Coleção pessoal de MarcelaMelo

Encontrados 13 pensamentos na coleção de MarcelaMelo

SOLIDÃO

Solidão...
É difícil até descrever
dizer do que se trata essa dor aqui dentro.
Não a dor de um amor que vai embora
Não é a saudade que arde na despedida
Não é a vaidade, mas também nem sei explicar
Pra todo lado que olho ela está lá
vestida em sua capa de veludo cinzento
com aquele olhar sórdido e vazio
me acompanhando
me definhando...
Não sei dizer e isso é que sufoca.
Não é ausência de pessoas
nem de palavras
nem de silêncios
nem mesmo de sonhos...
Não é o desprezo no olhar
nem a vaidade nas mãos
nem o desespero nos gestos...

Não sei o que é,
mas poderia dizer mil coisas
que não seja...

Dizem que é solidão!

QUEM DERA EU

Quem dera eu poder sonhar
inventar canções
voar com os pássaros
sentir o vento em mim...

Quem dera poder olhar
viajar sem fim
contar estrelas

Mas não é assim...

Todos os sonhos se perdem de mim
todas as cores fogem dos meus olhos
e sinto só o desprezo arder na minha pele...

Quem me dera poder esquecer
poder amar
mesmo que de longe
poder sonhar...

Não é o seu adeus que me machuca,
mas não desviar os olhos
pra te ver partir!

Escrito em 24/07/2009

LUTAR

O desprezo que vejo em seus olhos me fere na alma
não é a despedida que fere,
mas a incerteza...

Cada vez que me rejeitas
morre um pouco de mim
morro nos sonhos
morro nos planos
morro na saudade
na esperança...

morro dentro de você
e você morre dentro de mim

E o sentimento vai dando lugar a um vazio
vazio regido de desprezo e de solidão
que enlouquece a noite
que se perde...

E cada vez que olho em teus olhos
fica um pouco de mim no seu olhar
e pouco a pouco
esse desprezo que você encena
sufoca todo sentimento dentro de mim
e me sinto mais perdida
me sinto mais vazia

Porque é melhor lutar por um amor não correspondido
do que não ter amor algum para lutar

Escrito em 23/07/2009

SEMENTES

Mais um dia se foi
Agora a noite está escura
E vazia
Eu continuo aqui, ouvindo nossas canções
E você se foi...
Se fecho os olhos, eu posso te encontrar
E sinto você tão perto que anseio pelo abraço
Com os olhos abertos você está em todo lugar
É tão estranho imaginar
Foi tão de repente
Estou só nesta noite fria
Plantando flores no jardim
Te esperando voltar.

Em todo tempo as lembranças são alheias
As circunstancias são dementes
Como vou viver sem você?
Se era para os seus braços que eu corria
Quando a solidão me visitava?
E agora esta solidão esta vazia
E você me faz tanta falta...
Você me faz tanta falta...
Eu sinto teu perfume no vento
E sinto o horizonte sombrio
Enquanto me perco pelo caminho
Tentando reencontrar você...

E agora?
O que faço com essas lembranças?
E a promessa de sempre cuidar um do outro?
O que faço com o vazio que você deixou aqui?
É o silencio que sufoca
E as canções que soam vazias
Nos jardins perdidos da vida
Que morre lentamente sem você
O que eu faço agora?
Se nesta estrada ainda existe teus rastros
E nem o vento leva as marcas
Da caminhada que fizemos juntos?

Você foi meu sonho mais lindo
Eu não sei como seguir sem te ter aqui
E eu queria teu olhar
Queria teu sorriso
Queria colher com você as flores
Das sementes que semeamos.

POR RESPOSTAS

Porque você me deixou tão de repente?
E a saudade me consome lentamente
E você se foi
Agora estou aqui perdida
Sem você ao meu lado
E eu queria
Como eu queria ter você outra vez nos meus braços
Sem você tudo fica em tons sombrios de cinza
Sem sua voz as canções não são mais as mesmas
E não passam de ecos repetindo a mesma historia

Porque você não esperou pelo abraço?
E não quis ver de novo o por do sol?
Porque você se foi tão de repente
Meu amor
Eu iria cantar uma canção para você
Ia te dar os versos mais bonitos
Mas
Você se foi...
Sem ao menos se despedir de mim!

