Poema de Despedida para Pessoa Especial

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Pedaços de mim

Meu coração sangra
Sofre sem você aqui
Vive apagado aos pedaços
Não há colagem que o faça se unir

Há pedaços de mim
Por todo o meu quarto
Meu coração em cascalhos
Todo jogado esfarelado

Triste composição
De minha vida e o amor
Não sei viver sem você
Mas acredito friamente
Que não quero mais você

Superação...
É a palavra chave para o meu coração
Unirei os pedaços
Viverei em constante falsidade
Fingindo ser feliz enganando a mim
Sufocando meu coração

Vou ser assim
Sempre juntando
Pedaços de mim

Beija-flor

Flores em meu jardim vou cultivar
Para o beija-flor aqui vim pousar
E do mel vim provar

Ele traz alegria ao ambiente
Faz do meu jardim
Um lugar atraente

Não tenho muitas flores
Apenas jasmim e rosas
Mas o beija-flor não se importa
Todos os dias ele volta

Quando anoitece ele entristece
Não gosta de ver o jardim se apagar
Mas quando amanhece a alegria o aquece
Ao ver o jardim novamente brilhar

Não quero ser otimista
Sei que aqui ele sempre ira pairar
Não há jardim mais belo
Que o fará mudar

Eu

Não quero ser conduzida

A uma seqüência de erros irreparáveis

Vou levantar a cabeça e seguir em frente

**

Não olharei mais para os lados

Meu foco será apenas um

“Eu”

**

Cansei de ser comparada

Cada um tem seu próprio estilo

Seu modo de pensar... De falar

**

O meu é um

Não vou mais mudar só pra te agradar

Já mudei muito

Já deixei muita coisa pra traz

**

E o que eu ganhei com isso!

**

Mentiras traições

Comparações de tirar o sossego

Não tenho paz

Meu mundo se martiriza em mim

**

O que sou hoje!

Nada

**

Perco-me nas escritas

Sem sair nada da mente

O que escrevo não era realmente o que eu queria

Fica incompleto... Falta sempre um pedacinho

O fim

**

Fico coagida presa na mentira

Quem sabe assim

Ninguém realmente ira me reconhecer.

**

E eu mesma possa esquecer de mim

Não é preciso palavras
Para definir quem sou
Basta olhar-me nos olhos
E me reconhecerá.

Nunca tive duvidas
De que era verdadeiro
A muito e muito tempo
Roubaste-me por inteiro.

Não preciso de dó
Não mereço
Tal sentimento
Sei que o amor que sinto
É energia pura
Que carrego no peito.

Seus olhos poderiam guiar
minha vida?
Sua boca poderia ser meu
único vicio?
Seu corpo minha perdição?
Você poderia ser meu?
Não...
Você não pode me ver
Não pode me ouvir
Não estou aqui pra você
Não...
Seria errado
Seria sujo
Seria nojento
Você me odiaria
Iríamos para o inferno
Não...
Você nunca o faria
Não me ve de tal forma
Simplesmente não sou
importante
Não...
Não vou mentir não sentir
Não te desejar
Pois bem, amo-te.

Don Juan - Esse poema é em homenagem ao meu querido amigo Don Juan Castelano




Don Juan


Olha-me em meus olhos
Que de tão puros, agora são em perdição
Abraça-me, como sol do deserto
Quente
Sedutor
Transforma-me em teus poemas
Faça-me a tua poesia
Traduza-me para que me entendas
Olhando assim o teu rosto angelical
Jamais se imagina o perigo de seu toque
És armadilha do destino
És sombra em dias de verão
És sonho
Jamais ilusão
Queira eu poder em teu caminho cruzar
Um abraço
Um sorriso
A me conquistar
És Don Juan de letras algozes ou heróicas
És simplesmente
Don Juan Castellano...

Soneto a quatro mãos

Tudo de amor que existe em mim foi dado
Tudo que fala em mim de amor foi dito
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado.

