Pensamentos de Gibran Khalil sobre a Paz

Um autor estraga tudo quando pretende fazer bem de mais.

Enquanto se ameaça, descansa o ameaçado.

A inveja, que abrevia ou suprime os elogios, é sempre minuciosa e prolixa na sua crítica e censura.

Compreender é perdoar.

Perdoamos mais vezes aos nossos inimigos por fraqueza, que por virtude.

A intolerância irracional de muitos escusa ou justifica a hipocrisia ou dissimulação de alguns.

A chave de todas as ciências é inegavelmente o ponto de interrogação.

A beleza é uma letra que se vence à vista, a sabedoria tem o seu vencimento a prazos.

Nem a fortuna nem a grandeza são, por si sós, suficientes para sermos felizes.

Os avarentos não crêem numa vida por vir, para eles o presente é tudo.

A impunidade é segura, quando a cumplicidade é geral.

Não existe vício que não tenha uma falsa semelhança com uma virtude e que disso não tire proveito.

Seja no que for, apenas poderemos ser julgados pelos nossos pares.

A ambição sujeita os homens a maior servilismo do que a fome e a pobreza.

Em grande parte, os maridos são como as mulheres os fazem.

Noturno

Lá fora o luar continua
E o trem divide o Brasil
Como um meridiano

O pretexto normal dos que fazem a infelicidade dos outros é de quererem o bem deles.

O invejoso é tirano e verdugo de si próprio: ele sofre porque os outros gozam.

Os homens são poucas vezes o que parecem; eles trabalham incessantemente por parecer o que não são.

Para aparecerem no jornal, há assassinos que assassinam.