Passado e Pagina Virada na minha Vida
Quanto mais envelhecia, quanto mais insípidas me pareciam as pequenas satisfações que a vida me dava, tanto mais claramente compreendia onde eu deveria procurar a fonte das alegrias da vida. Aprendi que ser amado não é nada, enquanto amar é tudo (...).
Peste, fome e guerra, morte e amor, a vida de Tereza Batista é uma história de cordel.
Um ponto importante da sabedoria de vida consiste na proporção correta com a qual dedicamos a nossa atenção em parte ao presente, em parte ao futuro, para que um não estrague o outro. Muitos vivem em demasia no presente: são os levianos; outros vivem em demasia no futuro: são os medrosos e os preocupados.
Uma ligação. Uma mensagem. Um olhar. Um sorriso. Um beijo. Não programe sua vida, pois as melhores coisas acontecem naturalmente.
Eu estou aqui, deixando a vida me guiar, não é por falta de aprendizado que eu estou fazendo isso, ao contrário, aprendi até demais.
Oh, que bênção seria não se casar jamais, nem jamais envelhecer, mas passar toda a vida, inocente e indiferentemente, junto as árvores e aos rios que só nos podem manter a calma e como que para sempre crianças em meio aos percalços do mundo! O casamento ou qualquer alegria perturbariam a clareza da visão que ainda possuo. Foi a ideia de perdê-la que gritei no meu íntimo: "Não, nunca hei de deixá-los por um amante ou um marido", pondo-me de imediato a caçar coelhos no mato, com os cachorros e Jeremy.
É a vida? Mesmo assim ela me escaparia. Outro modo de captá-la seria viver. Mas o sonho é mais completo que a realidade, esta me afoga na inconsciência. O que importa afinal: viver ou saber que se está vivendo?
Chega uma hora na vida que você precisa abandonar tudo, e ir embora, mesmo que o teu coração esteja sangrando. Mais como fugir de um mundo que eu mesma criei? Um mundo inventado que só existe na minha cabeça; já tive grandes momentos aqui, chorei, decepcionei, essas são coisas que vão estar pra sempre em um grande espaço do meu coração, mas tem dias que eu penso em fugir, fugir pra nunca mais ninguém me achar, quero me perder em um lugar só meu. Conheci pessoas que são muito especiais e que valem mais do que o meu mundo real! E são só por eles que eu ainda estou aqui. Mas não quero mais fazer parte desse mundo, eu não quero sentir que a saudade tomou conta de mim por completa, cansei de ouvir um PARA SEMPRE.
Acumular mágoa dá câncer. E eu adoro a vida, por isso tento me livrar dessas cargas ruins. É claro que nem sempre consigo, é claro que reclamo, é claro que xingo, grito, berro, esperneio, bato o pé, faço birra, me revolto, me rebelo e sou ranzinza. Mas reclamo tudo que dá e depois me limpo. Viro outra, fico nova. Tenho essa capacidade de renovação grande - e me orgulho disso. Odeio juntar tristeza dentro da bolsa.
Eis o homem sentado à mesa
Diante da folha branca.
Um longo, longo caminho,
Da vida para a palavra.
Decantação, purificação
Para chegar ao pássaro.
O homem que está à mesa
Atravessou muitos desertos
Virou do avesso a certeza
Naufragou nos mares do sul.
Entre ditongo e ditongo
Para chegar ao pássaro
Tu próprio terás de ser
Cada vez mais substantivo.
Irás de sílaba em sílaba
Ferido por sete espadas
Diante da folha branca
Serás fome e serás sede
Como o homem que está à mesa,
O homem tão despojado
Que a si mesmo se transforma
No pássaro que busca a forma.
Este é tempo do homem
perdido na multidão
Como ser desintegrado
Na folha branca da cidade.
Tempo do homem sentado
À mesa da solidão.
Há palavras como asas,
outras mais como raízes
O pássaro voa por dentro
Do homem sentado à mesa.
Vai de fonema em fonema
Sobre as cordas dos sentidos.
Se vires o homem que passa
Como se fosse no ar
Já sabes: é o homem que está
Diante da folha branca.
Às vezes levanta vôo
Para outro espaço, outro azul
E deixa dentro das sílabas
Um rastro como de sul.
Quando recordas,
Quando a tristeza
toca demais as cordas do coração
Quando um ritmo começa
Dentro das palavras,
Um sapateado inconfundível
(Malagueña, malagueña!)
E a folha branca é uma Espanha
Para cantar, para dançar
Para morrer entre sol e sombra
Às cinco em sangue...
Então verás chegar
O homem sentado à mesa
Às cinco en sombra de la tarde
Malagueña, Malagueña!
Diante da folha branca
Como por terras de Espanha.
Nos descampados deste tempo
Nos aeroportos auto-estradas
Nos anúncios sob as pontes
Talvez no marco geodésico
No fumo do lixo ardendo
No cheiro do alcatrão
Nos dejectos de lata e plástico
Nos jornais amarrotados
Nas barracas sobre a encosta
Na estrutura de betão
Sobre o gasóleo e a tristeza
Sobre a grande poluição
Onde nem folha ou erva cresce
Seco, duro, estéril tempo
Diante da folha branca
Da solidão suburbana
Onde a multidão se perde
Entre tristeza e tristeza
Às vezes um coração:
Talvez um pássaro verde
Ou talvez só a canção
Do homem sentado à mesa
O homem que está à mesa
Tem qualquer coisa que escapa
Qualquer coisa que o faz ser
Ausente quando presente
Às vezes como de mar
Às vezes como de sul
Um certo modo de olhar
Como atravessando as coisas
Um certo jeito de quem
Está sempre para partir.
O homem sentado à mesa
Não está sentado: caminha
Navega por sobre os mares
Ou por dentro de si mesmo.
Vem de longe para longe
Do passado para agora
De agora para amanhã
Está no avesso da hora!
Solta o pássaro, não pára,
Tem outro espaço, outro azul
Às vezes como de mar
Às vezes como de azul
E não se tem a certeza se está do lado de cá
Ou se está do outro lado, deste lado onde não está.
Mesmo se sentado à mesa
Não é possível detê-lo
O homem que tem um pássaro
É sempre um homem que passa.
Tem qualquer coisa que nem se sabe
O quê nem de quem
É talvez um mais além
Algo que sobe e que voa
Entre o Aqui e o Ali
Algo que não se perdoa
Ao homem quando ele tem
Um pássaro dentro de si...
Há um tocador a tocar
As harpas de cada sílaba
Diante da folha branca
Tudo é guitarra e surpresa.
Escutai o pássaro e o canto
Do homem sentado à mesa!
Dizem que antes de morrer sua vida inteira passa diante dos seus olhos. Faça com que valha a pena assistir.
As encrencas de verdade em sua vida tendem a vir de coisas que nunca passaram pela sua cabeça preocupada, e te pegam no ponto fraco às 4 da tarde de uma terça-feira modorrenta.
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