Pessoas Sábias
País desenvolvido não é aquele onde os pobres têm carro, mas aquele
onde os ricos usam transporte público.
Por centenas de milhares de anos, todos os primatas (dos menores saguis até nós) se estabeleceram no planeta em grupos que não passavam de dezenas de indivíduos. Cada grupo tinha seu líder. Grupos competiam pela subsistência.
O que causou confusão na nossa pobre cabecinha foi a irreversível agricultura, que começou a transformar os antigos grupos em multidões. Aí nosso instinto de grupo ficou perdido, dando início ao que viraria nossa moderna polêmica de política, religião e respectivas guerras. Esse é o "homem das multidões" tentando, instintiva e perdidamente, restabelecer suas necessidades biológicas de pertencimento de grupo e reconhecimento de liderança.
Acontece que nossas antigas ferramentas (estabelecimento de grupo e transformação do meio) que conferiram tanta prosperidade à espécie, hoje conduzem a ela própria (e a outras) a vidas infernais e à aniquilação final.
O homem coletivo, que nivela a própria importância à do semelhante e a de todas as formas de vida, que tenta retomar à outrora perdida condição sustentável, é a inédita tentativa de uma espécie tentando conscientemente superar suas necessidades instintivas, direcionando toda necessidade de liderança e transformação para si mesmo, e assim moldar sua própria evolução como espécie. Se triunfar, se converterá no além-homem. Se fracassar, será o último-homem.
Desde o alvorecer da nossa espécie, o avanço tecnológico tem causado resultados benéficos e maléficos à humanidade, mas nenhum deles me pareceu ser tão constante e garantido quanto a maléfica "concentração de poder exploratório". E isso não pode dar em boa coisa.
Ninguém sabe quando e por qual meio ocorrerá o fim da nossa espécie, mas não há dúvidas que ele decorrerá dos implementos tecnológicos humanos que, somados, resultaram na concentração de poder e na potencialização dos nossos atributos morais. O que não significa que nossos atributos nocivos sejam mais recorrentes que os benéficos, mas que causar estragos é incomparavelmente mais fácil e rápido do que causar benefícios.
Tal regra dificilmente será quebrada, o que parece apontar para o "fim dos tempos" da nossa espécie. Nesse fim, imagino que a humanidade não conhecerá Deus, mas justamente demônios.
A ideia de autossuficiência para um ser gregário como o humano é a falácia capitalista mais propriamente dita possível: finge trazer a verdade para lucrar em cima da infelicidade.
Como a fé cristã pode ser considerada fomentadora do amor quando é totalmente sua corruptora? (amar a Deus por medo do castigo, amar ao próximo esperando recompensa eterna, etc). Isto não é óbvio? A honestidade requer pequeno esforço intelectual, mas grande esforço voluntário.
O Deus e o Diabo reais (se quisermos chamar assim) não cabem em 1 milhão de páginas, mas cabem inteiramente em único ser humano.
A crença é prima-irmã do preconceito. Bom seria que não as tivéssemos desde o início, visto que ambos só distorcem a realidade e uma vez inculcados são difíceis de remover.
A estabilidade de uma estratégia de grupo não acontece prioritariamente pelo quanto é boa para o grupo, mas pelo quanto ela é imune a traições internas.
A perfeição é algo do qual já abdiquei faz tempo. O razoável dá trabalho o suficiente e vinha se mostrando incomparavelmente mais produtivo.
Lidar com o desconhecido é sempre lento e penoso. Mas o que é a sabedoria além de aceitar tais penúrias de bom grado, por entender seu belo fim chamado “novo conhecimento”?
Seria mais produtivo tratar o egoísmo como deficiência intelectual, não moral. Se uma questão tem várias faces, a ampliação da que toca a si é um limitador para a compreensão e uma raiz para a estupidez
Posturas menos eficientes podem ser as únicas eficazes: a vida também também pode pedir engrenagem menor.
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