Poema de Mario Quintana a Pessoa Errada
Vaso Grego
Esta de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
Era o poeta de Teos que a suspendia
Então e, ora repleta ora, esvazada,
A taça amiga aos dedos seus tinia
Toda de roxas pétalas colmada.
Depois... Mas o lavor da taça admira,
Toca-a, e, do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,
Ignota voz, qual se da antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa voz de Anacreonte fosse.
Horas Mortas
Breve momento após comprido dia
De incômodos, de penas, de cansaço
Inda o corpo a sentir quebrado e lasso,
Posso a ti me entregar, doce Poesia.
Desta janela aberta, à luz tardia
Do luar em cheio a clarear no espaço,
Vejo-te vir, ouço-te o leve passo
Na transparência azul da noite fria.
Chegas. O ósculo teu me vivifica
Mas é tão tarde! Rápido flutuas
Tornando logo à etérea imensidade;
E na mesa em que escrevo apenas fica
Sobre o papel – rastro das asas tuas,
Um verso, um pensamento, uma saudade.
A Alma dos Vinte Anos
A alma dos meus vinte anos noutro dia
Senti volver-me ao peito, e pondo fora
A outra, a enferma, que lá dentro mora,
Ria em meus lábios, em meus olhos ria.
Achava-me ao teu lado então, Luzia,
E da idade que tens na mesma aurora;
A tudo o que já fui, tornava agora,
Tudo o que ora não sou, me renascia.
Ressenti da paixão primeira e ardente
A febre, ressurgiu-me o amor antigo
Com os seus desvarios e com os seus enganos...
Mas ah! quando te foste, novamente
A alma de hoje tornou a ser comigo,
E foi contigo a alma dos meus vinte anos.
Se eu tivesse alguém por quem me apaixonar
Eu iria, sem pestanejar
Escreveria poemas ao luar
E nela não iria parar de pensar
Todos ao meu redor diriam para parar
"Ela não é tanto de se admirar
Você é muito intenso e irá se magoar"
Ora, pois eu sei o que é amar
E eu faria sem fraquejar
Se eu tivesse alguém por quem me apaixonar
Escreveria canções pra ela
Tão belas quanto minha doce Cinderella
É como eu iria chamar
Quem eu estivesse a me apaixonar
E ela me diria pra parar
"Desculpe, mas é outro que eu estou buscando conquistar"
E todos ao meu redor diriam
"Não era você quem sabia o que é amar?"
Então, se eu tivesse alguém por quem me apaixonar
Eu deixaria pra lá
Pegou atalhos, passou à frente levando tudo olhou para trás e começou a atirar. Conseguiu montar um forte onde instalou-se e de lá continuara atacando.
Até que um dia, um raio partiu ao meio a torre onde estava instalada, uma forte língua dágua saiu do mar e invadiu as suas instalações e ela foi levada para o mais profundos dos mares, onde foi degustada pelas criaturas marinhas.
A sua alma vagueia, atormentada pela própria consciência e a sua descendência cuspirá sobre a sua lápide simbólica.
Ai de ti...
-Você
Hoje refletindo.
Percebo que tudo em minha vida.
É por você.
A minha felicidade, é você.
A minha esperança, é você.
A razão pela qual eu estou sorrindo, é você.
A razão pela qual eu faço piadas, é você.
Você é o motivo pela qual eu acordo.
Você é a razão pela qual eu vou para a escola todos os dias.
Você é o porque de eu ainda suportar tudo.
Você é o sentido da minha vida.
Sem você, eu não estaria viva
Sem você, eu não estaria sorrindo
Sem você, eu não descobriria o que é o amor.
O motivo deste poema, é você.
Fones de ouvido
Meu peito dói
Incomoda na barriga
Um sentimento ruim
De culpa sem ressentimento
Eu não sei
Como curar a doença
Da minha cabeça
Mas eu vou tentar
Vou pegar o celular
Vou por a pior música
Que pra mim é a melhor
Vou por os fones
E então ligar
Eu vou arrepiar
Sentir a dor se esvair
A ansiedade reprimir
Chorar e aceitar as lágrimas
Por favor me deixe escutar
Até que eu fique surda
E não tenha que escutar o mundo ao meu redor
Deixa eu largar tudo
Abrir um espaço no mundo
Para mais alguém
Me iludir comigo mesma
Achar que vou me curar
A música só vai me aliviar
É como um corte que vai cicatrizar
E quem sabe no meio desse meu caminho
Eu sorria para alguém
Mas por enquanto
O abismo vai ter que me aguentar
É vou terminar de mentir
Sorrir, por os fones e seguir
Minha mente gritando
E eu anestesiando
Ela ama a lâmina
E eu a música
Nos dois podemos nos amar
Cansei de brigar com o pior de mim
Vou deixar ele me levar
Cair e não levantar
Não adianta oque vão falar
É como minha mãe diz
O inferno vai me abraçar
Como sempre sem sentido amigos
-Minha depressão
Eu posso não me corta mas…
Eu estou bastante ferida por dentro.
Eu queria que isso tudo acabasse mas.
Quando eu vejo não é um sonho e eu continuo nesse pesadelo sem fim.
Minha vontade de viver está se esvaindo aos poucos.
Eu sou a discórdia de todos, só que eles não enxergam isso.
Se eu tivesse ficado calada naquele momento.
Nada disso teria acontecido.
É sua culpa.
É sua culpa.
É sua culpa.
Minha cabeça grita e eu rebato.
Eu não aguento.
Eu não aguento.
