Poema da Geladeira Elisa Lucinda
A TRISTEZA ROUBOU MINHA RIMA
Ao chegar em casa
E ir para o banho
Olhei para o espelho
Com muita decepção.
Lancei um olhar de condenação
Para a pessoa que ali estava.
Frustração, arrependimento,
Com um profundo desgosto.
Ao entrar debaixo do chuveiro
Deixei a água cair em meu corpo
Para que talvez lavasse
Toda a tristeza, toda decepção.
Mas a água gostosa e fria
De um fim de tarde quente,
Mesmo que refrescante,
Não lava por dentro.
Mas essa mesma água,
Que não lava por dentro,
Começou a se misturar
Com as lágrimas.
Por algum tempo o pranto
Me dominou, lavou a alma,
Saiu em forma de lágrimas
Mais um pouco da dor.
E que dor! A dor da alma
Não pela ofensa de outro
Mas pela que eu causei
A tantas pessoas amadas.
Me senti um lixo, fraco
Impotente, me faltam
Palavras para dizer
O que pensei de mim.
O vazio me dominou
De tal forma, intensa,
Que as lágrimas foram
Apenas detalhes do pranto.
Detalhes imperceptíveis
Ao se misturarem com
A água do chuveiro
A molhar meu corpo fraco.
Detalhes pequenos diante
Do soluço e pranto incontrolável
Inconsolável, solitário, doloroso.
De uma alma incapaz de amar.
E enquanto escrevo
As lágrimas insistem
Em querer sair,
Mais contidas.
Mas não menos tristes
Pela impotência de um
Ser que quer ser melhor
Não pra si, mas pro outro.
12/01/2015 (18h36)
DE PONTA CABEÇA
Deitei cabeça combinando
Com a cabeceira da cama
Na madrugada acordando
Pensando em quem me ama.
Vi tudo diferente
Um pensamento encaixo
Algo muito atraente
E eu de cabeça pra baixo.
Era ainda uma hora
E quarenta e quatro minutos.
O sono me foi embora
E aqui relato os assuntos.
Fico a pensar, reprimido
No sentimento, o afeto
Deixo o amor escondido
E os olhos bem abertos.
Pois eu perdi o meu sono
Também perdi uma chance
Fui inconsequente, insano.
Não dominei um romance.
Na vida eu tive perdas
A madrugada é prova
Dores e amores de cedas
O peito transformo em cova.
Enterro coisas bem lindas
Para nascer coisa nova
Pessoas amadas, infindas
Que em nosso ser se renova.
Autoria própria
Ela era duma ingenuidade tão genuína, duma
Inocência ainda tão menina, tão pequenina,
Que acreditava que ao tecer as poesias o dia
Todo, todos os dias, criaria um cobertor que
Atrairia um bordador para o seu lindo amor!
Guria da Poesia Gaúcha
Vivia no Frio Grande do Sul, no Forno Alegre, a
Prendada prenda, que noite- e- dia fazia poesia
E que tecia o amor feito um cobertor, enquanto
O tempo alinhavava um momento para costurar
Seu sentimento no pensamento dum romântico
Bordador pra seu guardado e aguardado amor!
Guria da Poesia Gaúcha
CONQUISTA
Ela não era o que parecia
E não parecia o que era.
Um mistério quase indecifrável:
Profundo,
E superficial.
Forte,
Mas frágil,
Insinuante,
Mas reprimida,
Um mistério!
Muitos poetas
Tentaram domá-la,
Usando palavras
Escritas,
Ou faladas.
Mas ela ora escapava
Ora permanecia,
Usando a mesma
Arma dos poetas:
As palavras.
Até que um dia
Um deles conquistou
Seu coração,
Decifrou seus mistérios,
Domou seus sentimentos,
Penetrou em seu âmago,
Mas não pôde continuar lá.
Porque?
É difícil entender:
Um mistério.
14/01/2015 (16h07)
ALMA FEMININA
A alma feminina,
Em seu suplício,
É importante oficina
Ou hospício.
Têm a sua ferramenta,
Seus artifícios e sonhos
E a dor que atormenta,
Seus retratos tristonhos.
Um mundo bem fabricado,
Com tudo em seu lugar,
Tendo um coração calado,
Sem conseguir revelar,
Tudo que nele se passa
Ou que mantêm em segredo
Mas se alguém o transpassa,
Muito ele sofre, tem medo.
Mas ali se fabrica
Nessa nobre oficina
Algo valioso que implica
Em grande amor, estima.
14/01/2015 (22h22)
Desejo controle na escrita
Manter sentimento guardado
Mesmo que em dor eu reflita
Quanto ela me tem amado.
Obrigada PAI,
Por todas as pedras que colocaste em meu caminho e,
Pela determinação de TU me deste para move-las!!!
Tornei-me FORTE!