Porque você não volta aqui?
Queria saber onde você está
E se teus olhos ainda brilham ao me encontrar
Eu queria teu abraço
Teu carinho
Queria que você estivesse aqui
Para que pudéssemos sentar na beira da estrada e contar estrelas
Ou brincar de roda nas noites frias...

E porque você se foi
Diz-me apenas
Porque não quis mais ficar aqui?

Escrito em 17/04/2010

O QUE ME RESTA?

O que me resta
além do silêncio e do som?
Sua voz tão doce e tão longe
num drama constante de desespero
minhas palavras sufocadas no silêncio
mórbidas e doentes

O que me resta
além da chuva que escorre em meu corpo
ardendo como fogo
ferindo como lamina?

O que me resta além da distância
da ausência
além do medo e da ignorância
além da mentira?

O que me resta além da esperança
da conquista, do amor e do ódio
além da liberdade e da opressão?

Nada
Não me resta nada...
Porque nada me interessa
além de você!

Escrito em 12/07/2002

NOITES E NOITES

Eu não temia a noite,
mas agora ela chega vazia...
Nos cantos das paredes surgem as sombras
no rastro do silêncio
surge o medo.

Lentamente meus olhos se fecham
os pensamentos aturdem a memória
a noite
o medo
a solidão...
tudo se mistura numa receita mórbida
envolvendo o ruído dos silêncios em um circulo constante
e sem sentido

E todos olham e não entendem
tem noites que parecem mais sombria
e os ventos gemem
e o desespero consome
deixando um cheiro de morte e um gosto urze nos lábios

e ninguém entende,
porque ninguém sente...

Escrito em 21/07/2009

TUDO É IGUAL

É,
a vida se repete num ciclo vicioso
a história se repete
o sonho, as palavras... os erros e os medos
é tudo igual.

O sol é o mesmo
mas eu estou mais velha
com o fôlego mais curto, a mente mais doente
E eu corro,
corro para alcançar o sol,
mas
ele está se pondo...
pra nascer atrás de mim novamente.
Cada ano fica mais curto e
meus planos frustrados preenchem
meia pagina de linhas rabiscadas.

E agora já nem é o medo que me tira o sono
nem tanto a solidão,
mas a derrota...
a insegurança e
um pouco de decepção.

Ele me venceu mais uma vez
estou perdendo as forças e,
por mais que algo dentro de mim insiste ainda em tentar
meu corpo já não aguenta,
eu estou cansada de tudo isso e
meu espírito implora,
mas eu resisto em entregar
pra sofrer mais um pouco
perder mais uma batalha
na medíocre esperança de mudar a história.

Escrito em 15/06/2009

MAIS UMA NOITE

Eu estou triste e não consigo dormir
Está tão frio aqui que me dói os ossos
Me dói a alma também...

Eu sinto meu corpo se esvaindo de mim
e continuo triste sem saber
e talvez nem seja tristeza
é apenas uma solidão inquietante...

o meu silêncio uiva para os morros lá fora
e apenas os ecos respondem sombrios
palavras de angústia com gosto de sangue
e sons que entoam morte.

É SEMPRE ASSIM

É sempre assim e eu já nem sei, não sei pra onde olhar, nem quem seguir...
É sempre assim, já entendi, não vale apena sonhar, não adianta insistir,
Ninguém vai me perdoar por te causado tanto estrago,
Ninguém vai entender que eu tenho tentado
E que tem sido difícil, ah como tem sido difícil...

Eu quero bem mais que um sorriso e que uma esperança
Quero a chance de ser alguém, capaz de amar também
Quero que pelo menos o reflexo dos meus erros não assuste mais ninguém...
Mas eu não tenho esse direito, e a culpa é minha
Não dá para fugir do passado, nem me enganar quanto ao futuro
Que futuro? Pergunto-me. Vai ser sempre a mesma história, mais um dia ninguém acreditou em mim.

