é
Não se iluda, não seja a mentira
Senão o você pode virar a ilusão
Sem graça tentando, divertindo quem engana
Não chame atenção, seja a atenção
Não siga modinhas, seja a modinha

Sim, estou te pedindo pra agir naturalmente
Grosseiramente, selvagelmente
Não quer ser reconhecido
Como alguém que tem um apelido
Só desligue a cabeça
Deixa que vá
Deixe rolar

"⁠Em uma dessas conversas com a Realidade
Ela me falou:
- Eu aceito como você é, então me aceita como eu sou."

⁠Ciclo sem fim (versão 2)
Vem primavera,
Mostre suas pétalas,
Como sonhos,
Deixe-os voar,
Folhas coloridas que nascem,
Como lagartas que secam,
Dando seu lugar,
Como esperança,
Tem sempre que regar,
Deixe-os voar,
É o ciclo sem fim,
Novas vidas em novas pétalas,
Novas ideias em novas formas,
Acontece a todas hora,
Nada se repete,
Tudo se completa,
É o ciclo sem fim.

Querendo viver

uma vida normal

ouvindo o som

de Miss Anthropocene

na minha sala

ao redor deste

isolamento social,



Parece piada

por aqui eu li

que 'o dilema

é bíblico',

há quem defenda

trabalhar,

há quem defenda

ficar em casa,

e até agora nada

está resolvido;



Apenas o quê

me resta é

ficar reclusa,

dançar a música

na mais plena

figuração

da linguagem,

escrever poemas

sobre a Lua

para não morrer

de doença

ou ir para a cadeia,



Esperando sigo

perguntando

qual será a próxima cena,

porque quem lambe

a borda da taça,

a alma não cala

e não busca

por 'indulgência' barata.

Soturno como o amenizar da alvorada
Jaz moribundo em meu quarto
As volúpias que me enfeitiçava as ideias
Sem ter mais seus lábios vaporosos!

Cismando em meu consciente pesaroso,as estrelas!
Até minhas d' alvas não brilham em meu coração.
O que me resta? A penumbra para mim é mais bela
Leviano pelos próprios pensamentos.

Ignoto,ah! Como sou, malfadado não sabes nada
Sou uma pluma sem penas um sol sem raiar
No alto do céu há uma colcha prata
Nem mesmo ela brilha para mim, o que me restas?

Me restas ti, mas venha logo para diante de mim!
Para que eu possa aterrissar minha fronte em teu sorriso
Para que minha alma escura vire penumbra
Alma pura! Não demore mais, venha para perto de mim!

Das sete faces do desprezo
A Carlos Drummond de Andrade

Quando eu nasci, não teve sequer um anjo torto
Que me dissesse que a vida não é
Tão fácil o quanto parece ser
Disse: Vai, Valter, ser baiano na vida.

Ladeiras faz bem ao coração
Jovens apaixonados na esquina
Dizendo que não se apega a ninguém.
A tarde de puro sol, o perigo
É imprevisível mesmo que o dia
Seja azul.

O ser vestido de uniforme
Vai trabalhar no ônibus lotado
Sequer sabe se vai ser assaltado,
Acha que tem muitos amigos
No fim de semana.
O ser vestido de uniforme,
Mal sabe quando vai quebrar a cara.

Meu Deus, que sociedade de muita fé,
Que muito chama pelo Senhor,
Pessoas de muita fé e pouco amor.

Mundo mundo vasto mundo
Se eu me chamasse Carlos,
Eu seria outro poeta (?)
Nesse mundo vasto
Que maltrata meu coração.
Mundo mundo vasto mundo
Chega de ilusão?

Eu bem que vou dizer,
Esse mundo cheio de gente eu solitário
Em meu ego e vaidade
Vou me afogando
Sem sequer um abraço!

Valter Bitencourt Júnior
LiteraLivre, São Paulo, v. 4, n. 21, p. 215, mai./jun. 2020.

SUPERAÇÂO



Superei ,por que não tive opção {...}
me feriu tanto que quebrou meu coração,
Tu foi embora e não voltou mais,
eu boba, ingenua ,me arrependi por que quis voltar atrás.
Agora eu vi o quanto eu cresci ,evoluí,
E que não preciso de ninguém para ser feliz...

Nota 6:00 Horas

No silêncio da madrugada
Lembro do som da sua risada,
Lembro das nossas piadas e as gargalhadas.
Lembro das caminhadas,
Do seus toques e as olhadas.

No silêncio que me consome,
Me viro e reviro na cama ,
Mas os pensamentos não somem.
O sono não vem,
E as lembranças me consomem.

Às 3:00 horas já se foi faz um tempo,
E já clareou la fora.
Se multiplicar por 2 são exatamente agora,
São 06:00 horas.

Você não sabe
e tampouco viu,
A minha poesia
tem asas
capaz de voar
pelo Brasil
onde a noite caiu:

Por ousadia ser
a memória
de milhões de caídos,
A memória
dos desaparecidos,
E ser a voz dos
que não tem voz
na América Latina.

Caiu a noite aqui
em Santa Catarina,
Onde as estrelas
estão próximas,
A pressa é mais
do que urgente
e a Lua sempre
deslumbra
os campos do Sul.

É exatamente lá
no km 36, na BR-470,
em plena Gaspar,
Não preciso nome
e sobrenome
mencionar,
Todos conhecem
quem são muito bem:
Eles querem a todo
o Jequitibá-Rosa
e outras jóias raras
a todo custo derrubar.

Do fruto do pecado
Deu a luz aos dois mundos,
Do amor proibido,líbido,ego ao egoísmo.
O certo o errado, perante a um abismo.

Medo, desejos ou misericórdias.
Sonhos, desfeitos e discórdias.
Entre a escuridão e a luz, sigo a onde me seduz.
Amor e fé.∞
~sweet~

Eu quero falar de amor, só que tá difícil,
Eu não sei se essa é a hora certa ou
Talvez não seja tempo pra isso.

⁠Não me olhe acreditando
Que eu desacredito
Se ando do seu lado
Você está sozinha
E quando teu sorriso se desfaz
Eu fico triste
[...]

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