Pedro Bandeira - Identidade
ROMA
É uma tristeza que ti consome
Ti mata e te cria
Ti derruba e te faz levantar
Ti destrói e reconstrói
Que mexe com seus olhos mas não derrama lagrimas
Que mexe com a sua mente porém ti faz pensar
Que mexe com seus lábios mas não ti deixa falar
Agarra o seu coração e divide ao meio
Levando metade
E deixando a outra para que você sofra, e tente encontrar a outra parte que te completa
Esse é o ROMA?
Melhor assim sei que vai aparecer uma mulher
que me dê valor não sinto culpa alguma por não
tenho mesmo ser verdadeiro não é crime nem é
pecado
saudades! sim… talvez… e por que não?...
[5 de abril de 2015]
24 horas! reabri hoje o livro a paixão segundo g.h., da clarice. escolhi-o para ser o nosso manual de inexistência mútua. 24 horas. o tempo não é real. saudades! sim… talvez… e por que não?... saudades de feitio estranho. fome de fazer nada ao teu lado, porém a distância fala do seu próprio modo, o tempo não fala, mas canta a sua própria canção. 24 horas sem comunicação. aceito a fatalidade com um sorriso triste. a resposta possível não é possível, amor e mistério. tenho medo da saudade, ainda que ela ande presa a mim.
©pedro pereira lopes
saudades! sim… talvez… e por que não?... [2]
[7 de abril de 2015]
segunda-feira. foi a primeira sem ti, detestável. comprei os sorvetes, como sempre, um pouco depois das nove da noite. encontrei-te em espírito na última aula, hesitei, fiz uma pausa. experimentei os olhos afadigados dos estudantes sobre os meus, abandonei a sala para refrear a dor da tua inexistência.
descobri, afinal, que a tua irmã tem a tua voz, como várias vezes disseste. condenei a minha intromissão, queixei-me então do dia, do frio, da solidão e da tua coragem. os sorvetes desfizeram-se, sobre a mesa, entre a pilha de louça suja. justiça poética, acredito. hoje é feriado. tenho a certeza de que cá terias passado a noite… saudades! sim… talvez… e por que não?... onde estiveres, só quero que te lembres de ser feliz.
©pedro pereira lopes
saudades! sim… talvez… e por que não?... [3]
[8 de abril de 2015]
trabalhei com afinco, o dia todo – como sempre o faço –, com a vã esperança de libertar-me. então o trabalho não liberta? de pouco adiantou. surgias em cada palavra vitimada que eu lia, e punha-me logo a sorrir como um louco no fim da tarde. guardei o riso para depois, rir sozinho a desgraça alheia não tem graça nenhuma.
hoje tive uma raiva daquelas! voltaram a tirar-me uma das luzes do carro. ao malfeitor brindei as labaredas infernais, mesmo que tenha sido por meio de um haicai muito mal conseguido. são saudades! sim… talvez… e por que não?... falando em poesia, descobri que não eras, afinal, o pote de vida, mas sim a fonte.
©pedro pereira lopes
saudades! sim… talvez… e por que não?... [5]
[13 de abril de 2015]
já se sabe que os escritores são uma raça estranha de seres humanos – assunto esgotado. enfadonha seria a sociedade sem, por exemplo, pessoas como o eduardo white, sangare okapi e álvaro taruma. disse-me um amigo filósofo que agora é deputado: ‘os poetas são os humanos mais humanos’. white tinha um coração ainda maior do que o talento. sangare idealiza ilhas e calça sapatilhas coradas (quando não está a encantar serpentes com o fumo do cigarro que se apaga no turbante do aladino). taruma, o condenado, vive mesmo numa ilha, mas é um pirata de terra firme. em comum, a poesia.
sonho. é melhor assim, que pensem que de um sonho se tratou. foi real, ouvi a tua voz. quanta preciosidade numa curta ligação! refiz a nossa última visita ao mar. escalei as pedras e dediquei o teu nome à infinidade das águas e do céu, num voto de afecto alternativo e, talvez moderno.
sabes que tenho uma paixão pela academia, mas está a fartar-me o ensino. talvez devesse ficar exclusivamente na investigação, não sei. o resto conto-te pessoalmente. apeteceu-me um sorvete, como sempre, nas segundas. o teu ficou guardado, com duas lambidelas cheias de ternura. saudades! sim… talvez… e por que não?...
© pedro pereira lopes
Por mais que a gente queira, não adianta tentar explicar o amor, pois o amor foi feito para ser sentido e não para ser explicado
Neste país de tanta pujança e riquezas naturais somos aviltados a cada instante por nossos governantes. E talvez esse seja o grande motivo de nossa força interior, que nos faz seguir com fé e determinação, na esperança de que o próximo dia será melhor.
Pensamentos são lembranças e lembranças são pensamentos,a vida é repleta de lembranças e pensamentos mas só há dois caminhos o bem e o mau
Se queres uma vida tranquila envolva-se com o mínimo de pessoas possível e curta ao máximo esse mínimo que você conseguiu selecionar
Pedagogia do amor
O rapaz encontrou um colega de trabalho e cumprimentou-o não pelo cargo que ele tem nem pela roupa de marca que vestia, pois era um diretor da empresa. O diretor com uma postura imperiosa respondeu o cumprimento. Mas com o mesmo entusiasmo o rapaz encontrou um mendingo e saudou-o. O mendingo entusiasmado respondeu para o rapaz o cumprimento. Assim o rapaz passou por um grupo de jovens que apresentava auto poder aquisitivo e foi carinhoso com os jovens. Mas os moços e moças respondeu com ironia e alguns ignorou-o. Porém o rapaz continuava agindo da mesma forma. visitou um lugar muito humilde e lá encontrou muitas pessoas de diversas idades que foram recepitivas com o carinho do moço. Portanto o rapaz agia sempre com humildade, inteligência e serenidade. Assim criou-se um vinculo de amor com a comunidade não importando o nível social.
Desumano
Vivemos uma época em que o que importa é ter para ser e agir de forma impessoal. Possuir carros último modelo de preferência importado. Usar roupas e calçados de marca, falar com voz imperiosa, ignorar colegas e "amigos" mais humildes, receber pessoas com diferença de tratamento dependendo do grau social. Assim, fere o direito de iguldade de forma feroz para impor um pseudo-status. Quando a mãe natureza nos criou para vivermos em harmonia. No entanto,não há respeito.
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