Pequena Menina dos Olhos Castanhos
Ao longo dos anos meus olhos se ajustaram até que a escuridão se transformou no meu mundo, e eu pude ver.
Não tenha medo de ser feliz, abra seus olhos e veja que basta você querer e ter a coragem de seguir, que a felicidade está bem embaixo do seu nariz.
Semblante de uma aquariana...
Não foram vendas em seus olhos
Nem meu silêncio perturbador
Não foram os gestos sutis,
Nem meu olhar sonhador...
Calada, observando, pensamentos absortos
Num ponto no meio do oceano, na vastidão do céu.
Estou aqui, nem sempre, me prendo, me solto,
Estou entre todos, perdida no vazio absoluto de mim mesma.
Nem sempre o céu e a brisa tem o mesmo sabor
para mim, para você, para a planta que nasce
ou para o bêbado moribundo que parte
Minhas convicções tão claras
tropeçam nas armadilhas da vida...
Serei eu que sonho muito além,
ou terei de submeter às limitações permitidas?
Mas... também sou prazer!!!
Adoro ver faces coradas, meninas correndo
Cabelos balançando com o vento,
Sonhos que afloram a cada momento!!!
É tudo mágico!!! o sol que toca nossas peles,
o vento que lambe nossas pernas,
a chuva morna que banha nossos corpos...
Como explicar essa explosão de sensações?
Sou um poço de antiteses, sou triste, sou contente
Abro meu mundo, mas não tem sinalizações...
Aventure-se em tentar me conhecer,
mas nem sempre me encontrará...
Estou aqui, estou aí... estou aonde eu quero estar!
Seus olhos encaram os meus, e percebo que não quero o contato visual que deseja porque ele me desmonta, pedaço por pedaço. (Convergente)
Todas as minhas poesias
Sem significados
E versos deslocados
Sobre sorrisos trocados
E olhos voltados
Em uma única direção.
Todas as artes
Aventuras de um artista
Que faz do mármore
Escultura
Da terra
Vasos
Pra flores...
As mesmas flores
Que fazem uma mocinha
Fazer versos
Deslocados
E poesias, sem significados.
Sobre sonhos
De uma noite
Sem sonhos.
Artistas fazem arte
Poetas Poesia
E pessoas sem dons
O mais belo don
O amor.
Na curva de seus olhos
existe uma
galáxia
Em
mim
reside
um
buraco negro.
Será egoísmo
querer lhe consumir
por
inteira?
Perceber a beleza contida na simplicidade não é para qualquer um. É preciso que se tenha olhos sensíveis e coração puro.
Soneto
Tanta lágrima hei já, senhora minha,
Derramado dos olhos sofredores,
Que se foram com elas meus ardores
E ânsia de amar que de teus dons me vinha.
Todo o pranto chorei. Todo o que eu tinha,
caiu-me ao peito cheio de esplendores,
E em vez de aí formar terras melhores,
Tornou minha alma sáfara e maninha.
E foi tal o chorar por mim vertido,
E tais as dores, tantas as tristezas
Que me arrancou do peito vossa graça,
Que de muito perder, tudo hei perdido!
Não vejo mais surpresas nas surpresas
E nem chorar sei mais, por mor desgraça!
Muito bom olhar nos olhos da ilusão, da para sentir a futura decepção. Sorriso doce, olhar da perdição. Voz tentadora que arranca o coração, me dispa com seus olhos, me sinta com seu ar. Não deixarei você entrar em mim!
Ela parecia inteira. Inteira porque não tinha ficado nada dela para trás. Seus olhos eram de desilusão, de cansaço. Cansada de construir sonhos, planos, fantasias. E depois da desilusão ter de destruir uma a uma, como se nada daquilo tivesse um dia existido, só para olhar para trás e não sentir nada do que sentira antes. Era mais um fim doído, choroso, arrastado. Fosse o ponto final sua última lágrima de dor, já havia então sido decretado. Decretado num discurso mudo, num adeus em silêncio. Dito através de tudo daquilo que não havia sido falado.
