Pedro Bandeira - Identidade
REZO ELEMENTAR
Que ser é esse, escorrendo-se em vida, o presente
Derramando-se como relva, regando-nos ao deleite
Como se lírios fôssemos, no paraíso do onipotente
Mesmo que vivamos no dúbio inferno de estimação.
Banha-nos a torre de nosso ego, a insensibilidade
Batiza-nos nos refúgios e sagrados altares pagãos
Em mantras noturnos da santíssima ancestralidade
Pelos tambores cardíacos dos corações irmãos.
Lava-me em acolhimento e amor, ao recém nascido
Antes que o cordão se rompa da raiz, da querência
A mãe germe do broto divino, sagrado, adormecido
Aurora de minh'alma, desabrochando-se, à sequência.
Que ser é esse que me banha de fluidos universais
Que transborda-me em pensamentos, e vontades
Que transcende-me de meus desertos sentimentais
Que irriga os amores eternos das minhas mocidades.
Que ser é este, que me põe a ser, ser elementar
Que me põe a olhar meu espelho vivo e trágico
Que me pare no leito de morte de minha ancestral
Ao mesmo tempo em que me mostra, mágico.
Batiza-me, oh santa medula mãe, de mãos serenas
Pondo-me no espelho interno de minh'alma
Na quietude de seus lírios, artemísias e sucenas
Na edificação da verticalidade de minha calma.
Prontifica-me em verbo à luz, em ética, à direção
Põe-me em silêncio, poetizando-me de memórias
Ao procurar as notas do amor, da paz, da emoção
Esperando minhas verdades ou crenças irrisórias.
Pedro Alexandre.
A "POSSE" DOS LIVROS
De nada vale a inteligência adquirida pelos livros?
Quando eu desmereço a leitura aos "deslivrados",
Quando os impeço ou os escondo da História escrita,
Quando lhes impeço do protagonismo da escura cor.
Não aprender a compartilhar as fontes da construção
É não abstrair da evolução o intelecto, a real lição.
É ilusão pensar-se como sábio, intelectual ou mestre,
Comprimido pela avareza e a condição da ignorância.
Sabedoria é abstratismo, depósito, mas não é refúgio!
É verbo, mergulho, navegação, não culto a si mesmo.
Por vezes, inversa, desobedecendo as normas de ser,
Voa livre das folhas, para além, nem sempre escritas.
Ah se os meus livros saíssem todos voando por aí!
Ah se viesse um tempestuoso vento forte, a tempo.
Um vento desses que com descaso causam o caos!
Que açoita o ego, ou as folhas do limoeiro ácido.
Ah se visse um vento intruso, rabugento e mal criado,
Capaz de "livrar" os "meus livros" do pueril cativeiro!
Prisões, "minhas posses", insanidades, "meu apego",
Levando-os aos lugarejos "desmerecidos e opacos".
Ah se esse vento me deixasse, sem "ter meus livros"!
Jogando-os todos sobre as minhas carrancas tristes!
Dando-me lições abstratas, inversas, desconhecidas,
Mostrando-me as faces atrofiadas pelo meu egoísmo.
Ah se esse vento viesse sem avisar-me de seu tempo!
"Livrando-me" ante as crenças, os apegos e os muros.
Entulhos que aprisionaram-me ao abismo da ilusão,
Impedindo-me a refrigeração dos mundos externos.
Ah se esse tempo chegar e causar o caos nos livros!
Isso seria literalmente um atentado, um "livramento"!
Seria como uma recomposição, uma composição!
Talvez eu saberia lutar, mas não faria o contra-tempo.
Talvez eu sentiria prazer, por uma estranha liberdade...
A "minha liberdade"; por não ver "meus livros presos".
Talvez a liberdade dos livros me causaria inveja, dor!
Libertando-se, libertam outros seres, outros livros.
Alguns contos ou poesias não existiriam à revelia,
Sem que o vento causasse um caos nos incipientes.
Os livros vêm com o caos, a sabedoria vem depois!
Os livros sopram o vento, o tempo cristaliza os livros.
(Pedro Alexandre).
Se algo começou ruim, não quer dizer que irá terminar da mesma forma. Tudo pode mudar em uma fração de segundo.
Queria estar contigo agora. Olhar na tua profunda alma e dizer como amo o brilho dos teus olhos e a maciez da sua boca.
Mesmo que eu nunca tenha a beijado.
