Permanecer em Silencio
Morte no silêncio
A noite segue emudecida,
E a manhã custa chegar.
Eu calado aos prantos, me deito.
Prefiro não ver no que vai dar.
Ao deitar, vejo os anjos no obscuro,
Parece me privar de algo.
Tento dialogar...
Mas tudo é inútil.
Inutilidade no silêncio,
Paralisam meus pensamentos.
E fico sem reação,
Na fria noite do silêncio.
De fato um estranho silêncio.
Parece vir de uma coisa oculta.
A ele sinto uma calma.
Agora vivo numa irreconhecível serenidade.
A manhã se aproxima,
E o silêncio vai me deixando,
Aos poucos as coisas perdem o sentido.
E ao meu corpo, vou abandonando.
Sem desespero, do mundo real me desligo.
Minha alma nos céus sobrevoa.
E meu corpo volta pra terra.
Em um mundo oculto, vivo livre a viajar.
No reino de Deus o silêncio é avoz de coisas tranquilas onde tudo funciona numa harmoniosa Paz celestia
É, tem coisas que deve-se guardar no mais profundo silêncio, e deixar ser esquecido. Quão difícil não sei. Outras, porém, ditas à vontade...
PARA IVO RODRIGUES JÚNIOR
(in memorian)
Momentos de silêncio...
Mas sua voz, para sempre, reinará.
O seu, o meu, os nossos ventos,
Transmutados estão.
Agora já não há mais tempo ou espaço
Dias incertos, lobas, estepes, verduras,
No entanto, o cheiro do mato e o pinhão,
Já que o céu existe, aqui continuarão.
Hoje e sempre nossas palavras, serão suas.
A vida realmente é “Gozada”.
Não podemos lhe ver em presença física
Mas você era legal, nós sabemos.
Talvez em alguma estação do ano,
Pode até ser na primavera, nos reecontremos.
Então, Voe! Sobrevoe sutilmente o infinito
Já que o finito, ainda que nossos corações
Estejam contritos, não existe.
Pois agora, atemporal, é todo o seu tempo.
Entoe com os anjos as mais belas canções
Estrela que brilhando está, no firmamento.
A cada palavra dita suspirei
Pari cada desejo
Cada beijo
E me deti
No teu silêncio como resposta
Vou enterrar aqui
O toque de veludo das tuas mãos
O cheiro forte do teu corpo vivo
As mentiras ditas em favor do amor
E os enfeites usados nas palavras do poeta
Quando quer fingir
Se todo poeta é um fingidor
Finjo que era amor
O que entreguei a ti
E a dor do"meu" poeta que deveras sente
Deixa na alma da mulher sempre donzela
Que pintou um arco-íris em aquarela
Imaginando que seria dela
Um homem tolo,poeta falso
Macho que mente.
Silêncio da noite
Sozinha no silêncio da noite
Uma grande saudade bate em meu coração.
Fico ali sonhando acordada,
Pensando em você que é minha eterna paixão.
Lágrimas escorrem de meus olhos
Só de pensar em te perder.
Como posso estar certa disso
Se sua mente não posso ler?
Alimentar-me não faz sentido,
É seu amor que me faz viver.
Quero sempre estar ao seu lado,
Para essa paixão jamais morrer.
Não imagino alegria sem sua presença
Pois é você que me faz sorrir.
E é no silêncio da noite
Que adormeço pensando em ti.
No entardecer te reencontrei
Na calada da noite te amei
Como sempre desejei…
Hoje no silêncio da madrugada
Busco teus lábios
Teus carinhos
Teu amor…
Nosso amor andou por caminhos desencontrados
Hoje caminhamos lado a lado
Nosso amor é realidade.
Como um toque mágico
Nossos corpos se buscam
Amam-se e se completam
A tristeza ficou lá atrás
É passado…
A sua imagem não busco mais
Ela é uma realidade adormece
E amanhece ao meu lado.
O QUE ME RESTA?
O que me resta
além do silêncio e do som?
Sua voz tão doce e tão longe
num drama constante de desespero
minhas palavras sufocadas no silêncio
mórbidas e doentes
O que me resta
além da chuva que escorre em meu corpo
ardendo como fogo
ferindo como lamina?
O que me resta além da distância
da ausência
além do medo e da ignorância
além da mentira?
O que me resta além da esperança
da conquista, do amor e do ódio
além da liberdade e da opressão?
Nada
Não me resta nada...
Porque nada me interessa
além de você!
Escrito em 12/07/2002
Esta noite quando as palavras fugirem e o silencio tomar conta de nós a única diferença será a distancia entre nossos lábios que suavemente se encontrarão....
