Perdidos em Algum lugar no Tempo

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Não desculpo de modo algum aos homens de ação que não vençam, uma vez que o êxito é a única medida do seu mérito.

A mulher tem bom perfume quando não tem perfume algum.

Aprende algum ofício; pois quando a fortuna vai embora de repente, o ofício fica e nunca deixa a vida da pessoa.

Quando presto algum serviço a um amigo ou lhe zelo os interesses, não há motivo para que me louvem; pois creio que apenas pratiquei um ato indigno de censura.

Se algum homem procura por grandeza, permita que ele esqueça a grandeza e pergunte pela verdade, e ele encontrará ambas.

Paciência dos pobres, quem te conseguirá esgotar algum dia?.

Quando se receou de mais aquilo que pode acontecer, acaba-se por encontrar algum alívio quando isso acontece.

Saber tudo de tudo. Ou tudo de algum saber. Decerto é impossível e mesmo indesejável. Mas que tu sintas que é bela a luz ou ouvir um pássaro cantar e terás sido absolutamente original. Porque ninguém pode sentir por ti.

Vergílio Ferreira
FERREIRA, V., Escrever, Bertrand, 2001

Disse algum mal de ti? Não o digas tu dele, quanto mais não seja para que a ele não te assemelhes, imitando-o.

Não há gênero algum de preguiça pela qual sejamos tão facilmente seduzidos como aquela que é dignificada pela aparência de ser um negócio.

Os homens sem mérito algum, brochados de insígnias e de ouro, são comparáveis aos maus livros ricamente encadernados.

As pessoas nunca melhoram até que olhem para algum standard ou exemplo mais alto e melhor que elas mesmas.

Someday, somewhere - anywhere, unfailingly, you'll find yourself, and that, and only that, can be the happiest or bitterest hour of your life.

Pablo Neruda

Nota: Versão inglesa de pensamento frequentemente atribuído a Pablo Neruda, mas sem autoria confirmada.

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Só quero ir indo junto com as coisas, ir sendo junto com elas, ao mesmo tempo, até um lugar que não sei onde fica, e que você até pode chamar de morte, mas eu chamo apenas de porto.

“É preciso sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não saímos de nós.”
(José Saramago)


"Fora da Ilha"_ um olhar para si

Ainda que tenhamos a certeza de que nada passa desapercebido de nossos olhares mais críticos e aguçados, nada somos e nada sabemos. Nem de nós mesmos, muito menos acerca do que nos fascina. Somos uma legião de sabidões, doutorados em hipocrisia e mestrados na leviandade. Vivemos como se soubéssemos o segredo da vida e impregnamos o nosso trajeto com o peso vil das experiências mal sucedidas. Ora bolas, quem somos e para onde vamos? Eis esse grande mistério milenar...
Seres surtados e altamente despreparados para a vida e para o que ela oferece... Nem mesmo conseguimos enxergar o que faz morada em baixo de nossos olhos. Nada, definitivamente nada é observado como se deve. Abandonamos pessoas como coisas, como peças... E volta e meia retornamos, ou tentamos retornar Justamente porque não conseguimos lidar com a ausência da lágrima e da devoção.

"Neguei tanto, mas não era pra desistir tão rápido. Mesmo distante eu sabia que você estava ali, e sem isso eu não sei viver. Que merda!"

Um vaso quebrado não retorna nunca... Que grande carência humana. Voltamos atrás vez ou outra, daquilo que não nos proporcionava mais nada, simplesmente pelo fato de não conseguirmos lidar com a perda do que um dia foi seu. O amor vai, o amor vem... O amor empaca e o amor some. Será amor?

Para tanto, nada é necessário, basta ver o sorriso de quem um dia chorou. E tudo muda de cor.... O amor morto ressurge como uma fênix, dói peito, falta ar... Até as borboletas que já pairavam em outro ambiente retornam. Sofre o ultimo, sofre o atual, sofre o próximo... Sofremos! Porque o que não prestava mais, volta a ser tudo e o que era tudo passa a ser nada. Triste estágio. O ciclo não para... E basta uma tentativa e a coisa volta a ser como antes! E assim vai... Solidão, tristeza e vazio.
Um dia, cansamos de procurar.... Vamos promover o encaixe, quase que forçosamente. Ainda sobraram peças, sem cor, sem perfeição no encaixe, com muitas brechas e ainda assim o resultado surpreende, ficou lindo e foi o melhor que pude arrumar.... Mesmo torto, vazado e sem cor, gasto, a figura encanta. O desenho que se forma ao final é tão explendoroso aos nossos olhares cansados, que passamos o pouco tempo que nos resta sentados em nossos sofás nos questionando o porque de não termos montado isso antes! Lembrando de todas as peças que jogamos na caixa e que nunca mais encontraremos. Ta certo... É assim, o quebra cabeça vira quadro e o quadro vai pra parede. Que conto maldito! Logo vem o caminhão... Mas nem deu tempo da parede amarelar! Bom, lá se vai o quadro e todas as outras peças da casa direto para o lazarento sumidouro, porque? Nada mais habita ali. Acabou o tempo!

