Poema de Amor Pedindo de Desculpa

Cerca de 185969 poema de Amor Pedindo de Desculpa

Nunca um amante, por eloquente que seja, crê ter dito o bastante no interesse do seu amor.

Assim como o amor de Deus é raiz de todas as virtudes, assim o amor-próprio é a de todos os vícios.

O amor não é o lamento moribundo de um violino longínquo - é o rangido triunfante das molas da cama.

De que pode servir ter lido três mil livros,/Quando já velho se é indigno do amor do povo?

No amor, a economia dos sentimentos e dos prazeres é a única metafísica apreciável.

A gente sabe que o amor existe graças aos crimes passionais que a imprensa regista diariamente.

O amor retorna sempre ao coração nobre / como o pássaro aos ramos da selva; / a natureza não fez o amor antes do coração nobre, / nem o coração nobre antes do amor.

Quem não sente qualquer amor, tem de aprender a lisonjear, senão não se arranja.

O ódio não cessa com o ódio em tempo algum, o ódio cessa com o amor: esta é a lei eterna.

Não há baliza racional para as belas, nem para as horrorosas ilusões, quando o amor as inventa.

Camilo Castelo Branco
BRANCO, C., Amor de Perdição, 1862

O amor agrada mais que o casamento, pelo mesmo motivo que os romances divertem mais que a História.

O amor deve considerar-se como um grande poema, cujo primeiro canto é o casamento.

Aqueles que dispõem de meios pensam que a coisa mais importante do mundo seja o amor. Os pobres sabem que é o dinheiro.

Fazer consistir a força do casamento na do amor é desconhecer o espírito desta instituição.

À medida que os sentidos avançam e se desencadeiam numa direcção, o amor verdadeiro exaure e retira-se. Quanto mais os sentidos se tornam pródigos e fáceis, mais o amor se contém, empobrece ou se torna avaro.

Considera como maior infâmia preferir a vida à honra / e por amor àquela, perder a razão de viver.

Diante do amor existem três tipos de mulher: aquelas com as quais nos casamos, aquelas que amamos e aquelas que pagamos. Todas essas podem muito bem estar numa só. Começamos por pagá-la, depois a amá-la e, por fim, casamo-nos com ela.

O amor que enlouquece e permite que se abram intercadências de luz no espírito, para que a saudade rebrilhe na escuridão da demência, é incomparavelmente mais funesto que o amor fulminante.

A aurora do amor é a quadra de devaneios e fantasias, em que a vida do coração principia e exerce sobre nós o seu mágico influxo.

O amor começa pelo amor; não se pode passar de uma forte amizade senão para um amor fraco.