Pessoas Falsas Inuteis e Feias Merecem Pessoas

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Mas é fato, ando com preguiça de interpretar o mundo, de entender as pessoas, de procurar os sete erros. Gostaria de ter todas as respostas na última pagina, de ter um manual de atitudes sensatas, de ter o pensamento voltado pra Meca. Queria que houvesse um serviço de telessoluções entregues a domicílio em menos de meia hora. Cansei de filme de guerra, holocausto, tortura, exorcismo, crise existencial, seqüestros, erro médico, suicídio, trapaça. Ando abençoando a alienação, eu que tinha uma dificuldade crônica em concordar com os outros, me quero de volta, eu pago resgate.

E existem aquelas pessoas, que por mais distantes que estejam, ainda continuam perto.

Farei o possível para não amar demais as pessoas, sobretudo por causa das pessoas...

Clarice Lispector
Minhas queridas. Rio de Janeiro: Rocco, 2007.

Nota: Trecho de carta para Elisa Lispector, de 19 de outubro de 1948.

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As pessoas quase não percebem que falta metade do meu corpo e que não posso ser muito simpática porque toda a minha energia está concentrada para eu não tombar.

Por que as pessoas entram na sua vida? (...) Quando alguém está em sua vida por uma "Razão"... é, geralmente, para suprir uma necessidade que você demonstrou. Elas vêm para auxiliá-lo numa dificuldade, te fornecer orientação e apoio, ajudá-lo física, emocional ou espiritualmente. Elas poderão parecer como uma dádiva de Deus, e são! Elas estão lá pela razão que você precisa que eles estejam lá. Então, sem nenhuma atitude errada de sua parte, ou em uma hora inconveniente, esta pessoa vai dizer ou fazer alguma coisa para levar essa relação a um fim. Ás vezes, essas pessoas morrem. Ás vezes, eles simplesmente se vão. Ás vezes, eles agem e te forçam a tomar uma posição. O que devemos entender é que nossas necessidades foram atendidas, nossos desejos preenchidos e o trabalho delas, feito. As suas orações foram atendidas. E agora é tempo de ir.

Os aventureiros realizam suas conquistas e as demais pessoas os aplaudem.

Ver as pessoas mudando não é o que machuca. O que machuca é lembrar quem elas costumavam ser.

Pessoas passam, param, marcam e vão embora.

Amo frio.
As pessoas se vestem melhor, não soam, não fedem, não ficam pegajosas, meu sorvete não derrete, eu posso tomar banho quente, durmo com vários cobertores, ando de meia o dia todo, tomo chocolate quente. E outra, as pessoas parecem que ficam até mais bonitas!

As pessoas que se comprazem no sofrimento, que gostam de sentir-se infelizes e fazer os outros infelizes, jamais poderão orgulhar-se de sua beleza. O mau humor, o sentimento de frustração, a amargura marcam a fisionomia, apagam o brilho dos olhos, cavam sulcos na face mais jovem, enfeiam qualquer rosto. Essa é a razão por que a mulher, que cultiva a beleza, deve esforçar-se para ser feliz. Felicidade é estado de alma, é atmosfera interior, não depende de fatos ou circunstâncias externas.

Clarice Lispector
Correio para mulheres. Rio de Janeiro: Rocco, 2018.

No fundo, a culpa de tudo o que acontece em nossa vida é exclusivamente nossa. Muitas pessoas passaram pelas mesmas dificuldades que passamos, e reagiram de maneira diferente. Nós procuramos o mais fácil: uma realidade separada.

O meu problema é não conseguir ficar brava por muito tempo. Eu sempre acabo perdoando as pessoas que, na maioria das vezes, não merecem ser perdoadas.

Poucas pessoas são capazes de expressar com equanimidade opiniões que diferem dos preconceitos do ambiente social delas.

Às vezes tenho vontade de levar algumas pessoas para uma ilha deserta - e deixá-las por lá.

Tudo o que mais valia exatamente ela não podia contar. Só falava tolices com as pessoas.

Clarice Lispector
Perto do coração selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

E bem pode ser que as pessoas descubram no fascínio do conhecimento uma boa razão para viver, se elas forem sábias o bastante para isto, e puderem suportar a convivência com o erro, o não saber e, sobretudo, se não morrer nelas o permanente encanto com o mistério do universo.

O sistema havia enfartado a imaginação das pessoas, corroera a sua criatividade. Elas raramente surpreendiam. Raramente davam presentes em dias inesperados. Raramente reagiam de modo distinto em situações tensas. Raramente libertavam o intelecto para enxergar os fenômenos sociais por outros ângulos. Eram prisioneiras e não sabiam.

Ou poderíamos ser apenas o que somos, duas pessoas com uma ligação estranha, sutilezas e asperezas subentendidas, possibilidades de surpresas boas. Ou não. Difícil saber. Bato minhas asas em retirada. (...) E me pergunto se, quem sabe um dia, na hora certa, nosso encontro pode acontecer inteiro.

Acho uma graça essas pessoas que acham “o amor da vida” umas 5 vezes por ano.

Se eu fosse eu, riria abertamente do que acho mais graça:
pessoas prepotentes, que pensam saber mais do que os outros,
e encorajaria os que pensam que sabem pouco, e sabem tanto.

Crônica: Se eu fosse eu - Livro: Non-Stop