Pedro Bial Sorriso

⁠Formiga

Formiga, amiga
Siga sua trilha
Sua sina
E ensina
Que a vida
Com rotina
Não desatina.

⁠Eu

Eu
sou mais eu.
Mas
o meu eu
tem empatia
pelo seu eu.

⁠Só o respeito pela liberdade de cada um pode garantir a sobrevivência da humanidade.

Cada vez que raciocino, minha razão vira um canhão movido pela experiência.

⁠A vida é uma lâmina de dois gumes o bem e o mal em equilíbrio. Quem se entrega demais à bondade morre pela inocência. Quem se afunda na maldade morre por ela

⁠Ontem, tuas palavras feriam como flechas carregadas de dor hoje, revelam um silêncio que clama por auxílio a máscara do valentão racha diante da razão, mas não consegue esconder o medo e a fragilidade de uma alma marcada pelo trauma.

⁠A vida precisa ser montada como uma casa apenas empilhar tijolos não adianta Para que a casa da vida fique pronta é necessário o cimento do conhecimento.

⁠Nossa vida se baseia em números e letras, unidos em uma única equação infinita que define todo o universo Essa equação é representada por X. Já Y representa o conhecimento humano — a mais difícil de se resolver. Para isso, é preciso somar os elementos e dividir (X + Alfa - Ômega) = (X + Y) ÷ 2. O resultado? Ninguém nunca descobriu. Mas se descobrirem, dará C — e C é o Conhecimento Humano Lógico e Racional.

⁠A Humanidade passa por muitas crises das quais não vê saída.Todas elas geradas por uma única crise:
ade percepção da vida.

⁠O carrasco nunca vai esquecer o machado.

⁠O homem brasileiro liberta a mulher dele do serviço doméstico porque ele escraviza as mais pobres.

⁠Os humanos estão tratando tudo como se fosse um jogo, algo do tipo por eu está muito próximo a eles, mais é tudo muito serio e eles nem tão ligado o tanto que isso é sério em sodoma e Gomorra não fizeram tal ato.

⁠Ode ao Marrom

Logo ao acordar
Sempre muito cedo
Sinto me apertar
No buraco do medo

Muito me incomoda
O que sai mas não sai
Passando pela roda
Nesse eterno vai-não-vai

Uma cor esquisita
Um som engraçado
Uma breve visita
Acabei cagado

⁠A inexistência é uma doença contagiosa

⁠Declaração

Sento-me na calçada e acendo um cigarro
Atrás de mim, a festa
Ao meu lado, a bebida
Ante a mim, a sarjeta
Me vê de costas e se aproxima
Senta-se ao meu lado e me pergunta como estou
“triste”, respondo
E me pergunta o que me aconteceu
“ora!” exclamo
“não sabes? Foi tu”
“tu me aconteceste, inconveniente”
Me pergunta que mal me fez
“mal? Não, não, isso seria o de menos”
“quando já estava desistindo das pessoas, tu me apareceste”
“descendendo dos céus como a chuva que molha uma lavoura”
“com esses cabelos negros enrolados, esse carisma”
“seu sorriso de mármore branco”
“e esses olhos, ah os seus olhos...”
“olhos acesos de curiosidade e inteligência, pretos negros feito breu”
“um olhar marcante e tão único que até em fotografia não é possível capturar”
“oh, quantas vezes joguei fora desenhos de ti”
“por não sentir verdade nos teus olhos de papel”
“é evidente que te quero por mais do que um momento”
“mas você insiste em ser perfeita demais e interessada de menos”
Olha-me nos olhos e não me responde
Levanta-se sem expressão
Calada sai
Estraguei nossa amizade

⁠Ser

Não sou
Queria ser
Queria ser mas não sou
Não sou, eu sei
Mas não sei se sou
Você quem sabe
Talvez eu seja
Não sou
Tento ser, mas não posso
Quero ser, continuo não sendo
Mas não sou
Seria bom se fosse
Seria bom ser
Seria bom se fosse
Mas não sou
Quero ser, continuo não sendo
Tento ser, mas não posso
Não sou
Talvez eu seja
Você quem sabe
Mas não sei se sou
Não sou, eu sei
Queria ser mas não sou
Queria ser
Não sou

Amar sem ser amado é o mesmo de ser decapitado⁠

⁠Chovem temporais em mim até mesmo nos dias mais ensolarados

⁠As flores do meu coração poderiam estar no teu jardim

⁠A cada novo amanhecer
Cresce a vontade de morrer
Às vezes penso em sumir
Besteira, aindo consigo sorrir