Eu não aguento.
Eu não consigo suportar, não consigo lidar com esse stress.
Eu não posso.
Eu não posso.
Eu não posso.
Eu não posso mais viver nesse pesadelo.
Eu preciso, eu quero que isso acabe logo.
Então eu acordo, e isso se repete de novo.
Eu sou desses
Motorista da minha vida
Não sou esses
Que vai e volta. Minha viagem é só de ida
Eu apareço e desapareço
Mudo e me reinvento
Nascendo e renascendo
Nunca me contento
Eu sou desses bicho do mato
Cheio de gíria e não sei de nada
Gosto de campo e sou um agricultor nato
Eu sou desses da cidade
Gosto da tecnologia e da evolução
Não me importo muito com a idade
Desde que sempre tenha uma revolução
Eu sou desses religiosos
Sempre estou em uma igreja
Do grupo de cristãos rigorosos
De nada adianta viver se não é Deus que você almeja
Eu sou desses pagãos
Faço bruxarias e cultuo os deuses
Os bruxos e bruxas são meus irmãos
E estou nisso a meses
Eu sou a indagação
A pergunta, a dúvida e a questão
Sou a rebeldia fora do padrão
Sou o religioso sem religião
O rico sem um tostão
O popular dançando com a solidão
Eu sou o que dá na telha
Não me prendo em conceitos de lobo e ovelha
Eu formo o meu próprio mundo
Crio conceitos rasos ou muito profundos
E se eu não me contentar, eu destruo
E começo tudo outra vez...
Encontro
Caminhamos por caminhos distantes
Cada um na sua trilha
Buscando no horizonte, um passeio estreito
Onde lado a lado e de mãos dadas
Seguiremos pela planície desconhecida
Onde pássaros flutuam no espaço eterno
E nós a desvendar um caminho de luz
Para em fim fincar os pés na paixão
Talvez você seja,
talvez você não veja.
O quanto te busco,
por quase uma vida inteira.
Desde sempre te sigo,
sem ti, não vivo,
Meu amor, venha comigo,
me acompanhe em direção ao infinito.
Esse problema de mar sem ser amado
é algo engraçado,
Mas nessa história tem algo mais engraçado ainda.
ela é minha musa inspiradora e nem imagina.
SE-GUN-DA
Todos detestam a segunda-feira,
Se sentem felizes na terça,
Se sentem felizes na quarta,
E amam a quinta e a sexta.
E todos os dias eu me sinto como a segunda-feira.
Chave
Desde quando precisa de chave
Para abrir seu coração?
Pode deixar
Eu espero aqui na porta sentado
Trouxe umas cervejas,
Talvez eu fique bêbado
Mas uma hora aparecerá,
E só pra você saber
Quando aparecer.
Eu estarei lá.
Antiga alquimia
Criada Pelos antigos
Filósofos e escritores
Em um ritual conceitual
Formado pelo seu
Amor, sangue e magoas
Junto a uma concentração espantosa
Um coração Flamejante
Uma mente enevoada
E Uma escrita detalhista
Forma-se a mais Realista
E genuína Poesia
Existência
O saber existencial
Onde saber que existimos
Mas, se comparando a tudo que
Podemos saber,
O que realmente se sabe,
Além da superficialidade,
Da atual Sociedade,
Do Racismo e preconceito
Na contemporaneidade
Ou, No que consideramos
Humanidade
Em que grande parte das vezes,
Nem sabemos se é realidade,
Ou mera ilusão,
Da grande Cidade.
Viagem ...
Deito-me,
por um momento,
saio de mim
a viajar no espaço-tempo,
intrigante, indefinido, infinito ...
Em êxtase, ebuliçao molecular,
ultapassando paredes densas
dimensões insanas
segredos retidos
de sentimentos febris ...
Tremores, dores, suplícios
a repudiar aquilo que verga-me
as articulações cansadas do esquecimento,
em sensações difusas
de passado perdido,
eclodindo,
em presente futuro,
recordo!
O outrora equecido
agora latente
em peito doente ...
A lembrar de ti,
em momento vago
percisei cavalgar no espaço,
vislumbrando minha face à tua face
indagando-me
em profanas perguntas,
cobranças vazias,
fugindo no horizonte,
infinito e estelar
dissipando-se em poeira,
a memória universal,
em arquivos de tempo.
Regresso!
Velocidade da luz,
diversas galáxias,
passando em instantes,
retomo meu corpo,
abrindo, olhos assustados,
respiração ofegante
em suores polares.
Retomando os sentidos,
fui ao passado esquecido,
em futuro presente,
por um só momento,
ver-te mais uma vez.
Francisco Marques
22.03.2016
" Estou cansado e só! , o meu mundo está nublado. Chove, chora o céu por não ver você ao meu lado.
Fico delineando a tua face,ensaiando ti beijar,sentir o teu perfume e em teu colo descansar.
Quando esse poema for real, o arco- ires nascerá.E sobre a minha obra de arte trabalharei o meu máximo."
Virtual
Vive numa cidade de nome complicado
Perto da Irlanda, é ali após um WWW
Posso ir à sua rua, te encontrar no portão
Enviaria flores, mas gosta de todas
E todas não são especiais,
Somente uma se lhe apetece
O fuso horário nos faz lua e sol
E a muito não temos um eclipse
Então, te envio cartas eletrônicas
Algumas longas e lúdicas
Outra feliz, mas solitário
Relato-te o meu cotidiano
Mas ontem a rede caiu
Faltei ao nosso encontro
