Poema da Geladeira Elisa Lucinda
O frio do teu calor
Como um vento sul, frio e vagaroso.
Tomou por antecedência
Arrepiando, o pesaroso.
Aqueceu sem procedência.
Deixou-me em calafrios
Sem ter o porquê de fugir
Perdurou mais que outros frios
Mas esquentou e teve de ir.
Por inverno eu imploro
Ao inverso eu quero gelar
E flocos de neve choro
Na janela a te esperar.
O frio do teu calor
Em uma época de toda errada
Chegou trazendo torpor
E se foi na madrugada.
Procuro na chuva e outros carnavais
O que o vento fez de amor
Talvez ande no sul ou em outros litorais
O frio leve e sereno que aqueceu o meu calor.
Todas as pessoas
Todas as gerações
As crenças, a fé.
Todas as orações.
Todas as vidas
Todas as emoções
Todos os problemas
Todas as resoluções.
Todos os sorrisos
Todo o amor
Todos os abraços
Todo o calor.
Todas as noites
Todos os dias
Todas as alegrias.
Todos os choros
Todas as chuvas
Todos os coros
De adoração.
Todas as mãos
Todos os laços
Todos os traços.
Todos os todos...
Entra Primavera,
Senta e me conta,
Até onde tu és ou eras,
Apenas a estação da flor,
Somente a floração do amor ou
Literalmente, a criação no coração
Da germinação do amor em flor?
Guria da Poesia Gaúcha
Entra Primavera,
Senta e me conta,
Até onde tu és ou eras,
Apenas a estação da flor,
Somente a floração do amor,
Ou literalmente, a germinação no
Coração da criação do amor em flor?
Guria da Poesia Gaúcha
ELEGANTE
É manter a cortesia, seja
Noite, ou seja dia, é fazer
Gentileza onde quer que
Tu estejas, é ter singeleza,
É desenvolver a delicadeza,
É só falar quando solicitado,
É mais do que calar, escutar,
É liberdade sem libertinagem,
É comentar só após ponderar,
É juízo sem ganho ou prejuízo,
É vontade de praticar bondade,
É ter ímpar habilidade como par,
É ser tolerante e não arrogante, é
Atitude de solicitude, é jamais ser
Rude, é quem se compensa porque
Pensa, é pedir perdão de coração, é
Exercitar o lugar do outro ao falar e é
Respeitar gente, seja igual ou diferente!
Guria da Poesia Gaúcha
'SOLIDÃO'
Nos momentos de solidão, sentimo-nos desertos, deveras um atleta que não consegue chegar ao objetivo essencial. Lembramo-nos do pouco que vivemos. Os pensamentos sempre voltam-se para os aprendizados passados. A experiência é o cerne. O medo de errarmos novamente, tira-nos o sono. Perguntas intrigantes fazem parte do cotidiano como uma criança interrogando ao progenitor o 'porque' de tudo.
A análise do que nos transformamos vem à tona feito um tiro de canhão que acerta o alvo por centenas de vezes. Chegamos a conclusão que somos a metamorfose do improvável. Somos o irreal que transformou-se no genuíno. Porque não excêntricos? Sentimo-nos mais prudentes. Estamos no ápice dos estágios de mutação. Uma borboleta com seus traços já definidos.
Percebemos e compreendemos que fazer parte desse 'aglomerado insólito' deixa-nos insanos. Vira-nos ao avesso todas às vezes quando a flecha da solidão acerta seu alvo. A cada piscar de olhos, os pensamentos ficam mais intensos. Sentimos o poder da mudança. Só não sabemos por onde começar. Traçamos o caminho a percorrer, só não conseguimos dar os primeiros passos.
Um dos piores fracassos é quando temos um caminho à frente, mas, por razões sucintas, não conseguimos trilhá-lo. Um dos atalhos é olharmos para o céu azul. Se não gostarmos do azul, podemos imaginá-lo amarelo, verde, marrom. Nossas escolhas dependem da intensidade com que vemos o mundo, como sentimo-lo e como saímos dele para o nosso exclusivamente particular e íntimo.
A solidão nos propicia essa 'saída', esse reencontro do 'eu' com a 'reflexão'. Solidão também é sinônimo de mudanças. Mistura de isolamento com aprendizado. Solidão é tão óbvio para os seres humanos que a maioria tentam burlá-lo. Tentam escondê-lo sem eficiência. Sendo inevitável para o amadurecimento que precisamos, a solidão é o amigo para as horas incertas e horas profundas de transformação.
Desapaixonar.
Eu posso ver através de todos os traços
Por isso é tão difícil me acostumar
Com a ideia de que você não quis me amar.
É complicado perceber que me enganei
Quando em ti olhava
Um brilho que só eu causava.
Mas terei que me conformar
Deixar-te-ei viver as tuas lembranças
De esquecer-te tenho esperanças.
A vida é bela, eu sei.
Por esse motivo não mais vou pensar
Já está em tempo de me desapaixonar.
NEIMAR, QUERIDO!
Saiba, amigo que o destino vem
Sem aviso, de improviso, então
Aproveita o imprevisto e esquece
O que te esmorece e não te merece,
Vê se não esquenta, pelo menos tenta
Por nós, total somos mais que uma voz,
Somos uma brasileira nação que te ama
De montão, de coração, somos a massa
Que te ergue a taça pela tua arte, graça,
Talento, dedicação e raça, somos o povão
Que agora está junto em oração para a tua
Pronta recuperação, enquanto tu te guardas,
Resguardas e fortalece, a gente te aguarda,
Te engrandece e reza para todos os santos
Pra que voltes logo pra o campo, sempre tão
Amplo quanto santo, então, manda embora o
Desencanto do pranto, pois a hora agora é de
Saber do encanto que é poderes em semanas,
Voltar a jogar bacana, total, o único fato neste
Ato que queremos reverenciar e lembrar é que
Em qualquer lugar do planeta, por todo canto és
Um encanto pelo talento, magia, ousadia e alegria,
Pela harmonia, pois tu és dez da cabeça aos pés!
