Parabens Mario Quintana
Ainda que meus sonhos
não sejam realizados,
sinto-me feliz,
por ter tido, ao menos,
a oportunidade
de SONHAR.
Não é questão de ser instável
Eu sou mesmo desagrádavel
Eu testo o seu sendo de limite
Por isso não se arrisque
Não sou o que se pode chamar de amigo.
Se você insistir em ficar do meu lado
Vai se dar conta do quanto eu sou desagrádavel.
EU TENHO AMIGO
Eu tenho amigo cachaceiro,
amigo bagunceiro, amigo mentiroso.
Tenho amigo "tirado" a gostoso;
descarado, amigo pidão, chorão, safado.
Tenho amigo feio, bonito, simpático, legal.
Amigo de fé, para o que der e vier,
coligado, "corrente", parceiro, amigo brother:
praticamente um irmão.
Tenho amigo gay, homossexual, afeminado,
cabra macho, brigão, metido a "arretado".
Amigo o evangélico, católico, espírita,
budista, bruxos, ateus e cristãos.
Tenho amigo feiticeiro, macumbeiro,
mulambeiro, camelô, fofoqueiro e até motorista
Tenho amigo padeiro, vendedor... trabalhador.
Amigo preguiçoso, amigo tinhoso, amigo Doutor.
Tenho amigo poeta, cantor, escritor;
amigo psicanalista, artista, polícia...
tenho amigo também compositor.
Tenho amigos no Brasil, em todo lugar.
Amigo lá na PQP, mas é amigo
que posso com ele contar.
Amigo feliz, triste, depressivo;
amigo pra cima, cabisbaixo
ou amigo cheio de "grilos".
Tenho amigos radialistas, cinegrafistas,
apresentadores, professores... animador.
Amigo palhaço, formadores de opiniões,
políticos, trabalhadores rurais, ladrões, amigo cobrador.
Tem amigos que ainda vou fazer amizade,
amigos na terceira idade, amigos que sinto saudade,
que se foram, mas nunca deixaram de ser amigos de verdade.
Tenho tantos amigos e me sinto feliz.
Pois eles completam meu dia a dia,
trazem paz, abraços, trazem alegria,
coisas que de amigo podemos esperar,
também sou amigos para todas as horas,
por que a amizade nunca se deve acabar.
"A carta é justamente como ela era: meio caótica, em permanente vaivém do otimismo ao pessimismo e vice-versa, sempre em torno do amor na cama, cheia de temores, movediça."
Página 130, A Trégua.
Intimidade
Sonhamos juntos
juntos despertamos
o tempo faz e desfaz
entretanto
não lhe importam teu sonho
nem meu sonho
somos trôpegos
ou demasiados cautelosos
pensamos que não cai
essa gaivota
cremos que é eterno
este conjuro
que a batalha é nossa
ou de nenhum
juntos vivemos
sucumbimos juntos
porém essa destruição
é uma brincadeira
um detalhe uma rajada
um vestígio
um abrir-se e fechar-se
o paraíso
já nossa intimidade
é tão imensa
que a morte a esconde
em seu vazio
quero que me relates
o duelo que te cala
por minha parte te ofereço
minha última confiança
estás sozinha
estou sozinho
porém às vezes
pode a solidão
ser
uma chama