Pe Fabio de Melo Amar
Fazer aquele suco
com as pitangas colhidas
do pé que estão lá
em cima da mesa,
Encontrar nas coisas
mais simples a beleza,
Se lançar no destino
campeiro sem hora para voltar
e sem satisfação a dar,
Permitir-se amar e deixar
alguém de verdade te amar.
Um bom Pé de moleque
faz a festa a qualquer hora do dia,
É herança africana na mesa
que traz sempre sabor e alegria,
Se você não provou
ainda seja ele tradicional
ou de colher sempre há de ser poesia.
Talvez você não
conheça a diferença
entre o Pé de Moça
e o Pé de Moleque,
O primeiro é mais
leve e os dois juntos
deliciam cada um
com o seu próprio poema,
Se eu pudesse escolher
entre os dois prefiro o seu
se enroscando com o meu.
A minha Cuia de Vidro
na janela refletindo
o Sol campeiro
deste dia lindo,
Quero você por perto
como o meu mais
belo compromisso.
De madrugada as flores
do Pau-Brasil pelo sereno
molhadas pelas estrelas
contempladas dançam
pela ventania embaladas
e ainda busco pelos teus
divinos olhos no meio
do caminho porque sinto
que sou eu o seu destino.
Moro numa cidade do interior
do verdejante Médio Vale do Itajaí
onde as manhãs são saudadas
pelas harmoniosas badaladas
da secular Igreja Matriz
São Francisco de Assis,
Minha augusta Cidade de Rodeio
sob as bênçãos do Lunísticio
e do Solstício de Inverno
onde tenho o meu universo
poético que tenho por companhia
a tradição e o Pico do Montanhão
que reunidos mantém
inspirado o meu sensível coração
a espera de viver um romance
genuíno com amor e paixão.
Vamos de Arrasta-pé
nesta bonita Festa Junina
deixando ser levados
pela nossa alegria,
E quem sabe um
para o outro vir a se tornar
a mais doce companhia,
porque dançando pode
acontecer a tão esperada magia.
A hora certa surpreende
No poema que cura a alma,
A alma seca plangente
Da terra que não pertence.
A Pátria desconhecida,
Na poesia imaginada,
A alma surge extasiada
De tê-la assim escrita.
No galope do verso,
Na glória do Ahalteke,
Que o destino não me negue.
Na rima do deserto,
No rodopio do vento,
Que o som seja o do saltério.
Não estou autorizada,
A inspiração me encontrou;
Sei que ando radiante,
O Universo me iluminou.
E agora? Eu te desafio...
Entre o espaço e o tempo,
Perco-me entre os dois,
O meu nome é pensamento,
Muito é o prazer!
De vencer cada um deles,
- um grande desafio -
Que julgam ser um desatino,
- Um brinde ao desafio! -
E agora? Eu me apoio...
A vida de pernas para o ar,
Imito-a, enfrento-a,
O meu nome é bravura,
Eu sou atleta!
Dessas letras, e das que virão,
Eu sou poeta!
Do olhar ao clique,
- uso a minha sensibilidade -
Enfrento o julgamento,
- Esforçando-me ao máximo!-
E agora? Eu reafirmo...
Tentando alcançar as estrelas,
Mergulhando na tua alma,
O meu nome é desafio,
Ouso, nada sublimo,
Guerreio, enfrento,
Carinhosamente alento,
Sou feita de audácia e arrepio,
Venço os obstáculos, eu os desafio...
Respirando a brisa noturna,
E a leveza de todo o amor;
Olhei para o universo,
Procurando pelo meu amor.
Ainda vive no peito,
Nem o tempo acabou,
Com esse grande amor,
Que um dia ainda toma jeito.
O verbo se fez presente,
Emanado pelo coração,
Pedindo o teu amor ausente,
A tua volta através da oração.
As estrelas são letras do céu
Como as tuas letras feitas de mel,
Você é a calma que me falta
Sem você perco até a alma.
Ainda vive aqui dentro
Como rosas de todas as cores,
A lembrança e o soneto.
Por ti ainda morro de amores,
Mas sempre em poesia,
Nascendo, morrendo e ressuscitando
Em letras e com todas a letras,
Para que me guardes e nunca me esqueças.
Não gosto de conversar contigo,
Gosto de sussurrar ao pé do teu ouvido;
Sobre o nosso tempo e as suas areias:
Eles podem até se desencontrar ao [vento,
Todos no fundo possuem um oásis,
E ao mesmo tempo uma história de [deserto.
Em matéria de amor só temos duas opções:
Podemos ser oásis ou [deserto.
O amor não aceita ambiguidades,
Ele só enxerga o [concreto.
Do teu ser quando em posição horizontal,
Garimpo o quê há de mais dourado,
e mais [belo.
O desencontro só existe para aumentar
Ainda mais a poesia,
Porque só o tempo educa o amor.
Para amar existe tempo de ser:
Veludo, seda, cetim e organza.
Depende sempre do deslanchar da hora
[até se for durante a aurora],
Não importa, para amar não existe hora,
Mande a vergonha embora!
Deixa a vida se encarregar,
Apenas se entregue,
Permita que o prazer te deixe levar,
Ame em todos os tons e texturas,
O amor requer dedicação e bravuras,
Ele te conduzirá até as alturas,
Traduzindo além das falas,
Fluindo como um rio de água doce
- mil ternuras -
Extraindo dum beijo - mil doçuras.
A fulguração do desejo em teu rosto,
Aumenta o sentido e me dá gosto,
Faz com eu prepare algo ainda
Mais saboroso,
Para que eu me torne mais do que tua mulher:
uma poesia inteira.
Rompendo métricas [sem perder]
a estética,
Uma prece faraônica - perfeita.
Para revirar os teus sentidos,
E fazer-te perder a noção de quem comanda
ou obedece,
Sou a diversão que lhe mantém
entretido,
Com os meus lábios mantenho os teus
emudecidos,
Com poesia mantenho os nossos
corpos aquecidos,
Tracejando em nós segredos infinitos.
Tenho que te confessar que a paixão chegou para ficar, Não vejo a hora de te abraçar, E ao pé do teu ouvido sussurrar que ainda vamos nos amar.
Os versos na cadência dos teus carinhos, Delineiam o nosso poema-canção sussurrado ao pé do ouvido, Delicadeza poética que também é abrigo.
A cada véu revelado, O mistério reverberado ao pé do ouvido, É nesse profundo dos castanhos dos teus olhos - o amor será a cada dia revelado
Mordisco o canto da tua boca, Corro o risco só para tê-lo rendido, Faço versos ao pé do teu ouvido, Quero que este colo seja o meu abrigo.
A tua voz não saiu da minha cabeça, Ao pé do ouvido conseguiste marcar presença, Não duvido de que um dia você volte outra vez, e permaneça.
A tua voz é sopro divino ao pé do ouvido, Te guardo no coração como ouro, Cuide desse teu amor como quem cuida de um tesouro.