Tão pródigo de amor fiquei coitado
Tão fácil para amar fiquei proscrito
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado.

Tenho dado de amor mais que coubesse
Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu antes não desse.

Pois se por tanto dar me fiz engano
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano.

Que importa àquele a quem já nada importa que um perca e outro vença .. se a aurora raia sempre .. se cada ano com a Primavera as folhas aparecem .. e com o Outono cessam? E o resto, as outras coisas que os humanos acrescentam à vida, que me aumentam na alma? Sim, sei bem que nunca serei alguém. Sei, enfim, que nunca saberei de mim. Sim, mas agora, enquanto dura esta hora, este luar, estes ramos, esta paz em que estamos .. deixem-me crer o que nunca poderei ser. Ser um é cadeia, ser eu é não ser. Viverei fugindo mas vivo a valer. O mistério do mundo, o íntimo, horroroso, desolado, verdadeiro mistério da existência, consiste em haver esse mistério. Quanto mais fundamente penso, mais profundamente me descompreendo. Só a inocência e a ignorância são felizes, mas não o sabem. São ou não? Que é ser sem o saber? Ser, como a pedra, um lugar, nada mais. Quanto mais claro vejo em mim, mais escuro é o que vejo. Quanto mais compreendo menos me sinto compreendido.

Penso em ti e dentro de mim estou completa. (...) Penso em ti, murmuro o teu nome; e não sou eu: sou feliz.

Descobri que a leitura é uma espécie de sonho escravizador, se devo sonhar porque não sonhar os meus próprios sonhos.

Sobre as emoções tenho curiosidade. Sobre os fatos, quaisquer que venham a ser, não tenho curiosidade alguma.

E tudo aquilo - toda esta frescura lenta da manhã leve, era análogo a uma alegria que ele nunca pudera ter.

E subia-nos o choro à lembrança, porque nem aqui, ao sermos felizes, o éramos...

E assim sou, fútil e sensível, capaz de impulsos violentos e absorventes, maus e bons, nobres e vis, mas nunca de um sentimento que subsista, nunca de uma emoção que continue, e entre para a substância da alma. Tudo em mim é a tendência para ser a seguir outra coisa: uma impaciência da alma consigo mesma, como com uma criança inoportuna; um desassossego sempre crescente e sempre igual.

Fernando Pessoa
Livro do Desassossego

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer.

Fernando Pessoa

Nota: Trecho de "O Guardador de Rebanhos", do livro "Poemas de Alberto Caeiro", de Fernando Pessoa (heterônimo Alberto Caeiro).

...Mais

O homem não deve poder ver a sua própria cara. Isso é o que há de mais terrível. A Natureza deu-lhe o dom de não a poder ver, assim como de não poder fitar os seus próprios olhos. Só na água dos rios e dos lagos ele podia fitar seu rosto. E a postura, mesmo, que tinha de tomar, era simbólica. Tinha de se curvar, de se baixar para cometer a ignomínia de se ver.
O criador do espelho envenenou a alma humana.

Arre, estou farto de semideuses! Onde é que há gente no mundo? Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

A decadência é a perda total da inconsciência; porque a inconsciência é o fundamento da vida. O coração, se pudesse pensar, pararia.

A paixão é um pânico das emoções, e como o pânico — que nisto se distingue do medo — estilhaça a inibição, desorienta o espírito, vira o indivíduo contra as suas próprias aquisições mentais superiores, e muitas vezes o conduz a fazer o que mal sabe que faz, ou que a própria paixão se fosse menor, como o pânico se não fosse mais que medo, o levaria ou aconselharia a não fazer.

Fernando Pessoa
Pessoa inédito. Lisboa: Livros Horizonte, 1993.

Tudo em meu torno é o universo nu, abstrato, feito de negações noturnas. Divido-me em cansado e inquieto, e chego a tocar com a sensação do corpo um conhecimento metafísico do mistério das coisas.