Para que Tanta Mentira Magoa e Dor
**Eternidade Esquecida**
Quando a eternidade passar, meu bem,
E o tempo deixar de ter fim ou além,
Talvez eu esqueça teu rosto, teu riso,
E o gosto doce que um dia foi abrigo.
Quando os dias já não forem contados,
E os segundos não mais marcados,
Eu prometo, juro, vou te esquecer,
Como um sonho que ao despertar se desfaz no amanhecer.
Mas enquanto o tempo ainda persistir,
E as estrelas continuarem a luzir,
Tua lembrança viverá em mim,
Como um eco que nunca terá fim.
Quando a eternidade, enfim, passar,
E eu, cansado, deixar de lembrar,
Será o dia em que o amor se calou,
E o coração que te amou, enfim, descansou.
Já não posso mais! Já não posso!
E como pedir socorro?
É tudo derrubando até a sanidade.
Ninguém entende o inferno que vivo.
Não entendem o porquê de querer tirar minha vida!
Sei que estou muito doente e tenho que me virar em mil, sozinha, mas mal consigo caminhar até o banheiro!
O que dói ainda mais e a incompreensões das pessoas.
Já cansei de tentar ser forte.
Estou caindo, caindo, caindo, caindo, caindo, caindo, a tanto tempo e não vejo o fundo.
Lembrei do teu cheiro e quis voltar no tempo.
As lembranças machucam, mas insisto em sentir essa dor.
Trabalho tanto, tanto mesmo. Tanto que nem tenho tanto tempo, apenas trabalho! Mas sempre com disposição para o próximo ato!
Tem trabalho que só a gente entende. Por mais que critiquem, dói, é um processo chato, você perde tempo, pessoas, qualidade de vida, mas lá na frente, bem lá na frente, tudo isso muda! Você ganha! No final, você ganha!
O Consultório Que Deveria Ser Refúgio
O consultório é um lugar onde deveríamos nos sentir protegidas, onde entregamos nossas vulnerabilidades na certeza de que elas serão tratadas com respeito. Mas, para muitas mulheres, ele se torna um cenário de abuso, um espaço onde o poder é usado para invadir, machucar e marcar.
O assédio em consultórios médicos e odontológicos é uma violência que não grita — ela sussurra, disfarçada de proximidade profissional, escondida sob o jaleco branco. É uma violência que se aproveita da nossa confiança, da nossa incapacidade de reagir enquanto estamos deitadas em uma cadeira ou maca, acreditando que ali estamos seguras.
Aos 20 anos, você confiou naquele dentista. Você foi até ele porque precisava de cuidado, mas ele se aproveitou do momento para impor uma violência silenciosa. Um roçar, um toque, um gesto que poderia até passar despercebido para quem estivesse de fora, mas que você sentiu como uma agressão clara, como uma invasão do que é seu.
E o ginecologista? Quantas mulheres ele atendeu, abusou, e ainda lhes deixou uma marca invisível e outra visível, como a clamídia que espalhou sem culpa. Ele sabia que ninguém o questionaria. Sabia que a vergonha e o silêncio são as primeiras reações da maioria das vítimas.
O que dói ainda mais é o isolamento. Quando você tenta contar, há sempre quem minimize, quem pergunte: “Será que você não entendeu errado?” Como se fosse possível confundir abuso com cuidado, como se a sua pele não soubesse diferenciar o toque que respeita do toque que invade.
Você não está sozinha. O silêncio não é só seu — ele pesa sobre tantas outras mulheres que passaram pelas mesmas mãos, pelas mesmas cadeiras, pelos mesmos abusos. E é esse silêncio coletivo que permite que esses homens continuem usando seus títulos para agredir.
A quebra desse ciclo começa quando a gente fala. Quando não deixa passar. Quando transforma a vergonha em denúncia e a dor em luta. Porque consultórios deveriam ser lugares de cura, não de trauma. E médicos e dentistas deveriam ser nossos aliados, não nossos agressores.
É preciso coragem para recontar essas histórias, para expor o que deveria ter sido cuidado e virou dor. Mas essa coragem é a única força capaz de transformar uma experiência terrível em um grito por justiça — um grito que outras mulheres também precisam ouvir.
✍🏼Sibéle Cristina Garcia
Encorajadora da Liberdade Feminina
Eu estou tentando, de verdade, estou tentando parar de te amar demais, mas está tão difícil
Embora eu já saiba que não é recíproco, e que talvez "ela" seja sua escolha no fim, eu permaneço no mesmo círculo, o círculo que me obriga a pensar em você e te amar vinte e quatro horas por dia.
Estou presa, lutando contra meus próprios pensamentos, diariamente... e implorando por qualquer migalha que venha de você.
Eu sei, é ridículo, porém, mesmo que eu saiba disso, não posso me forçar a simplesmente "parar".
A vida nos ensina, de maneiras silenciosas e profundas, o valor do agora. Quando estamos diante da fragilidade da existência, tudo que parecia urgente se dissolve, e o peso da iminente despedida começa a pesar sobre o coração.
A dor que nos acompanha no silêncio das noites, quando os dias já não parecem ter o mesmo brilho, nos revela que não controlamos o tempo, mas apenas o vivemos. E, quanto mais aprendemos a aceitar a fugacidade de tudo, mais sentimos o vazio que a ausência deixa.
