Poema Concreto sobre Rios e Mares
Palavras Soltas
São apenas palavras, soltas e perdidas;
Palavras que se desencontram, palavras que se afastam;
Palavras que machucam corações;
Palavras voando, procurando refúgio;
Palavras que alguém pronunciou;
Que saíram de bocas sórdidas ou sujas;
Palavras no calor do momento que saem como labaredas de fogo;
Palavras assustadas que te deixam com o coração apertado;
Palavras nunca ditas que se arrependem de nunca ter falado;
Mas são apenas palavras que ninguém se dá conta que falou;
Que ninguém se importa de ter falado;
Palavras que como lâminas ferem tantas pessoas por ai;
No olhar de tantas pessoas eu vejo vozes e dessas vozes palavras perdidas;
Palavras que nunca mais se reencontraram;
Palavras de um pai para sua filha;
Palavras da filha para o pai;
Palavras agora não importam mais;
Não me peça ajuda com palavras;
Porque palavras mentem;
Palavras escondem desejos, medos, sonhos e lembranças;
Me peça ajuda com o que tiver de mais santo;
Seu eu ouvir a voz do que está te atormentando;
Vou poder sentir o mesmo tanto;
Pra sempre você viverá sabendo que proferiu as últimas palavras para mim;
Que suas palavras me afastaram de você;
Que você mesma disse para eu te esquecer;
Porque palavras afastam corações;
Não me diga mais nada;
Não me procure;
Não te procurarei mais;
Sua face sumirá do meu horizonte
Suas palavras se apagarão da minha mente;
Alma maruja traz um pouco
de tudo aquilo que precisa
ser refeito na Baía da Babitonga
que eu já perdi a minha conta.
Embora não tenha perdido
a esperança de Ilha Alvarenga
por ser poesia, poema e poeta
com apego ao mar e esta terra.
Desistir não é e nem nunca
será a opção porque viver
é o quê move pleno o coração.
Não perder jamais as correntes
e deixar que pousem solenes
na existência feita para a navegação.
" IMAGINO "
Te cravo os olhos meus! Eu te imagino
no mais secreto do meu pensamento
onde, em registro, crio ali, fomento,
a sede de querer-te e, ainda, assino!
Não tens ideia deste meu intento,
sequer de tudo o mais que aqui maquino
provendo, ao meu desejo, o seu destino
que, sem qualquer pudor, risco e o invento.
O bom do imaginário é que em secreto
o pensamento fica ali, discreto,
oculto aos olhos de qualquer pessoa…
Eu te imagino como quero, então,
na força redentora da paixão
e nem percebes que isso, em mim, ressoa!
Hoje,numa aula de programação
fico muito abismada com toda a situação
acho que estou em crise
ou estou em confusão
flores queimam suas folhas
e borboletas voam lindamente numa sincronização.
Pensar é muito estranho
como é estranho pensar
num dia me ponho a sorrir
no outro me ponho a chorar.
Hoje estou como Brenda
Mas amanhã quero ser Noélia Perfect
Por favor
Só lhe peço que me mate.
Me estrangule como uma borboleta
jogue uma pedra em cima de mim para que eu possa escorrer de sangue
Na minha cabeça quebre uma ampulheta
ou me sequestre em uma gangue.
Se eu puder morrer em paz
eu agradeço a morte incerta
pois eu nunca seria capaz
de escrever de mente aberta.
Por isso,por favor
Só lhe peço que me mate.
Quero morrer de dor
e de muita crueldade.
" CONFLITO "
Fico a pensar: pra quê? Qual o sentido?
Quem dita as regras desta sociedade
escravizante, inapta, na grade
de uma prisão sem fim? Caso perdido!
As normas dadas não têm de piedade
a pesa esse sistema, em si, falido
imposto num tormento desmedido
que rouba o senso, a paz, a liberdade.
Se faça assim, ou desse jeito assado,
do mesmo modo que foi no passado
e ai de quem não faça como dito…
Pra quê? Por quê? Que diferença faz
se, ao fim, de resultado nada traz
além de um coração sempre em conflito?!
" RARO "
Envelhecido fui do jeito certo;
aprimorado ao tempo decorrido!
Melhor fiquei por tudo o que vivido
enquanto o amor manteve-se por perto!
Melhor na consistência, no sentido
de bem mais encorpado, assim, decerto,
e, ao paladar, de opiniões liberto
fazendo-me, pro trago, o preferido.
Quem me provou atesta a qualidade,
o bom buquê, a essência e intensidade
de uma paixão sem preço e sem medida…
Do jeito certo envelhecido, raro,
ainda, à juventude, me comparo
e bem mais caro me tornou a vida!