Caminhar na vida e aguardar peças, aguardar encaixes perfeitos para a nossa existência... Que grande estupidez humana. Amores vem e vão, massacrados pela intolerância e o egoísmo, pelo medo, por incertezas... E o que fica? Nada!
O que somos e para onde vamos? Volto a dizer... A grande verdade, humildemente falando é que não vamos a lugar nenhum! Por que já estamos aqui. Estamos aqui e aproveitamos a nossa estadia vivendo a miséria das relações vazias. Dos encontros vazios e das relações sexualmente satisfatórias e emocionalmente destrutivas. Que cagada! Não conseguimos enxergar o bom até que o tenhamos expulsado completamente... Não conseguimos viver o presente até que este vire passado, que fiasco! Tudo o que vai passa a ter valor e gosto, que engolimos diariamente com a sede do desgosto e da solidão! Que nutriente né?
Assim como o Rei de Saramago não considerava a existência de uma ilha não mapeada, nós acreditamos ser os entendedores de todos os nossos mistérios, todos! E nada escapa, sou isso e ponto.

Mesmo assim, o rei liberou a busca. Permitiu o barco seguir em águas profundas, rumo ao encontro da tal ilha! E o encontro... Ahhhh, esse se da, aos poucos... De fora pra dentro, e que aventura! Solitária, mas nem por isso ruim... Porque para ver a ilha, a briga e feia... É preciso sair dela! Sair, se despir e olhar minuciosamente para ela... Conhecendo-a como que pela primeira vez... Que grande exercício de renascimento! O que nos é importante, o que realmente nos nutre... O que queremos, o que nos constitui?
Muitas versões de Saramago sobre o conto da Ilha já foram compartilhados... Mas o autor nos deu esse presente para isso mesmo, e isso também faz parte. Sair de si... Olhar pra si, mapear a si... E por aí vai! Nada melhor... Não há nada melhor...

Afaste-se de sua ilha, olhe para ela e veja o quanto ela é linda e feia ao mesmo tempo. Conheça seus sentimentos, respire! Se conheça! E faça cada minuto valer a pena. Afinal, ser um perdido em nossa própria ilha, não deveria ter cabimento!

O mundo as vezes pode parecer um lugar hostil e sinistro, mas acreditem: existe muito mais bondade no mundo do que maldade, só precisam procurar com vontade. E o que podem parecer desventuras em série na verdade pode ser o primeiro passo de uma jornada.

Depois de um tempo

Depois de um tempo você aprende
a sutil diferença entre
segurar uma mão e acorrentar uma alma
e você aprende
que amar não significa apoiar-se
e companhia não quer sempre dizer segurança
e você começa a aprender
que beijos não são contratos
e presentes não são promessas
e você começa a aceitar suas derrotas
com sua cabeça erguida e seus olhos adiante
com a graça de mulher, não a tristeza de uma ciança
e você aprende
a construir todas as estradas hoje
porque o terreno de amanhã é
demasiado incerto para planos
e futuros têm o hábito de cair
no meio do voo
Depois de um tempo você aprende
que até mesmo a luz do sol queima
se você a tiver demais
então você planta seu próprio jardim
e enfeita sua própria alma
ao invés de esperar que alguém lhe traga flores
E você aprende que você realmente pode resistir
você realmente é forte
você realmente tem valor
e você aprende
e você aprende
com cada adeus, você aprende.

Veronica Shoffstall

Nota: Poema escrito por Veronica Shoffstall em seu livro de formatura, sendo conhecido como "Comes the Dawn" ou "After a While". A versão original foi registrada em 1971. Aparece erroneamente atribuído a William Shakespeare.

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Das vantagens de ser bobo

O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar no mundo.

O bobo é capaz de ficar sentado, quase sem se mexer por duas horas. Se perguntando por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando."

Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a ideia.

O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não veem.

Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os veem como simples pessoas humanas.

O bobo ganha liberdade e sabedoria para viver.

O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski.

Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era de que o aparelho estava tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro.

Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar tranquilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado.

O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo nem nota que venceu.

Aviso: não confundir bobos com burros.

Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre frase: "Até tu, Brutus?"

Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!

Os bobos, com suas palhaçadas, devem estar todos no céu.

Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz.

O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos.

Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é difícil. Por isso é que os espertos não conseguem passar por bobos.

Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham vida.

Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que saibam que eles sabem.

Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas!

Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas.

É quase impossível evitar excesso de amor que um bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

No início, os filhos amam os pais. Depois de um certo tempo, passam a julgá-los. Raramente ou quase nunca os perdoam.

Oscar Wilde

Nota: Trecho adaptado do livro "Uma mulher sem importância", de Oscar Wilde.

Escolher o seu tempo é ganhar tempo.

Francis Bacon
BACON, F., Essays, 1625

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