Poema da Geladeira Elisa Lucinda
A mais lenta dança contigo parece uma corrida
O maior filme um curta
E cada beijo uma piscada
Mas cada segundo mais valioso do que anos
Sentimento em repentino que em um ponto quase divino
Mudou a vida de um jovem menino
Para o amor de um crescido rapaz
Que somente pensará no tempo
E não em mais tempo.
Mundo vago
que em meio a um passo
já fujo do raio do compasso
e começou a outra parte da dança
mesmo que a mente ainda se cansa
de tanta exigência sem ritmo impedida pela distância
me presenteie então, ao menos com sua despedida
já ficaria feliz
pois de tudo o que aconteceu
que meu entendimento não consegue chegar
minha mente instalou bem ali o seu jeito de me olhar.
corações amargos
que em busca do amor desenfreado
ainda procura alguém para estar do lado
mesmo depois das facadas levadas
mesmo depois das pessoas importantes virarem nada
mesmo depois do sentimento por extinto
mesmo o fim voltando para esse início distinto
da procura por alguém que preencha seu vazio
mesmo que por instinto.
Poético silencioso
que se deslumbra numa noite branda
rodeada de olhares curiosos a se debandar.
Lua branca e clara como as ruas do entendimento
que me preenche de sentimento
deixando a mente livre querendo voar
novamente volto a escrever pensando em quando vou descansar
mesmo que a mente em rimas de momento não pare de pensar
para compor mais um pedaço da alma
um resquício que me acalma e me faz querer continuar.
Venha chuva
deixe de ser passageira
more em mim como a uma veia que pulsa e corre a cada bater.
Dance de ante as batidas do meu coração
mostrando que dentro de nós reside uma canção
e que nada no mundo irá te fazer parar de dançar.
Pule, rodopie e se jogue, mas tudo o que te peço
é que passageira a ser tu não volte
pois mesmo sendo sua vida corriqueira
aí de mim se perder mais uma veia.
O pó da terra agarra
nos rotos chinelos
desgastados pelo tempo
que ainda protegem os pés,
de jovens e crianças
que nasceram de um lar
que não possuem um par de meia
Sala ampla, mesa farta
Na casa de poucos têm!
Na maioria do povo,
a fome é o que mais convém
Pelo olhar dos poderosos,
os pobres são onerosos
dos tesouros que a Pátria tem.
Lutando por uma pátria justa.
(LUA, Pedra da. Poeira e fome. In: GONDIM, Kélisson (Org.). Vozes Perdidas no tempo. Brodowski: Palavra é Arte, 2020. p. 90).
O sonho da Pátria Livre
vem do ventre das fêmeas.
Que entre flores e frutos,
ousam somente sonhar
Com uma pátria justa e livre
que os seus filhos abriga
em marcha e luta
para uma sociedade decente.
Entre lutas e dores
Seguem carregando sementes
de melhores dias e formas
de se viver com Justiça
Com homens, mulheres
Jovens e crianças
Uma pátria em mudanças
Que acolha toda gente
E abrigue todos os sonhos
Daqueles que vivem somente
Lutando por uma pátria justa.
(LUA, Pedra da. Sementes da Pátria justa. In: GONDIM, Kélisson (Org.). Vozes Perdidas no tempo. Brodowski: Palavra é Arte, 2020. p. 89).
Permitas, meu amigo,
que eu toque as suas mãos.
Agradeço imensamente
por sua gentil atenção.
Estás sempre comigo
bem antes da concepção.
Com você aprendi que a vida
é feita de muita escolha
e que as causas irracionais
podem ter efeito-bolha.
Em meio à diversidade
que a vida proporcionou,
Aprecio as maravilhas
que a natureza criou.
Estando perto ou distante
é comum observar
que seu toque irradiante
faz o coração pulsar.
“Tudo ao seu tempo” ou
“Devagar também chega lá”
“O tempo chegou”
“É tempo de semear”
A colheita é abundante,
e é certo que virá,
Aquilo que se semeia,
um dia se colherá.
A pressa é aliada de muitas comemorações,
O egoísmo não permite dar explicações.
Mas com o tempo compreendi onde está o Criador.
Que a longevidade do homem é fruto do seu amor.
Escutem, se acalmem e esperem!
Tudo no seu tempo e lugar.
Apreciem o Belo e sejam gratos
porque toda beleza é viver e amar.
(COSTA, Benedita Lopes da. Tempo. In: GONDIM, Kélisson (Org.). Vozes Perdidas no tempo. Brodowski: Palavra é Arte, 2020. p. 46).
Flor lilás
Dentre todas elas
Mais rara e bela
Com seis espinhos rudes
Ninguém ousa tocar.
Os perfeitos são os piores
Perfeitos de piores defeitos
Sempre atrasados
Odeia ficar bravo,
cair em situações complicadas,
ficar sem energia
e ser doente as vezes
[Duìbùqǐ]
Eu a conheci eu a amei, Eu a conheci e a amei. com toda a profundidade da minha alma, com a minha mais profunda raiz, a verdade é que eu tenho medo e sinto temor. temor deste sentimento: e o e oque tu temes? Eu temo: porque por todo esse tempo nunca me permiti que chegasse até aqui.
Eduardo Benedito Da Silva.
"À Deriva"
À deriva em um mar sem fim,
Sem rumo, sem destino, assim,
Um ser perdido, sem saber o que quer,
Buscando algo que nem pode descrever.