'nao me olhe desse jeito'
mas de que jeito?
estou apenas apreciando o castanho dos seus olhos
Apreciando esses seu sorriso apertado
Apreciando esses teus longos cílios
As curvas do seu cabelo enrolado
Tua risada sem graça
E sentindo minha tristeza escassa.
Talvez eu realmente te olhe diferente
Talvez um brilho apareça de repente
Nesse meu olhar reluzente
Toda vez q eu bato o olho em ti
E talvez ou sempre
Dentro da minha mente
Essas fotografias sem lente
Que eu tiro com o olhar
Possibilitam q quase sempre
De vc eu vá me lembrar.
Nas Ilhas dos Araújos
como aves livres
na Baía do Babitonga
a gente se encontra.
Discreto talvez o amor
venha e nos leve por
encanto e sem espanto
à ele nos rendamos.
O romantismo resiste
e em nós tem refúgio
deste mundo incrédulo.
Um perene e estuarino
de impulsos sem medir
riscos porque estamos vivos.
"Eu, em pedaços que ninguém entende"
não há inteiro em mim.
sou feita de partes que não se falam,
de pensamentos que dormem antes de nascer.
há fé, sim —
mas ela vive num canto escuro
e às vezes esquece o próprio nome.
às vezes eu falo com Deus,
ou com o silêncio,
ou com ninguém.
quem responde, nunca sei.
não quero sentido.
quero só continuar sendo,
mesmo quando ser
me pesa mais que viver.
sou poema que se nega a rimar,
sou lágrima sem nome no meio da tarde.
se me entenderes,
me perderei.
me guarde como se guarda o vento:
sem tentar fechar a mão.
" FELIZ "
Feliz se pode ser, como é o intento,
nas coisas simples, sim, do dia a dia…
É como livre, leve, em harmonia
se dança, num momento, junto ao vento!
Qualquer pequeno instante de alegria
vivido intensamente e a contento
se faz, para a alma, um eficaz sustento
e nos envolve pleno em sua magia.
O essencial (aos olhos, invisível)
se torna assim, perante nós, possível
mediante um coração terno e feliz…
De instantes breves de felicidade
se pode aqui viver, na intensidade,
o bom da vida que sempre se quis!
" ENCERRA "
Eu sou de São João da Boa Vista,
estado de São Paulo. Enfim, Brasil!
Sou filho dessa terra-mãe gentil!
Um poeta, um sonhador, quase um artista…
Banhada pelo sol num céu de anil
São João se curva à Serra da Paulista,
aos pés da Mantiqueira que, ao turista,
retrata sua beleza em bom perfil.
É terra de paixão, mulher bonita,
estrada do minério e da bauxita
que vem de Minas bordeando a serra…
Aqui me fiz, cresci, ganhei a vida,
amei com toda a força me estendida
e hei de morrer o verso que me encerra!
" REVELE "
Ah, se soubesses ler o pensamento
ou desvendar o oculto ali guardado
terias, ante os olhos, revelado
deslizes tolos do meu sentimento.
Exposto, sem arranjos, desnudado,
quer mesmo no relance de um momento
o afeto, causa e cruz do meu tormento,
te mostraria o que tenho pensado.
Desejo? Só vontade? Sedução?
Lascívia que me brota ao coração
ou simplesmente amor à flor da pele?...
Não sabes ler o pensamento em mim,
porém, num dia desse, digo, enfim,
que pode ser que eu mesmo o te revele!
Ingrid vitória
Dia vinte e cinco de março
iniciou-se uma caminhada,
a procura de uma menina
que havia sido sequestrada,
foram cinco dias de aflição
dentro mata fechada,
nas mãos de um delinquente
ela passou dias extremamente
sendo muito maltratada.
Vou relatar em poesiaa
um pouco dessa história,
autoridades e voluntários
se uniram nessa trajetória,
com a esperança mantida
o foco era encontrar com vida
a menina ingrid vitória.
Cinco dias se passaram
e a triste notícia chegou,
no silêncio do sertão
ingrid vitória se calou,
após ser sequestrada
ela teve a vida ceifada
e assim o vento a levou.
Uma menina tão jovem
apenas treze anos de idade,
foi vítima da violência
desse mundo da maldade,
quanto tempo vamos esperar
quantas Ingridis vão se calar
pra não haver tanta impunidade.
Pernambuco em lagrimas
apoiando uma família sem chão,
que grita de dor pela perda
de uma membra do nosso sertão,
ela foi mas deixou de lembrança
o riso de uma eterna criança
espalhado em nosso coração.
Aos treze anos de idade
foi tão precoce sua partida,
ainda que por pouco tempo
sua missão aqui foi cumprida,
é duro o choro da perda
dói mais ainda a despedida,
sei que de onde você estiver
viu o quanto foi acolhida,
seu brilho aqui não apagará
sua luz agora irá brilhar
em uma eterna nova vida.