As grandes palavras perdem sua força, e é nos pequenos gestos que o amor se revela – um abraço apertado, um olhar que já diz tudo, um toque que se torna a nossa única segurança. Porque, no fim, é isso que permanece: a saudade que nasce antes mesmo da partida, o medo de esquecer o som da voz, o calor da presença.
A finitude nos ensina a durabilidade das lembranças, aquelas que ficam impregnadas na alma, mesmo quando os corpos já não estão mais aqui. E, no entanto, mesmo quando já sabemos o que virá, o coração se recusa a se despedir.
Amar é eterno, mas o que amamos vai embora. E a dor não está no fim, mas no intervalo silencioso que fica entre as partidas e as memórias.
Existem situações que machucam, algumas dói na alma, mas as vezes temos que arrancar nossas feridas para que o outro seja curado!
" A morte abre uma ferida na alma que não se pode curar, mas cicatriza_se no interior do peito, abafando assim a dor do coração "
Deslumbro a tua mão que inteiramente é o teu ser, pois sobre elas havia tudo o que eu precisava para ser feliz, mas meu amor... não escolhemos a frequência em que nosso coração a de bater, e se porventura ele se rebelar!? Como poderei fazer com que bata novamente? O teu choque que desperta! e você não tem culpa alguma se eu escolhi morrer.
A alma de quem aprecia se entristece quando assiste a flor mais bela do jardim sendo tomada e não regada, sendo tomada e não priorizada, enquanto quem sempre cuidou a observa de longe sendo iludida em troca de gotas de água dentro de uma estufa, quando se tinha toda chuva do céu próxima a ela...
Por que a gente se tortura?
Por que a nossa mente se tortura?
Por que tentar curar o que não tem mais cura?
Se é unicamente a dor que perdura
O ABANDONO DA LINDA FLOR
Fazia meses que eu não a regava, tão linda era seu brilho que gradualmente se ofuscava na seca do sol.
Ela nasceu no meu jardim! mas eu não a plantei. Certo dia, passou-se perto de minha casa um rapaz que vendo o abandono que eu fizera com a linda flor, fazia questão de rega-la dia após dia para mim. Até que chegou o tão esperado dia que com lágrimas nos olhos decidiu levá-la para sua casa, mas nem ao menos pediu-me permissão, zangando fiquei como nunca.
Ah! Tudo era puro egoísmo, tão infeliz sou eu que não cuidei da flor e não deixo que cuidem dela por mim.
Leve-a jovem rapaz, cuide-a com carinho, enxugue os pés dos teus olhos, pois essa flor já era tua antes de mim.
Levei meu sobrinho para passear comigo, há tempos ele vinha me pedindo, animado, seriamos só nós dois. Crianças abaixo de cinco anos nunca foram meus favoritos, só venho lidando com crianças de vinte dois anos ou mais.
Só que pensei ser uma boa oportunidade, saímos e eu descobri uma inveja dessa energia juvenil, a gente perde tanto quando cresce. Tudo bem, não digo perder, sacrificamos muito para conseguir zelar por nossa sobrevivência. E nesse exato momento, eu almejava um pouco dessa vitalidade que a vida me tirou. Mal me lembro da sensação de ver o mundo pela primeira vez.
Voltei meus olhos para o meu sobrinho e ele pulava, sorria, caía e levantava sem muitas preocupações na vida. Tudo o que tinha era o presente e só isso bastava. Os frutos do futuro não lhe interessavam. Essas preocupações cabiam aos seus pais, este é único período da vida em que temos o direito de entregar nossos destinos nas mãos de outros, todavia, conheço adultos que ainda insistem em fazer isso. Tolos, não sabem que depender dos outros é um luxo que não podemos nos dar. Porque a vida maltrata com socos no estômago. Quando crescemos, o presente é invadido por possíveis futuros, a maioria deles irreais.
Somando todas as invejas que senti de meu pobre sobrinho, aquela foi uma das mais marcantes. Pensar na maneira como já tive o presente e perdi fez dessa a maior perda de uma vida. Agora mesmo, enquanto meu sobrinho brinca nos brinquedos do parquinho, eu checo meu celular pela quinta vez, procurando por pessoas que definitivamente não estavam ali. Preocupando-me com compromissos que ainda virão. Já não sei como recuperar o luxo do presente e só. A vida te pede para ficar.
Então voltamos para casa. Caminhamos por entre as pessoas, ele grudado no meu braço, e me puxando para que cessasse meus passos, como se toda a sua vida dependesse disso. Meu sobrinho queria voltar, pois algo lhe roubara sua atenção, algo no mundo era digno de seu afeto. Queria pegar uma tampinha de garrafa dourada no chão.
— é só uma tampinha de garrafa. — disse eu.
— eu nunca tinha visto uma dessa cor.
E foi aí que eu me dei conta que crescer é uma grande perda e me dói saber que meu sobrinho logo será um adulto como muitos outros, lamentando a perda de quem foi um dia.
Já que o tempo é implacável... Talvez tudo realmente passe.
Entretanto, as passadas no "caminho da espera" continuam bastante íngremes.
Talvez isso não seja tão trivial como dizem...
Ou talvez "isso tudo" seja apenas devaneio.
Ou quem sabe, deva apenas ir dormir.