Caminha sem rumo pela estrada da vida,
Sem encontrar a paz tão desejada, querida.
Como folha ao vento, vai sendo levado,
Sem saber para onde está sendo guiado.
Na imensidão do universo, vagueia sem direção,
Procurando respostas, buscando a razão.
Mas o que procura, ele mesmo não sabe,
Um vazio profundo em sua alma invade.
À deriva, perdido em seu próprio ser,
Sem compreender o que o faz sofrer.
Tateando na escuridão da incerteza,
Em busca de uma luz, de uma clareza.
Quem és tu, alma errante e confusa?
O que buscas nessa jornada obtusa?
Que rumo tomarás, que caminho seguirás?
À deriva, quem és, só tu sabrás.
'Renascer"
Na beira do abismo, encarei a escuridão,
A morte espreitava, num silêncio sem perdão.
Mas ali, no limiar da vida e da partida,
Descobri um novo sentido, uma jornada renascida.
Antes, vivia no futuro, adiando a alegria,
Mas no momento derradeiro, vi a verdadeira magia.
Agora, abraço o presente, com gratidão no coração,
O momento é precioso, uma dádiva de emoção.
A esperança floresce, como um raio de luz.
Iluminando cada instante, sem medo ou desluz.
A vida se torna mais intensa e mais colorida,
Cada sorriso, cada lágrima, é uma oportunidade querida.
Na sinfonia do existir, encontro minha melodia,
Celebrando cada nota, com alegria e harmonia.
Assim como a árvore, firme e serena em seu lugar,
Eu abraço o presente, sem temer o porvir ou hesitar.
"A minha Epifania"
Na trilha da vida, aprendi faz tempo,
Que a felicidade está em cada momento,
Não em festas, nem em comemorações,
Mas nos dias simples, sem pretensões.
Nos dias banais, no sol a brilhar,
E até na chuva que vem nos molhar,
Ela se esconde, nos surpreende,
Na simplicidade, sempre se estende.
A felicidade é um caminho sinuoso,
Com curvas, montanhas, desafios formosos,
É um estado de alma, de contentamento,
Colecionando instantes, em cada momento.
Uns são felizes com pouco, é verdade,
Outros com menos, longe da vaidade,
Mas há quem busque no frívolo e ilusório,
Na ostentação, no ego, no transitório.
Meus momentos felizes, guardo com afeto,
Lugares singelos, com o amor repleto,
Com pessoas queridas, sentimentos puros,
Emoções sinceras, sem artifícios obscuros.
Por isso, não busco a felicidade distante,
Nos dias marcados, na ilusão constante,
Mas em cada dia, em cada passo dado,
Na simplicidade da vida, no presente abençoado.
Caminho pelo jardim, olhando o céu,
As árvores balançam, em suave véu,
Sinto a natureza, em harmonia e calma,
Nesse momento simples, encontro minha alma.
O horizonte ermo e noturno,
E eu aqui, desorientado, sem razão, No eco do silêncio, um coração soturno,
Estou perdido, num tempo já perdido, na solidão.
Espírito sociangustista
Nas ruas da desilusão,
Onde o eco da injustiça ressoa,
Caminhamos com o peso da opressão,
Na sociedade que nos despoja e magoa.
Erguem-se muros de indiferença,
No labirinto do progresso vazio,
Onde a esperança é uma crença,
E o amor, um bem desafio.
Mas ainda na angústia coletiva,
Há uma chama que persiste,
A luta por uma vida ativa,
Onde a justiça enfim existe.
Quebraremos as correntes do medo,
Com a força da união e da palavra,
Por um futuro onde haja mais enredo,
E menos dor que a alma lavra.
Pois somos mais que meros números,
Somos vozes, sonhos e ação,
Contra os abismos sombrios e erros,
Levantamos a bandeira da transformação.
Dessa vez eu fui inocente
Dessa vez eu fui inocente,
Acreditei na luz do olhar,
Nas palavras doces ao vento,
No carinho a me embalar.
Dei meu peito sem defesa,
Dei meu sonho, dei meu chão,
E em troca, a dor traiçoeira
Fez morada no coração.
Mas quem vive de esperanças
Se arrisca ao jogo da ilusão,
E o preço de tanta confiança
É o eco frio da solidão.
Ainda assim, sigo em frente,
Carrego a alma resistente,
Pois sei que amar, mesmo errante,
É ser humano, é ser valente.
Livre-arbítrio
Dê as pessoas o poder do livre-arbítrio
elas vão escolher um caminho
que provavelmente não te inclui,
você é bom demais...
...e causa medo
Mas olha para tráz
Quão longo é o caminho...
...que percorreu
E o peso te feriu,
Mas fortaleceu
Do que você precisa, é apoio?
Mas outras precisam mais
Você não pediu...
...mas nasceu independente,
Não vulnerável
é dói mesmo assim
Um dia vai entender o por quê...
...de muitas perguntas
e não vai mais fazer sentido,
porque a vida segue.
"Quando a gente estar triste demais, gosta do por-do-sol...." -Disse o pequeno príncipe; "Antoine de Saint-Exupéry".
Mas se o dia a pouco amanheceu, espero o entardecer. Provavelmente o sol se encobrirá de uma bela miragem só para me ver sorrir.
