Pierrot

Cerca de 22 frases e pensamentos: Pierrot

A Canção das Lágrimas de Pierrot

I

A sala em espelhos brilha
Com lustres de dez mil velas.
Miríades de rodelas
Multicores - maravilha! -

Torvelhinham no ar que alaga
O cloretilo e se toma
Daquele mesclado aroma
De carnes e de bisnaga.

E rodam mais que confete,
Em farândolas quebradas,
cabeças desassisadas
Por Colombina ou Pierrete

II

Pierrot entra em salto súbito.
Upa! Que força o levanta?
E enquanto a turba se espanta,
Ei-lo se roja em decúbito.

A tez, antes melancólica,
Brilha. A cara careteia.
Canta. Toca. E com tal veia,
com tanta paixão diabólica,

Tanta, que se lhe ensanguentam
Os dedos. Fibra por fibra,
Toda a sua essência vibra
Nas cordas que se arrebentam.

III

Seu alaúde de plátano
Milagre é que não se quebre.
E a sua fronte arde em febre,
Ai dele! e os cuidados matam-no.

Ai dele! e essa alegria,
Aquelas canções, aquele
Surto não é mais, ai dele!
Do que uma imensa ironia.

Fazendo à cantiga louca
Dolorido contracanto,
Por dentro borbulha o pranto
Como outra voz de outra boca:

IV

- "Negaste a pele macia
À minha linda paixão
E irás entregá-la um dia
Aos feios vermes do chão...

"Fiz por ver se te podia
Amolecer - e não pude!
Em vão pela noite fria
Devasto o meu alaúde...

"Minha paz, minha alegria,
Minha coragem, roubaste-mas...
E hoje a minh'alma sombria
É como um poço de lástimas..."

V

Corre após a amada esquiva.
Procura o precário ensejo
De matar o seu desejo
Numa carícia furtiva.

E encontrando-o Colombina,
Se lhe dá, lesta, socapa,
Em vez de beijo um tapa,
O pobre rosto ilumina-se-lhe!

Ele que estava de rastros,
Pula, e tão alto se eleva,
Como se fosse na treva
Romper a esfera dos astros!...

Manuel Bandeira
BANDEIRA, M. Carnaval, 1919

"Pierrot le Fou"
(ou contracenando com Godard)


A realidade me faz sorrir de medo !!!
Me incomoda poder saber que é realidade!
Me inspira na transpiração dos meus desejos.
Me faz confiante,errante e livre.
É o encontro do entardecer, na praia do amanhecer.
Me escondo!
Não quero os ferimentos, cicatrizados, abertos novamente.
Quero pertencer ao que ainda não aconteceu.
Quero explodir como um Pierrot Fou!
Mas jamais ser triste porque apenas morri.

E com a palavra, Colombina...

Ah meu singelo Pierrot querido
O que trazes atrás de tuas costas?
Por que seu delicado rosto está ferido?
Você ainda quer do mundo as respostas...

Ahh Pierrot como tenho sede de te beijar
Tocar os teus doces lábios de carmim...
E acreditar que isso jamais terá um fim
Contigo eu vejo minha sanidade evaporar

Polua a minha mente enquanto goza a felicidade
de fazê-la sonhar com um futuro incerto
Transforme a minha inocente mocidade
e me deixe cada vez mais perto

Acho que amo mais a ti do que a mim...
Mas você Pierrot... não é Arlequim
Meu amor, meu amor... não pode ser seu
Não chores, não chores... doce Pierrot meu...

Carta a Fevereiro (O Pierrot - A Colombina Distraída - E o Arlequim de mil Colombinas)

Que comece o carnaval... Em meio aos passistas.

As mulatas belas, que rebolam ao som dos tãn tãns...

Já fui folião. Já fui Pierrot.

Já encantei-me com as bailarinas sedutoras...

As poetisas zangadas...As ninfetas assanhadas...

As puritanas reservadas...E as profanas assumidas...

Mas, meu coração, pertencia à Colombina distraída...

De Pierrot virei Poeta... Escrevi mil cartas de amor para a Colombina. Mas, desisti de tentar.

Hoje... Passeio pelo passeio a passear... Com os meus olhos baixos, e sem brilho. Triste, deixei de sonhar...

Passo despercebido diante da Colombina distraída.

Desisti de ser Pierrot... Lutei e lutei para não me deixar embrutecer. Mas, foi a minha única derrota... A derrota do meu pobre coração sonhador.

Hoje, sou Pierrot sem Colombina. E um poeta sem rima.

E a Colombina distraída... Sem o Pierrot...

Encantasse com o Arlequim... O Arlequim de mil colombinas...

PIERROT, cismarento:
Não...Para que beijar? Para que ver, tristonho, no tédio do meu lábio o vácuo do meu sonho... Beijo dado, Arlequim, tem amargos ressábios... Sempre o beijo melhor é o que fica nos lábios, esse beijo que morre assim como um gemido, sem ter a sensação brutal de ser colhido...

Ninguém sabe sorrir tão bem quanto o Pierrot, ninguém!