Guria da Poesia Gaúcha
A poesia é um ritual espiritual com cerimonial e liturgia de
Eucaristia, é magia pela harmonia da alegria com a energia, Na verve que veste e que ferve o dia todo, todo o santo dia!
Guria da Poesia Gaúcha
O melhor do Brasil é o seu povo que está sempre
Pronto pra começar de novo, que labuta, disputa e
Luta a mil pelo país mais feliz, em cada cidade que
É partner varonil, pelo céu muito mais anil em cada
Arte gentil desta aclamada e tão amada pátria Brasil!
Guria da Poesia Gaúcha
A esperança é a perseverança com a fé de pé, é
Mais que motivação, é a necessidade de se achar
Alguma facilidade pra poder se alcançar a felicidade!
Guria da Poesia Gaúcha
ATENÇÃO, MULHER!
O homem não muda só porque você quer, já
Que sequer se muda quando muda de mulher!
Guria da Poesia Gaúcha
Há dias queria te encontrar...
A saudade estava grande e
parecia não mais terminar
Eu te buscava em todos e
em cada lugar.
O que eu não sabia era que você
também sentia saudades.
Mas hoje o acaso me levou pra você
Sem combinado, e sem nada ensaiado
Pudemos nos encontrar.
Somente seus olhos e sua voz podem me acalmar.
Então não demores a voltar
Você sempre saberá onde me encontrar
Eu estarei aqui quando quiseres voltar.
Até breve...
São seis horas da manhã, não tenho nada pra te dar,
Talvez uma ressaca breve e o desejar.
Então deita aqui na cama, fica mais de uma semana.
Veja um filme bom, enquanto eu toco violão.
Talvez a gente se ame ou a gente se engane,
Mas não deixe em vão, não sucumba à razão.
Moço
Moço me desculpe se quebrei teu coração
Mas na verdade nunca tive a pretensão
Deixe -me em retratos quebrados
Só me esqueça sem saber pra onde vou
Prometo não deixar vestígios do passado
E nunca saberá quem hoje sou.
Dou-lhe a palavra que jamais virei
Onde quer que esteja eu desviarei
E do teu coração desaparecerei.
Agora moço, me diga sinceramente
É isso o que realmente
Vai querer?
Sentei-me em um banco da praça já vazia. As pessoas em suas casas vivem as emoções de uma trama fictícia, sem cogitar as tramas reais.
Observo atentamente o movimento das nuvens no céu já escuro, a noite caiu e todos estavam ocupados demais para perceber. Só eu consigo ver?
O vento arrepia minha pele descoberta, chego à conclusão de que logo vai chover se não sentisse frio, talvez nem fosse perceber.
Os carros andam apressados de um lado para o outro, me pergunto se essas pessoas sabem para onde exatamente estão indo, ou aquele ato não passa de uma pequena circunstância da rotina e dessa vontade desenfreada de repetir a mesmíssima coisa do contexto social. Como deveria ser, corre tudo normal.
Afago o acento vazio ao meu lado, deveria haver alguém ali?
Aspiro o ar puro pela última vez, antes de cair nas previsões de que faria tudo outra vez. Levanto-me e retorno para a realidade, esperando que ao menos aquele segundo de lealdade, continue por alguns dias em meu coração.
Queria ter a coragem insana que faz os leigos acreditarem em uma felicidade nem tão feliz, porque sim, é preciso coragem para não sorrir.
Queria ser.
Eu queria ser uma borboleta
E enfrentar os ventos sul e norte
Pousar numa flor de cor violeta
E beijar margaridas se tiver sorte.
Eu queria ser um gigante azul
E ter um brilho quente de acessório
De noite desfilar o cruzeiro-do-sul
E ver o rosto límpido ilusório.
Eu queria ser um peixe boi
E nadar nos mares gélidos do ártico
Pensar que o que passa já foi
E sorrir para quem parecer apático.
A oportunidade é igual a um bicho: cabeludo
Na frente e careca atrás, então te apressa em
Pegar depressa ou não vais pegar nunca mais!
Guria da Poesia Gaúcha
Eu nunca sei quando as estórias acabam. Por isso sempre fico preso entre uma e outra, ou entre nenhuma e nenhuma outra; entre um recomeço sem fim e um fim sem término.
Talvez por ser mais espectador ou coadjuvante, do que protagonista da minha vida, tenha essa enfermidade de não dar conta de quando baixa o pano.
As luzes apagam, o público sai, os colegas limpam a maquiagem e eu continuo lá: com a fala na cabeça, o texto decorado, aguardando a deixa.
A deixa que nunca vem.
Sempre tive medo das coisas e das pessoas. Um pavor e uma falta de fé. Talvez por isso eu tenha criado minha própria companhia teatral, onde sou diretor; contra-regra; atores e público.
Enceno só para mim uma tragicomédia.
A realidade me faz tão mal e me deixa tão fraco que fico, no fundo do palco, muitas vezes, a sussurrar o texto a mim mesmo.
Às vezes não ouço.
Quase sempre não ouço, porque sussurro baixo e minha voz é trêmula...
O público não entende a peça, logo, não aplaude. Eu, furioso, demito a todos: ao autor; ao diretor; aos atores...
Expulso o público do teatro e ateio fogo a tudo.
E ali dentro fico eu, junto às cortinas e aos holofotes, incandescentes; queimando, queimando, queimando...
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