Ler antes de dormir é como uma meditação para mim, uma forma de me desligar de tudo e silenciar os pensamentos que ficam importunando a minha cabeça.
Decidi usar uma estratégia que tinha visto em um filme havia muitos anos para situações que demandam coragem: ficar trinta segundos sem pensar no medo e, nesse meio-tempo, dar o primeiro passo em direção ao que se deseja fazer. Depois você lida com as consequências.
Pela primeira – mas jamais última – vez, tive a consciência do poder da literatura de, com poucas frases, causar emoções tão impactantes no leitor.
Não existe melhor ou pior leitor quando o assunto é a leitura por prazer, apenas leitores mais ou menos experientes.
Na tentativa de viver o que os outros queriam que eu vivesse, eu era o único que saía perdendo. E eu não estava mais disposto a deixar de viver emoções como aquela.
Quem quiser deixar de ser um leitor esporádico e deseja incluir essa atividade no dia a dia precisa ter em mente que a leitura é um hábito diário. No começo, a ideia de ler todos os dias pode assustar; muitos argumentarão que falta tempo. Mas insisto: não precisa ler muito todos os dias, o importante é tentar ler todos os dias, nem que sejam algumas páginas.
O papel de um bom leitor começa antes mesmo da leitura da primeira página, quando ele escolhe o livro, e deve ir além do final da história, quando ele continua indicando leituras e incentivando novos leitores.
"O Sonho Adiado da Juventude Brasileira"
Era uma vez uma geração, nossa geração, que trazia consigo sonhos e diplomas. Nosso país vivia tempos diferentes, e a promessa era de que estudando e se esforçando, alcançaríamos tudo o que desejássemos. Éramos os herdeiros de uma nação que crescia, que via o futuro com otimismo.
Mas, ao olharmos para trás, para as décadas de 70 e 80, vemos um contraste marcante. Naquela época, muitos não completavam nem o ensino médio, mas conseguiam conquistar terrenos, lotear e erguer suas próprias casas. Os preços dos imóveis eram gentis com os bolsos daqueles que ousavam sonhar com o teto próprio. E os anos 90 trouxeram a estabilidade do Plano Real, um período em que a prosperidade econômica era palpável. Carros, viagens, imóveis – esses eram sonhos que podiam ser realizados.
Hoje, nossa geração se encontra diante de um cenário tão diferente que parece ter saído de uma realidade paralela. Os preços dos imóveis dispararam, transformando o sonho da casa própria em algo quase inalcançável. O aluguel, esse compromisso que consome boa parte do nosso suado salário, tornou-se um fardo que nos força a fazer malabarismos financeiros para sobreviver.
Somos uma geração notável por nossa qualificação profissional. Graduações, pós-graduações, mestrados e mais, acumulamos diplomas como troféus de uma batalha árdua. No entanto, o mercado de trabalho não corresponde às nossas expectativas. Salários insuficientes, empregos subvalorizados e uma competição feroz são a realidade.
Os dados são claros: enquanto nossa geração é a mais educada da história, os salários médios não acompanham essa conquista. Estamos sendo pressionados a trabalhar mais e a nos adaptar a um mundo em constante mutação, mas a recompensa não condiz com o esforço.
E, para piorar, a incerteza quanto à aposentadoria nos ronda. O sistema previdenciário enfrenta desafios enormes, e a perspectiva de uma aposentadoria tranquila se afasta a passos largos.
O que é mais doloroso é ver muitos de nossos colegas, igualmente diplomados e talentosos, se sujeitarem a empregos muito inferiores por falta de oportunidades e espaço no mercado de trabalho. O mercado parece querer explorar nossa mão de obra, oferecendo salários inadequados e empregos escravistas.
Nossa história é uma crônica de desafios e sonhos adiados. Somos uma geração que carrega a esperança de que as mudanças são possíveis, que políticas públicas podem ser reformadas e que o futuro pode ser mais promissor para os jovens brasileiros. Nosso caminho é difícil, mas é um caminho de luta, de resistência e, acima de tudo, de esperança. Que possamos um dia contar uma nova crônica, uma crônica de sonhos realizados e de um Brasil mais justo para as gerações que virão.
você não é uma garota qualquer
você é poesia, arte,
você me causa um mix de sentimentos
amor, alegria, euforia, até mesmo saudade, mesmo que nós nunca tenhamos nós vistos
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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