Sinto-me tão triste que tenho vontade de ir embora
Fugir de todos os olhares que me cercam
E todas as vozes que debocham de mim.
Fugir de todos que sofrem e de todos que chegam sem intenção de ficar...
Meu coração está sangrando e o gotejar me incomoda,
Mas ninguém vai entender, nem acreditar que ele também sofre
Mas ele sangra por ver meus sonhos irem embora
Na incerteza de um simples olhar...

Escrito em 26/05/2009

ILUSÃO

Aqui jaz apenas o silêncio mórbido em suas asas secretas banhadas a solidão
O pensamento se perde no crepúsculo, mais um dia está morrendo e no horizonte faz chuva.
Mais uma noite vem nascendo, mais um tormento se aproximando.
Das sombras eles começam a sair, com seus cânticos sombrios e suas vozes amarguradas
E o silencio é mais doente...
É só mais uma noite, penso, já passei por tantas,
Mas cada uma que nasce, parece desejar a minha morte, sempre parece a última
E é como se apenas eu pudesse vê-los, como se estivessem aqui só por mim...
É estanho, realmente é estranho...
E quando olho para o horizonte, agora sem forma e se misturando ao escuro do céu
Sinto meu espírito implorando para ir embora,
Todos os meus esforços são em vão.
E um sussurro avisa que será sempre assim, caso eu não saiba
Será sempre ilusão.

TEMORES DA NOITE

É uma hora da manhã, cheguei a pouco e me sinto suja, não tenho coragem de conversar com Deus e todo o meu esforço foi jogado no lixo.
É sempre assim, eu fecho os olhos e não vejo.
Não vejo uma saída, não vejo uma solução.
Mais uma vez eu quero acabar com minha vida, sozinha, perdida... Mas também me falta coragem.
Todos os meus sonhos e planos se perdem, de novo, não há nada que eu possa fazer.
É sempre a mesma coisa, a história se repete, não há nada de novo, só os mesmos erros medíocres.
Eu ouço uma canção que me faz querer sumir, não há ninguém pra conversar, nem um amigo, e mais uma noite longa pra sobreviver.
Na minha boca tem o gosto dos meus pecados, e sinto todo o inferno rindo de mim, dizendo que mais uma vez ele me venceu e me fez tropeçar, no mesmo lugar...
Minha alma sangra pelos meus olhos, eu queria fugir, mas pra qualquer lugar que eu vou eu os sinto perto de mim, e tenho medo.
E eu quase me rendo aos seus encantos, quase me jogo nesse abismo pra não ouvi mais, pra não sentir esse desespero me convencendo.
Mas algo me agarra e não sei o que é...
Ah! Como eu queria que isso me deixasse cair de vez, pra nunca mais sentir, no meio da noite escura.
Quando olho para um canto e sei que ele está lá, mesmo não vendo, eu posso sentir seu hálito gelado e sua gargalhada fétida, zombando de mim e me dizendo que mais uma vez eu perdi meu tempo,
Não consegui...
Eu não consegui e não vou consegui nunca.
Quem eu penso que sou pra ousar sonhar desse jeito, quem sou eu pra imaginar que eu poderia conseguir, não, eu não posso!
E não adianta me iludir, não adianta ter esperança porque a esperança é ingrata e só faz a perda ser ainda maior, pra que tentar... Pra que?
O cheiro da mentira exala da minha pele e as horas passam.
Cada segundo o medo se entranha em mim, e não adianta fechar os olhos, não adianta acender as luzes, a escuridão vem de dento pra fora.
Vem na letra desta canção idiota, trazendo lembranças que eu prefiro esquecer.
E eles continuam aqui incitando minha covardia, ocultos pela sua capa de veludo cinzento,
Se aproximando cada segundo, dominado todos os pensamentos, e agora, já não é a dor, mas o medo que me impede de fechar os olhos,
O medo e a vergonha que me domina, que me consome e me sustenta!

Escrito em 08/04/2009

Eu sou tudo o que tenho...
Cada palavra que escrevo
E cada letra que canto...
Cada sonho que se perde
Pra nascer de novo,
De outra forma...
Cada pessoa que amei,
Cada uma que odiei...
Cada sorriso que conquistei,
Cada lágrima que deixei rolar...
Sou cada amigo que não tenho...
Sou cada esperança que nasce com a manhã
E cada decepção no fim do dia...
SOU O QUE DESCONHEÇO!!!