Degrau a degrau
Eu nunca tive pressa,
nunca corri,
sempre andei
com os meus passos curtos e lentos,
e nessa minha constância
sempre consegui fincar a minha bandeira
no topo das mais altas
montanhas.
Olhos nos olhos ,perco a cabeça ,penso em fazer coisa de horror
Vejo terço deitado em um berço,como um terço,não é reza mais me perco.
Saiba que tudo,que tudo saiba ,saiba que eu,que eu não saiba ,que tudo saiba a aba do meu chapéu.
A se falasse,imóvel então,dizia o mesmo,tudo que via,cheiro de pizza rolar em vão.
BEM ASSIM, SIM!
Sim, meu bem, sou bem assim, sim: tim- tim
por tim –tim, de verdade, pra lá de verdadeira,
espevitada, serelepe, moleca, traquina, festeira,
fagueira, faceira, feiticeira, beijoqueira, brejeira,
atrevida, criativa, aguerrida, afetiva, comprometida,
até meio sacerdotisa, com fé de pé, perfeccionista,
ousada, do tipo gente que não cala, fala o que sente,
indecente de tão inocente, escrivinhadeira, matraqueira,
intensa, amorosa, mimosa, ambiciosa, vaidosa, manhosa,
caprichosa, orgulhosa, gaúcha sim, filé de primeira, enfim,
do início ao fim, brasileira, tão plena e serena quanto inteira!
Maria Angélica Guichard,
A Gaúcha Guria da Poesia!
MPROPRIA-MENTE
Mente pra própria mente quem pensa
Que esconde o que seu coração sente!
Guria da Poesia Gaúcha
DISTÂNCIA, ÂNSIA E CIRCUNSTÂNCIA
Nenhuma distância demora
Mais que a daquela hora
Em que, literalmente, sem
Teto de afeto por perto,
O amor joga tudo
Fora e vai embora!
Guria da Poesia Gaúcha
Cabeça erguida, olhando para o horizonte.
Seguindo a estrada, sem placa, sem direção.
Mas com o bem que move meus passos em meio à escuridão.
Sem temer que os males te impeça de seguir à diante.
ILUDIDA
Ilusão é achar que família é assim:
Um por todos, todos por um,
Sempre, sempre que preciso
For, por qualquer objetivo
E por objetivo nenhum!
Mas, foi pura ilusão eu querer
Valorizar o sangue, honrar a raça
E orgulhar-me de não ser anônima.
Ah! Como eu quisera ser mais uma
Em uma família de muitos do que ser
Menos uma em uma família de poucos,
Como quisera que fôssemos loucos,
Loucos, bem loucos uns pelos outros!
Mas não adianta eu querer ou fazer,
Já que o teu coração diferente, segue
Indiferente do que te pensei como parente,
Mesmo tendo saído de um mesmo ventre!
Foi triste sim, confesso achar que por teres
O mesmo sangue tivesses alguma coisa
A ver comigo, que pudesses pelo menos,
Por um dia alimentar a minha alma ou até
Menos do que isto, afinal, nestes últimos
Tempos até uma hora contigo reivindiquei,
Mas este mendigado momento não ganhei!
Não, não foi ilusão quando usei a palavra
Mano e não percebi a tua mão estendida,
Quando eu gritei a palavra irmão e nem
Sequer por ti me soube ouvida! Ah! Que
Triste ilusão eu imaginar que poderia
Contar contigo pra pensar em voz alta,
Quebrar os galhos que plantaste comigo
E até o peito estufar ao me orgulhar ao te
Apresentar como o meu melhor irmão e o
Maior amigo, já que somos mesmo irmãos,
Filhos de mesma mãe e mesmo pai, sim!
Enfim, da mesma família e isto até nos mil
Documentos do cartório é pra lá de notório,
Mas mano, ilusão ou não, tu és meu irmão
Nesta vida e quero te dizer que mesmo que
Não conte mais contigo, eu sigo de coração
Aberto pra te ouvir, apoiar e perdoar como
Sempre e pra sempre, meu irmão querido!
Guria da Poesia Gaúcha
A pá-lavra é meu alimento, alento e sustento
E a poesia a minha alegria, magia e energia!
Guria da Poesia Gaúcha
AMANDA (01/08/10)
Afastarei da minha mente o teu corpo
Mudarei de cidade para não ver você
Aceitarei o exílio dos sentimentos
Não tendo certeza de como te esquecer
Depois de tudo feito e dito
Amar-te-ei, até meu corpo padecer.
Posso ser mais doce do que mel ou mais ácida
Até do que o fel, e isto, somente depende de
Como ele estiver e do que fizer quando vier, e
Me quiser, exclusivamente, como a sua mulher!
Guria da Poesia Gaúcha
Por que será que os homens na grande maioria,
Priorizam garrafas cheias e mulheres tão vazias?
Guria da Poesia Gaúcha
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