" PERSEGUE "
Persegue-me o olhar, discreto ou não,
de críticas composto em sua essência,
disposto ao julgamento sem clemência
e pronto para dar condenação!
Se, eu, alvo sou aqui dessa imprudência
sinal que estou bem forte e vivo, então,
e não vesti, ainda, o meu caixão,
mas sigo a poetizar essa existência.
Bem visto ou não bem quisto, estou na luta
deixando a minha marca na disputa
que há de permanecer à eternidade…
O olhar que me persegue me desculpe,
mas nada vale a ideia que ele esculpe…
E ainda terá de mim (verás) saudade!
" A DÚVIDA "
Não sei! Tô cá na dúvida insistente
pensando no que tem real valor:
me dizes que é paixão, que é tudo amor,
mas não te fazes nele, aqui, presente!
Não tens bom argumento ao teu dispor
por mais que te apresentes eloquente
e, ao fim, esse teu jeito displicente
não acrescenta nada a teu favor.
Um gesto vale mais que mil palavras
portanto, as tentativas que aqui lavras
não me convencem do que já foi dito…
A dúvida, mais forte, aqui persiste
e já nem sei se o amor real existe
no quanto mais, sobre a questão, medito.
" EXISTE "
O quanto, num olhar, existe expresso?
Palavras diz num movimento mudo
e, sem nada dizer, nos conta tudo
passando sua mensagem com sucesso!
A forma como diz e aqui aludo
diverge em muitos pontos no processo,
mas todo o conteúdo ali professo
revela mais que o dito à voz, contudo.
O olhar agride, mente, diz, desnuda,
convence, engana, chora, pede ajuda
e conta o que não diz sem dizer nada…
O quanto expresso num olhar existe?
Quem tenta descobrir, logo desiste
pois tem segredos dele na parada!
A chuva cai
Como as lágrimas dos meus olhos
Frente a tamanha dúvida.
Leva-me, no subconsciente,
A buscar respostas
Que resolvam tamanha loucura.
Queria escrever para ti
Até o momento que você notasse o amor que por ti sinto
E, se me permitir,
Escreverei até o dia que a visão me escurecer
E, como a chuva, minha vida se esvaísse.
Se não quiser, escreverei da mesma forma;
Meu amor é inexorável, não se transforma.
Mesmo que você nem saiba da existência desses versos,
Eles terão o mesmo sentimento
Que um dia lhe pareceu complexo
Sem razão nem contexto.
Mas gostaria de saber, por razão ou loucura:
O sentimento que nutro é recíproco?
Talvez nem lhe tenha ocorrido
Que, de forma inimaginável,
Meus sentimentos por você
São tão reais como o ar, o ser, o palpável.
Mas não pode ser possível!
Tantas mensagens inteligíveis,
Tantos versos escritos,
Tantas conversas incríveis, em que quase confesso,
Nada torna uma paixão
Mais real, possível?
Amor, se eu pudesse ser mais direto,
Fazê-lo-ia nesse instante.
Mas, como no encontro de uma constante,
Preciso de seu sinal para seguir adiante.
Portanto, sem ser mais hesitante:
Posso?
VIDA
vida
o que pode se dizer
sempre tentando não morrer
sempre tentando não saber
o que é a morte
sorte
de quem não vive isso todos os dias
medo de uma bala perdia
acertar bem no meio do seu peito
e você ver o desespero
de todos a sua volta
e procurar
um motivo para não chorar
para não pensar
que todos os seus sonhos estão indo embora
para nunca voltar
Pensei que morreria no dia em que você partiu.
Meu coração, em agonia, debatia-se feito ave ferida,
e o ar, rarefeito pela dor, mal encontrava espaço em meus pulmões.
Acreditei ser aquele o meu fim —
e o desespero, como mar em fúria, quase me tragou,
enquanto lágrimas silenciosas transbordavam
e afogavam cada recanto do meu leito.
Mas o sol nasceu... e eu não morri.
O sol segue nascendo, teimoso e brilhante,
e eu sigo com ele — mais firme, mais inteiro,
descobrindo que não era sua ausência que me definiria,
nem sua indiferença que me enterraria.
A vida canta, e eu… escolhi dançar com ela.
Barra de São Francisco do Sul
é perto da onde que assumo
ser como a escuna que alisa
o mar do teu romance e delícia.
O rumo nas mãos da ventania
leva ao Arquipélago das Graças
porque é assim que se escreve
a leveza e o sentido de ser perene.
Parar ali sem mais nem o porquê
por um instante na Ilha da Paz
sem querer na vida nada a mais.
No final entender que amor é
sem mistério em águas tranquilas
e transparentes do divino querer.
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