Vivo num 'clip' sem nexo
Um pierrot retrocesso
meio bossa nova e "rock'n'roll'

Faz parte do meu show
Faz parte do meu show, meu amor...

Como é fácil um palhaço arrancar sorrisos, fazer piadas, gargalhadas. Como é difícil saber o que ele carrega no peito, sendo que muitas vezes nós estamos sujeito a isso, sorriso no rosto e coração partido.

Trago por fora a alegria e sorriso de um arlequim e por dentro, a tristeza e lágrimas de um pierrot.

Fellini tem razão
Na luz, câmera e ação
No lugar, Godard preferiu
Apenas um Pierrot louco

Quando o coração enfeita-se,
ouve-se de muito longe
o lamento triste do pierrot apaixonado.

Inserida por VilmaSpinelli

Revolta de Pierrot

Se faz ausente em noite fria,
Colombina foi atrás do arlequín,
Enquanto eu Pierrot, triste tadinho de mim,
Mas para ti colombina, deixo só uma violeta,
Recusou o meu amor, então fui atrás da Julieta.

Inserida por doceverve

FALAR DE AMOR É FÁCIL PRA ALGUNS,INCLUSIVE PRO INGENIO E BOBO PIERROT. SÓ QUE COLOMBINA ESTAVA EM UMA SITUAÇÃO DIFÍCIL,AMAVA OS DOIS.
O QUÃO O AMOR CONSEGUE SER APRECIADO E AO MESMO TEMPO DESVALORIZADO. AMAR AS QUALIDADES E DEFEITOS É ALGO ERRADO? NO AMOR,É SÓ MAGOAR E SOFRER AS CONSEQUENCIAS!!

Inserida por maria_clara_22

O pierrot, enfim, encontrou a sua colombina
E eles vão de mãos dadas pelo caminho
Ele diz que a ama e a amará por toda sua vida
E ela desconfia desse amor tão repentino
Mas deixa ele pensar que ela acredita...

Inserida por Alexiah

Mais um Pierrot

Não tenho amor próprio.
Sou mais um desgraçado,
não sou mais nem um pouco sóbrio.
Isso poderia ser até engraçado.

Mas não foi, foi uma tragédia,
com direito a total solidão.
Deveria ter sido uma comédia,
sem um pingo de depressão.

Deus sempre se divertiu comigo
Não passo de mais um Pierrot
que não sabe até agora, onde errou
Sofrendo, bebendo no eterno castigo

Colombina jamais o amou...
Ela sempre gostou de Arlequim
E para Pierrot houve um fim...
O fim do amor, ele apenas acabou

Inserida por rodolfoboechat

Pierrot



Do ponto da desgraça
Ao que o coração empala
Como Pierrot o tolo ensaia
A espera de sua Columbina

Dentre o olhar de um Arlequim
A sempre de se seguir assim
Cântico do desprezo ao fim
A fim de vedá-la o sim

Desprovido de palavras
Atuando a encantá-la
Coração logo dispara
Almejando conquistá-la

Devaneio que vem de mim
Ali em meio às garrafas de gim
Castigando-me enfim
Ao pensar no querubim

Dispenso as esperanças
Agrego-me a insignificância
Calando o que sentia
Assim começo outro dia.

Inserida por guiton

De poeta, pierrot, dom quixote e louco .Todo mundo tem um pouco

Inserida por MeninoCaprino

⁠Pierrot & Colombina

Fantasiei - me de amor.
Logo estarei com meu Pierrot.
Carnaval também é poesia,
que nos embala ao
som de doce melodia.
Em meu coração
há eterna folia.
Pierrot e Colombina,
dançam em perfeita harmonia.
Carnaval também é poesia,
versos feitos com
amor e alegria.
Pierrot e Colombina,
poesia que rima
em sintonia.

Inserida por Tati7082

⁠Confete e serpentina
anunciam a chegada.
Lá vem o Pierrot conduzindo a
sua amada.
Rodopiam pelo salão
embalados por ritmada canção.
Colombina bailarina,
desliza com delicadeza.
Quanta beleza!
Pierrot sempre elegante,
esbanja simpatia junto á
amada estonteante.
Arrancam suspiros,
sorrisos.
Quanta emoção!
Aplausos!
Pierrot & Colombina,
um amor que se entende no olhar.
Cumplicidade de se admirar.
Há muitos carnavais
que esse amor só faz a gente acreditar
que sonhos podem se realizar.
Há muitos carnavais
que esse amor
faz estrelas no céu bailar,
faz sol e lua se encantar,
quiçá no mesmo céu se encontrar.
Ainda há muitos carnavais para
Pierrot e Colombina florir
na passarela do existir.
Eles são poesia e canção.
Amor inspiração.

Inserida por Tati7082

⁠O amor é zombeteiro

Às vezes vestido de pierrot
Outras vezes rotundo

O coração em busca dos carnavais,
Acabou em blocos

Numa manhã, tão bela afinal
Manhã de carnaval!!!!

Inserida por thiago_biscarde_nunes